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CAPITULO 12 INTELIGENCIA RESUMO DO CAPITULO AVALIAGAO DE HABILIDADES INTELECTUAIS Fidedignidade Validade Os primeiros testes de inteligéncia A Escala de Inteligéncia Stanford-Binet, AAS Escalas de Inteligéncia Wechsler A abordagem fatorial TEORIAS CONTEMPORANEAS DA INTELIGENCIA Teoria das inteligéncias multiplas de Gardner Teoria da inteligéncia e do desenvolvimento cognitivo de Anderson Teoria triérquica de Sternberg Teoria bioecolégica de Ceci Comparando teorias da inteligéncia PESQUISA INOVADORA: CONCEITOS DE INTELIGENCIA E TESTES EM CULTURAS DIVERSAS GENETICA € INTELIGENCIA Hereditariedade INTELIGENGIA EMOCIONAL INCAPACIDADE GERAL DE APRENDIZADO Causas da incapacidade geral de aprendizado ‘Tratamentos para a incapacidade geral de aprendizado \VENDO OS DOIS LADOS: QUAL E A IMPORTANCIA DA INTELIGENCIA EMOCIONAL? 404 trocugo @ psicoloia de tnson& Filgard ‘Tommy nasceu em dezembro de 1856, na Virginia, EUA, filho de Janet Woodrow, a filha de um pastor presbite- riano, ¢ Joseph Ruggles Wilson, ele mesmo um pastor presbiteriano que se tornou um lider da igreja presbite- riana na América do Sul. Os pais de Tommy eram pessoas ‘edlucadas que valorizavam muito a aprendizagem. Como aluno, no entanto, Tommy teve muita dificuldade na lei- tura, Apesar de frequentar escolas especiais, ele nao foi ‘capaz de ler até 0 final da infancia, por volta dos 10 ou 11 anos. Com trabalho érduo, ele acabou conseguindo entrar no College of New Jersey, que mais tarde se tornou « Princeton University. Mesmo na faculdade, no entanto, Tommy nio se destacou nos trabalhos. ‘Até esse ponto, pode-se dizer que as chances de su- ccesso na vida de Tommy eram apenas moderadas. Pode- mos dizer hoje que ele nao parecia ser “uma boa pro- essa”, No entanto, nossas modestas predicdes sobré 0 futuro de Tommy se mostrariam erradas. Tommy era ‘Thomas Woodrow Wilson. Apds a gradua¢io em Prin- ceton, ele ganhou uma pés-graduacto em direito na Uni- versity of Virginia e um doutorado em ciéncias politicas da Johns Hopkins University Durante os periodos em que lecionow na Bryn Mawr College, na Wesleyan University ¢ na Princeton Univer- sity, Wilson escreveu nove livros, se toriando um respei- tado escritor. Ele foi nomeado presidente ce Princeton em 1902 e depois foi eleito governador de Nova Jersey em ‘uma vit6ria esmagadora na eleicio em 1910. Em 1912, concorreu & presidéncia dos Estados Unidos contra 0 presidente William Howard Taft, candidato a reeleigd0, € ganhou, tornando-se o 28° presidente dos EUA. Durante seus oito anos no cargo, Wilson guiou os Estados Unidos pela Primeira Guerra Mundial e trabalhou extensiva- ‘mente para estabelecer cessar-fogo e a paz na Europa apés a guerra. Em 1919, ganhou o premio Nobel da Paz por seus esforcos em estabelecer a Liga nas Nagbes. ‘Com base em seus feitos durante 6 curso de sua vida, a maioria das pessoas diria que Thomas Woodrow Wil- son era um homem inteligente. Se ele tivesse feito um teste de inteligencia ou algum outro tipo de teste de ap- tiddo quando era garoto, no entanto, ele poderia nao ter sido classificado no nivel “inteligente”. A historia de vida de Wilson levanta importantes questdes sobre 0 que significa inteligencia, © conceito de inteligencia foi um dos mais contro- versos de toda a historia da psicologia e continua sendo até os dias de hoje. Até mesmo a definigao de inteligén- cia pode ser dificil porque suas definicdes refletem sua teoria do que significa ser inteligente, eas teorias sobre a inteligéncia diferem amplamente, como discutiremos ‘mais tarde, Alguns tedricos defenderam a ideia de que a inteligencia nao existe como uma entidade real, mas é um simples rotulo para o que os testes de inteligncia avaliam. Outros tedricos sugerem que a inteligéncia deveria ser considerada mais amplamente e que envolve a habili- dade de aprender a partir da experiéncia, pensar em ter mos abstratos¢ lidar efetivamente com o ambiente. Cone ‘ideraremos varias conceituagdes e teorias sobre aintelc _géncia neste capitulo, No entanto, primeiro discutiremos como a inteligencia € medida. AVALIAGAO DAS HABILIDADES INTELECTUAIS ‘Algumas sociedades industrializadas contfiam fortemente na avaliacao objetiva de habilidades cognitivas ou ine- lectuais, Alunes podem ser colocados em grupos educa cionais com base em seu desempenho em tais testes Testes de aptidio ou de habilidades fazem parte dos pro ‘cessos de admissio em alguns cursos universitarios, 6 rnicos e de pés-graduacao, Além disso, muitas industrias ‘eagencias do governo selecionam candidatos a vagis€ ‘promover funciondrios com base em pontuacdes em tee tes. Além dessas preocupagées priticas, os métodos de avaliagio sao essenciais para a teoria e a pesquisa sobre a inteligencia. i Visto que os testes e outros instrumentos de avaligo desempenham papéis priticos e cientificos, é essend que mecam precsamente 0 que pretendem medi: Ese cificamente, devem ter fidedignidade e validade. Eles ‘bem devem ser padronizados, 0 que significa que as digdes para fazer 0 teste so as mesmas para todas pessoas que o fazem. Por exemplo, as instrugdes acompanham o teste devem ser as mesmas para todos. Fidedignidade Se o teste ow método de avaliagao for fidedigno, eva resultados reproduziveis ¢ consistentes. Um teste que vasse a resultados diferentes quando administrado a ‘ocasides diferentes ou realizado por diferentes pes no seria confiavel. Uma analogia simples ¢ um metro borracha, Se nao soubéssemos o quanto ele esticari, vez que fizéssemos uma medio, os resultados no confidveis, nao importa o quao cuidadosos fossemos, ‘A fidedignidade ¢ tipicamente avaliada por core cionar dois conjuntos de pontuscdes. Por ex: ‘mesmo teste pode ser aplicado ao mesmo grupo de ps soas em duas ocasides. Se 0 teste for fidedigno, ‘uagdes da primeira ocasiao deverio ser muito com as pontuacdes da segunda. Se forem, pode-s d que o teste tem fidedignidade teste-reteste ou estab temporal. Na pratica,¢ claro, normalmente nao gosta aplicar o mesmo teste as mesmas pessoas duas vez hha muitas situacdes nas quais gostariamos de pica 1mas equivalentes do mesmo teste ~ por exemplo, nos tados Unidas, os estudantes pré-universtirios frequen mente fazem exames de admissio (como 0 teste avaliagdo escolar, o SAT, do inglés Scholastic Test) mais de uma vez para aumentar suas pontuagi panes Pee naniiateetes Rie R italia Rater cr. Para assegurar que duas formas do mesmo teste levem a pontuacdes equivalentes, ambas as formas sto adminis- tradas para a mesma populacao e as duas formas sto cor- relacionadas. Pode-se dizer que o teste tem fidedignidade de formas alternativas se suas duas formas forem alta- ‘mente correlacionadas. Algumas das questdes do SAT, na verdade, nao contam para a pontuacio dos estudantes, mas estio sendo estatisticamente avaliadas para que pos- sa ser usadas no futuro em formas equivalentes do teste Outra medida comum da fidedignidade ¢ a consis- tencia interna, o gratt no qual as quest0es ou 0s itens iso- lados em um teste medem a mesma coisa. Isso pode ser avaliado a0 correlacionarmos as pontuacdes obtidas por tum grupo de pessoas em cada item com suas pontuacoes totais. Qualquer item que nao estiver correlacionado coma pontuagdo total nao é um item confiavel e nao esta sendo bem-sucedido em sua contribuiglo para o que 0 teste esta medindo. Com o descarte dos itens nao con- fidveis, 0 teste € “purificado” por aumentar sua consis- tencia interna. A medida que o niimero de itens confié- veis em um teste aumenta, a fidedignidade da pontuacio total do teste também aumenta. ‘A maioria dos testes e instrumentos de avaliacio € pontuada objetivamente, muitas vezes por computador. Mas, vezes, o desempeno intelectual out 0 comporta- mento social deve ser avaliado subjetivamente. Um exame por redagio é um exemplo conhecido. Para ava- liar a fidedignidade desses julgamentos subjetivos, dois cou mais grupos de classificacdes atribuidos por jurados independentes sto correlacionados. Por exemplo, dois observadores podem classificar as criancas de um bercé- tio de forma independente quanto a agressividade ou dois ‘ou mais juizes podem receher um pedido para ler os dis- ‘cursos de posse de primeiros-ministros britinicos e clas- sificé-los quanto ao otimismo. Se a correlagao entre os avaliadores ou juizes for alta, considera-se que o metodo tem um acordo interavaliador ou fidedignidade intera- valiadores. Em geral, um teste de habilidade pontuado objetiva- mente e bem-construtdo deve ter um coeficiente de fide- dignidade de 0,90 ou superior. Para julgamentos subjetivos, os coeficientes de fidedignidade de 0,70 podem, as vezes, ser satisfatorios para fins de pesquisa, mas suposicdes 5o- bre individuos especificos devem ser feitas com grande cau- tela. Mas, como mencionado anteriormente, a fidedigni- dade da pontuacao total de um teste aumenta a medida que o niimero de itens confidveis no teste aumenta. Podlemos aplicar © mesmo raciocinio a avaliagbes subjetivas e au- rentara fidedignidade do método por adicionar mas ju- 2s, avaliadores ou observadores. Por exemplo, seas clas- sifcacdes por dois observadores forem correlacionadas em apenas 0,50, 0 pesquisador pode adicionar um terceiro sobservador comparivel e, assim, aumentar a fidedigni- dade entre observadores de suas classificagdes somadas para 0,75; adicionar um quarto avaliador aumentaria a fi- dedignidade para 0,80, e assim sucessivamente. Inti = 4065 Validade A fidedignidade avalia 0 grau no qual um teste esté me- indo algo, mas uma alta fidedignidade nao garante que ‘o teste tenha uma boa validade, ito é, que ele mecao que pretende medir. Por exemplo, se o exame final no seu curso de psicologia tivesse um vocabulirio especial- ‘mente dificil ou perguntas capciosas, ele poderia ser um teste mais da sua habilidade verbal ou sofisticagao do que dda matéria aprendida no curso, Um exame assim pode ser fidedigno — os alunos conseguiriam as mesmas pontua- ‘goes em um reteste e pode ser que os itens separadios me- ‘gam a mesma coisa -, mas ndo seria um teste vilido para mensurar 0 aprovel Em alguns exemplos, a validade de um teste pode ser avaliada por correlacionar a pontuagao do teste com alguns criterias externos. Essa correlagio € chamada de coefi- ciente de validade, esse tipo de validade ¢ chamado de va- lidade empirica ou de critério, Por exemplo, a correlagio positiva relativamente forte entre as pontuacdes em um ‘exame de admissio de uma universidade as notas do pri- meiro ano na universidace ¢ um indicador da validade do teste, Por causa da sensibilidade a discriminacao de raga ‘sexo, os tribunais estao cada vez mais exigindo que em- presas e agencias do governo que usam testes para selecio de pessoal fornecam evidéncia da correlacio entre esses testes ¢ 0 desempenho no cargo—em outras palavras, que cles tem validade empirica ou de eritério. Pode haver aspectos da inteligencia para os quais nao esta claro qual deve ser o critério externo. Como, por cexemplo, um pesquisador pode medir a validade de um teste de motivacio? Podemos pensar em varias possibill- dades. O teste pode ser aplicado a executivos para veri car se ele esta correlacionado com seus salios. Talvez 0 teste tenha relacao com as avaliagdes dos professores so- bre a ambicao de seus alunos. O problema ¢ que nao ha ‘qualquer criterio que o pesquisador estejadisposto a ace tar como a resposta “verdadeira”. Seria reconfortante se 0 teste apresentasse correlacdo com os salrios dos execu- tivos, mas, se ndo apresentasse, 0 pesquisador ndo esta- ria disposto a considerar 0 teste invalido. Isso € conhe- cido como o problema de critério na avaliacio: nao hi uma medida de “verdadeira” em comparagio coma qual seja possivel validaro teste. Assim, 0 pesquisador tenta estabelecer sua validade de constructo ~ para mostrar ‘que as pontuacdes no teste estdo correlacionadas com os resultados que a teoria diz que o teste deveria prever. sso ¢ feito por meio do proprio processo de pesquisa. © pesquisador usa sua teoria para criar o teste e gerar pre- dices a partir da teoria Os estudos que usam o teste sio, entio, conduzidos para testar essa predigdes. Se 05 ssultados de varios estudos convergentes ce predicdes da teoria, a teoria € 0 teste S10 ‘multaneamente. Na maioria dos casos, 051 turados sugerem formas nas quais a teoria e 0 cisam ser modificados. Por exemplo, 406 = irtrocugdo a psicoloia de Atkinson & Hiard propds uma teoria da motivagio que deveria identifica € explicar individuos ambiciosos e com grandes realiza- oes em qualquer érea de atividade, Um teste para ava- liar a motivagio fot desenvolvido e usado para testar predigdes a partir da teoria, Os resultados de varios es- tudos indicaram que as predigdes foram confirmadas para homens envolvidos em atividades empresariats, mas ‘io para mulheres ou para individuos envolvidos em ou- {ros tipos de atividades, como pesquisa académica. Con- sequentemente, a teoria foi modificada para ser aplicada principalmente a realizacao empresarial, € 0 teste foi ‘mudado para que fosse mais vilido para mulheres. A primeira tentativa de desenvolver testes de habilidades intelectuais foi feita ha um século por Sir Naturalista e matematico, Galton desenvolveu um inte- resse por diferencas individuais depois de considerar a teoria da evolugdo proposta por seu primo, Charles Dar- ‘win. Galton acreditava que determinadas familias fossem biologicamente superiores a outras, que algumas pessoas fossein inatamente mais fortes ou mais inteligentes do «que outras. A inteligencia, ele raciocinou, é uma questao «de habilidades perceptivas e sensoriais excepcionais que sto passadas de uma geracto para outra. Visto que todas as informacdes sto adquiridas por intermédio dos senti- dos, quanto mais sensivel e preciso for © aparato per- ceptivo de um individuo, mais inteligente ele sera. (As ‘rengas de Galton na hereditariedade da inteligencia o le- vvaram a propor que as capacidades mentais da raca hu- ‘mana poderiam ser aprimoradas por meio da eugenia, ou aperfeicoamento genético. Felizmente, ele é mais lem- bbrado por sua aplicagdo da estatistica ao eatudo da inte- ligencia do que por defender a eugenia,) Em 1884, Galton aplicou uma bateria de testes (me- dindo varidveis como tamanho da cabeca, tempo de rea- iio, acuidade visual, limites auditivos e meméria para for- ‘mas visuais) em mais de 9,000 visitantes em uma exibicdo ‘em Londres. Para seu desapontamento, ele descobriu que cientistas britanicos eminentes nao podiam ser diferen- ciados de cidadaos normais com base no tamanho de ‘suas eabegac e que medidas como o tempo de reagio no estavam relacionadas a outras medidas de intligénci Embora seu teste nao tena provado ser muito itil, Gal- ton inventou 0 coeficiente de correlaglo, que, como ja vi- ‘mos, desempenkha um papel importante na psicologia. Os primeiros testes parecidos com os testes de inte- ligencia modernos foram desenvolvides pelo psicologo frances (fed Binet no final do século XIX. Em 1881, 0 governo francés aprovou uma let fazendo com que a presenca de todas as criancas fosse obrigatoria nas esco- las, Anteriormente, os alunos com dificuldade de apren- dizagem normalmente eram mantidos em casa, mas, agora, os professores teriam que lidar com uma grande variedade de diferencas individuais. O governo pedi a Binet para criar um teste que detectaria criancas que eram muito fracas intelectualmente para se beneficiaremt de um curriculo escolar normal. Binet presumiu que a inteligencia deveria ser me- dida por tarefas que exigiam habilidades de raciocinioe solucdo de problemas em vez de habilidades motors « perceptivas. Em colaboracdo com outro psicélogo fran- &s, Théophile Simon, Binet publicou tal teste em 1905, revisou-o em 1908 € novamente em 1911, pesquisador argumentou que uma crianca com di- ficuldades de aprendizagem era igual a uma crianca nor ‘mal cujo crescimento mental foi retardado. Nos testes,a crianga com problemas de aprendizagem teria mesmo desempenho que uma crianca normal mais nova, en- quanto as habilidades mentais de uma crianca brilhante seriam caracteristicas de uma erianca mais velha, Binet desenvolveu uma escala de itens de teste de dificuldade crescente que media os tipos de mudancas na intligen- cia normalmente associados ao envelhecimento. Quanto ‘mais alto na escala a erianca puder chegar ao responder os tens corretamente, maior sera sua idace mental (IM). Oconceito de idade mental foi importante para o método de Binet. Ao usar esse metodo, a IM de uma crisuga pode ser comparada com sua idade cronologica (IC) dex terminada pela data de nascimento. A Escala de inteligéncialStamordeBinet) Os itens de teste originalmente desenvolvidos por Bint foram adaptados para alunos americanos por Lewis Ter ‘man na Stanford University. Terman padronizow a adm nistracao do teste e desenvolveu normas de nivel eidade aplicando o teste a milhares de criancas de varias fas etirias. Em 1916, ele publicou a revisio de Stanford dos testes de Binet, agora conhecido como Escala de Intelk sgencia’ Ela foi revisada em 1937, 1960, 1972, 1986 e, mais recentemente, em 2003, Apesar de sit ‘dade, a escala Stanford-Binet ainda é uma das mais us das em testes psicologicos. Terman manteve o conceito da idade mental de Bin ual uma maioria substancial das criancas passa. A idade mental de uma crianca pode ser obtida a0 somarmos rmuimero de itens aprovades em cada nivel. Alem diss Terman adotou un 2 © quociente de inteligencia (QU), que express a intel ‘géncia como uma razao entre a idade mental ea ida cronologica: QU= IMIC x 100, © numero 100 € usado como um multiplicador fi zendo com que 0 QI tenha um valor de 100 quando for igual a IC. Se IM for menor que IC, 0 QI sera m ‘qe 100; se IM for maior que IC, 0 Ql sera maior que i A revisto mais recente da escala Stanford-Binet ws Pontuagbes de idade-padrio em vez de pontuacdes deQ Elas podem ser interpretadas em termos de percents rmostram a porcentagem de individuos no grupo de pa- dronizacio que estao acima ou abaixo de determinada Pontuacao. E, apesar de o conceito de Ql ainda ser usado em testes de inteligencia, ele ndo é mais calculado com essa equacdo, Em vez disso, sto usadas tabelas para con- verter pontuacdes brutas no teste em pontuacdes-pa- drao que sio ajustadas para que a média de cada idade se ‘guale a 100. ‘As pontuagdes de QI tendem a cair na forma de uma curva normal, com a pontuacio da maioria das pessoas, ficando em torno de 100, mas algumas pessoas pontuam, ‘% da populacao em cada faixa de QI 35 70 co Retardamento Retarda/o_Retarda/o mental severo mental ‘a profundo —moderado limitrofe Média de mental pontuagio de QI religncia » 407 ‘muito mais ou muito menos do que 100. A Figura 12.1 ‘mostra as porcentagens da populacto que sera classifi cada em varias faixas de pontuacdes de QU. Em sincronia com a atual visto da inteligéncia como uma combinacdo de diferentes habilidades, a revisto de 1986 da escala Stanford-Binet agrupa seus testes em qua- tro amplas dreas: raciocinio verbal, aciocinio visuaV/abs- trato, raciocinio quantitative e meméria de curto prazo (Sattler, 1988). Cada drea tem uma pontua¢io separada. ‘A Tabela 12.1 dé alguns exemplos de itens agrupados por 700 *115—~—*130 ‘Superior Muito superior a dotado Figura 12.1 Distribuigao da frequéncia de pontuacdes de Ql. As ponuagbes de Ol tim uma dstibuicéo normal, com poucas pontuagSes nas exe tromiades da escalae a matoia préxima de 100, Oe A. Anastasia eS. Urbina, Psychological Testing 7/e, © 1997 Prentice-Hall) 406 » inrodug &psioologia de Atkinson & Tabea 12.1 (continuaggo) 3 Teste Dosengao i Faciocinioabstrataiisuat 7 ‘Andlies de padres ‘ particpante copia um desenho simples usando os bcos. 7 onienda © parciant copa um desenho geométion demonsato peo examina, como um eng cota por ago. ‘Meméria de curto prazo ‘ema de contas mostvada wna ira co cont (pdinhas) de dferetes formas coocadas em unavarea.Oparicpante 9) reproduza sequénca de mene, cobcando cons reas em ua vr, Mea pra frases Oyo epee ai erecta Fastest so al anes ce sia me" ema pra cgtos © partipanterepet depois do exainadr um ste de ics, como 5-7-6, na ordem normal nacre vera. j Mere para cits ‘Sto masta res de bos indus, com un retgo @ un lta, um cada vez Oparbopate deta os ojos na orem cael de su apargS em ua gua que também nck obs extranbos; or empl, um énibus, um paeco um ear, os @ um rego. As Escalas de Inteligéncia Wechsler cala verbal e uma escala de execucto ~ que resultam em tos. A Escala de Inteligencia Wechsler para Adultos, ou WAIS = do inglés, Wechsler Adult Intelligence Scale — (1939, 1955, 1981), ¢dividida em duas partes ~ uma es- volveu win nove teste ontuagbes distinas, assim com: pleto, Ositens de teste esti descrtos na Tabela 12.2. De pois, Wechsler desenvolvew um teste similar paracrine ‘as, a Escala de Inteligencia Wechsler para Criancs (ISG, do ingles Wechsler Ineligence Seale or Chil). (1958, 1974, 1991), Tabola 122 Testes que compem a Escalade intligéncia Weohsler para Adulto. Os testes da Escala de intligncia de Wechse para Cangas so, lares aos da escalas para actos, com algumas moditiantes. Teste Descricdo - ‘efosmags Perguntas explora um grande nimero de infomagdes, por exermplo, “Qual ¢ a capital da aia”. ‘Compreensio ‘Testa informagbes prticas @ a habilidade para avaliar experiéncies passadas, por exemplo, “Por que colocamos ‘uma carta para ser nada”. otic Problemas verals que testam o acini atmético. Semehangas ‘Pergunta de que maneia dois objetos ou conceites (por exemplo,recelta e mapa) so samelhantes; avalia tos abate, Digtos ‘Uma série de igtos apresentada oralmente (por exemplo,7-5-6-2-6) ¢ repetida na ordem normale na order | ‘esta a atengdo ea meméria de curto prazo. Vocabulario Avalia 0 conhecimento de palawras. ‘Sequéncia de némeros Letras enmeros apresentados oralments em ordem misturada davem se reordenadose repetdos, em principio, leas com os nimers em orden crescent depois com as las em ordem aaa; ava a mem operacioral Escalade exoougéo Cédigos Uma tarefa de codificazdo cronometrada na qual os niimeros devem ser associados a marcas de varios | laa veloitade de arendiagem e esc, Completar figuras ‘Aparte que fata de uma ura incompleta deve ser desonberta enomeada;avalao nivel deaerta visual, a ‘sual @ a organizagao perceptiva, ‘Cubos. ‘Figuras devem ser copiadas usando cubos; avalia @ habilidade para perceber @ analisar os padres. Arranjo de figuras ‘Uma série de desenhos de tiras de histirias deve ser arrumiada na sequéncia certa para contar uma histéria; avalia a reensdn de stuanses socks. Inigercia = 400 “Tabela 12.2 (coninuagéo) ue | Testo Descrigao sat ea Escala de execugéo Ay Taba Racochio mata ‘Amar obtos| lags parted. a ‘Procure sinbolos Una série de grupos de simbolos 8 ‘examinando cove detemina 52 Os itens na escala de execugdo exigem a manipulagao ou a organizacao de cubos, figuras ou outros materiais. Asescalas Wechsler também fornecem pontuacées para cada subteste de forma que o examinador tenha uma ‘dela mais clara dos pontos intelectuais fortes e fracos do individuo. Por exemplo, uma discrepancia entre as pon- tuagdes verbal e de execucdo faz 0 examinador procurar por problemas especificos cle aprendizagem, como defi- cincias de leitura ou limitacdes de linguagem. ‘As escalas Stanfor-Binet e Wechsler mostram boa fi dedignidade e validade. Elas tém fidedignidade teste-re- teste de cerca de 0,90 e sto indicadores suficientemente aceitos de realizagdes na escola, com coelicientes de va- lidade de cerea de 0,50. A abordagem fatorial Alguns psicdlogos vem a intcligencia coma uma.capa- sidade geral de compreensio raciocinio que se mani: ‘esta de varias maneiras. Essa era a hipotese de Binet. Em- hora seu teste contivesse muitos tipos de itens, Binet 2 intel n ee eer cers entlo, que as diferentes arefas fossem exemplos de uma habildade subjacente bisica. Similarmente, apesar das di- versas subescalas incluidas na WAIS, Wechsler também. (Wechsler, 1058) ‘Quiros psicologos, no entanto, questionam se existe tal “inteligencia geral”, Eles acreditam que os testes de in teligencia exemplificam varias habilidades mentais que ‘fo elativamente independentes de outra, Um método pera obter informactes mais precisas sobre os tipos de ue determinam o desempenho nos testes de inteligencia € a ‘uma técnica estatist ‘que examina as inter-relagdes entre varios testes ¢ 05 re- duz a um numero menor de dimensdes independentes, hamadbos fatores, por agrupar aqueles que slo os mais al- tamente correlacionadlos. A ideia basica é que dois testes que se correlacionam fortemente um com 0 outro pro- vavelmente medem a mesma habilidade subjacente. O abjetivo ¢ descobrir o muimero minimo de fatores ou ha- Una fora gzca que € selene de ura oma au exp dado deve se selecorada a parr dum oot junto de attematvas possiveis; ava a organzarzo percent. Pecas de um quebra-cabeca devem ser montadis para formar um objeto completo; avalia a habidade de lidar com re- em pares, um grupo-avo de dois simbolos @ um grupo de pesouisa.O aparece no grupo de pesquisa: aval a velocidad de processameto, bilidades necestis para exlearopadrto observado de 412 « trodugdo&psicologia de Atkinson & gard dade, mas eles sio menos vilidos para predizer 0 sucesso profissional posterior ou o progresso na carreira. Medic das de outras habilidades, como a inteligéncia interpes- soal, podem ajudar a explicar por que algumas pessoas ‘com registros académicos brilhantes infelizmente falham mais tarde na vida, enquanto estudantes inferiores se tornam lideres carismaticos. Portanto, Gardner e seus co- legas propdem avaliagoes justas da inteligéncia (intelli _gence-fair) nas escolas, que permitiriam que as criancas demonstrassem suas habilidades de outras maneiras di- ferentes dos testes com papel ¢ lapis, como montando ‘equipamentos para demonstrar habilidades espaciais (Gardner, 2004) Teoria da inteligéncia e do desenvolvimento cognitivo de Anderson Uma critica sobre a teoria de Gardiner & que os altos ni- veis de habilidade em qualquer uma das muitas inteli- _géncias esto normalmente correlacionados a uma grande habilidade das outras; isto é, nenhuma capacidade inte- lectual especifica ¢ completamente distinta das outras (Messick, 1992; Searr, 1985). Alem disco, o petedlogo Mike Anderson salientou que as inteligencias multiplas de Gardiner nao estdo bem definidas ~ elas sto “is vezes tum comportamento, as vezes um processo cognitivo e as ‘vezes uma estrutura no cérebro” (1992, p. 67). Entio An- derson procurou desenvolver uma teoria baseada na ideia da inteligencia geral proposta por Thurstone e outros. ‘A eoria da inteligencia de Anderson defende que di- ferencas individuais na inteligencia e mudancas de de- senvolvimento na competéncia intelectual sio explicadas por mecanismos diferentes. As diferencas de inteligencia resultam de diferengas no “mecenisme de processamento basico” que execuitam 0 pensamento e que, por sua vez, zeram 0 conhecimento. A velocidade na qual o processa- mento basico ocorre varia de um individuo para outro. Uma pessoa com um mecanismo de processamento basico ‘mais lento tem maior probabilidade de ter dificuldade para adquirir conhecimento do que uma pessoa com um, ‘mecanismo de processamento mais ripido. Isso € 0 ‘mesmo que dizer que um mecanismo de processamento dle velocidade baisa produc baixa inteligencia geral Entéo Anderson observa que ha alguns mecanismos. ccognitivos que no mostram diferencas individuais. Por ‘exemplo, pessoas com Sindrome de Down podem nao ser capazes de somar 2 + 2 e, ainda, assim podem reconhe- ccer que outras pessoas tém crencas e podem agir de acordo com elas (Anderson, 1992). Os mecanismos que propiciam essas capacidades universais sto 0s “médulos”. Cada médulo funciona independentemente, desempe- nando célculos complexos. Os médulos nao sto afeta- dos pelo mecanismo de processamento basico; eles s0 praticamente automaticos. De acordo com Anderson, € 0 amadurecimento de novos médulos que explica 0 au- mento de habilidades cognitivas no curso de desenvol- vvimento, Por exemplo, oamadurecimento de um médulo dedicado a linguagem explicaria o desenvolvimento da habilidade de falar usando periodos completos. ‘Alem dos médulos, de acordo com Anderson, a inte ligencia inclui duas “habilidades espectficas”. Uma dels lida com o pensamento proposicional (expressio mate iitica da linguagem) ¢ 6 outro com funcdes visuais es paciais. Anderson sugere que as tarefas associadas com essas habilidades sao realizadas por “processadores es pecificos”. Diferentemente dos médulos, que realizam’ funcdes muito determinadas, cada um dos processadores especificos lida com uma ampla classe de problemas ou conhecimentos. Também diferentemente dos médulos, 0s processadores especificos sto aletados pelo mece nismo de processamento basico, Um mecanismo de pro cessamento veloz habilita uma pessoa a fazer um uso ais eficaz dos processadores especificos para pontuat ais em testes ealcancar mais realizagdes no mundo rea Assim, a teoria de Anderson da inteligencia sugere duas “rotas” diferentes para o conhecimento. A primera envolve usar 0 mecanismo de processamento basico, que opera por meio de processadores especificos, para ade quirir conhecimento. Na visio de Anderson, iss0 € 0 ‘que queremos dizer com “pensamento” e explica asd ferencas individuais na inteligéncia (que, em sua visio, ‘fo iguais as diferencas de conhecimento). A segunde rota envolve o uso de médulos para adquirir conhed mento. O saber baseado em médulos, como a perce de espaco tridimensional, vem automaticamente s¢ médulo tiver amadurecido o suliciente; ¢ isso explica desenvolvimento da inteligencia. ‘A teoria de Anderson pode ser ilustrada pelo caso ‘um homem de 21 anos, conhecido como MA, que so convulsoes quando era crianca ¢ foi diagnosticado autismo (consulte uma discussao sobre o autismo no pitulo 16). Como adulto, ele nao podia falar obti ‘pontuacdes muito baixas em testes psicomeétricos. No tanto, descobriu-se que ele tinha QI de 128 e uma traordinaria habilidade para detectar niimeros pritns, zendo isso muito mais precisamente do que um cient ‘graduado em matematica (Anderson, 1992), conclu que MA tinha um mecanismo de processa ‘bsico intacto que Ihe permitia pensar em simbolos twatos, mas havia sofrido dano em seus médules li ticos, o que impediu a aquisicao de conhecimentoe municacio cotidianos. Teoria triérquica de Sternberg [Em contraste com a teoria de Anderson, a teoria quica de Sternberg aborda a experiencia e 0 cont além de mecanismos bisicos de processamento de formacao (Sternberg, 1985). Sua teoria tem trés parts subteorias: a subteoria componencial, que lida com; ‘cessos do pensamento; a subteoria experiencial, quel ‘com oy efeitos dc experiencia i iteligentia, €« teoria contextual, que considera os efeitos do ambi eda cultura do individuo. A subteoria mais bem: volvida ¢ a componencial. A teoria componencial considera os componentes do pensamento. Sternberg identificou trés tipos de com- ponentes: 1. Os metacomponentes sio usados para planejar, con- trolar, monitorar e avaliar 0 processamento durante a solucao de problemas, Sternberg (1985) os reclassifi- cou como habilidades analiticas. Por exemplo, se vvocé fosse fazer 0 almoco do Dia de Agio de Gracas, teria que planejar o menu e entao monitorar seu pro- sgresso na obtencio de todos os ingredientes, no pre~ paro de cada prato e em garantir que tudo estivesse pronto para ser servido a0 mesmo tempo. 2 Os componentes de execucao realizam estratégias de resolucio de problemas, Sternberg (1985) agora os chama de habilidades eriativas. Um habilidoso me- cAnico pode usar suas habilidades criativas para des- cobrir um modo para consertar as pecas de um carro ‘que nao esto funcionando. 3 Os componentes de aquisicdo do conhecimento co- dificam, combinam ¢ comparam informag6es durante ‘ curso da resolucio de problemas. Sternberg (1985) agora os chama de habilidades priticas. Voce esta usando suas habilidades de aquisicao de conhect- mento ou priticas a medida que Ie este capitulo e de- ‘ide guardar algumas informagdes na memoria, Esses componentes esti interrelacionados. Cada um entra em cena durante o processo de resolugao de proble- mas, e nenhum deles pode funcionar independentemente. Sternberg exemplifica o funcionamento desses compo- nentes com problemas de analogia do seguinte tipo: Oadvogndo esta para o cliente assim como o médico estd para 0 (a) remédio; () paciente. ‘Uma série de experimentos com tais problemas leva- tam Sternberg a concluir que os componentes criticos eram 0 processo de codificagao e o processo de compara- io. O participante codifica cada uma das palavras da snalogia para formar uma representacio mental da pala~ ‘ra—neste caso, uma lista de atnibutos da palavra que sto resgatados da meméria de longo prazo. Por exemplo, uma representacio mental da palavra “advogado” pode incluir «os seguintes aributos: formado, versado em procedimen- tos legais, representa clientes no tribunal e assim por iante, Uma vez que o participante forma uma represen ‘acto mental de cada palavra na analogia, o processo de comparacdo examina as representacdes procurando atri- butos corresponclentes que solucionem a analogia. Outros processos esto envolvidos nos problemas de analogia, mas Sternberg mostrou que diferencas indivi- dais nessa tarela sto determinadas principalmente pela ficiencia na codificagao e nos processos de comparagao Acvidéncia experimental mostra que os individuos que Inti = 413 tem uma alta pontuacdo em problemas de analogia (can- didatos habilidosos) gastam mais tempo codificando € formam representagdes mentais mais precisas do que os individuos que tem uma baixa pontuacio em tais pro- blemas (candidatos menos habilidosos). Em contraste, durante 0 estagio de comparacio, os candidatos habili- dosos sio mais ripidos do que os menos habilidosos em comparacio de atributos, mas os dois sio igualmente pre= isos. Entio, as melhores pontuacdes no teste dos can- didatos habilidosos sto baseadas no aumento da precisto de seu processo de codificagio, mas o tempo que eles pre- cisam para resolver os problemas € uma mistura com plicada de codificagao lenta € comparagies rapids A subteoria de componencial em si, no da uma expli- cacao completa acerca das diferencas individuats na inte- ligencia. A subteoria experiencial € necesséria para explicar o papel da experiencia no desempenho de inteli- sgéncia, De acordo com Sternberg, diferengas na experién- cia afetam a habilidade para solucionar um problema su- sgerido. Uma pessoa que nao encontrou um conceito ‘especifico anteriormente, como uma formula matematica ‘ou um problema de analogia, tera mats dificuldade em apl- ‘ear esse conceito do que alguém que € experiente em usar ‘© conceito. Desse modo, a experiéncia de um individuo ‘com uma tarefa ou um problema ¢ clasificada em algum lugar em uma sequencia continua que se estende de total ‘mente nova até completamente automatica (isto ¢, total- ‘mente familiar como resultado de uma longa experiencia) ‘Claro, a exposicdo de uma pessoa a conceitos espect- ficos depende muito do ambiente. E ai que a subteoria contextual entra. Essa subteoria esta relacionada com a atividade cognitiva necesséria para se enquadrar em con- textos ambientas especificos (Sternberg, Castejon, Prieto, Hautamaeki e Grigorenko, 2001). Ela enfoca trés pro- ceessos mentais: adaptacio, selegdo € modelagem de am- bientes do mundo real. De acordo com Sternberg, 0 in- dividuo primeiro procura maneiras de se adaptar ou se enquadrar no ambiente. Se nao for possivel se adaptar, 0 \dividuo tenta selecionar um ambiente diferente ou modelar 0 ambiente existente para se enquadrar melhor nele. Um conjuge que € infeliz no casamento pode nao ser capaz de se adaptar as atuais exrcunstancis. Entto ele pode selecionar um ambiente diferente (por exemplo, uma separagio ou um divércio) ou tentar modelar o am- biente existente (por exemplo, por meio de terapia de cx sal) (Sternberg, 1985). Teoria bioecoldgica de Ceci Alguns criticos afirmam que a teoria de Sternberg tem rmuitas partes que nao sio coerentes (Richardson, 1986), ‘Outros dizem que ela nao mostra como a solucio de pro- blemas ocorre em contextos do dia a dia. Outros ainda ressaltam que ela ignora amplamente os aspectos sgicos da inteligencia, Stephen Ceci (1990, 1996) 414» introduc & pscloia de Atkinson & Higard a0 dar muito mais énfase ao contexto ¢ ao seu impacto na resolucio de problemas. A teoria bioecologica de Ceci propde que ha “po- tenciais cognitivos multiplos” em vez de uma unica in- tcligencia geral subjacente ou g. Essas multiplas habili- dades, ou inteligencias, sto biologicamente baseadas nos processos mentais e os limitam. No entanto, 0 seu sur= simento ¢ moldado por desafios e oportunidades no am- Diente do individuo, ou 0 contexto. Na visio de Ceci, o contexto ¢ essencial para a de- ‘monstracio das habilidades cognitivas. Por “contexto” cle quer dizer os dominios do conhecimento ¢ fatores como a personalidade, a motivacao e a educacao. Os contextos podem ser mentais, sociais ou fisicos (Ceci e Roazzi, 1994). Um individuo ou uma populagao especi- fica podem parecer nao ter determinadas habilidades rmentais, mas, se thes for dado um contexto mais inte- ressante ¢ motivador, 0 mesmo individuo ou a mesma po- pulagio pode demonstrar um melhor desempenho. Para ver apenas um exemplo, em um famoso estudo longitu inal com criangas de Ql alto conduzido por Lewis Ter- man (Terman € Oden, 1959), pensava-se que 0 Ql alto fosse correlacionado com grandes realizacdes. Mas uma anilise mais detalhada dos resultados reve- Jou que as criancas de familias de alta renda tornaram- -se adultos mais bem-sucedidos do que criancas de fa- milias de baixa renda. Alem disso, aqueles que se torna- ram adultos durante a Grande Depressio foram menos, bem-sucedidos do que aqueles que se tornaram adultos apés esse periodo, quando havia mais oportunidades de emprego. Nas palavras de Ceci, “O ponto principal... € que 0 nicho ecolégico que um individuo ocupa, in- luindy o desenvolvimento individual e historieo, € u determinante muito mais forte do sucesso profissional e ‘econdmico do que o QI” (1990, p. 62). Ceci também argumenta contra a visto tradicional de ‘que inteligéncia esteja relacionada com a capacidade de pensar de forma abstrata, independentemente da drea e do assunto, Ele acredita que a habilidade de empregar pen- samentos complexos esta relacionada ao conhecimento ‘obtido em contexts ou dominios especificos. Em vez de serem favorecidas com uma capacidade mai nar de forma abstrata, as pessoas inteligentes tém conhe- ‘cimento suficiente em um dominio especifico para habi- liti-las a pensar de uma maneira complexa sobre os problemas daquela area do conhecimento (Ceci, 1990). ‘Ao trabalhar em um dominio especifico ~ programacio de computador, por exemplo -, 0 conhecimento da pessoa aumenta e se torna mais bem organizado. Ao longo do tempo, isso possibilita desempenhos mais inteligentes — programas mais eficientes, por exemplo. Em resumo, de acordo com Ceci, o desempenho inte- lectual do dia a dia ou do mundo real nao pode ser expli- ‘ado apenas pelo QI ou por alguma nogio biolsgica de in- teligéncia geral. Em vez disso, ele depende da interacao entre varios potenciais cognitivos, com uma base de co- de vaciocl- ‘hecimento rica e bem organizada. Por exemplo, uma crianca pode nascer com fortes potenciais cognitivos, mas, se for criada em um ambiente intelectual extremamente fraco, ela podera nunca desenvolver esses potenciais. Um grande estudo longitudinal forneceu evidencias do im- pacto do ambiente sobre © QI. Samerofl ¢ seus colegas (1993) examinaram a relagdo entre o ambiente a0 qua criancas foram expostas no comeco da infanciae seus Ql 08 4 € 13 anos. Quanto maior fosse o nuimero de fators ambientais de risco aos quais uma crtanca fora exposta= como a falta de educacdo ou doenca mental de sua mie, status de minoria (que esta associado ao baixo padrio de vida e escola inferior) ¢ uma familia grande — menor et © Ql da crianca (observe a Figura 12.2), tla do Ql 2054 aras " Mecia do QI 20513 anes Escala de miltiplo isco Figura 12.2.0 impacto do ambiente no Ol. As pesqusas indian ‘quanto maior foro rimero de fatores de sco ans quis as crags ‘expastas, menor endea sr seu Ol. Segundo Samet, 1993) Comparando teorias da inteligéncia ‘As quatro teorias da inteligencia discutidas nesta diferem de varias maneiras (vejaa Tabela de Revisio: Conceitos). Gardner tenta explicar a ampla variedade papéis adultos encontrada em culturas diferentes acredita que essa diversidade no posse zer explicada uma nica inteligencia subjacente e, em vez disso, poe que haja no minimo sete inteligencias diferentes, esto presentes em diferentes combinacoes em cada soa. Para Gardner, uma inteligéncia é uma habilidae solucionar problemas ou criar produtos que tem valor tuma cultura especifiea. Nessa visto, © marinheiro niésio que € especialista em navegacao guiada por est ‘© patinador que consegue executar @ manobra triple eo lider carismatico que consegue motivar uma mult de seguidores sto to inteligentes quanto um cient matematico ou engenheiro. ‘A teoria de Anderson tenta explicar varios aspectos inteligencia ~ nao apenas diferencas individuals, tambem o aumento das habilidades cognitivas comoi SOE oe senvolvimento, a existencia de habilidades especificas ¢ aexistencia de habilidades universais que nio variam de uma pessoa para outra, como a habilidade de ver objewos emirés dimensdes. Para explicar esses aspectos, ele pro- pie a existencia de um mecanismo de processamento ba Pec) eel w 5, sico, equivalente a inteligencia geral de Spearman ou g, Junto com os processadares especificas que lidam com ‘pensamento proposicional e visual e funcionamento es- ppacial, A existencia de habilidades universais ¢ explicada pela nogao de *médulos”, cujo funcionamento depende do amadurecimento. A teoria tridrquica de Sternberg deriva da crenca de aque as teorias anteriores néo esto erradas, mas apenas incompletas. Ela consiste de trés subteorias: a subteoria ‘componencial, que observa os mecanismos internos do processamento de informacoes; a subteoria experiencia, ‘que leva em conta a experiéncia do individuo com uma tarefa ou situagto; e a subteoria contextual, que explora arelacdo entre o ambiente externo e a inteligencia do in- dividuo. A teoria bioecologica de Ceci amplia a teoria de Stem- berg por examinar o papel do contexto com uma pro- fundidade maior. Rejeitando a ideia de uma capacidade ‘geral nica para a solucao de problemas abstratos, Ceci propde que a inteligéncia se baseia em varios potenciais cognitivos. Esses potenciais sio baseados na biologia, mas ‘sua expressio depende do conhecimento que um indi viduo reuniu em um dominio especifico. O conheci- ‘mento ¢ crucial para a inteligéncia, na visio de Ceci. Apesar de suas diferencas, essas teorias tem alguns as- pecios em comum, Todas elas tentam levar em conta a base biolégica da inteligéncia, seja um mecanismo de processamento basico ou um conjunto de inteligéncias ‘miiltiplas, médulos ou potenciais cognitivos. Além disso, trés das teorias dao uma forte énfase aos contextos den- tro dos quais cada individuo trabalha — os fatores am- bientais que influenciam a inteligencia, Assim, o estudo da inteligencia continua a explorara complexa interagao entre os fatores biolégicos e os ambientais que si0 0 foco central da pesquisa psicoldgica hoje em dia, 16 Inodugo psc ja do Atkinson & Higard ‘As iferengas no uso de testes padronizados também refle- tem uleengas nos encase inteigéncia Mutas cultures en fatzam a inteligénca social (Sternberg, 2000) Por exemplo, rmuitas cuturas aricanas enfatizam a partcipagao responsive na familia, a cooperaco € a obediéncia como fatores importan- tos para ainigéncia. No Zmbbue, a pala para “intelien- cia", ngware, na verdade significa ser prudente © cauteloso, especialmente nas reiagbes socials (Stenberg, 2000). Simiar- mente alguns estudos sobre a Cina eTalwan descobiram que 2 competéncia sociale 0 autoconhecimento sao componente ‘importantes da inti, de acordo con os cidados dessa couituras (Stemberg, 2000. E importante notar que cultura a= ceanas e asieas ndo entatzam exclusvamente a Ineigencla social, mas também reconacem a importa das hablidades cognitvas, ‘Com a evolugd, indviduos que foram capazes de se adap- tar as exgéncias de seus ambiente tverem maior probabldade de sobreviverereprodui.Anda hoe, s exigéncas do ambiente ‘modelam quais hablidades as cultures valrizam. Por exemipo, na ree rural do Quénia, 0 confecimento de ens medicals ‘sadas para matar parasitas € essencial para a sobrevvéncia devido& prevalncia va ténia, do ricuro de outras doences. ‘Assim, a8 pessoas cujo conhecimento de envas medicinais 6 ‘grande sto consideradas mult inteligentes nessa cultura Stem berg et al, 2001). Ente os esquimés Yupik amercanos, habili- dads de cag, colhetae pesca so importants para sobreviver, «enldoindviduos que possuem essas habiidades so consi rados inteligentes(Gigorenko et al, 2004), ‘Aus teicos argumentarm que aintigéncia & completa mente igada & cultura e que néo hd dmenstes universals de in telgéncia que possam ser aplicadas a todas as cuuras (ja Priipson, 2007). Outros defendem a dea de que muitos aspoc- tos ca inteigéncia esto ligados @ cutura, mas ha algumas d menses ou habldades bésicas ue 20 universamente valosas para a sobrevinelae 0 sucesso, coma @ habildade de soli rar problemas (Sterberg, 2007), Em todas as cures, 8 pessoas precsam ca capac de rconheoer quando tém um problema,

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