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NEGÓCIOS FINANCEIROS
GESTÃO FINANCEIRA
INTRODUÇÃO
Tutoria a Distância
ÍNDICE GERAL
EMENTA
I
ntrodução às finanças corporativas. Matemática financeira: juro simples,
desconto, juro composto, series uniformes, valor presente liquido e taxa
interna de retorno, equivalência de fluxos de caixa e sistemas de amortização.
Análise das demonstrações financeiras: demonstrações contábeis, análises
horizontal e vertical e índices econômico-financeiros das empresas. Alavancagem
operacional e financeira. Decisão de Investimento de Capital: métodos de avaliação.
- Fluxo de caixa de projetos: estimativas de fluxo de caixa, análise de risco. - Custo
de Capital: custo de capital próprio e de terceiros, custo médio ponderado de capital,
valor econômico agregado. - Estrutura de Capital: Modigliani e Miller. Teorias da
estrutura de capital, risco do negócio e risco financeiro, estrutura de capital ótima. -
Fontes de financiamento de longo prazo: capital próprio, títulos de renda fixa,
debêntures, operações bancárias e BNDES. - Administração Financeira de Curto
Prazo: administração de caixa e necessidade de capital de giro.
CARGA HORÁRIA
60 horas.
CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO
Os alunos serão avaliados com base nos seguintes critérios:
40% avaliação a distância.
60% avaliação presencial.
GESTÃO FINANCEIRA
TEMA A
Tutoria a Distância
ÍNDICE
OBJETIVOS
INTRODUÇÃO
O ADMINISTRADOR FINANCEIRO
A figura do administrador financeiro é fundamental para a gestão de uma
empresa. Ocupa, geralmente, cargo de diretoria ou alta gerência.
O objetivo da administração financeira é a maximização do valor da
empresa para os acionistas. Para atingir esse objetivo, a empresa necessita de um
administrador apto a tomar decisões acertadas. Esse executivo deve colocar o
interesse da empresa acima de seus próprios interesses pessoais, evitando conflitos
de interesses.
É importante ressaltar que a maximização de valor é algo a ser perseguido a
longo prazo, sem se preocupar com lucros imediatos apenas. Toda e qualquer
decisão deve ser tomada no sentido de gerar aumentos de riqueza sustentáveis,
sem que decisões gerenciais de curto prazo, visando à elevação de lucros, venham
a implicar perdas no futuro. Por exemplo, o não-pagamento de leis sociais aos
empregados pode gerar resultados no curto prazo, mas expõe a empresa a passivos
de longo prazo, que poderão acarretar importantes perdas aos acionistas no futuro.
O trabalho de gestão financeira de uma companhia é bastante complexo e
deve ser encarado dentro da ótica de maximização do valor para o
acionista/proprietário. A seguir, alguns aspectos importantes:
• Planejamento estratégico e suas implicações para o planejamento financeiro:
toda empresa deve ter um objetivo estratégico a ser atingido. Esse objetivo
tem conseqüências na administração financeira da empresa. Cabe ao
administrador financeiro organizar seu trabalho para que os objetivos maiores
da empresa sejam atingidos da forma mais eficiente possível.
• Demonstrativos financeiros e avaliação de performance: a utilização de
indicadores financeiros obtidos de fontes tais como balanços e
demonstrativos gerenciais permite ao administrador financeiro acompanhar o
desempenho da empresa e direcionar ações corretivas para que seus
objetivos sejam atingidos.
• Administração do capital de giro: clientes, fornecedores, funcionários e
impostos: o dia-a-dia da empresa envolve recebimentos e pagamentos. Uma
empresa que pague seus compromissos antes de receber suas vendas pode
enfrentar dificuldades de caixa. O capital de giro proporciona a folga
financeira para que todos os compromissos sejam saldados e a empresa
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema A 9
possa comprar matérias-primas, produzir, estocar e vender sem passar por
dificuldades.
• Decisões de investimento: sem investimento a empresa não cresce, deixando
espaço para que os concorrentes o façam. Para investir, entretanto, faz-se
necessário avaliar o retorno, levando em conta o risco incorrido. É um
momento crucial na administração financeira: obter no mínimo o justo prêmio
pelo risco que se corre em um investimento.
• Decisões de estrutura de capitais: equacionamento das proporções de dívida
e de capital próprio. As empresas pagam impostos. A utilização de capital de
terceiros (dívida) pode ser vantajosa para as empresas, já que elas podem
deduzir os juros pagos da sua renda tributável. Esse fator torna relevante a
determinação do grau de endividamento da empresa, de modo a se obter o
benefício fiscal.
• Decisões de financiamento: o financiamento depende do relacionamento com
bancos, investidores, agências governamentais. A empresa deve ser capaz
de fornecer as informações que permitam sua análise de risco para a
obtenção de linhas de financiamento ou investimento direto por meio da
compra de ações.
• Política de dividendos: os acionistas se preocupam com a rentabilidade de
seu investimento. Dessa forma, a obtenção de bons lucros e dividendos pesa
na sua decisão de investir nesta ou naquela empresa. Uma política clara de
distribuição de lucros torna o relacionamento com os acionistas mais claro e
estável, evitando oscilações bruscas nas cotações das ações da empresa.
• Criação de valor para o acionista: além dos dividendos, o ganho de capital,
resultado da valorização das ações em bolsa, é importante para os acionistas.
Entretanto, para que o mercado avalie bem uma companhia, é necessário
que ela gere valor em suas atividades. O reinvestimento de lucros, por
exemplo, pode ser uma forma de geração de valor, já que os resultados dos
novos investimentos deverão gerar maiores lucros no futuro, remunerando
melhor os acionistas.
• Avaliação de negócios para aquisição: há circunstâncias em que as empresas
em expansão necessitam adquirir outras empresas. O administrador
financeiro deve ter muito cuidado nesse momento, na avaliação dos negócios
a serem adquiridos. Um preço elevado demais pode reduzir o valor da
empresa, em vez de ser um bom negócio.
O estudo de finanças corporativas abrange as decisões a serem tomadas
pelo administrador financeiro. As principais decisões podem ser resumidas na Figura
a.1 a seguir:
Dividendos
Empresa
Fornecedor • Estoques CLIENTE
• Máquinas e
equipamentos
• Funcionários
• Máquinas,
equipamentos e
prédios • Debêntures (títulos de
• Investimentos Fontes de dívida de longo prazo)
• Diferido (benfeitorias Financiamento • Financiamentos de
em imóveis longo prazo – BNDES
alugados, por • Patrimônio Líquido
exemplo) Ativo (capital dos sócios)
Permanente
3. FONTES DE FINANCIAMENTOS
A necessidade de capital para o financiamento das operações de longo prazo
das empresas é suprida pela captação de recursos ou pela utilização de recursos
gerados internamente. As empresas utilizam várias maneiras distintas de
financiamento:
1. Financiamento Interno – retenção de lucros;
2. Financiamento Externo por meio de dívida – capital de terceiros;
3. Financiamento Externo por meio de emissão de ações – mercado de
capitais: emissões primárias, particulares ou públicas;
4. Financiamento Externo por meio de instrumentos híbridos, que mesclam
dívida e capital próprio (obrigações conversíveis em ações, por exemplo).
4. VALOR DA EMPRESA
O valor da empresa pode ser apresentado de diversas formas:
1. Valor contábil: é o patrimônio líquido contábil;
2. Valor de mercado: é o valor que o mercado paga pela empresa, quer em
bolsa de valores, mercado de balcão, ou venda direta a interessados;
3. Valor presente líquido: é o valor presente obtido após o desconto dos
futuros fluxos de caixa esperados a uma taxa que corresponda ao custo
do capital da empresa;
4. Valor de liquidação: é o valor dos ativos da empresa no caso de
encerramento do negócio, após o pagamento de todas as suas
obrigações.
As empresas que possuem uma visibilidade maior no mercado, geralmente de
capital aberto, negociadas em bolsa de valores, são mais facilmente avaliadas.
Dessa forma, seus acionistas têm melhor noção de valor de seu investimento.
Para a obtenção de valor, é necessário que se saiba o custo do capital da
empresa.
RESUMO DO TEMA
Neste tema vimos que o objetivo da empresa é a maximização de valor para
os seus acionistas. Para essa maximização, a empresa deve otimizar a captação de
recursos de modo a permitir seus investimentos. Foram apresentadas as decisões
de finanças corporativas e a importância estratégica da decisão de financiamento.
TERMOS-CHAVE
1. Maximização de Valor para os Acionistas
2. Decisão de financiamento
3. Balanço
4. Ciclo de vida da empresa
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 1997.
ROSS, S.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de administração
financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
GESTÃO FINANCEIRA
TEMA B
Tutoria a Distância
ÍNDICE
CASO INTRODUTÓRIO
OBJETIVOS
É objetivo deste módulo a fixação dos conceitos de juros simples e
compostos, bem como a compreensão do importante conceito de valor do dinheiro
no tempo. Além disso, são discutidos os seguintes tópicos: conceitos de valor
presente, futuro e desconto de contas a receber; capitalização em períodos;
prestações uniformes; análise e comparação de fluxos de caixa; sistemas de
amortização.
Os juros são também utilizados para a tomada de decisão de investimentos.
Serão apresentados o método da Taxa Interna de Retorno e o do Valor Presente
Líquido.
INTRODUÇÃO
O Brasil é um País em que os juros são muito elevados. Nas operações de
curto prazo, especialmente, os juros são elevadíssimos. Existe uma acentuada
assimetria entre o que se pode auferir aplicando recursos próprios em fundos de
curto prazo ou caderneta de poupança e o que se paga de juros em cheque
especial, cartões de crédito etc. Dessa forma, o estudo de matemática financeira é
muito importante na formação dos executivos que lidam com captação e aplicação
de recursos.
JUROS
Juros: O que representam? Estão associados ao risco de um investimento. O
conceito de risco está sempre presente em finanças. A possibilidade de desvios em
relação às previsões realizadas constitui o risco. Um investidor que aplique seus
recursos em um produto financeiro deve analisar a solidez da instituição antes de
tomar sua decisão. Juros elevados, acima do mercado, freqüentemente são sinal de
1. JUROS SIMPLES
1.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS
Principal: capital sobre o qual incide a taxa de juros cobrada.
No caso dos juros simples, o cálculo dos juros é feito apenas sobre o principal
– capital inicial. Os juros simples não são somados ao capital para o cálculo dos
novos juros dos períodos seguintes. Desse modo, o crescimento do capital é linear.
Não há capitalização – os juros não se transformam em capital.
A Figura b.1 ilustra a situação.
Capitalização Simples
250
200
200 190
180
170
160
150
Capital (R$)
150 140
130
120
110
100
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Anos
PV FV
i i i i i i
0 1 2 ... n-2 n-1 n
PV FV
d d d d d d
n n-1 n-2 ... 2 1 0
O valor presente, PV, resultante do desconto “por fora” sobre o montante FV,
a uma taxa de desconto, “d”, será:
Capitalização Composta
300
259
250 236
214
195
200
177
Capital (R$)
161
146
150 133
121
110
100
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Anos
PV FV
i i i i i i
0 1 2 ... n-2 n-1 n
FV = PV (1 + i )
2
Observações:
• PMT não participa deste problema, devendo ter o valor registrado como zero.
• FV está em destaque porque este é o parâmetro que buscamos.
• Na HP-12C esta célula indica que a tecla referente a FV é a última a ser
acionada.
• Na planilha Excel esta célula é a que recebe o “=FV”.
• Assume-se que tanto a HP quanto o Excel estão ajustados para série PMT,
postecipada (pagamentos ou recebimentos ao final de cada período – para
isso, basta pressionar na HP a tecla azul g END).
• Na HP, é sempre recomendável, antes de iniciar cálculos com as teclas
financeiras, pressionar a tecla amarela f CLEAR FIN. Isso garante que
números que haviam sido arquivados na memória da máquina, relativos a
exercícios anteriores, sejam erroneamente utilizados no novo cálculo.
• Entradas de caixa (+) e saídas de caixa (-).
Exemplo b.9: Qual o valor acumulado ao final de cinco anos, capitalizado a
juros compostos, com taxa de 10% a.a. a partir de investimento inicial de R$ 1200?
n = 5 anos; i = 10%a.a.; PV = R$ 1.200
PMT = 0
FV = ?
n i PV PMT FV
5 10 -1.200 0 1.932,61
PV = R$ 920,03
Desconto “por dentro”:
Dd = FV – PV = 1.100 – 920,03 = R$ 179,97
Exemplo b.11: No diagrama a seguir, o montante de R$ 1.000 colocado no
final do quarto mês deve ser capitalizado e descontado à taxa de 1,5% ao mês, no
regime de juros compostos.
$=?
1.000
$=?
0 1 2 3 4 5 6 7 meses
(+) $ 1.000 FV = ?
0 1 2 3 4 5 6 7 meses
(0) (1) (2) (3)
PV = ? FV = $ 1.000
0 1 2 3 4 5 6 7 meses
(0) (1) (2) (3) (nova escala)
Na nova escala, $ 1.000 fica colocado no ponto 3 e deve ser tratado como um
valor FV, que deve ser descontado três meses para atingir o final do primeiro mês
(mês 0 na nova escala).
Utilizando-se a HP-12C ou a planilha Excel, temos:
n i PV PMT FV
3 1,50 956,32 0 -1.000
3. TAXAS DE JUROS
A premissa das funções financeiras utilizadas na HP-12C e no Excel é a de
que a unidade referencial de tempo das taxas de juros e dos períodos de
capitalização seja a mesma.
Por exemplo, uma taxa de 6% ao ano pressupõe que a capitalização se dê
em períodos de um ano. Se fosse ao mês, a capitalização deveria ser mensal.
Entretanto, as taxas nem sempre são apresentadas de modo a satisfazer
essa condição. Quando isso ocorre, é necessária uma adequação, como veremos a
seguir.
im = (1,10 )
1 / 12
− 1 = 1,007974 − 1 = 0,007974 = 0,7974% ao mês
(1 + i a ) = (1 + i m )12 = (1 + 0 , 75 % )12
i a = (1, 0075 ) − 1 = 1, 093807 − 1 =
12
0 , 093807 = 9 , 3807 % ao ano
(1 + ia ) = (1 + it ) = (1 + 0,0225% )
4 4
(1 + ia ) = (1 + is ) = (1 + 4,5% )
2 2
Como, ao se aplicar 100, obtemos 109,203, a taxa efetiva anual implícita para
capitalização semestral é de 9,203% ao ano.
Observação: pode-se constatar que, a partir da taxa nominal, quanto menor
for o período de capitalização, mais capitalizações ocorrerão, e maior será a taxa
anual efetiva implícita. Portanto, deve-se tomar o cuidado, ao fechar uma operação
com base em taxas anuais, de verificar qual a taxa efetiva implícita.
(1 + ia ) = (1 + im ) = (1 + 0, 41667% )
12 12
(1 + iN ) n
(1 + iR ) n = (equação b.18)
(1 + iinf ) n
(1 + 0 , 012 )
(1 + i R ) = = 1 , 00596
(1 + 0 , 006 )
FV=?
0 1 2 n
PMT´s
(1 + i ) n − 1
FV = PMT Equação b.19
i
A expressão pode ser calculada na HP-12C ou Excel a partir de i, n e PMT.
Exemplo b.24: Que valor futuro você obterá a partir do depósito de seis
prestações anuais, iguais e sucessivas de R$ 5.000 em um fundo que rende 10% ao
ano?
0 1 2 3 4 5 6
PMT=$5.000
Solução:
n = 6 anos; i = 10% ao ano; PMT = $ 5.000; PV = 0
FV = ?
Com HP-12C ou Excel:
n i PV PMT FV
6 10 0 -5.000 38.578,05
PMT =? FV
i i i i i
0 1 2 .... n
i
PMT = FV Equação b.20
(1 + i )
n
−1
Exemplo b.25: Para o fluxo de caixa a seguir, determinar o valor dos seis
depósitos mensais, iguais e sucessivos, que produzirão o montante de $ 5.000 no
final do sexto mês, imediatamente após o último depósito. Esses depósitos serão
remunerados a uma taxa de 12% ao ano, capitalizados mensalmente.
PMT = ? FV = 5.000
i i i i i i
0 1 2 3 4 5 6
(1 + i )n − 1
PV = PMT n
(equação b.21)
i (1 + i )
PV = $ 11.255,08
Exemplo b.27: Qual o preço à vista de um carro que pode ser comprado com
uma entrada de R$ 4.500 e 36 prestações mensais, iguais e sucessivas de R$ 599?
A taxa de juros do financiamento é de 1,99% ao mês.
Solução: primeiramente, deve-se calcular o valor presente do fluxo de
prestações.
n = 36 meses; i = 1,99% ao mês; PMT = 599; FV = $ 0; PV = ?
Com HP-12C ou Excel:
n i PV PMT FV
36 1,99 15.292,36 -599 0
PV PMT = ?
i i i i i i
i (1 + i )n
PMT = PV ( equação b.22 )
(1 + i )n
− 1
PMT = R$ 301,92
Exemplo b.30: Um carro pode ser comprado à vista por R$ 25.000. A
concessionária lhe propõe uma entrada de R$ 4.000 e o financiamento do restante
em 24 meses, com prestações iguais e juros de 1,8% ao mês. Qual o valor das
prestações?
Solução: Primeiramente, deve-se achar o valor a ser quitado pelas
prestações: R$ 25.000 – R$ 4.000 = R$ 21.000.
n = 24; i = 1,8% ao mês.
n i PV PMT FV
24 1,8 -21.000 1.085,30 0
40.000
10.000 12.000 18.000 PMT ?
i=1,35%
Entrada R$ 40.000.
Observações: nos 180 meses haverá prestações a serem pagas; as
intermediárias serão pagas nos meses 6, 12 e 18, além das prestações desses
meses.
Deve-se trazer a valor presente as intermediárias:
PV6 = ? valor presente da intermediária do mês 6
n i PV PMT FV
6 1,35 9.226,94 0 10.000
PV6 = R$ 9.226,94
PV12 = ? valor presente da intermediária do mês 12
n i PV PMT FV
12 1,35 10.216,36 0 12.000
PV12 = R$ 10.216,36
PV18 = ? valor presente da intermediária do mês 18
n i PV PMT FV
18 1,35 14.139,85 0 18.000
PV18 = R$ 14.139,85
A soma dos valores presentes das três intermediárias é R$ 33.583,15.
Dessa forma, na data zero, o valor a ser quitado apenas pelas prestações
será:
R$ 200.000 – R$ 40.000 –R$ 33.583,15 = R$ 126.416,85
50.000
10.000 20.000 PMT = ?
i = 1,3% a.m.
Entrada R$ 50.000.
Deve-se trazer a valor presente as intermediárias:
PV6 = ? valor presente da intermediária do mês 6
N i PV PMT FV
6 1,3 9.254,29 0 10.000
PV6 = R$ 9.254,29
PV24 = ? valor presente da intermediária do mês 24
N i PV PMT FV
24 1,3 14.669,09 0 20.000
PV24 = R$ 14.669,09
A soma dos valores presentes das duas intermediárias é R$ 23.923,38.
Dessa forma, na data zero, o valor a ser quitado apenas pelas prestações
será:
R$ 250.000 – R$ 50.000 – R$ 23.923,38 = R$ 176.076,62
A partir desse valor é que as prestações deverão ser calculadas:
n i PV PMT FV
144 1,3 -176.076,62 2.711,06 0
R
FC1 FC2 FC3
FCn
0 1 2 3 ... n
n
FCt R
VPL = − I + ∑ +
t =1 (1 + i ) (1 + i )
t n
onde:
I é o investimento inicial,
FCt é o fluxo de caixa líquido na data “t”,
i é o custo de capital definido (taxa de juros) pela empresa, também
denominada taxa mínima de atratividade (TMA), e
R é o valor residual do projeto ao final do período de análise.
Se o VPL for positivo, então teremos que na data zero o valor presente de
todos os futuros fluxos de caixa descontados à taxa “i” será maior do que o de todo o
capital investido. Dessa forma:
• o capital investido é recuperado
• a remuneração do investimento atende à taxa de atratividade da empresa
– “i”, e
• o projeto ainda gera um lucro extra que, na data zero, a valor presente, é
representado pelo VPL.
A decisão de investimento com base no método do valor presente líquido é
simples e pode ser resumida da seguinte forma:
VPL › 0, o projeto é aceito,
VPL = 0, é indiferente aceitar ou não (pode-se aceitar, pois atende à
remuneração exigida pelo capital da empresa),
VPL ‹ 0, o projeto é rejeitado.
Observação: aceitar ou rejeitar um projeto também depende de questões
mercadológicas, estratégicas, entre outras. Um projeto com VPL negativo poderá ser
interessante sob esse ponto de vista, e, de forma análoga, um projeto com VPL
positivo poderá não ser interessante. Em finanças, os valores positivos e negativos
do VPL devem ser comparados com o valor do investimento inicial, para que se
tenha uma noção do quanto representam realmente.
0 1 2 anos
-100
Observações:
a. FV = (-) 121 porque o sinal tem de ser trocado em relação ao de PV.
b. O valor presente da parcela de $ 121 do final do segundo ano,
descontado a 8%, é (+) $ 103,74.
c. A parcela de $ 103,74 no ponto zero é equivalente, à taxa de 8% a.a., à
grandeza futura de $ 121 no final do segundo ano.
d. Quem investir $ 103,74 para receber $ 121, no final de dois anos, estará
fazendo um investimento a uma taxa de 8% a.a. Como o investimento
inicial foi de $ 100, esse investimento foi remunerado com uma taxa
superior a 8% a.a.
O valor presente líquido do fluxo de caixa, com taxa de 8% ao ano, é:
VPL = (-)$ 100 + (+) $ 103,74 = $ 3,74.
Exemplo b.36: No fluxo do problema anterior, determine o valor presente
líquido para a taxa de desconto de 12% a.a.
Solução:
a. VPL para 12% ao ano.
Devemos descontar a parcela futura:
n i PV PMT FV
2 12,00 96,46 0 -121
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 tempo (anos)
320.000
0 1 2 3 4 5 6 anos
Tempo
1.800.000
Solução com HP-12C:
f clear fin
1.800.000CHS g CF0
450.000 g CFj
5 g Nj
720.000 g CFj
18 i%
f NPV -126.062,33
Dessa forma, o projeto não deve ser realizado, pois não atingiu o mínimo, que
seria VPL = 0.
850.000 R=700.000
0 1 2 3 4 5 6
3.000.000
i = 18,5% ao ano
6
850.000 700.000
VPL = −3.000.000 + ∑ +
(1 + 0,185) (1 + 0,185 )
t 6
t =1
Dessa forma, como o VPL›0, o projeto deve ser aceito e o investimento será
totalmente recuperado, e a sua riqueza aumentará em R$ 188.054,38 na data zero
(considerando a taxa de 18,5% ao ano), o que é um lucro extra.
Exemplo b.41: Qual o valor presente líquido do investimento em uma
franquia, nas seguintes condições?
• investimento inicial = reforma do ponto comercial + fundo de comércio
(luvas) + taxa de franquia = R $300.000;
• fluxos de caixa livres mensais esperados: R$ 5.000;
• ciclo de vida do projeto: oito anos;
• valor residual: 15% do investimento inicial;
• custo do capital para esse projeto: 18% ao ano.
Solução: primeiramente, deve-se converter a taxa anual para taxa mensal
equivalente:
Utilizando a fórmula b.17:
(1 + im ) = (1 + ia ) = (1 + 0,18) = 1,18
12
0 1 2 ... 95 96
300.000
i = 1,389% ao ano
Ou seja, após lançar todo o fluxo na HP para o cálculo do VPL, basta teclar f
IRR (intern rate of return, taxa interna de retorno) que o cálculo é realizado.
Exemplo b.43: Você está analisando um projeto de investimento que possui
os seguintes fluxos de caixa anuais após os impostos:
Anos Fluxos de Caixa (R$)
0 (1200)
1 170
2 360
3 490
4 700
A partir daí, altera-se apenas a taxa, por meio de “taxa” i e f NPV, e os VPLs
para cada taxa vão sendo exibidos.
Da tabela dos VPLs pode-se traçar o gráfico: o ponto assinalado pela seta é
correspondente à taxa interna de retorno, de 13,04%.
400
200
VPL
0
0 5 10 15 20
-200
-400
Taxa de Desconto
VPL = 0 = −100 +
( 230) −
(132 )
(1 + TIR ) (1 + TIR )2
O problema admite como solução TIR = 10% e TIR = 20% ao ano, o que é
inaceitável como base para uma decisão em finanças. Se plotarmos o VPL em
função das taxas, verificaremos que ele é positivo entre 10 e 20 % e negativo abaixo
de 10% e acima de 20%. Portanto, pode ser utilizado como método de decisão, ao
contrário da TIR, neste caso.
Exemplo b.49: Você recebe um projeto de investimento para analisar. Os
fluxos de caixa estão representados no diagrama a seguir.
0 1 2 3 4 anos
200.000 200.000
i = 10% ao ano
Solução:
f clear fin
200.000 CHS g CF0
150.000 g CFj
130.000 g CFj
200.000CHS g CFj
30.000 g CFj
10 i
fNPV -85.970,90
f IRR Erro 3
20,00
TIR = 1,5875%
VPL
0,00
0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0%
(20,00)
(40,00)
Taxa de Desconto
Plano B:
n i% PV PMT FV
4 8,00 264,97 -80 0
4 8,00 735,03 0 -1.000
Soma 1.000
Plano C:
n i% PV PMT FV
4 8,00 -1.000 -301,92 0
As somas dos valores presentes dos pagamentos feitos por cada plano são
as mesmas: R$ 1.000. Quando isso ocorre, diz-se que os planos são equivalentes.
Os planos apresentados nesse exemplo são equivalentes a 8% ao ano, e não serão
equivalentes com qualquer outra taxa de desconto.
RESUMO DO TEMA
Este tema apresentou os conceitos de juros simples e compostos e o conceito
de valor do dinheiro no tempo. Além disso, foram discutidos os seguintes tópicos:
conceitos de valor presente, futuro e desconto de contas a receber; capitalização em
períodos; prestações uniformes; análise e comparação de fluxos de caixa; sistemas
de amortização. Modelos de tomada de decisão de investimento, Taxa Interna de
Retorno e Valor Presente Líquido foram apresentados.
TERMOS - CHAVE
1. Juros simples
2. Juros compostos
3. Valor presente
4. Valor futuro
5. Prestações
6. Sistemas de amortização
7. Valor presente líquido
8. Taxa interna de retorno
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
LAPPONI, Juan Carlos. Avaliação de projetos de investimento: modelos em Excel.
Lapponi Treinamento e Editora Ltda., 1996.
PUCCINI, Abelardo. Matemática financeira objetiva e aplicada. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 2000.
ROSS, Stephen A.; Randolph W. Westerfield; Bradford, Jordan. Princípios de
administração financeira. São Paulo: Atlas, 2003.
GESTÃO FINANCEIRA
TEMA C
Tutoria a Distância
ÍNDICE
1. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Ativo Passivo
CIRCULANTE CIRCULANTE
• Disponibilidades • Empréstimos/Financiamentos
• Aplicações financeiras • Contas a pagar
• Contas a receber • Outros
• Estoques
• Outros EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
• Empréstimos/Financiamentos
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO • Provisões
• Contas a receber • Outros
• Outros
RESULTADO DE EXERCÍCIOS
PERMANENTE FUTUROS
• Investimentos
• Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO
• Diferido • Capital Realizado
• Reservas
• Lucros (Prej.) acumulados
• Lucro (Prej.) do exercício
ATIVO PASSIVO
(INVESTIMENTOS) R$ (FINANCIAMENTOS) R$
(BENS E DIREITOS) (OBRIGAÇÕES)
• Bens numerários disponíveis xx Recursos de Terceiros 60.000
• Aplicações financeiras xx • Dívidas em geral
• Estoque de mercadorias ou xx
Produtos
• Estoque de materiais de xx Recursos dos 40.000
consumo Proprietários
• Contas a receber xx (ou Patrimônio
Líquido)
• Imóveis xx • Capital social,
reservas,
• Máquinas e xx • Lucros (Prej.)
equipamentos acumulados
• Instalações xx
• Móveis e utensílios xx
• Veículos xx
• Outros bens e direitos xx
TOTAL 100.000 100.000
Estrutura Patrimonial
Ativo Passivo
Capital de Terceiros = 1.200
Bens + Direitos = 1.000
Capital Próprio = (200)
Questões:
a. Qual é a diferença entre receita e ingresso?
b. E entre ganho e receita?
c. Custo e despesa são a mesma coisa?
d. E a diferença entre perda e despesa?
e. Que é um gasto? É também sinônimo de despesa?
f. E o desembolso? É uma despesa, um custo ou um gasto?
g. Se o termo gasto for precedido pelos termos investimento, custo, despesa
ou perda, existe coerência? Exemplo: gasto com investimentos; gasto
com custos; gasto com despesas e gastos com perdas.
h. Investimento e custo são coisas diferentes ou um integra o outro?
i. Que é investimento?
j. Gasto com custo ou custo com gasto?
k. Custos com investimentos ou gastos com investimentos?
Após a conclusão às respostas as questões, faça uma leitura dos conceitos
descritos nas páginas que se seguem, envolvendo as diferenciações entre receita,
ganho, ingresso, gasto, investimento, custo, despesa, desembolso, perda, bem
como suas relações com o operacional e o não-operacional de uma empresa,
estendendo-se ainda à questão dos ativos também nessas relações. A seguir
compare suas respostas com os conceitos básicos de cada termo.
Ganho:
• Bem2 ou serviço obtido de forma anormal ou involuntária.
Ingresso:
• Sentido Global - Entrada de bens e direitos na estrutura patrimonial de
uma entidade.
• Sentido Restrito - Recebimento de bens numerários resultantes do
processo de gestão da estrutura patrimonial de uma entidade
Gasto:
• Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um
produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou
promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).
Gastos:
• A vista.
• A prazo.
• Por tipo: Investimentos, Custos, Despesas, Perdas
Investimento:
• Gasto ativado em função da sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a
períodos futuros Custo:
• Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e
serviços.”
Despesa:
• Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de
receitas.
Desembolso:
• Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço.
Perda:
• Bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária. Ativos:
• Operacionais - Bens e direitos vinculados aos objetivos sociais da
entidade.
Estrutura Patrimonial
Ativo Passivo
(Investimentos) (Financiamentos)
Liquidez Seca: Se o estoque não valesse nada, a empresa Ativo Circ. - Estoques
ainda poderia pagar seus compromissos de _______________________
curto prazo? É um índice mais seguro da Passivo Circulante
solvência do que a liquidez corrente.
Giro de Estoque: Com que rapidez o estoque é vendido ao Custo do Mat Vendido
longo do ano? Em geral, quanto maior melhor, _______________________
mas deve ser analisado também em relação Estoque Médio
ao histórico da empresa e das outras do
ramo.
Endividamento: Que proporção dos recursos totais da Passivo Cir+ Longo Prazo
empresa foram emprestados por terceiros? _______________________
Ativo Total
Margem: Mostra a rentabilidade bruta dos produtos Vendas - Custo Mat Vend.
vendidos. _______________________
Vendas
Vendas Vendas
Giro C / R = _________________
Î C/R= _________________
C/R Giro C / R
Compras Compras
Giro C / P = _________________
Î C/P= _________________
C/P Giro C / P
CMV CMV
Giro Estoque = _________________
Î Estoque = _________________
Demonstração de Resultados
Índices de Rentabilidade:
Índices de Rentabilidade:
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
IUDÍCIBUS, Martins Eliseu, GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de contabilidade das
sociedades por ações. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
ROSS, STEPHEN A., WESTERFIELD, RANDOLPH W. & JAFFE, JEFFREY F.
Administração Financeira - Corporate Finance. 2º ed., São Paulo: ed. Atlas, 2002.
MARTINS, ELISEU & ASSAF NETO, ALEXANDRE. Administração financeira. 1º ed.,
10º tiragem : São Paulo, Atlas, 1996.
IUDÍCIBUS, SÉRGIO DE. Teoria da contabilidade. 7º ed., São Paulo: Atlas, 2004
______________ Análise de balanços. 7º ed., 3º tiragem, São Paulo: ed. Atlas, 1998.
GESTÃO FINANCEIRA
TEMA D
Tutoria a Distância
ÍNDICE
OBJETIVOS
Aprender a analisar os benefícios da alavancagem operacional e financeira;
Aprender a calcular a estrutura de capital ótima;
Aprender a definir uma decisão de financiamento estratégica
INTRODUÇÃO
A lavancagem é a utilização de ativos operacionais e/ou financeiros, com
custos fixos, com o objetivo de aumentar o retorno dos acionistas.
A alavancagem se insere no conceito de maximização de valor para o
acionista. Uma adequada utilização de ativos de terceiros a custos fixos proporciona
benefícios fiscais que tornam o negócio mais rentável sob o ponto de vista dos
acionistas.
A alavancagem operacional também se relaciona com o risco. Se uma
empresa tem, por exemplo, de pagar aluguéis sobre imóveis que utiliza no seu
negócio, ela pode deduzir essa despesa do seu lucro tributável. Entretanto, deverá
pagá-los mesmo que seu resultado não seja bom. Dessa forma, o risco para os
acionistas será maior do que se ela trabalhasse apenas com imóveis próprios.
Da mesma forma, a alavancagem financeira eleva o risco para os acionistas.
O pagamento obrigatório de juros, independentemente das vendas realizadas,
constitui um risco de dificuldades financeiras.
Adiante serão apresentados formalmente os conceitos, juntamente com
diversos exemplos.
Figura d.1
Nota-se que, para o intervalo analisado, a situação alavancada estará sempre
melhor do que a não alavancada. Entretanto, isso não ocorrerá sempre dessa
maneira. A inclinação do gráfico para a situação alavancada é maior do que para a
situação alternativa. Isso demonstra que seu risco é maior, já que ela mede a
sensibilidade do retorno para os acionistas em relação a variações no nível de
vendas.
O Exemplo d.2 a seguir apresenta uma situação em que somente vale a
pena alavancar a partir de um determinado nível de vendas.
Exemplo d.2: A empresa Gama está estudando uma proposta de venda de
ativos para um investidor que deseja alugá-los a ela. Dessa forma, reduziria seu
Patrimônio Líquido, devolvendo dinheiro aos acionistas. O valor dos ativos
envolvidos é de R$ 500.000,00. O Patrimônio Líquido atual é de R$ 1.000.000,00.
Para alugar os ativos à empresa, o investidor quer uma remuneração anual de R$
90.000,00.
A alíquota de Imposto de Renda é de 25%.
A empresa trabalha com custos variáveis de 40% do volume de vendas, e
custos fixos de R$ 15.000,00 por ano.
Para ajudar na tomada de decisão, desenvolveu três cenários para suas
vendas:
9 Pessimista: R$ 200.000,00
9 Esperado: R$ 300.000,00
9 Otimista: R$ 400.000,00
Solução: O primeiro passo é a confecção, para cada situação, dos
Demonstrativos de Resultados de cada cenário:
25,00%
Rentabilidade Patrimonial (LL/PL)
20,00% 20,25%
16,88%
15,00% Sem Alavancagem
Operacional
12,38% Com Alavancagem
11,25%
10,00% Operacional
7,88%
5,00%
2,25%
0,00%
200.000,00 300.000,00 400.000,00
Vendas (R$)
8000
Perda
6000
4000 Ponto de equilíbrio operacional
Custo
2500
operacional
2000 fixo
3. ALAVANCAGEM FINANCEIRA
Quando uma empresa utiliza capital de terceiros, a custo fixo (juros), na sua
composição de capital, ela está realizando a alavancagem financeira. A
alavancagem financeira pode e deve ser utilizada para maximizar os resultados para
os acionistas.
Chama-se de estrutura de capital a proporção entre capital próprio
(acionistas) e capital de terceiros (dívida) e o capital total (soma dos dois). A
definição da estrutura de capital de uma empresa é uma decisão estratégica muito
importante.
O Exemplo d.4 ilustra a tomada de decisão de estrutura de capital.
Exemplo d.4: Uma empresa deseja decidir entre duas estruturas de capital:
1. 100% de capital próprio, com Patrimônio Líquido de R$ 1.000.000,00
dividido em 1.000.000 ações cotadas a R$ 1,00 cada.
2. 60% de capital próprio, com Patrimônio Líquido de R$ 600.000,00,
dividido em 600.000 ações cotadas a R$ 1,00 cada; e R$ 400.000,00 em
dívida, a um custo de 13% ao ano.
A empresa trabalha com três cenários: seu LAJIR esperado é de R$
150.000,00. O pessimista é de R$ 100.000,00 e o otimista, de R$ 180.000,00. O IR é
de 25%. Qual das duas estruturas de capital é a mais adequada para o LAJIR dado?
E nos outros cenários?
Solução: Monta-se primeiro o demonstrativo de resultados.
Cenário Cenário
Esperado s/ Esperado c/
alavancagem alavancagem
LAJIR 150.000,00 150.000,00
Juros pagos 0,00 52.000,00
Lucro Antes de IR (LAIR) 150.000,00 98.000,00
IR (25%) 37.500,00 24.500,00
Lucro Líquido (LL) 112.500,00 73.500,00
Patrimônio Líquido (PL) 1.000.000,00 600.000,00
Rentabilidade Patrimonial 11,25% 12,25%
(RoE) = LL/PL
Lucro por Ação (LPA=LL/No
Ações) R$ 0,1125 0,1225
0,18
0,16 0,16
0,14
0,135
Lucro Por Ação - LPA (R$)
0,12 0,1225
0,1125
0,1
0,08
0,075
0,06 0,06
0,04
0,02
0
100.000,00 150.000,00 180.000,00
LAJIR (R$)
RESUMO DO TEMA
Este capítulo tratou da alavancagem, que pode ser operacional, financeira ou
combinada. Dependendo da situação das vendas, dos cenários escolhidos e dos
resultados da rentabilidade para os acionistas, a estratégia de alavancagem pode
ser bem interessante. Em um País como o Brasil, onde a tributação é bastante
acentuada, a obtenção de benefícios fiscais por meio da alavancagem serve bem
aos propósitos de maximização de valor para os acionistas.
TERMOS-CHAVE
1. Alvancagem operacional
2. Alavancagem financeira
3. Rentabilidade patrimonial
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 1997.
ROSS, S.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de administração
financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
GESTÃO FINANCEIRA
TEMA E
Tutoria a Distância
ÍNDICE
Empresa
Empresa Acionista
distribui
investe Investe
Dividendos
Figura 2Custo de Oportunidade de Capital
A taxa de desconto é determinada basicamente pelo custo de oportunidade
do capital que a empresa pretende investir no projeto. Suponha uma empresa que
possui uma oportunidade de investir em um projeto. Por simplicidade, vamos supor
que esta empresa não tem dividas nem credores, e, portanto, a totalidade do seu
capital é formada pelos recursos dos seus acionistas. Como podemos ver na Figura
2, a empresa sempre tem a alternativa de distribuir este capital para os acionistas e
deixar que eles mesmos invistam estes recursos no mercado financeiro em ativos de
risco semelhante.
Os acionistas apenas concordarão em deixar o seu capital com a empresa se
eles tiverem a expectativa de receber através do projeto um retorno igual ou superior
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema E 110
ao que eles poderiam estar recebendo no mercado financeiro. Se a rentabilidade
esperada do projeto for menor do que a rentabilidade que o acionista pode obter in-
vestindo diretamente, o acionista não precisa da empresa, pois podem obter os seus
ganhos investindo diretamente no mercado. Nesse caso, a empresa estaria otimi-
zando o retorno dos seus acionistas se distribuísse esse capital como dividendos e
deixasse os acionistas procurarem as suas próprias oportunidades de investimento.
Obviamente, a própria existência da empresa só tem sentido se no longo prazo ela
consegue criar oportunidades de investimentos em projetos que tenham um retorno
maior do que os seus acionistas conseguem obter por si mesmo.
Valor Presente Líquido (VPL)
O critério de decisão de investimento adotada anteriormente é conhecido co-
mo o critério do Valor Presente Líquido, ou critério do VPL. Embora existam outros
critérios de decisão, este é o mais indicado por diversos motivos, entre os quais:
• Reconhece o valor do dinheiro no tempo;
• Não é afetado por técnicas contábeis;
• Reflete o aumento de riqueza para o acionista;
• VPL's podem ser somados;
• Depende somente dos fluxos de caixa e do custo de oportunidade.
Payback
O período de Payback é o tempo necessário para que os fluxos de caixa posi-
tivos cubram os investimentos realizados no projeto, e é normalmente expresso em
anos. É calculado usando os fluxos de caixa nominais. Quando é utilizado o valor
presente dos fluxos de caixa, este critério é chamado de Payback Descontado. A
empresa define previamente um prazo máximo para que o projeto reponha o custo
dos investimentos necessários, sendo que este prazo é chamado de período de cor-
te. A decisão é tomada comparando-se o Payback do projeto com o período de corte
adotado pela empresa, sendo aceitos todos aqueles que apresentarem um Payback
menor do que o período de corte. Este critério era o mais utilizado antes da introdu-
ção do VPL, mas caiu em desuso devido às inúmeras desvantagens que ele apre-
senta em comparação com o VPL:
• O Payback ignora todos os fluxos de caixa posteriores ao período de corte.
• O uso de um mesmo período de corte pode levar uma empresa a aceitar
muitos projetos de curto prazo, mas que não maximizam sua riqueza.
• A data de corte reflete interesses de curto prazo e não o aumento de ri-
queza do acionista.
A principal vantagem do Payback é que ele é um método simples e fácil de
calcular. Além disso, dá uma indicação rudimentar do risco do projeto. A conseqüên-
cia do uso deste critério, no entanto, pode ser um alto grau de investimento no curto
prazo e a não maximização do valor para o acionista.
Taxa Interna de Retorno
Para a maioria dos projetos onde a empresa investe um capital inicial e ime-
diato para a sua implantação em troca de uma série de fluxos de caixa futuros, o va-
lor do VPL diminui à medida que aumentamos a taxa de desconto destes fluxos, po-
dendo inclusive chegar a ficar negativo se a taxa for suficientemente alta. Na Figura
3, podemos ver a variação do VPL em função da taxa de desconto para um projeto
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema E 111
que requer um investimento de $100.000 e que gera um fluxo de caixa anual de
$35,000 durante cinco anos.
80.000
60.000
VPL 40.000
20.000
0
0% 10% 20% 30% 40%
-20.000
-40.000
Taxa de Desconto
0 1 TIR VPL
B 30% 39,13
(300) 390
O projeto A apresenta uma TIR mais alta, mas o projeto B é melhor, pois é o
que apresenta o maior VPL.
2. Projetos com mais de uma alternância de sinal do fluxo de caixa: De-
vido a esta característica, esse tipo de projeto, que é típico de projetos do
mercado imobiliário, pode apresentar diversas Taxas Internas de Retorno,
ou mesmo não apresentar nenhuma. Essas taxas múltiplas, embora ma-
tematicamente corretas, não tem significado financeiro relevante para o
processo de decisão de investimento.
A Figura 4 mostra um projeto que apresenta três taxas internas de retorno dis-
tintas: 2.1%, 14,4% e 29,0%. Nesses casos, este critério não deve ser utilizado por
não ser confiável.
20,000
15,000
10,000
VP 5,000
L 0,000
0% 10% 20% 30% 40%
-5,000
-10,000
-15,000
-20,000
Taxa de Desconto
Figura 4: Um caso de Múltiplas TIR
3. Projetos de longo prazo: Em projetos longos, pode haver diversos custos
de oportunidade de capital. Como a TIR é uma só para todo o projeto, não
fica claro contra qual custo de oportunidade deve-se compará-la. É ques-
tionável que uma taxa fixa para todos os períodos seja representativa de
um fluxo de caixa avaliado por diferentes custos de oportunidade.
O motivo desta discrepância decorre da premissa da taxa de reinvestimento
embutida no critério da TIR. Ao contrário do VPL, a TIR assume que os fluxos de
caixa gerados durante a vida útil do projeto serão reinvestidos à taxa da TIR, o que é
incorreto. Este problema se agrava com os projetos de longo prazo, e mais freqüen-
temente quando a diferença entre o custo de capital do projeto e a TIR for grande,
levando a uma superestimação do real retorno do projeto. Devido a essas premis-
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema E 113
sas, na verdade, o critério da TIR só dá o real retorno do projeto quando não existem
fluxos de caixa intermediários, mas apenas um fluxo de caixa único a receber ao fi-
nal do projeto. O uso indiscriminado da TIR para qualquer situação pode levar a em-
presa a tomar decisões de investimento não ótimas.
Taxa Interna de Retorno Modificada
O método da TIR pressupõe que a empresa dispõe de outros projetos igual-
mente rentáveis em que poderá investir os fluxos de caixa intermediários gerados
pelo projeto corrente. Ao fazer isso, a TIR credita ao projeto corrente os benefícios
destes outros projetos. Mas na prática, nenhum projeto futuro será analisado com
taxa maior do que o custo de capital da empresa, portanto a taxa correta de reinves-
timento é o próprio custo de capital da empresa, o que faz com que a premissa bási-
ca da TIR seja incorreta. Em contraste, o critério do VPL considera que o projeto
conseguirá obter apenas um retorno igual ao seu custo de oportunidade de capital, o
que pode ser obtido, por exemplo, simplesmente distribuindo dividendos e/ou amor-
tizando dívidas.
Para solucionar este problema, existe o critério da Taxa Interna de Retorno
Modificada (TIRM), que evita esses problemas. Nele, os fluxos negativos são trazi-
dos a valor presente, enquanto que os fluxos positivos são levados a valor futuro no
último período do fluxo. Com os valores concentrados no instante zero e no período
final, o cálculo da taxa interna se torna fácil e direto. Observe que muitas vezes, para
levar os fluxos positivos para o seu valor futuro no período final, é mais fácil concen-
trá-los todos no instante zero, para depois projetá-lo para o instante final.
Ex.: Calcule a TIR e a TIR modificada para o seguinte fluxo de caixa. Adote
uma taxa de desconto de 14%:
0 1 2 3 4 TIR VPL
21.86% 6.619
(40.000) 16.000 16.000 16.000 16.000
VP (14%) Entradas = 46.619,40
VF (14%) Entradas = 78.738,30
VP(14%) Saídas = (40.000)
Fluxo final:
0 1 2 3 4 TIRM
18.45%
(40.000) 78.738
O retorno efetivo deste projeto será de 18.45%, e não 21.86% como indicado
inicialmente pela TIR.
Projeto A 1 2 3 4 5 6
Vendas 1.000 1.050 1.100 1.200 1.300 1.450
Despesas à vista (700) (745) (790) (880) (970) (1.105)
Depreciação (200) (200) (200) (200) (200) (200)
LAIR 100 105 110 120 130 145
Fluxo de Caixa
R$ 1.000
Projeto A 1 2 3 4 5 6
LAIR 100 105 110 120 130 145
Depreciação 200 200 200 200 200 200
Investimento de Capital (600) 0 0 (600) 0 0
Fluxo de Caixa (300) 305 310 (280) 330 345
Figura 5: Projeto A
Dessa forma, podemos calcular o VPL deste projeto descontando este fluxo
de caixa para o ano zero à taxa de 10% para obter um valor de $420.650,00.
Projeto B 1 2 3 4 5 6
Vendas 1.000 1.050 1.100 1.200 1.300 1.450
Despesas à vista (700) (745) (790) (880) (970) (1.105)
Depreciação (200) (200) (200) (200) (200) (200)
LAIR 100 105 110 120 130 145
Fluxo de Caixa
Projeto B 1 2 3 4 5 6
LAIR 100 105 110 120 130 145
Depreciação 200 200 200 200 200 200
Investimento de Capital (200) (200) (200) (200) (200) (200)
Fluxo de Caixa 100 105 110 120 130 145
Figura 6: Projeto B
O projeto A vale menos que o projeto B porque a empresa investe capital
mais cedo, o que acarreta um custo maior, sem que se obtenha nenhuma vantagem
por isso, pois os níveis de vendas e lucros não se alteram. Nesse caso, uma visão
meramente contábil ignora esses custos de capital, que só são computadas no mé-
todo do fluxo de caixa descontado.
OPÇÕES REAIS
O método do fluxo de caixa descontado parte da premissa que um projeto se-
rá executado imediatamente ou nunca. No entanto, muitos projetos apresentam fle-
xibilidades que os gerentes utilizam para efetuar mudanças e alterações nas opera-
ções do projeto que afetam os fluxos de caixa subseqüentes, ou até mesmo a sua
vida útil esperada. Essas modificações no projeto são realizadas à medida que no-
vas informações se tornam disponíveis e incertezas se resolvem e podem levar o
gerente a adiar, expandir, suspender, reduzir ou até interromper um projeto caso se
torne necessário e o projeto tenha suficiente flexibilidade para isso. Como represen-
tam opções sobre ativos reais, essas flexibilidades do projeto passaram a ser co-
nhecidas como opções reais.
As implicações para a valoração de projetos é que um projeto pode ter um va-
lor maior do que o valor determinado pelo método do fluxo de caixa descontado
quando existe flexibilidade gerencial e incerteza a respeito dos fluxos futuros. Nesse
caso, a regra de decisão do método do FCD precisa ser modificada para incluir o va-
lor das opções reais do projeto, Dessa forma, ficamos com:
2 http://www.valuebasedmanagement.net/methods_dcf.html
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema E 117
A utilização em larga escala do Payback, apesar das suas desvantagens, está
relacionada ao fato de ser um método tradicional e por ser de simples entendimento
e aplicação. Para decisões freqüentes e de pequena monta, tomadas em escalões
menores da empresa, o método é atraente porque é simples de aplicar. À medida
que as decisões crescem em importância e valor, porém, esse método tende a ser
abandonado em favor do VPL.
A utilização de métodos menos sofisticados de análise cresce em ambientes
de grande incerteza e risco, pois se os fluxos futuros do projeto nesses casos são
difíceis de estimar com precisão, não há vantagem em utilizar métodos sofisticados
em fluxos de caixa inexatos. Um exemplo disso é a indústria do cinema, onde é ex-
tremamente difícil estimar os retornos que um filme poderá vir a dar, e também na
avaliação de projetos de inovação tecnológica devido ao altíssimo risco e incerteza
sobre as projeções futuras. Muitos destes projetos apresentam a maior parte do seu
valor associado a opções reais, impossíveis de serem valoradas pelo método do
FCD, como a opção de lançar um segundo filme derivado se o primeiro for um su-
cesso, ou a opção de crescimento de uma empresa criadora de uma tecnologia de
ponta, cujo prognostico futuro é impossível de se prever. Para esses casos, a valo-
ração só pode ser feita através de métodos de valoração de opções.
A prática nos mostra também que os métodos de fluxo de caixa descontado
são mais utilizados em indústrias onde as projeções de fluxo de caixa são mais con-
fiáveis e quando os valores envolvidos são mais relevantes.
Em ambientes de grande incerteza que fazem com que a determinação dos
fluxos futuros fique comprometida, esses métodos são menos úteis, e portanto, me-
nos utilizados.
Por outro lado, quando viáveis, as projeções de fluxo de caixa podem ser tra-
balhosas e complicadas de fazer, portanto, é importante evitar desperdiçá-las com
métodos de avaliação inferiores. A utilização de outros métodos que não esse, se
necessária, deve ser realizada com grande cautela, sempre considerando as limita-
ções de cada um, e avaliando a relação custo/beneficio do método escolhido. Méto-
dos como os de fluxo de caixa descontado são muito mais trabalhosos e de aplica-
ção mais difícil que os métodos simples como o Payback, mas às vezes é melhor
utilizar um método simples para decisões não críticas da empresa do que não utilizar
método algum.
RESUMO DO TEMA
Neste tema vimos que o objetivo da empresa é a criação de valor para os
seus acionistas, e que essa criação de valor ocorre quando a empresa investe em
projetos que gerem fluxos de caixa maiores do que o seu custo de investimento. Di-
versos métodos existem para determinação de valor de um ativo, projeto ou empre-
sa. Os métodos de fluxo de caixa descontado oferecem importantes vantagens so-
bre os métodos contábeis ou mesmo métodos pouco sofisticados como o método do
Payback. Foram mostrados como calcular cada um dos critérios de investimento e
como tomar decisões com base nos seus resultados. Para ser eficaz, um critério de
investimento deve poder determinar não só se um projeto é um bom investimento,
mas também orientar o gerente na escolha do melhor projeto sempre que houver
mais de uma oportunidade de investimento disponível. Apesar do critério da Taxa
Interna de Retorno ser largamente utilizado, apenas o critério do VPL atende a estas
duas exigências, e por esse motivo, é um dos conceitos mais importantes em finan-
ças. Vimos que o critério da TIR apresenta alguns problemas que podem levar a
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema E 118
empresa a tomar decisões não ótimas em relação aos seus projetos de investimen-
tos, portanto, este método deve ser utilizado com cuidado e sempre em conjunto
com o critério do VPL ou da TIRM.
TERMOS-CHAVE
• Decisão de investimento
• Índice de lucratividade
• Método das opções reais.
• Método de fluxo de caixa descontado
• Métodos contábeis
• Métodos de avaliação de projetos
• Métodos de múltiplos
• Payback
• Projetos mutuamente exclusivos
• Taxa de desconto
• Taxa interna de retorno
• Taxa interna de retorno modificada
• Valor presente líquido
BIBLIOGRAFIA
DAMODARAN, Aswath; Avaliação de Investimentos: Ferramentas e Técnicas para a
Determinação do Valor de Qualquer Ativo. Rio de Janeiro, Quality Mark Editora,
1997.
COPELAND, Tom; KOLLER, Tim; MURRIN, Jack; Avaliação de Empresas –
“Valuation”: Calculando e gerenciando o valor das empresas. McKinsey &
Company, Inc. São Paulo, Makron Books, 2000.
BREALEY, R.; MYERS, S. C.; Principles of Corporate Finance; Sixth Edition, USA,
McGraw Hill, 1999.
ROSS, Stephen; WESTERFIELD, Randolph W.; JAFFE, Jeffrey F. Administração
Financeira, Editora Atlas S.A. São Paulo, 1995.
BENNINGA, Simon; SARIG, O.; Corporate Finance: A Valuation Aproach; USA,
McGraw-Hill, 1997
GESTÃO FINANCEIRA
TEMA F
Tutoria a Distância
ÍNDICE
1 Grover, Ron: “The Disney Touch: How a daring management team revived an entertainment
empire”, Richard D. Irwin, Inc,1991.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema F 122
cassete. Frank Wells, no entanto, argumentava que os clássicos eram alguns dos
ativos mais valiosos que a empresa possuía, mas se não os usasse, de que valiam?
Os executivos da Disney sabiam que os números eram confusos. Estimava-
se que a continuar com a política atual, os quatro próximos lançamentos de
Pinocchio no cinema poderiam gerar $75 milhões de dólares líquidos para a
empresa nos próximos 28 anos. Ao observar, no entanto, que o valor presente
dessa estratégia era menos de $25 milhões, comparado com os quase $100 milhões
do lançamento em vídeo, a proposta de lançar o filme em vídeo foi finalmente
vencedora.
INTRODUÇÃO
O método mais recomendado para a valoração de ativos é o fluxo de caixa
futuro gerado pelo projeto ao longo da sua vida útil, conforme foi feito pela Disney
para calcular o valor de Pinocchio, descontado a uma taxa apropriada. Veremos
nesse tema quais os critérios que devem se adotados na elaboração desse fluxo de
caixa, a sua importância e as dificuldades de se fazer projeções futuras.
No caso do Pinocchio, o vídeo foi lançado em 1985 com resultados
medíocres, tendo sido vendidas apenas 300.000 cópias, bem abaixo das
estimativas, o que acabou por gerar apenas $9 milhões para a Disney ao invés dos
$100 milhões previstos. Foi só em 1988, depois de várias tentativas que a Disney
chegou à marca prevista de 7.5 milhões de cópias e $100 milhões de dólares de
receita com o lançamento de Cinderella. E em conseqüência da decisão de investir
no projeto de vídeo com Pinocchio, a Disney acabou por se tornar a maior empresa
de vídeos do mundo, atingindo quase um terço do mercado mundial em 1993. A
premissa dos executivos da Disney de que lançamentos em cinema e vídeo eram
projetos mutuamente exclusivos, revelou-se também infundada.
Fluxos Discretos
Figura 1: Representação dos Fluxos de Caixa
Os investimentos iniciais são considerados como ocorrendo no instante zero,
e todos os demais fluxos ao final do seu período correspondente. Essa simplificação
obviamente introduz um pequeno erro na análise, pois considera que os fluxos
ocorrem mais tarde do que a realidade, e isto faz com que os VPLs computados
sejam um pouco menores que deveria, na maioria dos casos. Esse erro, no entanto,
é pequeno e não compromete os resultados da análise, especialmente se levarmos
em conta as vantagens que essa simplificação traz para os cálculos.
Sabemos que o método recomendado para a avaliação de projetos é o valor
presente do fluxo de caixa gerado ao longo de toda a sua vida útil. Projeções de
fluxo de caixa e projeções de lucro contábil são coisas bem distintas e devemos
saber diferenciar os dois para evitarmos alguns erros comuns na análise de projetos.
Além disso, veremos que apenas os fluxos de caixa incrementais são relevantes
para a decisão de aceitar ou rejeitar um projeto.
ERROS DE PREVISÃO
A estimativa dos fluxos de caixa futuros é a etapa mais crítica, e também a
parte mais difícil de todo o processo de análise. Para a grande maioria dos projetos,
os fluxos de caixa devem projetados muitos anos à frente e em ambiente de grande
incerteza. Mesmo que um projeto tenha sido elaborado com todos os cuidados e
seguindo todos os preceitos recomendados, existe sempre a possibilidade de
ocorrer erros na estimativa dos fluxos de caixa futuro. Diversos estudos mostram
que em geral, os gerentes tendem a ser excessivamente otimistas com relação ao
projeto em análise, subestimando custos e superestimando as receitas que o projeto
pode vir a gerar no futuro. Por esse motivo, não é suficiente saber que um projeto
apresenta VPL positivo, precisamos ir um pouco mais fundo e determinar os motivos
pelo qual isso ocorre.
Como pode o gerente financeiro saber se as projeções de fluxo de caixa do
seu projeto estão corretas? Como pode ele se assegurar de que o VPL positivo que
seu projeto apresenta reflete um projeto realmente lucrativo, e que não é apenas
fruto de uma projeção excessivamente otimista?
Num mercado perfeito, as forças competitivas do mercado equilibram os
preços fazendo com que no longo prazo todas as empresas (e seus projetos)
apresentem VPL zero. Se uma indústria é rentável, as empresas que estão nela irão
se expandir e as empresas que estão fora irão entrar nesse mercado, aumentando a
oferta e causando uma redução de preço.
Enquanto a indústria for rentável, esse processo vai continuar deprimindo os
preços cada vez mais, até que essa indústria deixa de ser rentável. Nesse ponto, ela
atinge o seu equilíbrio, e todas as empresas do setor apresentam VPL zero. Existem
vários exemplos disso, como a evolução do mercado de microcomputadores tipo PC,
que veio de um mercado pulverizado com altos preços e mais de 500 fabricantes em
1990 para uma situação atual de baixos preços e fabricação concentrada em
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema F 133
algumas poucas grandes empresas. Mais recentemente, temos o exemplo do
mercado de telefonia, onde empresas extremamente lucrativas na década de 90
viram as suas margens de lucro desaparecerem devido ao excesso de oferta no
mercado.
Dentro dessa ótica, todos os projetos de investimento deveriam apresentar
VPL zero. De onde vem então a rentabilidade das empresas? Uma empresa ágil
pode sair na frente e conseguir ganhos temporários enquanto o mercado não atinge
o seu equilíbrio de longo prazo, ou então, ela pode possuir alguma vantagem que
lhe diferencie das outras empresas, e que lhe permitirá usufruir retornos positivos
durante períodos mais longos, ou até que seus concorrentes se igualem a ela. Essa
vantagem pode ser um produto ou serviço de qualidade superior, uma tecnologia
mais avançada, uma patente, um monopólio, uma marca conhecida, um custo de
produção mais baixo, um produto original, ou outros. Esse fator de diferenciação da
empresa em relação aos seus concorrentes é o que chamamos de vantagem
competitiva da empresa, e é o que possibilita a existência de projetos com VPL
positivo.
Um projeto com VPL zero é aquele que cobre seu custo de oportunidade. Um
projeto com VPL maior do que zero é aquele que oferece uma vantagem competitiva
para a empresa, através do qual ela cria algo que é percebido como de valor para os
seus clientes e retém os lucros decorrentes disso. Um dos problemas principais da
análise de projetos de investimento é saber se o projeto em questão, através de
alguma vantagem competitiva, gera realmente esse valor para os clientes, e o
quanto disso a empresa consegue reter para si.
Intel e o chip de memória
Em 1974 a Intel desenvolveu e lançou no mercado a primeira memória
semicondutora de estado sólido para computadores, que veio depois a ser
conhecido como o “chip de memória” e tornou-se a pioneira e principal empresa
deste mercado auferindo grande crescimento e lucros nos anos que se seguiram.
Dez anos depois, no entanto, surgiram diversas outras empresas, principalmente
japonesas, que após dominar a tecnologia necessária, passaram a inundar o
mercado com produtos melhores e mais baratos. Impossibilitada de competir em
com os japoneses, a Intel viu sua situação se deteriorar até que ela foi forçada a
abandonar de vez esse mercado. A empresa havia perdido a sua vantagem
competitiva na fabricação de chips de memória, e em conseqüência, esses projetos
deixaram de ter VPL positivo.
Sem alternativa, a Intel passou a se dedicar apenas aos chips de CPU, mais
complexos, mas que representava um mercado muito menor. Com o advento dos
microcomputadores tipo PC, esse mercado cresceu, e com maciços investimentos
de capital ela estabeleceu uma posição de liderança nessa nova tecnologia,
tornando-se a maior empresa do setor. Essa posição, no entanto, não é garantida.
Para se manter sempre um passo à frente dos seus concorrentes ela precisa
continuar investindo bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento de novos
produtos, pois sabe que seus projetos só terão VPL positivo enquanto ela mantiver a
sua vantagem tecnológica sobre os seus concorrentes.
ANÁLISE DE RISCO
Vimos que a realidade do fluxo de caixa de um projeto às vezes diverge das
previsões realizadas, podendo acarretar conseqüências danosas para a empresa.
Esse potencial para apresentar resultados diferentes do esperado é o risco do
projeto.
As empresas obviamente têm interesse em avaliar os riscos de um projeto
antes e não depois de investir nele, pois dessa forma pode decidir a priori se os
possíveis retornos que o projeto proporcionará justificam e compensam os eventuais
prejuízos que ele poderá trazer para a empresa.
O risco é um componente imutável da vida empresarial tal qual impostos e
acionistas. Cabe à empresa, no entanto, decidir quais os riscos que quer assumir, e
quais prefere evitar. Para tanto, ela precisa de uma metodologia para descobrir e
avaliar os riscos inerentes aos seus projetos de investimento, para então poder
tomar uma decisão consciente. Nesse caso, a empresa poderá decidir assumir ou
não os riscos de investir no projeto. Com isso, pretende-se evitar que uma vez
decidida a aceitação de um determinado projeto, a empresa seja surpreendida
durante a sua execução com problemas graves e inesperados que nunca haviam
sido objeto de análise anterior, e que se conhecidos, teriam influído na decisão de
investir no projeto. Assumir riscos, sem saber que se está fazendo isso, é o caminho
mais rápido para o desastre.
Mesmo considerando que o gerente de análise de um projeto tenha todos os
dados de fluxo de caixa e taxa de desconto à mão, ainda assim é necessário que ele
entenda por quais motivos o projeto poderia falhar. Uma vez de posse dessas
informações, ele pode avaliar se o custo para reduzir essas incertezas se justifica.
Talvez despender mais recursos em pesquisa de mercado permitisse definir
melhor a aceitação de um novo produto pelos consumidores, ou uma despesa maior
em pesquisas geológicas e sísmicas preliminares reduzisse as incertezas que
cercam um projeto de perfuração de um poço de petróleo.
A identificação dos riscos e incertezas que o projeto apresenta permite
analisar alternativas e maneiras de lidar com eles, ou mesmo decidir desistir do
projeto casos esses riscos sejam muito altos. Uma vez identificadas as incertezas,
pode-se tentar avaliar seus efeitos no projeto, e daí decidir se vale a pena resolvê-
los ou não.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema F 135
A avaliação de risco implica em entender a essência do projeto, ao contrário
de apenas manipular os seus números. É necessário sempre se perguntar o que
pode dar errado, e quais seriam as conseqüências disso.
Análise de Decisões
Tomar decisões significa optar entre diversas alternativas. A maneira como
tomamos decisões depende das circunstâncias em que ela ocorre e da nossa
própria experiência, mas elas podem ser divididas em três tipos: decisões
programadas, decisões instintivas e decisões tomadas através da análise formal.
As decisões programadas são utilizadas largamente em situações simples em
que há muita repetição e poucas alternativas a considerar. Situações rotineiras
como, por exemplo, decidir que caminho tomar para se ir do trabalho para casa
geralmente não são analisadas conscientemente, pois são feitas de um modo
automático, ou programado.
Com o tempo, a experiência permite ao indivíduo criar “regras” eficientes e
eficazes para resolver problemas rotineiros, sem ter que se dar ao trabalho de todo
um processo decisório associado. Esse tipo de problema se presta inclusive ao
desenvolvimento de regras e decisões programáveis em computador para aplicação
automática. Muitos processos de fabricação industrial têm sido automatizados
através da programação em computador da “experiência” dos mestres e
engenheiros responsáveis, assim como um computador poderia ser programado
para decidir a melhor rota para levá-lo para casa.
A decisão instintiva é aquela em que decidimos automaticamente, mesmo não
dispondo de uma experiência prévia baseada na repetição da mesma decisão. A
decisão aqui é baseada no conjunto de toda a experiência do indivíduo, sendo
algumas mais relevantes do que outras. Existem várias situações em que tomamos
decisões instintivas. Uma delas é quando a urgência de tempo não permite
utilizarmos outro método, como, por exemplo, quando um pedestre atravessa a rua à
frente do seu carro, e você precisa decidir se desvia para a direita, para a esquerda
ou se freia. Outro exemplo é o do gerente que tenha que tomar decisões imediatas
na mesa durante uma sessão de negociações. A extensão da utilizado de decisões
instintivas depende tanto da situação e do problema quanto do indivíduo que toma a
decisão, sendo que alguns gerentes possuem um estilo gerencial em que preferem
basear a maioria das suas decisões no seu instinto.
A outra alternativa para a tomada de decisões que não é nem automática nem
totalmente instintiva, é através da utilização da análise formal. De alguma forma os
prós e contras de cada alternativa são investigados e analisados, e ouvem-se a
opinião de “peritos” no problema e suas recomendações são ponderadas. Modelos
dos problemas são construídos e analisados. Recorre-se à análise formal em
situações de problemas não estruturados, caracterizadas pelo seu ineditismo, pela
sua complexidade e pela grande variação entre resultados possíveis. Ao contrário
dos problemas repetitivos que podem ser resolvidos através de decisões
programadas, existem situações únicas ou situações que ocorrem tão raramente,
que não existem procedimentos ou regras pré-determinadas que nos permitam lidar
com eles de uma forma automática. Mesmo assim, e embora não sejam freqüentes,
essas decisões são muitas vezes cruciais para o sucesso de uma empresa e,
portanto, essa decisão não pode ser subestimada. O que diferencia a utilização da
análise formal nessas decisões dos métodos programados ou instintivos, é o esforço
consciente e metódico direcionado à determinação da decisão apropriada.
VPL
Pessimista Caso Base Otimista
Quantidade Vendida (15.000) 85.000 140.000
Preço de Venda (124.000) 85.000 235.000
Custo de Capital 81.000 85.000 88.000
Figura 8
Árvores de Decisão
Diagramas de decisão ou árvores de decisão são representações gráficas das
relações entre várias alternativas de decisão e seus possíveis resultados. As árvores
de decisão permitem o exame das diversas alternativas de uma decisão e seus
efeitos. São atribuídas probabilidades às conseqüências de uma decisão. As árvores
têm a vantagem de representarem graficamente essas interações de uma maneira
simples e intuitiva. Elas devem ser mantidas simples, pois se desdobram facilmente,
ficando complexas e de difícil manejo. Nos anos recentes, diversas ferramentas
computacionais foram desenvolvidas com o objetivo de facilitar e automatizar o
processo de construção e análise de árvores de decisão, facilitando
consideravelmente o seu manejo e permitindo a construção de árvores
extremamente complexas.
As árvores de decisão têm uma convenção simples, onde as decisões e
incertezas do projeto são representadas por nós na árvore, com os galhos
representando as alternativas escolhidas ou o resultado da resolução da incerteza.
Os nós são representados por um quadrado ou circulo, conforme seja uma decisão
ou uma incerteza, conforme ilustrado na Figura 9.
Decisão
Incerteza
Figura 9
Investir no Projeto
Distribuir Dividendos
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
t = 42º
t = 15º
Decisão Resultado
Sucesso
$1.000
0.70
Sim
Fracasso
-$1.200
0.30
Não
Figura 13
O VPL esperado do projeto é $340 (0,70 x $1.000 + 0,30 x ($1.200) = $700 -
$360 = $340). Qualquer número de incertezas podem ser representadas numa
árvore de decisão e resolvidas da maneira mostrada aqui.
Exemplo: Rialto Investimentos quer decidir se ela deve investir em um dos
dois projetos de risco que está analisando ou em nenhum deles. O VPL do projeto A
é incerto, com uma probabilidade de 0.25 de ser $0.5 milhões negativos, 0.50 de ser
0.1 milhão e 0.25 de ser $1 milhão. O projeto B tem VPL esperado de - $1 milhão, +
$1 milhão e $3 milhões, com probabilidades de 0.35, 0.60 e 0.05 respectivamente.
Qual a sua recomendação para a Rialto?
0,25
-500.000
Projeto A 0,50
100.000
0,25
1.000.000
0.35
Decisão -1.000.000
Projeto B 0.60
1.000.000
0.05
3.000.000
Nenhum
0
RESUMO DO TEMA
Este tema apresentou a etapa crítica da decisão de investimento de capital,
que é a estimativa dos fluxos de caixa do projeto. Estes fluxos estimados devem ser
fluxos incrementais após os impostos devidos.
Para a determinação dos fluxos incrementais levamos em consideração o fato
de que a depreciação não representa uma saída de caixa e, portanto, deve ser
adicionada ao lucro liquido. Os custos de oportunidade, os efeitos colaterais e as
interações que o projeto possa ter com outros projetos e setores da empresa devem
também ser considerados. Muitos projetos de investimento também requerem
investimentos adicionais em capital de giro. Gerentes geralmente apresentam
tendenciosidade quando estimam fluxos de caixa de projeto, portanto é preciso
identificar porque um projeto apresenta VPL positivo. Esta justificativa deve ser
baseada em alguma vantagem competitiva que a empresa ou o projeto possuam
com relação aos seus concorrentes no mercado. A análise de risco tem por
finalidade identificar a fonte e os efeitos das incertezas do projeto sobre os seus
resultados. Estes riscos podem ser riscos de mercado ou riscos privados, não
correlacionados com o mercado. As técnicas mais comuns para análise de risco são
a análise de cenário, onde o VPL do caso mais otimista e o mais pessimista são
comparados com o VPL do caso base. A análise de sensibilidade mostra quais são
as variáveis mais criticas para o projeto identificando as que têm o maior impacto
sobre a variação do VPL. Árvores de decisão também são utilizadas para analisar
projetos e entender as iterações entre decisões e incertezas.
TERMOS-CHAVE
• Fluxo de caixa incremental
• Depreciação
• Custos passados
• Custo de oportunidade
• Efeitos Colaterais
• Investimento em capital de Giro
• Custos Financeiros
• Erros de Previsão
• Análise de Risco
• Decisões sob incerteza
• Análise de Cenário
• Análise de Sensibilidade
• Árvores de Decisão
5. Uma obsolescência prematura não tem efeito sobre a vida útil do projeto,
que continuará a ser de cinco anos. A obsolescência significa que os
concorrentes da Aladar terão acesso a equipamentos mais modernos,
mais produtivos e de melhor qualidade, o que colocará a empresa em
desvantagem no mercado. Um dos reflexos mais prováveis disso será
uma redução na receita da empresa, à medida que os clientes irão migrar
para concorrentes com melhor preço e qualidade. A depreciação do
equipamento também não se altera, pois representa apenas uma regra
contábil que não é afetada por novidades do mercado. O efeito final é que
o VPL do projeto irá sofrer uma redução, podendo chegar a ficar negativo
dependendo do grau de redução da receita.
Neste momento, o aluno pode supor que o recomendável então seria não
investir no novo equipamento. Mas a alternativa a este novo projeto é
continuar com o equipamento antigo, que ficará ainda mais obsoleto que
este novo e levando a empresa a sofrer os efeitos negativos do mercado
de forma ainda mais acentuada. Assim, a empresa deve acelerar o
investimento e essa informação torna ainda mais crítico a necessidade do
projeto. Nesse caso, a rápida evolução da tecnologia indica que a
empresa dever estar continuamente investindo em novos projetos de
atualização.
GESTÃO FINANCEIRA
TEMA G
Tutoria a Distância
ÍNDICE
N osso objetivo de criar valor não se traduz apenas nos fluxos de caixa
gerados pelas nossas conhecidas marcas comerciais. O desafio de
sermos os melhores nos leva a estratégias empresariais que nos permitem
proporcionar aos nossos acionistas fluxos de caixa a taxas acima do nosso custo de
capital, e melhores que os nossos concorrentes. Nós avaliamos todos os projetos
em potencial pelos méritos do seu fluxo de caixa. Depois disso, descontamos esses
fluxos de caixa projetados ao seu valor presente para determinar se ele vai adicionar
valor incremental depois de compensar para um determinado nível de risco.
Para chegar à taxa de desconto apropriada, nós calculamos o nosso custo de
capital como uma média ponderada dos custos de endividamento e de capital
próprio, utilizados para financiar a empresa. Dados os benefícios tributários que um
maior endividamento proporciona, nós decidimos aumentar gradativamente, ao
longo do tempo, o nosso nível de endividamento em relação ao capital próprio,
visando reduzir o nosso custo de capital.
O custo do capital próprio é medido pelo retorno mínimo que a Quaker deve
obter para compensar adequadamente investidores em uma ação de risco
semelhante. Essa taxa tem duas componentes: a taxa de “risco zero”, mais uma taxa
adicional que reflete o risco de se investir nas ações da empresa. A taxa de “risco
zero” é a soma da taxa esperada da inflação mais um retorno “real” de 2 a 3 por
cento. O mercado considera a taxa de juros das obrigações do Tesouro Americano
como sendo bem representativa da taxa de “risco zero”. Para o exercício fiscal de
1989, essa taxa foi de cerca de 9% a.a., em média.
Para a Quaker, a taxa de risco necessária para compensar os investidores
por ficarem com ações da empresa é de 5.3% a.a. O retorno real dessas ações
depende da rentabilidade futura da empresa. Para calcular o custo de capital próprio
da Quaker, somamos a esse número a taxa de “risco zero”. Para o exercício fiscal
de 1989, o custo médio do capital próprio foi de 14.2% a.a.
Assim como o custo de capital da Quaker é calculado do ponto de vista do
investidor, o nosso custo de endividamento também depende das condições do
mercado financeiro, e reflete o retorno que os credores esperam no mercado.
Relatório Anual, 1989. Quaker Inc.
O relatório anual da Quaker mostra bem como a empresa entende a
necessidade de se compensar adequadamente os seus investidores. Nenhuma
empresa pode esperar sobreviver se não obtiver retornos que ao menos compensem
os seus investidores pelo seu custo de oportunidade. E para isso, a empresa precisa
saber como calcular e usar o seu custo de capital.
INTRODUÇÃO
Existem três maneiras para a empresa criar valor para os seus acionistas.
Uma delas é tomando melhores decisões de investimento, onde o valor presente
líquido dos projetos que a empresa implementa representam o incremento de valor
da empresa. A outra é estabelecendo uma política de reinvestimento ótima, o que
implica em reinvestir os lucros da empresa sempre que as oportunidades de
investimento tenham um retorno esperado maior do que o custo de capital da
empresa. A terceira, é reduzir o seu custo de capital adotando a composição correta
de capital próprio e de terceiros. Neste tema, trataremos do problema do custo de
capital, a sua determinação e como ele afeta o valor da empresa. Veremos como o
custo de capital da empresa é afetado pela sua estrutura de capital, e também como
diferentes retornos podem ser exigidos conforme os diferentes graus de risco dos
projetos.
Foi discutido nos temas anteriores como a decisão de investimento requer
que os fluxos esperados do projeto sejam descontados ao custo de capital da
empresa. O custo capital de uma empresa é um fator de produção assim como mão-
de-obra e materiais, e como tal, também tem um custo. Além de ser de fundamental
importância para a decisão de investimento, a determinação do custo de capital de
uma empresa também é importante para a decisão de arrendar ou comprar bens,
para a definição da estrutura de capital, e para a determinação de tarifas em
monopólios legais, como energia, telefone, gás, água, etc.
Uma vez que nos monopólios não há mercado competitivo para determinar
seus preços, as tarifas são calculadas de modo a permitir a essas empresas uma
remuneração determinada sobre o seu custo de capital.
Considera-se também que o ativo permanente, de longo prazo, de uma
empresa é financiado com recursos também de longo prazo, e que o endividamento
retratado no passivo circulante seja utilizado apenas para financiar o ativo circulante.
Assim, para a decisão de investimento, e, portanto, para a determinação do seu
custo de capital, apenas as fontes de financiamento de longo prazo são relevantes.
Para esse estudo foram utilizados valores médios no período de 1926 a 1985,
de modo a eliminar as grandes variações que se observam no mercado acionário no
curto prazo. Cada uma dessas carteiras oferece um grau de risco diferente. Não há
nada mais seguro do que uma obrigação do tesouro americano, pois o mercado
considera que não há risco do tesouro americano não honrar suas obrigações. Esse
investimento é considerado então um investimento de risco zero (rf). Ao optar por
obrigações de empresas ao invés do Governo americano, o investidor está
aceitando assumir o risco de default, e ao optar por ações dessas empresas, ele
assume também o risco da empresa como um todo.
Podemos observar que os retornos obtidos são proporcionais ao risco: quanto
maior o risco, maior o retorno. A carteira de ações do S&P 500, é conhecida como o
risco do mercado (rm), pois ele engloba todas as principais ações negociadas. Essas
ações pagam um prêmio de risco de 8.4% a.a. acima das obrigações do tesouro. Se
quisermos saber então qual é o retorno do mercado, basta somarmos o prêmio de
risco de 8.4% ao retorno da taxa livre de risco. Se esta taxa (rf) for de 4.2% a.a.
nominais, o retorno do mercado (rm) será:
rm = 8.4% + 4.2% = 12.6%.
A premissa básica que adotamos aqui é que há um prêmio de risco padrão
para o mercado, de modo que prêmios de risco futuros podem ser medidos pela
média dos prêmios de risco passados.
Sabemos então agora como estimar o retorno de ativos de risco zero,
observando o que o mercado está pagando por papéis sem risco, e também o
retorno sobre ativos de risco igual ao risco de mercado. Mas como determinar o
retorno de ativos que não se encaixam em uma dessas duas alternativas?
Uma medida de risco de mercado: Beta (ß)
Analisar o risco de uma ação significa medir qual a sensibilidade dessa ação
em relação às flutuações do mercado. Essa sensibilidade é denominada beta (ß) da
ação. A ação A representada no gráfico a seguir varia 2% cada vez que o retorno do
mercado varia 1%. A sua sensibilidade em relação ao mercado é de duas vezes: o
seu beta, portanto, é 2.0. Isso significa que o seu risco é duas vezes maior que o
risco do mercado. Quando o mercado sobe, ela ganho o dobro, mas quanto desce
também perde o dobro.
1 R.G. Ibbotoson and R.A. Sinquefield, "Stocks, Bonds, Bills and Inflation: 1986 Yearbook, Chicago,
1986.
2 Standard and Poor's Composite Index (S&P 500) - um índice que representa um portfolio das ações
de 500 grandes empresas. O conceito é semelhante ao do Índice Bovespa, ou o IBV.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema G 154
A: Ação de alto risco
Retorno
da ação
20%
5%
3 SHARPE, W.F., "Capital Asset Prices: A Theory of Market Equilibrium Under Conditions of Risk", USA, Journal
of Finance, Sept. 1964.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema G 155
Retorno esperado
do investimento
Linha de mercado
12.6% r m
8.4% Carteira de Mercado
4.2% r f
Taxa livre de risco
beta
0 0.5 1.0 2.0
K s = r f + β (rm − r f )
100% 0.138
13.8%
Valor de
Mercado
Valor de Adicionado
Mercado
Valor
Contábil
Custo do Capital
Custo do Capital é o custo a ser efetivamente pago pelo uso do capital
investido no negócio. É calculado como resultado do produto do Capital total
Investido pelo WACC. Considere que a empresa Panatel S.A. analisada
anteriormente tem um WACC de 10%. Neste caso, o seu custo do capital investido
será:
Capital Investido x WACC = $177.000 x 10% = $17.700
Esse valor representa quanto a empresa remunerou os seus acionistas e
credores pelo uso do capital empregado no negócio. O resultado deste investimento
é o Lucro Operacional após IR. Para determinar o EVA, utilizamos então a fórmula:
EVA = Lucro Operacional após IR – Capital Investido x WACC
EVA = 9.000 - 17.700 = (8.700)
Neste caso, podemos observar que a Panatel S.A. está destruindo valor, pois
o lucro obtido não é suficiente para remunerar o capital investido no negócio.
RESUMO DO TEMA
Neste tema vimos que o custo de capital é a média ponderada do custo de
capital próprio e de capital de terceiros. O custo de capital de terceiros é dedutível
para fins do imposto de renda, o que reduz o seu custo para a empresa. O custo de
capital próprio equivale ao retorno que os investidores da empresa exigem para a
sua remuneração. Existem duas maneiras de se determinar o custo de capital
próprio. A primeira é o método de Gordon, onde o custo de capital é estimado a
partir das expectativas de geração de dividendos futuros da empresa. A outra é o
modelo do CAPM, onde primeiramente é estimado o Beta da empresa, que em
seguida é multiplicado pelo premio de risco do mercado para obter o premo de risco
da empresa. Adiciona-se a este valor a taxa livre de risco para se obter o custo de
capital próprio da empresa. O custo marginal de capital é o custo do capital mais
recente levantado pela empresa. O método do Valor Econômico Agregado explicita
quanto os gerentes estão criando de valor sobre o capital já investido na empresa.
TERMOS-CHAVE
Custo de capital de terceiros
Custo de capital próprio
Custo médio ponderado de capital
WACC
Método de Gordon
CAPM
Beta
Taxa livre de risco
Premio de risco
Risco de mercado
EVA
MVA
BIBLIOGRAFIA
ROSS, Stephen; WESTERFIELD, Randolph W.; JAFFE, Jeffrey F. Administração
Financeira, 2.ed. Editora Atlas S.A. São Paulo, 1998.
BRIGHAM, Eugene F., Houston, Joel F. Fundamentals of Financial Management. Eight
Edition, The Dryden Press, Estados Unidos, 1998.
STEWART Stern, G.Bennett III; The Quest for Value, NY, HarperBusiness, 1991.
(1 + K S )
Multiplicamos ambos os lados por para obter
(1 + g )
(1 + K S ) D (1 + g )1 D0 (1 + g ) n
P0 = D0 + 0 + ..... + (2)
(1 + g ) (1 + K S )1 (1 + K S ) n
D1
Resolvendo para Ks: K S = +g
P0
GESTÃO FINANCEIRA
TEMA H
Tutoria a Distância
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
O recurso básico de que uma empresa dispõe é o fluxo de caixa gerado pelos
seus ativos. Se a empresa for financiada inteiramente com capital próprio, todo esse
fluxo de caixa irá para os acionistas. Se a empresa assume dívidas, esse fluxo então
é dividido em duas correntes: uma, mais segura, para os credores que emprestaram
capital para a empresa, e outra, de maior risco, para os acionistas.
Essa combinação de capital próprio e de terceiros é o que chamamos de
estrutura de capital da empresa. A combinação ideal de capital próprio e de terceiros
que irá compor a estrutura de capital ótima da empresa, é uma questão complexa
para a qual até hoje ainda não temos respostas concretas. Devemos considerar
ainda a hipótese de que não há nenhuma estrutura de capital que seja melhor do
que outra.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema H 175
MODIGLIANI E MILLER
A moderna teoria de estrutura de capital começou em 1958, quando os
professores Franco Modigliani e Merton Miller, conhecidos como MM, publicaram o
que é uma das mais surpreendentes teorias da administração financeira1. Nesse
trabalho pioneiro, MM concluíram que o valor da empresa depende exclusivamente
do fluxo total gerado pelos seus ativos, e não da maneira como ele é posteriormente
dividido. Em outras palavras, o tamanho do bolo independe de como as fatias são
divididas. Assim, a proporção de endividamento para capital próprio, ou seja, a
decisão de estrutura de capital da empresa, não tem nenhum efeito sobre o seu
valor, sendo portanto, irrelevante. As implicações das conclusões de MM foram tão
vastas, que ele é considerado como o trabalho de maior impacto na administração
financeira já publicado. Posteriormente, ambos autores foram agraciados com o
Prêmio Nobel de Economia em reconhecimento à importância das suas
contribuições nesse campo.
Nesse trabalho, MM adotaram um conjunto de premissas extremamente
rigorosas, incluindo o conceito de mercado perfeito, a saber:
1. Não há imposto de renda para pessoas físicas nem jurídicas
2. Não existem custos de colocação de ações nem debêntures no mercado
3. Investidores podem tomar empréstimos à mesma taxa que as empresas
4. Investidores têm as mesmas informações que os gerentes da empresa
sobre as oportunidades de investimento futuras existentes.
5. Todo endividamento das empresas e das pessoas físicas é sem risco,
independente da quantidade.
6. O acesso ao mercado de capitais é livre
7. O mercado é diversificado, de modo que nenhum investidor individual
pode manipular os seus preços.
Dentro dessas premissas, MM argumentaram que se o endividamento
resultasse em um maior valor para a empresa do que o financiamento das suas
atividades exclusivamente com capital próprio, os investidores que tivessem ações
de empresas financeiramente alavancadas (endividadas) poderiam ganhar dinheiro
vendendo essas ações e comprando ações de uma empresa não alavancada
(financiada somente com recursos próprios). A venda das ações da firma
alavancada e a compra das ações da empresa não alavancada faria o preço de uma
cair e o da outra subir, até que elas se equivalessem. Nesse ponto, apesar da sua
estrutura de capital serem diferentes, o valor de ambas as empresas seria o mesmo,
provando que a estrutura de capital é irrelevante para a determinação do valor da
empresa.
1 "The Cost of Capital, Corporate Finance, and the theory of Investment". Franco Modigliani e Merton
Miller, American Economics Review, June 1958.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema H 176
Modigliani e Miller
O artigo de MM marcou uma importante virada na teoria da administração
financeira. Até 1958, o estudo de finanças era voltado para a análise das regras
contábeis e era baseada principalmente em evidencias empíricas. Com MM, as
teorias financeiras passaram a apresentar rigor matemático, suas teorias
comprovadas dentro de certas premissas, e testadas através de modelos
econométricos. O método utilizado por MM para provar a sua teoria, o conceito de
que arbitragem financeira garante que ativos semelhantes comandem o mesmo
preço, passou a ser uma ferramenta indispensável em finanças, e foi utilizada tanto
por Sharpe para criar o modelo de precificação de ativos (CAPM), como por Black e
Scholes para provar o seu modelo de opções.
MM provocaram uma revolução no pensamento tradicional da época ao
trazer para a discussão novas perguntas. Que efeito tem os impostos nos mercados
financeiros? O que acontece quando gerentes e investidores têm informações
diferenciadas? Ou interesses diferenciados? Qual o efeito dos custos das
transações financeiras? A tentativa de responder a essas perguntas mudou para
sempre a maneira de se pensar a economia financeira. E, ironia do destino, o artigo
que, em essência, argumentava que finanças corporativas era irrelevante, foi o
principal responsável pelo florescimento desse ramo das ciências econômicas.
Impostos
Na verdade, sabemos que muitas das premissas adotadas por MM não se
sustentam no mundo real. Mas ao observarmos as condições em que a estrutura de
capital é irrelevante, podemos analisar os efeitos das imperfeições do mercado nas
decisões de estrutura de capital.
Oscar Wilde comentou uma vez que as únicas certezas deste mundo são a
morte e os impostos. Em 1963, os próprios MM publicaram um outro trabalho onde
incluíram o efeito dos impostos na determinação da estrutura de capital ótima. A
existência de impostos, e o fato dos juros, ao contrário dos dividendos e lucros
retidos, serem uma despesa dedutível para efeito do imposto de renda, faz com que
haja vantagens para a empresa que se financia com recursos de terceiros. Assim, o
valor da empresa cresceria à medida que o seu endividamento aumentasse, e o
valor da empresa seria maximizado se ela se financiasse inteiramente com recursos
de terceiros.
As empresas, no entanto, geralmente não chegam perto desse nível de 100%
de endividamento na prática. Na tentativa de aprimorar o trabalho de MM a essas
realidades do mercado, autores subseqüentes se ocuparam em analisar que efeito
teria na empresa o relaxamento de algumas das premissas de MM. Muitas dessas
premissas se mostraram irrelevantes para os resultados, mas observou-se que ao
se incluírem os riscos e os custos de insolvência, os resultados se alteravam
dramaticamente, pois se o uso de endividamento tende a aumentar o lucro por ação,
por outro lado, também aumenta o risco para os acionistas e o custo de insolvência,
o que acaba tendo um efeito contrário no preço da ação.
Risco e Custos de Insolvência
Quando uma empresa entra em dificuldades financeiras, que podem levá-la à
concordata e à falência, ela passa a arcar com os custos associados a essa
situação, como honorários de advogados, a deterioração dos seus ativos
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema H 177
abandonados, perda de controles, ineficiência na administração da empresa, uma
vez que todos os esforços e a atenção dos gerentes e executivos estão direcionados
para a solução dos problemas financeiros da empresa em detrimento da sua
operação normal, transtornos na produção e nas vendas devido a falta de matéria
prima e mercadorias, e maiores custos financeiros incorridos devido ao maior risco
de insolvência. Além disso, a empresa pode precisar alienar ativos a qualquer custo
para fazer caixa, adiar manutenções necessárias e ser forçada a reduzir custos de
modo a comprometer a qualidade dos seus produtos. Quando uma situação como
essa se torna pública e notória, a perda de imagem faz com que os clientes,
fornecedores e outros parceiros comerciais se afastem da empresa, acentuando
ainda mais os seus problemas. Em 1995, os rumores de que o Banco Nacional
estivesse em dificuldades foi o suficiente para que ele sofresse uma sangria
incontrolável de clientes e recursos, que acabou acarretando a intervenção do
Banco Central e a sua posterior liquidação, que acabou sendo absorvido pelo
Unibanco.
Assim, podemos dizer que os custos de insolvência são altos. Por outro lado,
normalmente, apenas as empresas endividadas ficam insolventes. Quanto maior o
endividamento, maior os custos financeiros fixos, e maior a probabilidade de que
uma redução nas vendas da empresa a levará a insolvência, e maior a probabilidade
de que os custos de insolvência serão de fato incorridos.
Assim, a teoria de MM modificada para incluir impostos e os riscos e custos
de insolvência, mostra que um certo grau de endividamento é bom, o excesso é
prejudicial, e portanto, existe um ponto de endividamento ideal que maximiza o valor
da empresa.
Nos gráficos a seguir podemos ver o efeito combinado desses dois fatores:
Efeito da Dedutibilidade dos Juros Efeito do Risco de Insolvência
WACC WACC
Custo de Capital
Custo de Capital
WACC
Efeito Combinado Valor da Estrutura Ideal de Capital
Empresa
Beta
Endividamento
Beta
Endividamento
Papel e Madeira
Comércio varejista
Alimentação
Aeroespacial
Restaurantes
Semicondutores
Financeiros
Serviços
Periféricos
Receita
Receita
Ponto de
Ponto de Equilíbrio
Equilíbrio
Custo Custo
operacional operacional
CONCLUSÃO
Não existe método quantitativo preciso para se determinar a estrutura de
capital ideal de uma empresa, ou mesmo para medir o efeito da estrutura de capital
no valor da empresa ou no seu custo de capital. Considera-se, entretanto, que uma
empresa pode ganhar mais através de boas decisões de investimento de capital e
decisões operacionais do que através de boas decisões de financiamento.
Na prática, as decisões de estrutura de capital são baseadas muito mais na
análise qualitativa, experiência e bom senso do que na análise quantitativa. Mesmo
assim, uma base teórica sobre o assunto é de fundamental importância para orientar
essas decisões qualitativas em estrutura de capital.
RESUMO DO TEMA
Neste tema vimos o impacto da estrutura de capital sobre o preço das ações
de uma empresa e o seu custo de capital. Modigliani e Miller desenvolveram a teoria
da estrutura de capital, onde mostram que o endividamento tem vantagens fiscais, e
a empresa deve pesar as vantagens do endividamento contra os riscos e custos
associados a insolvência financeira. A estrutura de capital ótima é uma combinação
de endividamento e capital próprio que maximiza o valor da empresa. Diversos
fatores influenciam a estrutura de capital da empresa. Os principais são o risco
econômico do negócio, a incidência de impostos e a necessidade de flexibilidade
financeira. O risco do negócio decorre da incerteza a respeito dos lucros futuros da
empresa. Quanto maior o risco da empresa, menor a sua capacidade de
endividamento. Alavancagem financeira refere-se a quantidade de endividamento
que uma empresa apresenta. Risco financeiro é o risco adicional que os acionistas
carregam devido a alavancagem financeira da empresa. A teoria da sinalização
afirma que a estrutura de capital ótima está relacionada com as indicações que a
empresa fornece ao mercado ao tomar a decisão de usar endividamento e não
capital próprio para levantar capital. Emissões de novas ações fornecem um sinal
negativo ao mercado, enquanto que o aumento de endividamento fornece um sinal
positivo. Apesar de todas as teorias existentes, ainda não existe um método
quantitativo para se determinar com precisão qual a estrutura de capital ótima de
uma empresa.
TERMOS-CHAVE
• Modigliani e Miller
• Estrutura de Capital Ótima
• Dedutibilidade dos juros
• Alavancagem Operacional
• Alavancagem Financeira
• Risco econômico
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema H 184
• Risco financeiro
• Teoria da Sinalização
• Estrutura dos ativos
• Risco de Insolvência
BIBLIOGRAFIA
ROSS, Stephen; WESTERFIELD, Randolph W.; JAFFE, Jeffrey F. Administração
Financeira, 2.ed. Editora Atlas S.A. São Paulo, 1998.
BRIGHAM, Eugene F., Houston, Joel F. Fundamentals of Financial Management. Eight
Edition, The Dryden Press, Estados Unidos, 1998.
ANEXO 1
Relação entre Alavancagem Financeira e Beta
O Beta que é utilizado para o cálculo do CAPM indica o risco do acionista da
empresa. Dado que os credores têm prioridade no recebimento dos fluxos de caixa,
um aumento no endividamento também aumenta o risco dos acionistas, portanto, o
Beta dos acionistas incorpora a alavancagem financeira da empresa. Por este
motivo denominamos o Beta do acionista de Beta Alavancado, ou βL.
Uma empresa sem endividamento algum, isto é, sem alavancagem financeira,
apresenta apenas um risco operacional. Neste caso, o risco do acionista é apenas o
risco operacional, ou o risco dos ativos da empresa e dizemos que o seu Beta é um
Beta não Alavancado, ou βU, que é igual ao Beta dos Ativos, ou βA.
Para a empresa com endividamento (alavancada), mas sem a existência de
impostos, a relação entre o Beta Alavancado e não Alavancado pode ser calculada
considerando que o Beta dos ativos é a média ponderada dos Betas do Passivo.
D βD
βU = βA
A
E βL = βE
D E
β A = βU = β D + βL
D+E D+E
Glossário:
βA = Beta dos Ativos
βU = Beta não alavancado (Unleveraged)
βD = Beta da Dívida
βL = Beta Alavancado (Leveraged) = Beta dos Acionistas = Beta do Equity
LAIR:
IR:
Lucro Líquido:
+ Depreciação: 500 500 500
- Investimentos: -500 -500 -500
Fluxo de Caixa dos Acionistas:
Fluxo Financeiro
Juros Pagos:
Beneficio Fiscal:
Valor da Empresa:
Valor dos Ativos + Valor Benef. Fiscal:
Infelizmente temos apenas uma equação, mas duas incógnitas: o novo valor
da ação e o número de ações recompradas. Mas o número de ações recompradas
pode ser calculado através de:
Pagamento
Recompra = (2)
Valor da Ação
GESTÃO FINANCEIRA
TEMA I
Tutoria a Distância
ÍNDICE
INTRODUÇÃO:
A subdivisão clássica utilizada em finanças trata o capital de uma empresa
em 2 categorias:
1. Capital próprio, que se constitui no tópico de abertura e será complemen-
tado com abordagem de mercados primário e secundário.
2. Capital de terceiros, em geral obtido através de colocação de Títulos de
Renda Fixa, tema de nosso 3º tópico, no presente tema.
CAPITAL PRÓPRIO
Uma sociedade anônima é aquela empresa cujo capital (próprio) está dividido
em ações, sendo que a responsabilidade dos sócios, enquanto acionistas, está limi-
tada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. O capital social pode
ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer outra espécie de bens
suscetíveis de avaliação em dinheiro.
As ações podem ser de duas classes: ordinárias e preferenciais. Em outros
países o mesmo acontece, sendo mais comum nos Estados Unidos a existência das
ações ordinárias, tratando-se as preferenciais como "quase-capital"; na Alemanha e
na Itália as preferenciais parecem-se com as brasileiras. No Brasil as ações ordiná-
rias das companhias fechadas e as preferenciais das companhias abertas e fecha-
das podem ser de uma ou mais classes. A legislação brasileira estabelece que as
ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrições no exercício deste di-
reito, não podem ultrapassar a 2/3 (dois terços) do total das ações emitidas. Tem
surgido iniciativas quanto a diminuir e mesmo eliminar a utilização de ações sem di-
reito a voto. Destacamos aqui o que vem sendo denominado de "Novo Mercado",
níveis I e II, proposta liderada pela iniciativa privada, BOVESPA, que vem recebendo
apoio do BNDES e outras instituições governamentais. (consultar site internet,
www.bovespa.com.br). O principal objetivo perseguido é a melhoria da Governança
Corporativa, introduzindo alterações para melhor, na relação entre acionistas contro-
ladores e minoritários, maior transparência no processo decisório e gestão empresa-
rial.
A grande maioria das companhias abertas brasileiras tem seu capital social
autorizado próximo deste limite: 1/3 (um terço) de ações ordinárias e 2/3 (dois ter-
ços) de ações preferenciais sem direito a voto. Portanto, é comum no Brasil que um
acionista, ou um grupo deles, mediante acordo, possa exercer o pleno controle da
companhia respondendo tão somente por cerca de 17% do capital social da empre-
sa.
Total (2)
Solução:
a. Ações Ordinárias = 500 x $1 = $500
Total (2) = ($500+$50.000+$100.000) = $150.500
b.
Ações Ordinárias $1.750.000
5$ (ao par); autorizadas 500.000; emitidas e vendidas 350.000
Ágio $170.000
Lucros Retidos $3.794.600
Total $5.714.000
1
Novos acionistas podem se integrar à empresa mesmo se a emissão for particular. Se forem pesso-
as de alguma forma já relacionadas à empresa ou a seus administradores, pode-se admitir que o re-
lacionamento preexistente lhes permite prescindir das informações decorrentes do registro. Se o nú-
mero de novos acionistas for reduzido, pode ser presumido ainda não ter havido esforço de venda.
Casos raros e sujeitos a interpretação da CVM.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema I 208
este tempo, provocando queda do preço das ações da empresa, provocará prejuízo
aos acionistas já existentes. Em geral, os investidores pressionam por preço de lan-
çamento abaixo de preço de mercado, a fim de dispor de margem de garantia contra
o risco de flutuações adversas.
Do ponto de vista da empresa, o importante é obter o aporte de capital plane-
jado. Isto pode ser obtido, considerando um preço de emissão mais baixo, através
de colocação de número maior de ações, o que de certa forma se assemelha às o-
perações de “split” (cisão). A exceção do caso em que as ações objeto da operação
de subscrição sejam provenientes de controladores, interesses de subscritores e da
empresa devem ser convergentes. Um preço de emissão mais baixo significa menor
risco e, portanto, menor custo a arcar pela empresa junto ao comitê de lançamento,
no que diz respeito às garantias contratadas na operação. Além disso, um risco con-
siderado excessivo pelo mercado, inviabiliza a operação.
A colocação das ações em preço abaixo daquele praticado pelo mercado pre-
judica os acionistas que não exercem seu direito de preferência2. Com o propósito
de evitar a “diluição injustificada da participação dos antigos acionistas”, a Lei
6.404/76 admite 3 critérios que podem ser utilizados pela empresa quando da fixa-
ção do preço de emissão:
• Valor de mercado
• Patrimônio Líquido
• Perspectivas de rentabilidade da companhia
Neste contexto, o que se pode afirmar é que o preço de emissão abaixo do
preço de mercado torna a renúncia ao direito de subscrição um mau negócio.
Tipos de Garantia em Operações de Subscrição
Os tipos de garantia oferecidos pelo comitê de lançamento da operação de
subscrição são:
1. GARANTIA FIRME: O comitê de colocação subscreve as ações tão logo
sejam as mesmas regularizadas perante a CVM, recebendo a empresa,
de imediato, o valor da emissão. O comitê começa então a colocação jun-
to ao público, pelo preço de emissão anteriormente definido. Vencido o
prazo de colocação existir algum saldo remanescente, este é encarteirado
pelas instituições garantidoras, que podem revender posteriormente no
mercado secundário, com lucro ou prejuízo, dependendo da trajetória do
preço da ação.
2. STAND BY (ou Residual): primeiro é desenvolvido o procedimento de co-
locação das ações emitidas junto ao público, e só após certo tempo o co-
mitê de colocação se obriga a subscrever o saldo eventualmente existen-
te, continuando, entretanto seu esforço de colocação junto ao público até
o final do prazo legal para tal.
3. “MELHOR ESFORÇO” (Best Efforts): o comitê de lançamento desenvolve
seus melhores esforços na colocação, mas não garante o total da emis-
2
O investidor que não deseja ou não tem condições de exercer seus direitos de preferência, pode vendê-los, se
houver liquidez, ou vender parte de suas ações ao preço de mercado, antes do início do período de subscrição,
fazendo caixa para exercer seu direito de subscrição (geralmente recomprar mais barato) da parcela restante. Se
o preço de subscrição for menor do que o preço de mercado (o que é mais usual), não subscrever significa redu-
zir o valor de mercado de sua posição acionária. Como as novas ações subscritas devem aportar à empresa por
preço menor do que o anteriormente vigente, o mercado deverá ajustar sua cotação das ações para um valor
inferior ao que antes prevalecia.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema I 209
são. O risco de eventual saldo ao final do período de colocação é da em-
presa emissora.
4. “BOOK BUILDING”: trata-se da oferta global (“global offering”) das ações
de uma empresa visando à colocação de seus papéis no país e no exteri-
or. O nível de transparência exigido sobre as informações da empresa
costuma ser maior. O critério de formação de preço neste caso é diferen-
ciado pelo mercado, que leva em consideração que não estão sendo ven-
didas ações da empresa e sim o controle acionário da mesma. Não existe
definição prévia de um preço de lançamento e sim de um intervalo de pre-
ços que o comitê de lançamento e a direção da empresa julgam adequa-
do.
Em virtude da crescente sofisticação e complexidade das operações de subs-
crição de caráter público ou privado, a legislação tem buscado adaptar-se às neces-
sidades de mercado, permitindo algumas flexibilizações nas operações, tais como:
a. Dispensa de registro da oferta pública ou de alguns de seus requisitos, a
critério da CVM e a pedido formal do interessado, quando consideradas
isolada ou cumulativamente algumas condições especiais como: categoria
do registro da companhia; valor unitário dos valores mobiliários; o fato de
realizar-se a distribuição em mais de uma jurisdição, com a necessidade
de compatibilizar diferentes procedimentos envolvidos, desde que assegu-
rada, no mínimo a igualdade de condições entre os diferentes investidores
locais; características de oferta de permuta; público destinatário da oferta,
inclusive quanto à sua localidade geográfica ou quantidade; o fato de ser
exclusivamente para investidores qualificados.
b. Dispensa automática de registro de oferta pública em caso de alienação
de ações de propriedade de pessoa jurídica de direito público e de enti-
dades controladas direta ou indiretamente pelo poder público e as dispen-
sas de registros de que tratam os artigos 19 e 21, Lei 6.385/76, em casos
de lote único e indivisível de valores mobiliários; valores imobiliários de
emissões de empresas de pequeno porte e de microempresas assim defi-
nidas em lei.
c. Criação do Programa de Distribuição de Valores Mobiliários – Registro de
Prateleira. Destinado a empresas de capital aberto que já tenham efetua-
do distribuição pública de valores mobiliários. Tais empresas poderão
submeter para arquivamento na CVM um Programa de Distribuição, com
prazo máximo de dois anos, atualizado ao final do primeiro ano ou quan-
do da apresentação das demonstrações financeiras à CVM, com a finali-
dade de efetuar futuramente ofertas públicas de distribuição dos valores
mobiliários nele mencionados.
d. A CVM poderá autorizar em operações específicas, preços e condições
de oferta diferentes, conforme tipo, espécie, classe, e quantidade de valo-
res mobiliários ou de destinatários, fixados em termos objetivos em função
de interesses considerados legítimos do ofertante, admitido ágio ou desá-
gio em função de condições de mercado.
e. O ofertante poderá estabelecer que o preço e, tratando-se de valores mo-
biliários representativos de dívida, também taxa de juros sejam determi-
nados no dia do resultado da coleta de intenções de investimento, desde
que sejam claramente indicados os objetivos que definem À sua fixação
nos documentos adequados.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema I 210
f. O ofertante poderá outorgar à instituição intermediária a opção de distribu-
ição de lote suplementar – “greenshoe” – que preveja a possibilidade de,
caso a procura dos valores mobiliários objeto de oferta pública de distribu-
ição assim justifique, ser aumentada a quantidade de valores a distribuir
junto ao público. Essa distribuição será nas mesmas condições e preço
dos valores mobiliários inicialmente ofertados, até um montante predeter-
minado que constará, obrigatoriamente, do documento de oferta e não
poderá ultrapassar a 15% da quantidade inicialmente ofertada.
g. O ato societário que deliberar sobre a oferta pública deverá dispor sobre o
tratamento a ser dispensado ao caso de não haver a distribuição total dos
valores mobiliários previstos para a oferta pública ou a captação do mon-
tante total previsto para a oferta pública, tendo como referência a delibe-
ração de fixar a quantidade final de valores mobiliários a serem ofertados
ou o montante final a ser captado mediante oferta pública, especificando,
se for o caso, a quantidade mínima de valores mobiliários ou o montante
mínimo de recursos para os quais será mantida a oferta pública.
h. Em havendo a possibilidade de distribuição parcial, o investidor poderá,
no ato de aceitação, condicionar sua adesão apenas à situação em que
houver a distribuição da totalidade dos valores mobiliários ofertados, ou
então de uma proporção de uma quantidade mínima dos valores mobiliá-
rios originalmente objeto da oferta, definida conforme critério do próprio
investidor, mas que não poderá ser inferior ao mínimo previsto pelo ofer-
tante.
Como consideração final, observamos que o elevado custo para se manter
uma estrutura de companhia de capital aberto em bolsa de valores, tem contribuído
para que operações de “fechamento de capital” venham retirando do mercado em-
presas de bom nível. Podemos citar como exemplos as operações de fechamento de
capital da White Martins, da Construtora Norberto Odebrecht, dentre outras. Rela-
cionamos a seguir alguns custos relacionados, de modo a permitir avaliação da situ-
ação:
• Mobilização de analistas de mercado e contratação de consultorias técni-
cas para preparar empresa para a abertura.
• Custo de comissionamento e colocação das ações – 4 a 7% do valor da
emissão.
• Registro de Emissão na CVM – 0,3% do valor e limitado a 100.000 UFIR.
• Publicação de anúncios em jornais de grande circulação.
• Taxa de Fiscalização Trimestral da CVM, com base no Patrimônio Líquido
– de 1.500 a 4.000 Unif.
• Taxa anual de Registro em Bolsa de Valores, com base no Capital Social.
• Custos de manutenção dos auditores independentes.
• Custos de manutenção de um departamento de acionistas e de um Dire-
tor de Relações com o Mercado.
• Os custos anuais de manutenção do capital aberto partem de US$ 100
mil para empresas pequenas e evoluem de 0,7% até 0,3% do PL para
empresas acima de US$ 100 MM de PL.
Mercado Secundário
Os acionistas de uma determinada empresa, sociedade anônima de capital
aberto, podem livremente vender suas ações, através de seus corretores de valores
mobiliários, em pregão organizado por bolsa de valores. Outros investidores, que
desejem adquirir ações desta empresa podem, através de seus corretores de valo-
res mobiliários, adquirir ações no pregão anteriormente mencionado. Isto é o que se
denomina como mercado secundário. Investidores comprando e vendendo seus ha-
veres mobiliários, exclusivamente através de seus respectivos corretores mobiliários,
os únicos habilitados a operar a intermediação de tais valores nas bolsas.
Formalmente, segundo as Leis 4.595/64 e 4.728/65, as bolsas de valores são
“Instituições Auxiliares”, não financeiras, associações civis sem fins lucrativos, cons-
tituídas pelas corretoras de valores para fornecer infra-estrutura ao mercado. Embo-
ra autônomas operam sob supervisão da CVM, de quem são órgãos auxiliares, fisca-
lizando os respectivos membros e as operações nelas realizadas
Quando as ordens de compra e venda são transmitidas à mesa de operação
da corretora ou distribuidora de valores mobiliários, os operadores / corretores bus-
cam no mercado a outra ponta respectiva, interessada no negócio. Atualmente, a
maior parte dos negócios é realizada por meios virtuais, diferentemente de alguns
anos atrás, quando a característica principal eram as ordens executadas em pregão.
Na BOVESPA, atualmente a única bolsa do Brasil a operar ações, o sistema
Megabolsa opera as ordens determinadas pelas corretoras mediante a utilização de
vídeos conectados ao sistema de processamento de dados. As ações negociadas
são classificadas em dois grupos: ações de alta liquidez e de baixa liquidez .São
consideradas de alta liquidez ações constantes de relação elaborada com base nas
negociações dos seis meses anteriores. As ações remanescentes são consideradas
de baixa liquidez.
As ações de alta liquidez podem ser negociadas no sistema tele-pregão. As
ações de baixa liquidez somente poderão ser negociadas por sistemática de leilão.
SISTEMA BNDES
O BNDES opera diretamente ou indiretamente através da rede de agentes fi-
nanceiros públicos e privados credenciados, como bancos múltiplos, bancos de in-
vestimentos, bancos comerciais e financeiras.
As solicitações de financiamento devem ser encaminhadas através de carta-
consulta, onde o pretendente deve especificar as características básicas da empresa
e do projeto, de modo a permitir o devido enquadramento da operação nas políticas
operacionais do BNDES. Esta consulta prévia deve ser encaminhada à Carteira O-
peracional de Enquadramento da Área de Crédito do BNDES.
Para estimular os bancos credenciados a facilitarem o acesso ao crédito às
micro, pequenas e médias empresas, o BNDES estabeleceu as seguintes medidas
(01/03/2004):
• Fundo de Garantia par Promoção de Competitividade – FGPC – Fundo de
Aval
• Fim da exigência de garantias reais por parte dos agentes financeiros, pa-
ra créditos no valor até R$500.000,00.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema I 220
• “Milhagem”, ou seja, para cada R$1.000.000,00 disponibilizado para micro
e pequenas empresas, os agentes terão direito a 20% (R$200.000,00) de
acréscimo para repasse adicional nas regiões Sul e Sudeste e 30%
(R$300.000,00) nas demais regiões do país.
Para micro, pequenas e médias empresas, as taxas de juros praticadas são
TJLP + “spread” de 1% até 2,5% a.a. Grandes empresas pagarão “spread” entre 3%
e 4,5% a.a.
A participação do BNDES em investimentos em máquinas e equipamentos,
em projetos de investimento de micro, pequena e média empresa podem ser até
90%. Para grandes empresas, a participação do BNDES pode alcançar 80%.
Em caso de investimentos fixos, a participação do BNDES pode chegar a
50%, percentual este que poderá ser acrescido até 10% para micro, pequena e mé-
dia empresa, mais 5% dependendo da localização, mais 15%, dependendo da finali-
dade, mais 10% para empresas nacionais e da administração pública direta.
O custo de captação do BNDES é definido a partir do custo médio no merca-
do internacional, o qual é composto de:
• UMBNDES - Unidade Monetária do BNDES, que reflete as variações
cambiais diárias de todas as moedas nas quais o BNDES efetua capta-
ções (dólar americano e euro principalmente). É uma cesta de moeda
ponderada pelos volumes de captações.
• Taxa de juro variável – média ponderada de todas as taxas e despesas
não tributárias, incorridas pelo BNDES na captação de recursos externos,
apurada trimestralmente.
• Imposto de Renda – equivale ao imposto de renda médio, ponderado, in-
cidente sobre os juros remetidos aos credores externos do BNDES, tam-
bém apurado trimestralmente.
As condições financeiras básicas são estabelecidas em função da soma de
três parcelas, a saber:
1. Custo Financeiro da Captação, que consiste em uma das alternativas a-
baixo elencadas:
• TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo.
• UMBNDES + encargos da cesta de moedas
• Dólar norte-americano + LIBOR
• Dólar norte-americano + taxa fixa (Prime Rate + “spread”) + encargos
da cesta de moedas
2. Spread” Básico: taxa que cobre os custos administrativos e operacionais,
mais a remuneração do BNDES.
3. “Spread” de Risco ou do Agente: cobre o risco de crédito da empresa to-
madora do financiamento, de acordo com a classificação de risco atribuída
à mesma. Nas operações diretas com o BNDES, o “spread” de risco é até
4,625% a.a., podendo ser superior se ficar caracterizada a possibilidade de
ganhos extraordinários para a empresa tomadora em função dos recursos
aportados.
TERMOS-CHAVE
Capital próprio; Capital de terceiros; financiamento; longo prazo; subscrições;
“underwriting”; ações ordinárias; ações preferenciais; debêntures; títulos de renda
fixa; BNDES; FINAME.
BIBLIOGRAFIA:
BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKI,Louis C., EHRHARDT, Michael C. Ehrhardt, Adminis-
tração Financeira, Teoria e Prática, São Paulo, Atlas, 2001.
FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços, 16ª Edição.Rio de
Janeiro, Qualitymark Ed. 2005.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira, 7ª Edição, Editora
Harbra, São Paulo, 2002.
MANDARINO, Domenico e ROSSI, Luís F. Administração de Recursos de Longo
Prazo, apostila IAG-PUC/Rio, 2001.
MEDEIROS, Paulo de T. O Que é o Mercado de Ações. Rio de Janeiro. Simposium
Consultoria e Serviços técnicos, 1987.
RÊGO, Ricardo B., Mudança no mercado de capitais brasileiro: subscrições privadas
versus ofertas públicas de ações após o Plano Real, Tese doutorado, IAG-
PUC/Rio, 2004
ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W. e JAFFE, Jeffrey F. Administração
Financeira Corporate Finance, 2a Edição, Editora Atlas, São Paulo 2002.
ROSSI, Luís F. Mercado de Capitais. Apostila IAG-PUC/Rio, 2002.
VIEIRA SOBRINHO, José Dutra. Matemática Financeira, 7ª edição, São Paulo, Atlas,
2000.
SITES DE INTERNET:
www.andima.com.br
www.debentures.com.br
www.bndes.gov.br
www.bovespa.com.br
GESTÃO FINANCEIRA
TEMA J
Tutoria a Distância
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
Como vimos anteriormente, uma das funções do gerente financeiro é a admi-
nistração dos ativos, principalmente o ativo circulante, visando à maximização do va-
lor para o acionista. O retorno e os ganhos de uma empresa vêm, primordialmente,
dos seus investimentos em ativo permanente. A existência dos ativos circulantes,
composto basicamente do caixa, contas a pagar e estoques, é o preço a pagar para
que a empresa possa operar os seus negócios, sendo mantido no mínimo necessá-
rio para suas operações e afastar o risco de insolvência. A redução no ativo circulan-
te ao mínimo permite a empresa investir mais em ativo permanente, maximizando
assim a sua rentabilidade. O crescimento das vendas da empresa gera a necessida-
de de um aumento de ativos, o que por sua vez, exige recursos do passivo para ser
financiado. Quanto mais rápido o crescimento, maior o aumento dos ativos e maior a
necessidade de financiamento, e de capital de giro. Se a empresa não prever essa
necessidade e tomar as medidas apropriadas para obter capital quando necessário,
ela corre o risco de insolvência, como foi o caso da empresa de ar-condicionado.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema J 229
Assim, a administração financeira de curto prazo tem como objetivo minimizar
a necessidade do ativo circulante maximizando a sua eficiência, e conseqüentemen-
te, reduzindo a necessidade e o seu custo de financiamento. Nessa área têm sido
observados grandes progressos desde a década de 90, fruto da maior competitivi-
dade entre as empresas devido a globalização da economia mundial. Na administra-
ção do caixa, tenta-se prorrogar desembolsos e antecipar receitas, no contas a re-
ceber pode-se negociar ou mesmo securitizar os créditos a receber, e a administra-
ção de estoques adota as técnicas do just-in-time e reformula os seus processos de
produção para reduzir as necessidades de estoques.
Outro aspecto importante da administração do ativo circulante é garantir a li-
quidez da empresa, isto é, sua capacidade de honrar as suas obrigações de caixa. A
liquidez da empresa é a condição básica para a sua operação e sobrevivência, e a
sua falta em casos graves pode levar a empresa à falência. Uma empresa com liqui-
dez é aquela que pode cumprir os seus objetivos operacionais, porque seus com-
promissos de caixa estão equacionados: salários, encargos, impostos, fornecedores,
investimentos, etc.
Da mesma forma, uma empresa sem liquidez é aquela que não consegue ge-
rar recursos de caixa suficientes para a sua operação, que começa então a ficar pre-
judicada no geral. A falta de liquidez pode ser temporária, mas se persistir, pode ser
um sintoma de problemas mais graves que se não forem equacionados, levarão a
empresa a quebrar.
1 Inglaterra, grandes empresas, 1989. Business Monitor M3, em PIKE, Richard; NEALE, Bill. Corpo-
rate Finance and Investment: Decision and Strategies, Prentice Hall International (UK) Ltda, 1993.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema J 230
Ciclo de caixa
Um dos fatores determinantes da necessidade de capital de giro é o seu ciclo
de caixa. Numa empresa industrial típica existem três atividades primarias que afe-
tam a sua necessidade de capital de giro: compra de matéria prima, manufatura e
venda do produto. O ciclo de caixa é o tempo decorrido entre o instante do paga-
mento das compras e da mão de obra, e o recebimento dos recursos proveniente
das vendas. Durante esse período, os recursos da empresa estão investidos no seu
capital de giro. Obviamente, como todo o capital empregado pela empresa para fi-
nanciar as suas operações deve ser remunerado, quanto menor o ciclo de caixa da
empresa menor será a sua necessidade de capital de giro e menor o seu custo de
financiamento deste capital.
Tomemos o exemplo da MonteCristo Ltda, fabricante de brinquedos, que a-
presenta os seguintes itens no seu balanço anual:
Estoques $ 18.000
Contas a Receber $15.000
Contas a Pagar $10.000
Vendas anuais $90.000
Custo Mat. Vendido $45.000
ADMINISTRAÇÃO DO CAIXA
Porque as empresas mantêm caixa? Excetuando-se as fases de alta inflação
na economia, a rentabilidade dos recursos de caixa de curto prazo é pequena, ou
pelo menos significativamente abaixo do custo de capital da empresa, e por isso, o
caixa é considerado um ativo que não produz retornos, embora necessário para pa-
gar as obrigações da empresa. O objetivo do gerente financeiro é o de reduzir o seu
nível de caixa ao mínimo necessário, ao mesmo tempo em que mantém um nível su-
ficiente para conduzir as operações normais da empresa, manter a sua liquidez, e
suprir eventuais necessidades repentinas2. Quanto maior o nível de segurança de-
sejado, mais se irá pagar por isso. Por outro lado, se o nível de caixa estabelecido
for pequeno demais, os custos de uma eventual falta irão afetar negativamente a
rentabilidade da empresa, portanto é importante se procurar um ponto de equilíbrio.
2 Algumas empresas pecam por excesso na administração do caixa. Algumas corretoras de Wall S-
treet adotavam uma prática não ortodoxa de pagar seus clientes da costa oeste dos Estados Unidos
com cheque sacados contra bancos na costa leste do país, e vice versa. Isso aumentava o prazo de
compensação do cheque, e a corretora lucrava com o uso adicional desses fundos dos clientes por
alguns dias, representando um ganho de milhões de dólares. Essa prática cessou depois que a corre-
tora Merryl Lynch perdeu uma ação na justiça de um cliente irritado.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema J 234
Uma empresa precisa manter caixa suficiente para atender os seguintes obje-
tivos:
1. Transação financeira: pagamento de despesas de rotina, uma vez que a
liquidação de obrigações é feita através do caixa.
2. Saldo médio: É uma forma de remunerar o banco pelos serviços presta-
dos.
3. Precaução: Se as entradas e saídas de caixa são muito imprevisíveis, a
empresa pode optar por manter um estoque de segurança de caixa para
cobrir necessidades inesperadas.
4. Especulação: Se a empresa tiver reservas adicionais de caixa ela pode
aproveitar descontos e oportunidades que possam surgir repentinamente.
Obviamente, ela paga um preço para manter essa capacidade.
Orçamento de Caixa
O orçamento de caixa é a principal ferramenta de planejamento de curto pra-
zo da empresa, e é a maneira pela qual ela estima as suas necessidades de caixa
futuras. O orçamento de caixa envolve a projeção das necessidades de investimento
em ativo permanente e de estoques, bem como as épocas em que deverão ser rea-
lizados os desembolsos. O prazo de recebimentos das vendas, pagamentos de divi-
dendos e impostos e outras despesas operacionais são tabuladas num orçamento
que mostra as projeções de entradas e saídas de caixa para um período predeter-
minado. Para efeitos de planejamento, as empresas geralmente utilizam uma previ-
são mensal projetada um ano à frente, enquanto que o tesoureiro, para a adminis-
tração do dia a dia, utilizará um fluxo de caixa semanal ou diário mais detalhado, a-
brangendo um período mais curto, geralmente um mês à frente.
RESUMO DO TEMA
Capital de Giro se refere ao total dos ativos circulantes. Capital de giro líquido
é o saldo do ativo circulante menos o passivo circulante. A necessidade de capital
de giro da empresa é influenciada pelo seu ciclo de caixa. Ciclo de caixa é o tempo
que a empresa tem que financiar as suas operações, pois representa o intervalo en-
tre o pagamento dos seus custos operacionais e o recebimento das vendas. Orça-
mento de caixa ajuda a empresa a planejar as suas necessidades financeiras de
curto prazo. Empresas que não possuem uma estrutura de capital adequada e sufi-
ciente para as suas necessidades sofrem do problema de subcapitalização. Empre-
sas em fase de rápido crescimento tem maior necessidade de capital de giro.
TERMOS-CHAVE
• Capital de Giro
• Capital de Giro Líquido
• Política de capital de giro
• Ciclo de Caixa
• Necessidade de capital de giro
• Administração do caixa
• Orçamento de caixa
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Tema J 235
ESTUDO DE CASO
IBRAPA - Indústria Brasileira de Parafusetas
A IBRAPA Ltda era uma empresa muito estável e simples dirigida há vários
anos pelo seu dono, o Dr. Marques. O seu único negócio era a venda de
parafusetas, cuja fabricação havia sido terceirizada a muitos anos atrás junto a um
fornecedor local. As parafusetas eram compradas deste fornecedor a R$0,80 e ven-
didas pela IBRAPA aos seus clientes por R$1,00, obtendo, portanto, um lucro de
R$0,20 em cada unidade vendida.
Como o Dr. Marques não gostava de dever nada a ninguém, todas as suas
compras eram pagas à vista. Para garantir que nunca faltassem parafusetas para
seus clientes, ele exigia que os estoques ao final de cada mês fossem mantidos no
mesmo nível das vendas do mês. As vendas eram efetuadas a prazo de 30 dias, e
estavam ao nível de 1.000 unidades mensais. No início do ano, a posição do ativo
da IBRAPA era a seguinte:
Caixa R$1.075,00
Contas a Receber 1.000,00
Estoques 800,00
R$2.875,00
Balancete (R$1,00)
Inicial Jan Fev Mar Abr
Balancete (R$1,00)
Inicial Jan Fev Mar Abr
Passivo Circ 0 0 0 0 0
Capital 2.875 2.875 2.875 2.875 2.875
Lucros Acum 0 200 500 900 1.400
Total Passivo 2.875 3.075 3.375 3.775 4.275
GESTÃO FINANCEIRA
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
Tutoria a Distância
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
TEMA B
Juros Simples
Exercício b.1: Um título tem valor de face de R$ 1.000,00 e prazo de 81 dias
até o seu vencimento. O emissor o recompra hoje por R$ 966,67. A juros simples,
qual a taxa mensal implícita nesta operação?
Exercício b.4: Determinar o principal que deve ser aplicado a juros simples
de 10% ao ano para produzir um montante de R$ 10.000 em 15 meses.
Exercício b.5: Qual o montante acumulado após 182 dias em uma aplicação
de R$ 10.000,00 a juros simples de 1,2% ao mês?
Juros Compostos
Exercício b.7: Você quer quitar uma promissória vencida há dois meses de
R$ 12.000,00 e também antecipar o pagamento de outra de R$ 40.000,00 que vence
daqui a seis meses. Qual o valor do pagamento que quita as duas promissórias hoje,
supondo a taxa de juros compostos de 1,5% ao mês?
Exercício b.9: Você deseja fazer uma aplicação a juros compostos de 1,4%
ao mês, de forma a garantir uma retirada de R$ 15.000,00 no final do sétimo mês e
outra de R$ 20.000,00 no final do décimo mês a partir da data da aplicação. Qual a
aplicação mínima que você deve fazer para permitir essas retiradas?
Exercício b.14: Você tem uma duplicata para daqui a 120 dias. O valor de fa-
ce é de R$ 18.000,00. Seu banco empresta dinheiro para capital de giro a 5% ao
mês. Você propõe descontar a duplicata hoje, e o banco oferece R$ 14.000,00. Você
precisa deste montante para o seu negócio. Deve pegar um empréstimo neste valor
e pagar daqui a quatro meses após o resgate da duplicata ou aceitar o desconto?
Prestações Iguais
Exercício b.17: Qual a prestação de um automóvel que custa, à vista, R$
24.000,00 e pode ser financiado em 36 meses, a juros de 1,87% ao mês e entrada
de 10%?
Exercício b.20: Você pode comprar um carro à vista por R$ 16.600,00. A fá-
brica propõe condições de financiamento em que basta dar uma entrada de 20% e
pagar o restante em 36 prestações mensais iguais. A taxa proposta é de 0,9% ao
mês (juros compostos). Qual o valor da prestação?
Exercício b.23: Na questão anterior, qual seria o valor real dessa aplicação
hoje, se a inflação esperada fosse de 0,85% ao mês (traga o valor futuro da aplica-
ção ao presente pela inflação acumulada esperada no período)?
Exercício b.25: Quanto devo pagar no máximo, hoje, por um carro que é fi-
nanciado sem entrada, em 24 meses, com prestações de R$ 800,00? Costumo apli-
car meu dinheiro em um fundo que rende 1,35% ao mês.
Exercício b.29: Um banco desconta para você um título, por dentro (ou seja,
à taxa i), e lhe paga R$ 8.762,97. Sabendo que o prazo de vencimento do título é de
90 dias, e que o valor de face dele é de R$ 10.000,00, qual foi a taxa efetiva mensal
utilizada pelo banco, a juros compostos?
Exercício b.33: Na questão anterior, qual o valor real do pecúlio hoje, supon-
do uma inflação fixa mensal de 0.6%?
Exercício b.39: Você comprou, na data zero, R$ 15.000,00 em ações que es-
tavam cotadas a R$ 0,50 cada. Após seis meses, vendeu 50% das ações por R$
0,70 cada. Após mais um ano, vendeu 20% da carteira inicial a R$ 0,30 cada ação.
Após mais 18 meses, vendeu as restantes por R$ 1,00 cada. Supondo uma taxa de
juros efetiva de 20% ao ano, qual o VPL desse investimento?
Exercício c.7: A parcela do patrimônio de uma empresa que cabe aos seus
proprietários é denominada:
( ) Exigibilidades.
( ) Patrimônio Líquido.
( ) Capital Próprio.
( ) Capital de Terceiros.
( ) Ativo Permanente.
( ) Resultado de Exercícios Futuros.
Exercício d.2: A empresa Alfa está estudando uma proposta de venda de ati-
vos para um investidor que deseja alugá-los a ela. Dessa forma, reduziria seu patri-
mônio líquido, devolvendo dinheiro aos acionistas. O valor dos ativos envolvidos é
de R$600.000,00. O patrimônio líquido atual é de R$ 1.300.000,00. Para alugar os
ativos à empresa, o investidor quer uma remuneração anual de R$100.000,00. A
alíquota de Imposto de Renda é de 25%. A empresa trabalha com custos variáveis
de 40% do volume de vendas, e custos fixos de R$15.000,00 por ano(fora os alu-
guéis).
Para ajudar na tomada de decisão, desenvolveu três cenários para suas ven-
das:
Pessimista: R$ 250.000,00; Esperado: R$350.000,00; Otimista: R$450.000,00
Quais as rentabilidades patrimoniais nas duas situações, para os três cená-
rios?
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Exercícios de Auto-Avaliação 256
Exercício d.3: A empresa Network está estudando uma proposta de venda
de ativos. Com o produto da venda, reduzirá seu patrimônio líquido, devolvendo di-
nheiro aos acionistas. O valor dos ativos envolvidos é de R$1.000.000,00. O patri-
mônio líquido atual é de R$ 1.800.000,00. A empresa necessitará alugar novas ins-
talações, a uma remuneração anual de R$80.000,00. A alíquota de Imposto de Ren-
da é de 25%. A empresa trabalha com custos variáveis de 40% do volume de ven-
das, e custos fixos de R$30.000,00 por ano (fora os aluguéis).
Para auxiliar na tomada de decisão, desenvolveu três cenários para suas
vendas:
Pessimista: R$ 540.000,00; Esperado: R$600.000,00; Otimista: R$660.000,00
Quais as rentabilidades patrimoniais nas duas situações, para os três cená-
rios?
Exercício d.5: Uma empresa deseja decidir entre duas estruturas de capital:
a) 100% de capital próprio, com patrimônio líquido de R$1.400.000,00 di-
vidido em 100.000 ações cotadas a R$14,00 cada.
b) 70% de capital próprio, com patrimônio liquido de R$980.000,00, dividi-
do em 70.000 ações cotadas a R$14,00 cada; e R$420.000,00 em dívi-
da, a um custo de 15% ao ano.
A empresa trabalha com três cenários: O LAJIR esperado da empresa é de
R$ 250.000,00. O pessimista é de R$ 200.000,00 e o otimista de R$ 300.000,00. O
I.R é de 25%. Qual das duas estruturas de capital é a mais adequada para o LAJIR
dado? E nos outros cenários? Responda obtendo as respectivas rentabilidades pa-
trimoniais.
Exercício d.6: Uma empresa deseja decidir entre duas estruturas de capital:
a. 100% de capital próprio, com patrimônio líquido de R$1.500.000,00 dividi-
do em 100.000 ações cotadas a R$15,00 cada.
b. 60% de capital próprio, com patrimônio liquido de R$900.000,00, dividido
em 60.000 ações cotadas a R$15,00 cada; e R$600.000,00 em dívida, a
um custo de 12,5% ao ano.
A empresa trabalha com três cenários: O LAJIR esperado da empresa é de
R$ 180.000,00. O pessimista é de R$ 162.000,00 e o otimista de R$ 198.000,00. O
I.R é de 25%. Qual das duas estruturas de capital é a mais adequada para o LAJIR
dado? E nos outros cenários? Responda obtendo as respectivas rentabilidades pa-
trimoniais.
Taxa de Desconto
d. Identifique a Taxa Interna de Retorno desse projeto. Qual é o critério de
decisão da empresa para este projeto considerando o critério da TIR?
3. O gerente da VJC Produções Artísticas está analisando a proposta de lançamen-
to do disco de um novo artista de música tecno-cool-metal. Ele sabe que o lan-
çamento de um disco requer um grande investimento inicial em promoção e mar-
keting, e que essa moda de música tecno-cool-metal deve durar 5 anos somente
(felizmente). O fluxo de caixa deste projeto está apresentado abaixo. Conside-
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Exercícios de Auto-Avaliação 258
rando que os acionistas da VJC esperam receber um retorno de 15% no seu in-
vestimento na empresa, calcule o VPL, a Taxa Interna de Retorno (TIR). Deve o
gerente investir neste projeto?
0 1 2 3 4 5
0 1 2 3 4
B)
(24.000) 0 5.000 10.000 33.000
0 1 2 3 4
B)
(1.100) 0 0 500 2.000
VPL =
TIR =
2. A Novastar é uma empresa que obteve uma concessão do governo para uma
prover serviços de Internet via satélite, está agora à venda por $8.200.000. Os
dividendos líquidos após taxas e impostos que a firma espera pagar aos seus
proprietários no futuro é de $1.400.000 por ano pelos próximos 20 anos de sua
vida útil, após os quais a sua concessão termina. Considerando que o custo de
capital para esta firma seja 10% ao ano, qual é o VPL desta operação de venda
se levada a cabo pelos valores mencionados acima? Você investiria nesse proje-
to?
3. SK Indústrias Reunidas Ltda é uma tradicional fabricante de spiroketas planares,
e está querendo aumentar a sua produção anual em 55.000 unidades. Existem
dois modelos de máquina de fabricar spiroketas planares disponíveis no merca-
do, e a SK está em dúvida sobre qual comprar. Ambos têm a mesma qualidade e
capacidade de produção, e atendem plenamente às necessidades da empresa, e
a empresa é isenta de impostos.
Investimento (24.000)
Venda de Ativo 8.000
Receita 10.000
- Despesa (8.000)
- Depreciação
= LAIR
- I.R.(35%)
= Lucro Liquido
+ Depreciação
= Fluxo (24.000)
1 Usando a HP 12c, o cálculo da TIR dá "Erro 3". Para achar a TIR neste caso, digite o custo de capi-
tal na tecla "i", e depois RCL g R/S.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Exercícios de Auto-Avaliação 263
(x $1.000) Ano 0 Ano 1 a 10
Investimento (150.000)
Receita 375.000
Custo variável (300.000)
Custo fixo (30.000)
Depreciação (15.000)
L.A.I.R. 30.000
I.R. (15.000)
Lucro Líquido 15.000
+ Deprec 15.000
Após analisar essas informações, você descobre que há uma série de incertezas
em relação a esse projeto. Existem dúvidas a respeito das estimativas de merca-
do e do preço de venda por se tratar de um produto novo para o qual ainda não
há um mercado. Ao voltar ao setor de Engenharia você verifica que ainda não foi
definida a tecnologia que será empregada na produção das motocicletas, e por
isso as estimativas de custo ainda são grosseiras. Você decide então fazer uma
análise de sensibilidade e pede a cada setor que complemente as estimativas
dadas inicialmente com uma hipótese pessimista e outra otimista. Os dados for-
necidos estão tabulados na Tabela I.
Tabela I
Variável Pessimista Normal Otimista
Mercado 900.000 1.000.000 1.100.000
Fatia mercado 4% 10 % 16 %
Preço $3.500 $3.750 $3.800
Custo variável $3.600 $3.000 $2.750
Custo fixo (milhões) $40 M $30 M $20 M
A taxa de juros do último empréstimo tomado pela empresa foi de 9%, e a sua a-
líquota de imposto de renda é de 40%. A sua estrutura de capital, que se presu-
me ser a ideal, é a seguinte:
Empréstimos de Longo Prazo 104.000.000
Capital próprio 156.000.000
Total 260.000.000
TEMA H
1. Em 1998, o sistema Telebrás, holding de todas as empresa de telefonia do Brasil
e monopólio do governo, foi dividida em três empresas distintas e privatizada.
Uma destas empresas, a companhia telefônica de São Paulo, a Telesp, foi com-
prada por um grupo espanhol. A segunda empresa, que ficou conhecida como a
Brasil Telecom, englobava as companhias telefônicas do Rio Grande de Sul,
Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás. A terceira, que veio a tor-
nar a Telemar, incorporou todas as demais empresas estaduais de telefonia da
região sudeste, leste, norte e nordeste. Entre as motivações para a quebra do
monopólio estatal e sua privatização estava a necessidade de atrair novos inves-
tidores e incentivar a competição neste setor. Para tanto, foi estabelecido um
prazo de cinco anos para as empresas usufruírem o monopólio nas suas áreas, a
partir do qual qualquer uma das empresas do setor estaria livre para oferecer
serviços de telefonia em qualquer lugar do território nacional. Você acredita que a
estrutura de capital das novas empresas deve ser a mesma do que a da antiga
Telebrás? Justifique a sua posição.
2. Modigliani e Miller na sua teoria da estrutura de capital estabeleceram que num
mercado perfeito, a divisão do capital da empresa entre capital próprio e de ter-
ceiros é irrelevante. Responda:
a. Qual o efeito da inclusão de impostos na análise de MM.
b. Qual o efeito da inclusão, além dos impostos, dos riscos e custos de in-
solvência
TEMA J
1. A Databit S.A tem um giro de Contas a Pagar de 8.0, um giro de Contas a Rece-
ber de 10.0, e um prazo médio de estoques de 55 dias. Qual é o ciclo de caixa
dessa empresa? Monte um diagrama explicativo.
Tristana S.A está preparando o seu fluxo de caixa para os meses de outubro, no-
vembro e dezembro. As vendas de agosto e setembro foram de $100.000 e
$200.000 respectiva-mente, e prevêem-se vendas de $400.000, $300.000 e
$200.000 para os meses seguintes. As vendas à vista representam 20% do total,
50% é vendido a 30 dias e o restante a 60 dias. Em dezembro a empresa recebe-
rá dividendos de $30.000 de uma subsidiária.
2. As compras da empresa representam 70% das suas vendas, sendo 10% das
compras pagas à vista, 70% a 30 dias e o restante em 60 dias. Em outubro deve-
rão ser pagos dividendos de $20.000 aos acionistas da empresa. Os aluguéis de
$5.000 são pagos mensalmente, assim como os salários e ordenados que cor-
respondem a $8.000 mais 10% das vendas ocorridas no mês. Em novembro será
comprada uma nova máquina por $130.000 à vista. Impostos no valor de
$25.000 precisam ser pagos em dezembro, bem como juros de $10.000 e a a-
mortização de um empréstimo, no valor de $20.000. Considerando que o saldo
de caixa da empresa totalizava $50.000 em final de setembro, e que o saldo mí-
nimo de caixa é de 20.000, defina as necessidades de financiamento para o pe-
ríodo em questão.
3. A companhia Valverde está elaborando o seu fluxo de caixa para os próximos
meses. A empresa pretende manter sempre um saldo de caixa mínimo de
$20.000, sendo que em 31 de março o saldo de caixa era de $50.000. As vendas
reais e projetadas para o ano são as seguintes:
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Real 50.000 60.000 60.000
Projetado 80.000 100.000 100.000 150.000
GESTÃO FINANCEIRA
RESPOSTA DOS EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
Tutoria a Distância
RESPOSTA DOS EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
TEMA B
Juros Simples
Exercício b.1: 1,277%.
Exercício b.2: R$ 19.100,00.
Exercício b.3: 1,031% e 1,0638%, respectivamente.
Exercício b.4: R$ 8888,89.
Exercício b.5: R$ 10.728,00.
Exercício b.6: R$ 967,12.
Juros Compostos
Exercício b.7: R$ 48.944,39.
Exercício b.8: R$ 15.688,09.
Exercício b.9: R$ 31.013,03.
Exercício b.10: R$ 10.280,17.
Exercício b.11: R$ 10.070,13.
Exercício b.12: R$ 179.955,46.
Exercício b.13: R$ 11.205,99.
Exercício b.14: Deve pegar o empréstimo.
Exercício b.15: R$ 7.788,74.
Exercício b.16: Mau negócio. O valor da promissória no vencimento é maior
do que o FV da dívida.
Prestações Iguais
Exercício b.17: R$ 829,84.
Exercício b.18: R$ 5884,56.
Exercício b.19: R. R$ 60.651,96.
Exercício b.20: R$ 433,51.
Exercício b.21: R$ 1.124,09.
Exercício b.22: R$ 1.933,59.
Exercício b.23: R$ 1.578,13.
Exercício b.24: R$ 4.246,56.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 273
Exercício b.25: R$ 16.306,99.
Exercício b.26: R. R$ 861,38.
Exercício b.27: R. 1,527% ao mês.
Exercício b.28: A segunda opção, pois i = 1,76% ao mês, enquanto na pri-
meira i = 1,87% ao mês.
Exercício b.29: 4,5% ao mês.
Exercício b.30: R$ 3.260,30.
Exercício b.31: R$ 78.187,86.
Exercício b.32: R$ 566,63.
Exercício b.33: R$ 34.921,36.
Exercício b.34: R$ 76.446,19.
Exercício b.35: Não. A taxa implícita na operação é de 1,487% ao mês, con-
siderando o preço à vista com desconto.
Exercício b.36: R$ 146.287,88.
Exercício b.37: R$ 176.338,82.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 274
o valor de cada amortização mensal. Calcule os juros pagos na primeira e na última
a partir do saldo devedor imediatamente anterior.
Exercício b.51: Se quiser vender ou devolver o imóvel antes da quitação,
quem escolher Sistema de Amortizações Constantes terá pago exatamente a pro-
porção do saldo devedor resultante da divisão do número de prestações pagas e o
total do financiamento. Quem optou pelo Price, terá pago menos do que a propor-
ção, e o saldo devedor será maior. O risco está nesse descasamento e também no
valor de mercado do imóvel, que pode ter aumentado a uma taxa menor do que a de
financiamento.
TEMA C
Exercício c.2: Qual o significado de Patrimônio?
(x) Conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa
física ou jurídica.
Exercício c.3: Qual a denominação da peça contábil que representa o Patri-
mônio de uma pessoa jurídica?
(x) Balanço Patrimonial.
Exercício c.4: Que significa o termo PASSIVO (sentido amplo) no contexto
de uma estrutura patrimonial?
(x) Obrigações de uma pessoa física ou jurídica contraídas junto a outras
pessoas físicas ou jurídicas.
Exercício c.5: Como é composto o Ativo de uma empresa, segundo a classi-
ficação definida pelas legislações societária e fiscal?
(x) Circulante, Realizável a Longo Prazo e Permanente.
Exercício c.6: Como é composto o Passivo (sentido amplo)?
(x) Circulante, Exigível a Longo Prazo, Resultado de Exercícios Futuros e
Patrimônio Líquido.
Exercício c.7: A parcela do patrimônio de uma empresa que cabe aos seus
proprietários é denominada:
(x) Patrimônio Líquido.
Exercício c.8: Para a determinação do Patrimônio Líquido, é considerado:
(x) O total do Passivo deduzido do somatório entre o Passivo Circulante e
o exigível a Longo Prazo.
(x) O total do Ativo deduzido dos capitais de terceiros.
Exercício c.9: Que representa o denominado “Passivo Descoberto”?
(x) Uma situação líquida negativa da parcela dos proprietários no patri-
mônio de uma empresa.
(x) Um Ativo total insuficiente para cobrir a totalidade das obrigações da
empresa para com terceiros.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 275
Exercício c.10: Investimentos, custos, despesas, perdas, ganhos, receitas,
ingressos e desembolso. Reunindo alguns destes termos, responda abaixo as com-
binações que integram a Demonstração do Resultado do Exercício de uma empresa.
(x) Receitas, despesas, perdas e ganhos.
Exercício c.11: Os gastos com investimentos, custos, despesas e perdas,
bem como as receitas e os ganhos realizados por uma empresa são reconhecidos
em sua estrutura patrimonial pelo Regime de Caixa ou pelo Regime de Competên-
cia? Por quê?
(x) Pelo Regime de Competência, pois nele as operações empresariais
são reconhecidas quando da sua “incorrência”, (incidência do fato ge-
rador contábil de natureza econômica, financeira, jurídica, técnica
etc.), independentemente da sua realização financeira
Exercício c.12: Qual o maior objetivo da Demonstração do Resultado do E-
xercício quando subsidia um usuário envolvido em um processo de decisões nos
âmbitos interno e externo à empresa?
(x) Permitir uma análise da composição do lucro ou prejuízo de uma em-
presa.
(x) Permitir uma análise isolada ou comparativa, em vários períodos, dos
diferentes itens que compõem a apuração do lucro ou prejuízo de
uma empresa.
Exercício c.13: Que significa Capital Circulante Líquido?
(x) A diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante.
Exercício c.14: Que é Ativo Circulante?
(x) São os valores disponíveis e realizáveis no curto prazo, assim consi-
derado, ao longo dos doze meses ou do ciclo operacional da empresa
(o que for maior), a partir da data de encerramento do Balanço Patri-
monial.
Exercício c.15: Que é Passivo Circulante?
(x) São as obrigações junto a terceiros com data de vencimento ao longo
dos doze meses da data de encerramento do Balanço Patrimonial, ou
do ciclo operacional da empresa, o que for maior.
Exercício c.16: Qual o objetivo da análise das proporções verticais dos ele-
mentos integrantes da Estrutura Patrimonial de uma Entidade?
(x) Permitir ao usuário uma visão estática (em uma data) ou dinâmica
(várias datas comparadas) da participação dos diferentes grupamen-
tos de uma estrutura patrimonial, respectivamente no total do ativo e
do passivo, visando subsidiar um julgamento da situação patrimonial e
financeira da entidade.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 276
Exercício c.17: A propósito da pergunta anterior, como as proporções verti-
cais dos diversos grupamentos da Estrutura Patrimonial de uma Entidade se intera-
gem com a evolução horizontal dos números ali apresentados.
(x) Uma brusca variação da proporção vertical não significa, necessaria-
mente, uma elevada variação da evolução horizontal de uma rubrica
ou de um grupamento, pois pode ter havido o ingresso de vultosos re-
cursos, exigíveis ou não, para atender a um determinado componente
do ativo. Neste caso, haveria uma elevação da proporção vertical dos
correspondentes grupamentos sobre o total do ativo e do passivo,
respectivamente, sem necessariamente haver uma redução do com-
portamento horizontal dos demais grupamentos; pelo contrário, pode-
ria haver, até mesmo, uma ascendência horizontal da rubrica ou gru-
pamento observado, subsidiando, assim, o usuário em um processo
de análise;
(x) A observância do comportamento horizontal de rubricas ou grupamen-
tos da estrutura patrimonial deverá ser prioritário para a análise do
comportamento das proporções verticais;
Exercício c.18: E na Demonstração dos Resultados: qual o propósito da aná-
lise das proporções verticais dos diversos elementos componentes da apuração do
lucro ou prejuízo de um determinado período, e como esta análise interage com a
evolução horizontal dos números apresentados.
(x) As proporções verticais têm como propósito apresentar ao usuário as
causas secundárias da melhora ou piora dos lucros ou prejuízos a-
presentados pela empresa. A evolução horizontal dos diferentes itens
integrantes da demonstração dos resultados interage com as propor-
ções verticais na medida em que se compara a evolução das receitas
operacionais líquidas com a evolução das diversas despesas, de ou-
tras receitas, perdas ou ganhos integrantes da estrutura de resulta-
dos.
(x) As proporções verticais na demonstração de resultados têm como
propósito permitir, quando se comparam vários períodos, a análise da
variação da lucratividade da entidade e, conseqüentemente, da renta-
bilidade do seu capital próprio diante do custo de oportunidade. É de
extrema importância a sua interação com as proporções horizontais
quando se avalia os efeitos da alavancagem operacional na lucrativi-
dade, ou seja, a variação do lucro contra a variação da receita opera-
cional líquida.
Exercício c.19: Como você julgaria a situação financeira de uma empresa
com base nos seguintes parâmetros?
a. No curto prazo: Índice de liquidez corrente situado em 3,10; índice de
liquidez seco em 0,40; giro dos seus estoques de mercadorias (empre-
sa comercial) de 20 dias; prazo médio efetivo de recebimento de suas
vendas a prazo, de 30 dias, e um prazo médio de pagamento aos seus
fornecedores, de 90 dias?
b. No longo prazo: Quociente de liquidez geral bem abaixo de 1,00, diga-
mos, 0,40?
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 277
(x) No curto prazo a situação financeira é privilegiada, mas a longo prazo
o seu julgamento dependerá da alimentação dos ativos circulantes
frente ao volume de endividamento a longo prazo que se transferirá
para o curto prazo.
(x) No curto prazo, apesar de haver um distanciamento acentuado entre
os índices de liquidez corrente e seco, o giro dos estoques, aliado ao
prazo médio de recebimento e de pagamento, denuncia claramente
um perfeito equilíbrio das contas, garantindo uma sólida situação fi-
nanceira. No longo prazo, entretanto, pode-se julgar como plenamen-
te favorável a situação financeira desta empresa, pois, conforme se
observa, ela está apresentando, estrategicamente, uma participação
acentuada de recursos de terceiros em sua estrutura de passivos,
mantendo propositadamente um índice de liquidez geral no nível a-
presentado em vista de assegurar que o custo total dos capitais de
terceiros é inferior ao benefício destes recursos aplicados no ativo da
empresa.
(x) Situação financeira de curso prazo: excelente.
Exercício c.20: Qual a diferença entre LUCRATIVIDADE, RENTABILIDADE e
LIQUIDEZ?
(x) Lucratividade: relação de um lucro com a receita operacional líquida;
Rentabilidade: relação de um lucro com um capital investido; Liquidez:
capacidade de aliar recursos financeiros já disponibilizados com a
realização financeira de outros ativos na confrontação com as exigibi-
lidades de uma entidade. Sob o ponto de vista isolado a liquidez tam-
bém é entendida como a capacidade de conversão de bens e direitos
em dinheiro.
Exercício c.21: Como você julgaria o desempenho econômico de uma em-
presa pela análise isolada da MARGEM DE LUCRO (ou lucratividade) GERADA PE-
LOS ATIVOS? Por quê?
(x) Não, porque este indicador integra um conjunto de outros indicadores
necessários a uma correta avaliação do desempenho econômico de
uma empresa. São eles: retorno (ou rentabilidade) do ativo (integrado
com os indicadores giro do ativo e margem de lucro gerada pelos ati-
vos) e, principalmente, retorno (ou rentabilidade) do patrimônio líqui-
do.
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 278
TEMA D
Exercício d.1:
Situação I:
Recessão: 14,50% Esperado: 17,00% Expansão: 19,50%
Situação II:
Recessão: 10,66% Esperado: 11,84% Expansão: 13,03%
Exercício d.2:
Situação Atual:
Recessão: 7,79%; Esperado: 11,25%; Expansão: 14,71%
Situação Proposta:
Recessão: 3,75%; Esperado: 10,18%; Expansão: 16,61%
Exercício d.3:
Situação Atual:
Recessão: 12,25%; Esperado: 13,75%; Expansão: 15,25%
Situação Proposta:
Recessão: 20,06%; Esperado: 23,44%; Expansão: 26,81%
Exercício d.4:
Situação Atual:
Recessão: 12,25%; Esperado: 13,75%; Expansão: 15,25%
Situação Proposta:
Recessão: 23,00%; Esperado: 27,50%; Expansão: 32,00%
Exercício d.5:
Situação Atual:
Recessão: 10,71%; Esperado: 13,39%; Expansão: 16,07%
Situação Proposta:
Recessão: 10,48%; Esperado: 14,31%;Expansão: 18,14%
Exercício d.6:
Situação Atual:
Recessão: 8,10%; Esperado: 9,00%; Expansão: 9,90%
Situação Proposta:
Recessão: 7,25%; Esperado: 8,75%; Expansão: 10,25%
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 279
TEMA E
1. O fluxo de caixa do projeto é:
0 1 2 3 4 5
1.500
1.000
500
VP
L 0
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
-500
-1.000
-1.500
-2.000
Taxa de Desconto
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 280
3. VPL (15%) = 1.220,27, TIR = 22,2%. O gerente deve investir no projeto.
5.
a.
0 1 2 3 4 5
6.
a. Diâmetro de 20 cm
0 1 2 3 19 20
PV (10%) = 130.135
b. Diâmetro de 30 cm
0 1 2 3 19 20
PV (10%) = 139.594
A melhor alternativa é a utilização do encanamento de menor diâmetro (20
cm), pois é o de menor custo para a empresa. Note que todos os fluxos destes proje-
tos representam saídas de caixa, de forma que escolhemos o que apresenta o me-
nor valor nesse caso.
7.
0 1 2 3 19 20
8.
0 1 2 3 4 VPL TIR
A) 7.699 24,1%
(24.000) 10.000 10.000 10.000 10.000
0 1 2 3 4 VPL TIR
B) 10.185 21,7%
(24.000) 0 5.000 10.000 33.000
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 282
9. VPL (10%) = ($6.571). Os passos necessários para se chegar a esse valor são:
Passo Ação Descrição
1 Limpa a memória financeira
FIN
2 180.000 Informa que o Investimento Inicial é -$180.000
CF0
3 100.000 Informa que o Fluxo 1 é $100.000
CFj
4 5 Informa que esse fluxo se repete 5 vezes
Nj
5 100.000 Informa o Fluxo 6 é -$100.000
CFj
6 5 Informa que esse fluxo se repete 5 vezes
Nj
7 0 Informa que o Fluxo 11 é zero
CFj
8 9 Informa que esse fluxo se repete 9 vezes
Nj
9 200.000 Informa que o Fluxo 20 é $200.000
CFj
10 10 Informa que a taxa de desconto é 10% a.a.
O cálculo da TIR é um pouco mais complexo neste caso, e teclando f IRR ob-
temos apenas uma mensagem de erro (Erro 3). Isso ocorre porque este projeto pos-
sui três TIR distintas. Isso pode ser observado no gráfico do VPL x Taxa de Descon-
to da Figura 4 da página 18 do Tema A, pois se trata do mesmo projeto. Podemos
observar que o VPL cruza o eixo três vezes, representando as três TIR do projeto.
Nesse caso, o cálculo da TIR é irrelevante, pois nenhuma destas três representa a
real rentabilidade do projeto e nenhuma decisão de investimento deve ser tomada
com base neste critério. A alternativa é tomar a decisão de investimento com base
no critério do VPL, ou então calcular a TIRM.
Apenas a título de curiosidade, o cálculo das TIR do projeto pode ser feito da
seguinte maneira. Para tanto, é necessário darmos um ponto de partida de onde a
calculadora irá começar a pesquisar a TIR. Sem apagar os dados da memória da
calculadora inseridos anteriormente, digite:
2 10 14,35 %
4 50 29,02 %
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 283
10.
a.
0 1 2 3 4 VPL TIR
A) 346,13 30,7%
(1.000) 600 500 400 200
0 1 2 3 4 VPL TIR
B) 526,93 24,2%
(1.100) 0 0 500 2.000
A empresa deve optar pela alternativa B, uma vez que esta oferece o maior
VPL dos dois.
b. Pelo critério da TIR, a melhor opção seria o projeto A, que aparentemente
oferece a maior rentabilidade.
c. A uma taxa de 22%, temos: VPL (A) = $138,30 e VPL (B) = $78,15. Nes-
se caso, o projeto mais indicado passa a ser o projeto A.
Projeto B
800
VPL
400
Projeto A
0
0 10% 20% 30% 40%
(400)
Taxa de Desconto
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 284
TEMA F
1. Neste exercício, observe que o prejuízo do projeto no primeiro ano, ao ser adi-
cionado ao lucro da ABC naquele ano tem o efeito de reduzir o imposto a pagar
da empresa. Por este motivo incluímos esse efeito colateral no fluxo de caixa do
projeto, na forma de um crédito de imposto de renda.
2. PMT = $ 1.400.000
N = 20 VP = $11.919.989,21
I = 10% a.a.
VPL = $11.919.989,21 – 8.200.000,00 = $3.718.989,21. Sim, pois VPL>0
3. Trata-se de determinar o menor custo apenas, pois não há receita neste projeto.
Além disso, estes projetos têm prazo de vida diferente.
Preço Manut. Vida útil
Modelo Standard 10.000 6.000 2 anos
Modelo Luxo 15.000 4.000 3 anos
Modelo Standard:
a) 0 1 2
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 285
Modelo Luxo:
b) 0 1 2 3
Luxo:
PV = 24.950
i = 10% a.a. PMT = 10.030 Æ Melhor opção
n=3
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 286
4.
Item Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Investimento (24.000)
Venda de Ativo 8.000
Receita 10.000 16.000 20.000 22.000 24.200 26.620
- Despesa 8.000 10.000 11.000 12.100 13.310 14.641
- Depreciação 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000
= L.A.I.R. (2.000) 2.000 5.000 5.900 6.890 15.979
0 1 2 3 4
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 287
6.
0 1 2 3 4 5 6 7
Investimento (800) (1.500)
Receita 500 500 500 1.000 1.000 1.000 1.000
Depreciação (100) (100) (100) (200) (200) (200) (200)
L.A.I.R. 400 400 400 800 800 800 800
IR 30% (120) (120) (120) (240) (240) (240) (240)
LL 280 280 280 560 560 560 560
Depreciação 100 100 100 200 200 200 200
FCL (800) 380 380 380 (740) 760 760 760
7. Motochoque S.A.
a. Alterando-se uma variável de cada vez, inicialmente para o seu valor
Pessimista e depois para o seu valor Otimista enquanto todas as demais
variáveis se mantêm congeladas no seu valor base (normal), determinan-
do um conjunto de dois VPLs para cada variável, correspondente aos va-
lores pessimista e otimista, respectivamente. Adotando-se o mesmo pro-
cedimento para cada uma das demais variáveis, obtemos a tabela de VPL
mostrada a seguir.
Tabela de VPLs
Podemos observar que o projeto está longe de ser seguro. Os riscos mai-
ores estão nas variáveis de fatia de mercado que a empresa pretende
conquistar e do custo variável de fabricação da motocicleta. A análise
mostra que esse projeto é muito sensível a mudanças nessas duas variá-
veis, justificando assim os custos adicionais necessários para se obter
melhores informações a respeito. Por outro lado, a variável “tamanho do
mercado”, não tem um efeito tão importante, levando a concluir que os
dados existentes já são suficientes para a análise desejada.
b. VPL (10%) = 65,7 milhões
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8. Companhia ABC (I)
Comprando a caixa fora:
Receita: $1,000*100 = $100,000
Despesa:
Mão-de-Obra $ 50*100 = $ 5,000
Material $ 450*100 = $ 45,000
Caixa $ 300*100 = $ 30,000
$ 80,000
Saldo = $ 20,000
Fabricando a caixa:
Receita $1,000*100 = $100,000
Despesa:
Mão-de-Obra $ 50*100 = $ 5,000
Material $ 450*100 = $ 45,000
Molde = $ 17,500
Caixa $ 50*100 = $ 5,000
$ 72,500
Saldo = $ 27,500
Fabrica (Molde)
27500
Sim
Compra
20000
Não
0
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9. Companhia ABC (II)
Árvore de decisão: (II)
Sim Não
2500
Compra
20000
Não
0
10. Companhia ABC (III)
a. 50 comprando: Saldo = $10.000
b. 50 fazendo: Saldo = $ 5.000
Árvore de decisão: (III)
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 290
TEMA G
1.
a. Ks = D1/P0 + g = 2,14 / 23 + 0,07 = 16,.30%,
b. Ks = rf + β(Rm – rf) = 0,09 + 1,6(0,13 – 0,09) = 15,4%
2. WACC = 0,09(1.200/3.000) + 0,14(1.800/3.000) = 12,0%.
3. WACC = 0,12(3.000/5.000) + 0,20(2.000/5.000) = 15,20%
4. WACC =0,15(20.000/30.000) + 0,20(10.000/30.000) = 16,67% > 14%. Não vale a
pena investir uma vez que a rentabilidade do projeto (14%) é menor do que o
custo do capital que será investido nele.
5. WACC = 0,08(2.000/5.000) + 0,15(3.000/5.000) = 12,20% < 14%. Sim, nesse ca-
so vale a pena investir porque o projeto renderá mais do que o custo do capital
investido.
6.
0 1 2 3 4
Investimento (100.000)
Aluguéis 12.000 12.000 12.000 12.000
Venda 125.000
Fluxo de Caixa (100.000) 12.000 12.000 12.000 137.000
Ks = 12,0%
VP = 115.887,95
VPL = 15.887,95
7.
a. Fluxo de Caixa Anual = 200 (47-27) = $4.000
b. n = 5
c. Ks = rf + β(Rm – rf) = 0.06 + 1.25(0.14 – 0.06) = 16,0%,
d. VP = 13.097,17, VPL = 3.097,17
8.
a. Ks = D1/P0 + g = 14,83%
b. Kd = 0,12(1-0.30) = 8,4%
c. WACC = 0,084(0,40) + 0,1483(0,60) = 12,26%
9.
a. Kd = 0,16(1 – 0.30) = 11,20%
b. Ks = 0,09 + 1,8(0,15-0,09) = 19,80%
c. WACC = 0,1120 (0,40) + 0,1980(0,60) = 16,36%
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10. Nesse caso, precisamos determinar a taxa média de crescimento desde 1996.
Considerando que são 8 anos, isso significa que precisamos resolver a equação
$3,90 (1+ g)8 = $7,80 o que nos dá:
7.80
g= 8 − 1 = 8.0%
3.90
a. Kd = 0,09 (1 – 0,40) = 5,4% Ks = 0,55 (7,80) / 65 + 0,08= 14,60%
b. WACC = 0,054 (104.000/260.000) + 0,1460 (156.000/260.000) = 10,92%
11.
a. Kd = 0,18(1 – 0,40) = 10,80%
b. Ks = 0,08 + 1,6(0,15 - 0,08) = 19.20%
c. WACC = 0,108 (0,30) + 0,192(0,70) = 16,68%
12.
Valor Custo Custo Total
Capital de Terceiros 30.000 22% 6.600
Capital Próprio 70.000 25% 17.500
100.000 24.100
13.
Valor Custo Custo Total
Kd = 10,8%
IR = 40%
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 292
TEMA H
1. A estrutura de capital deve ser bem diferente, com as novas empresas apresen-
tando um menor nível de endividamento. O motivo disso é que devido à competi-
ção, aumento do número de concorrentes e rápida inovação tecnológica do setor,
o risco econômico das novas empresas é significativamente maior do o de um
monopólio como a Telebrás, portanto a capacidade delas assumirem um risco fi-
nanceiro adicional é bem menor.
2.
a. Como o custo do endividamento é menor do que o custo de capital pró-
prio, a estrutura ideal seria de 100% de endividamento.
b. Existe uma estrutura de capital ótima porque a medida que aumenta o
endividamento da empresa, o risco e os custos de insolvência tornam es-
te capital cada vez mais caro.
3. Dialógica Sistemas
Plano A Plano B
Dívida 0 4.000.000
Ações 200.000 100.000
Juros = 10%
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d. O valor da empresa em ambos os planos é de 8 milhões.
e. Isso comprova MM que afirmaram que o valor da empresa não se altera
quando não há impostos.
4.
a.
A)
Preço Venda = $100 /unidade
Custo Fixo = $180,00
Custo Variável = $50 /unidade
Lucro Oper = $20.000
Vendas = 5.000 unidades
Situação Atual:
Receita = $500.000
Custo Fixo = ($180.000)
Custo Var = x
Depreciação = (50.000)
Lucro Operacional = $20.000
+ Depreciação 50.000
Fluxo de Caixa Livre = $70.000
x= $250.000
Custo Var Unitário = $50
Nova Situação
Custo Var Unitário = $50 - $10 = $40
Vendas = 5.000 + 2.000 = 7.000
Investimento = $400.000
Custo fixo = $180.000 + $50.000
Novo Preço = $95
Receita = $665.000
Custo Fixo = ($230.000)
Custo Var = ($280.000)
Depreciação = (50.000)+ (40.000)
Lucro Operacional = $65.000
+ Depreciação 90.000
Fluxo de Caixa Livre = $155.000
Análise incremental:
Investimento = $400.000
Fluxo de Caixa incremental = $85.000/ano
Prazo = 10 anos
Custo Capital = 10% a.a.
VPL = $122.288
b. Ponto de Equilíbrio de Lucro Operacional
Receita = Custos Totais
Receita = Custo Fixo + Custo Var total + Depreciação
Preço x Quant. = CF + CV x Q + Depreciação
100 Q = 180.000 + 50 Q + 50.000
IAG – A Escola de Negócios da PUC-Rio • Gestão Financeira • Resposta dos Exercícios de Auto-Avaliação 294
50 Q = 230.000
Q = 4.600
Nova situação:
95 Q = 230.000 + 40Q + 90.000
55 Q = 320.000
Q = 5.818
Investimento proposto aumenta risco e também o retorno do investimento.
Empresa ficará mais alavancada operacionalmente.
Ponto de Equilíbrio de Caixa
Entradas de Caixa = Saídas de Caixa
Receita = Custo Fixo + Custo Var total
Preço x Quant = CF + CV x Q
100 Q = 180.000 + 50 Q
50 Q = 180.000
Q = 3.600
Nova situação:
95 Q = 230.000 + 40Q
55 Q = 230.000
Q = 4.182
5.
A) CasaBaixa B) CasAlta C) CasaBaixa novo
Endivid = 30% Endivid = 50% Endivid = 60%
Juros = 10% Juros = 12% Juros = 15%
Dívida = 6.000.000 Dívida = 10.000.000 Dívida = 12.000.000
PL = 14.000.000 PL = 10.000.000 PL = 8.000.000
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6. Dados: T = 30%; rf = 7%; r m = 9%; k = 6,5% a.a
β L = 0,5 DATUAL = 15 milhões EATUAL = 20 milhões
1m dívida → kd = 6,5%
0,5
βU = = 0,328
D 15
β L = β U [1 + (1 − T ) 1 + (0,7) x
a. E 20
D 16
b. Relação E passa para 22
16
β L = 0,328 × [1 + (0,7) 22 ] = 0,495
16 22
c. CMPC = 16 + 22 x 0,065 x (0,7) + 16 + 22 x KS = 6,54 % é o custo mé-
dio de capital médio da empresa, onde kS = 7 % + 0,495 x [9% - 7%] =
7,99 %
Para análise do novo projeto, o custo de capital a ser utilizado é:
[ 1/3 x 0,065 ( 0,7 ) ] + [ 2/3 x 0,0799 ] = 6,84%
TEMA J
1. O ciclo de caixa da Databit S.A é de 46 dias.
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2. O saldo do empréstimo em outubro, novembro e dezembro é respectivamente: 0,
71.000 e 36.000
Recebimentos Ago Set Out Nov Dez
Previsão vendas 100.000 200.000 400.000 300.000 200.000
Vendas à vista 20.000 40.000 80.000 60.000 40.000
Cobranças/30 d 50.000 100.000 200.000 150.000
Cobranças/60 d 30.000 60.000 120.000
Outros recebimentos 30.000
210.000 320.000 340.000
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3. O saldo do empréstimo é de 0, 0, 103.200 e 73.200
Recebimentos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Vendas 50.000 60.000 60.000 80.000 100.000 100.000 150.000
Vendas à vista 25.000 30.000 30.000 40.000 50.000 50.000 75.000
Vendas a 30 d 12.500 15.000 15.000 20.000 25.000 25.000
Vendas a 60 d 12.500 15.000 15.000 20.000 25.000
57.500 70.000 85.000 95.000 125.000
Pagam Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Compras 35.000 42.000 42.000 56.000 70.000 70.000 105.000
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