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H.P. Blavatsky
A vontade é posse exclusiva do homem em nosso plano de consciência. Ela o distingue do
bruto em quem apenas o desejo instintivo encontra-se ativo.
O desejo, em sua aplicação mais ampla, é a força criativa do Universo. Nesse sentido, não
se distingue da Vontade; mas enquanto permanecermos apenas homens não conheceremos o
desejo nesta forma. Portanto, Vontade e Desejo são considerados aqui opostos.
Assim a Vontade é o rebento do Divino, Deus no homem; o Desejo, a força motriz da vida
animal.
A maioria dos homens vive no desejo e pelo desejo, confundindo-o com a vontade. Mas
aquele que aspira deve distinguir a vontade do desejo, tornando sua vontade soberana, pois o
desejo é instável e muda sempre, enquanto que a vontade é firme e constante.
A vontade e o desejo são criadores absolutos, formando o próprio homem e seu entorno.
Mas a vontade cria de forma inteligente — o desejo de forma cega e inconsciente. O homem,
portanto, torna-se a imagem de seus desejos, a menos que crie a si mesmo à semelhança do
Divino, valendo-se de sua vontade, que é filha da luz.
Sua tarefa é dupla: despertar a vontade, fortalecê-la pelo uso e pela conquista, torná-la
regente absoluta de seu corpo e, paralelo a isto, purificar o desejo.