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Em cada indivíduo que nasce reside uma inocência que a vida cuida de desfazer
à medida que o peso do mundo se mostra. A pureza da infância rima com alegria,
autenticidade e tendência à benevolência e ao amor. Quando descremos na
humanidade por suas incessantes demonstração de ódio, intolerância e destrutividade,
recorremos à doce imagem das crianças que dá sentido e brilho a um mundo
selvagemente adulto e sem ternura.
Por acreditarem que não há justiça ou beleza neste mundo se julgam no direito
de atacar o encantamento dos púberes que preservam tais idéias e comportam-se
como tal. Por invejar a alegria simples da infância que já não conseguem atingir, fazem
por destruí-la a fim de se assegurar que ninguém puro permanecerá.
A inocência traz consigo suave alegria que assegura a saúde em um corpo que
pulsa em uníssona harmonia. Sua perda abre uma fenda na alma que conduzirá ao
fatal adoecer. Quando inocentes, caminhamos com tranqüilidade. Porém perdida esta
condição, o andar torna-se cauteloso e calculado. O olhar que brilha torna-se
desiludido, triste e distanciado. A terna receptividade dá lugar ao cinismo e já não há
mais expectativas em receber nada dos outros que não sejam mentiras, manipulações
e abusos.