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Copa do Mundo domina a mídia

Heloísa Paiva*

Vinte dias antes do início da Copa do Mundo, os espaços publicitários começaram a ser
tomados por um sentimento nacionalista de “a hora é essa, vamos lá Brasil”. Não só isso. O
assessor de imprensa que quisesse emplacar tinha de dar um jeito de associar as ideias de seu
cliente ao grande evento esportivo. Haja criatividade, principalmente quando o cliente fabrica
modems ou software específicos, por exemplo.

Ao término das oitavas de final, ainda temos entre 65% e 70% de todos os noticiários de
rádio e TV, jornais impressos e mídias digitais dedicados à transmissão de jogos e
comentários voltados para o futebol e a África. O restante ainda tem de dar conta das
candidaturas recém-lançadas ao Governo Federal, à nova catástrofe natural (ou será de
infraestrutura?) que assolou os estados de Alagoas e Pernambuco, além dos factuais de
economia, cotidiano, cidades e internacional.

Durante a Copa do Mundo, o risco de um evento importante passar batido é muito alto.
Exemplo disso é a morte do escritor José Saramago e o aniversário de morte de Michel
Jackson, que foram noticiados com certo comedimento. Diz-se que até mesmo o médium
Chico Xavier previu que sua morte aconteceria quando os brasileiros estivessem atentos a
outro evento, transformando o funeral em algo o mais discreto possível – o que aconteceu na
Copa de 2002, depois da vitória do Brasil.

Fato é que nós, assessores de imprensa, sofremos um bocado nessa época. Quem se
sente à vontade, ao final do mês, na hora de constatar queda na divulgação dos clientes? Por
mais que todos tenham amplo acesso à mídia e estejam cientes do impacto da Copa do
Mundo inclusive nos negócios, é natural certo ar de desagrado. Fazer o quê?

Bem, há o que fazer sim. Primeiramente, manter a calma. Depois, juntos – assessoria e
cliente – determinar as pautas mais apropriadas para a época. Se é possível fazer um link com
a Copa do Mundo, tanto melhor. Caso contrário, não vá trabalhar sua melhor pauta, seu
assunto mais quente, quando não há espaço o bastante nos meios de comunicação. As
chances de não alcançar tão bons resultados como em outro período são grandes e ninguém
deveria pagar para ver.

A Teoria da Cauda Longa cai muito bem quando o assunto é relacionamento com a
mídia. Mais vale um trabalho consistente e contínuo que uma grande e singular investida. Ela
certamente terá desdobramentos, mas jornalistas apreciam relacionamentos de confiança,
aquela sensação de poder contar com uma fonte segura, sempre disposta a atendê-lo no
finalzinho do segundo tempo, faltando pouco para o editor fechar a matéria.

Portanto, mesmo quem não viu grandes resultados neste período deve ter a certeza de
que sua marca e sua imagem vêm sendo trabalhadas publicamente, a fim de conquistar cada
vez mais credibilidade, confiança, e, principalmente, a admiração da imprensa, dos parceiros
e fornecedores, da concorrência e do consumidor final.

*Heloísa Paiva é jornalista e diretora da Press Página Projetos de Comunicação

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