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E agora?
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Releia a seguinte frase da Cenatexto e veja como o dicionário apresenta as Dicionário
palavras destacadas:
“Mesmo isento da mensalidade, o curso lhe fora dispendioso
dispendioso: material, transporte,
menos horas de trabalho.”
isento. [Do lat. exemptu.] adj. 1. Desobrigado, dispensado, eximido.
2. Desembaraçado, livre, limpo. 3. Imparcial, desapaixonado, neutro.
dispendioso. adj. Que obriga a grandes dispêndios; custoso, caro
89 2. Explique por que Guedim ficou tão orgulhoso quando viu, pela primeira vez,
um texto digitado por ele.
3. Explique o que Marcos quis dizer ao afirmar: “Eu não atiro no escuro.”
4. Releia a última frase da Cenatexto e explique como as palavras passaporte e
viagem estão relacionadas ao texto.
E agora, José?
A festa acabou, Com a chave na mão
a luz apagou, quer abrir a porta,
o povo sumiu, não existe porta;
a noite esfriou, quer morrer no mar,
e agora, José? mas o mar secou;
e agora, você? quer ir para Minas,
Você que é sem nome, Minas não há mais.
que zomba dos outros, José, e agora?
você que faz versos,
que ama, protesta? Se você gritasse,
e agora, José? se você gemesse,
se você tocasse
Está sem mulher, a valsa vienense,
está sem discurso, se você dormisse,
está sem carinho, se você cansasse,
já não pode beber, se você morresse.
já não pode fumar, Mas você não morre,
cuspir já não pode, você é duro, José!
a noite esfriou
o dia não veio, Sozinho no escuro
o riso não veio qual bicho do mato,
não veio a utopia sem teogonia,
e tudo acabou sem parede nua
e tudo fugiu para se encostar,
e tudo mofou, sem cavalo preto
e agora, José? que fuja a galope.
E agora, José?
Sua doce palavra, Carlos Drummond de Andrade
seu instante de febre, nasceu em 1902, em Itabira, Minas Gerais.
sua gula e jejum, Aos 18 anos passou a residir em Belo
sua biblioteca, Horizonte e aos 32 anos mudou-se para o
sua lavra de ouro, Rio de Janeiro, onde viveu até sua morte,
seu terno de vidro, em 1987. Carlos Drummond de Andrade
sua incoerência, foi poeta, cronista e contista.
seu ódio e agora
Fonte: Carlos Drummond de Andrade, Antologia poética . Rio de Janeiro, Livraria José
Olympyo Editora, 1978, págs.10-12.