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IFRS Journal é uma publicação destinada a clientes e colaboradores da Ernst & Young que aborda questões relevantes para as empresas na
migração para os padrões internacionais de contabilidade IFRS. Alertamos os leitores para o fato de que as opiniões aqui expressas não devem ser
utilizadas, de maneira isolada, para a tomada de decisão por parte das empresas. Isto porque existem particularidades pertinentes a cada empresa
que podem, eventualmente, alterar o enfoque transmitido na opinião. Recomendamos que, antes de a decisão ser tomada, as empresas discutam
esses pontos de vista com seus consultores. Estamos à disposição para discutir nossas opiniões e sua aplicação em cada caso concreto.
Mais informações sobre IFRS com: Paul Sutcliffe (paul.sutcliffe@br.ey.com); Pedro L. Farah (pedro.l.farah@br.ey.com);
Fernando Próspero (fernando.prospero@br.ey.com) ou pelo e-mail ifrs@br.ey.com
IFRS Journal é uma publicação do Departamento de Comunicação e Gestão de Marca da Ernst & Young Brasil.
Jornalista responsável: Rejane Rodrigues (Mtb 22.837); projeto gráfico e edição visual: Rogério Weikersheimer
1 – Por que o Brasil decidiu dos Unidos, faz sentido que o Brasil tes, tendo em vista o alto grau de
siga esse mesmo caminho. Justifica- influência americana no Brasil. Mas
adotar os princípios IFRS?
se até mesmo por razões internas, as normas IFRS apresentam, em mi-
uma vez que representam um conjun- nha opinião, uma série de vantagens
Em uma palavra, globalização.
to único e coerente de normas que sobre as normas americanas, por se
É cada vez mais fácil para um in- trará maior transparência para basearem em princípios amplos, em
vestidor na Europa ou nos Estados todos os investidores. vez de regras detalhadas. Isto torna o
Unidos aplicar em empresas no Bra-
sil e essas fontes de capital são uma aprendizado em IFRS mais rápido e
2 – Os princípios contábeis america- também significa que sempre é pos-
grande vantagem para a economia
brasileira. Contudo, os investidores nos (US GAAP) não representam o pa- sível retornar aos princípios iniciais
internacionais precisam conhecer as drão de demonstrações financeiras? quando não houver uma norma espe-
regras do jogo ao comprometer seus cífica para lidar com uma determina-
recursos. Como os princípios IFRS Os princípios contábeis geralmen- da situação. Pode parecer óbvio, mas
já foram adotados pela maioria das te aceitos nos Estados Unidos (US os conceitos US GAAP são elabo-
principais economias fora dos Esta- GAAP) continuarão a ser importan- rados principalmente para aplicação
IFRS
to tributário das organizações e na Processo Planos de
política de gerenciamento de expec- Assuntos remuneração
de fechamento
tativas dos investidores, entre outras Importantes deexecutivos
iniciativas. “Apenas após a realização de balanço
de um diagnóstico de impacto para o
e funcionários
negócio é possível ter uma dimensão
exata de todas as mudanças que a mi-
Estrutura
gração para o IFRS exigirá”, explica
organizacional Planos de
Pedro Farah, sócio da Ernst & Young
para a área de Auditoria e Assessoria e produtos benefício
em Negócios. A partir da experiência
KPIs
adquirida na condução de projetos de
conversão para o IFRS na Europa, a
Ernst & Young mapeou os principais
impactos para as empresas. Confira:
Contabilidade financeira e elabora- rios outros instrumentos financeiros econômica. O método de união de
ção de demonstrações financeiras sejam reapresentados com base no interesses (pooling of interests) é
seu valor justo, resultando assim em proibido para todas as combinações
• O processo de conversão para IFRS maior volatilidade de rendimentos. de empresas abrangidas pelo escopo
em geral resulta em impactos sig- da nova norma.
nificativos sobre as demonstrações • As regras de consolidação exigirão
financeiras no que se refere a conhe- que alguns investimentos anterior- • Os critérios para o reconhecimen-
cimento, mensuração e divulgação. mente excluídos das demonstrações to de ativos intangíveis diferem da
financeiras consolidadas sejam agora maioria das regras contábeis locais,
• Mais divulgações por segmento são incluídos. assim, as empresas precisam definir
exigidas, incluindo vendas, resulta- a melhor abordagem para avaliação e
dos e impostos por segmento. • Ativos, passivos e passivos contin- tratamento desses ativos.
gentes da maioria das combinações
• As estratégias de hedge existentes de empresas serão apresentados ao • Considerações especiais para deter-
podem tornar-se ineficazes. Além valor justo, com a geração de ágio, minados setores de atividade podem ter
disso, a norma IAS 39 (Instrumentos que deverá ser avaliado, no mínimo, impacto significativo, como, por exem-
Financeiros: Reconhecimento e Men- em bases anuais para fins de deter- plo, obrigações por seguros e contratos
suração) requer que derivativos e vá- minação da perda de sua substância de construção de longo prazo.
Finanças corporativas e produtos rado ou outras importantes iniciativas • As informações serão apresenta-
financeiros estruturados de negócios. das por segmento, o que significa
maior ênfase nos resultados por
• Algumas empresas podem enfrentar Indicadores de desempenho setor. A administração deverá ser
pressões de bancos de investimento capaz de definir planos estratégicos,
e investidores em capital de risco • A administração precisa entender as identificar os motivos das diferenças
para que apresentem demonstrações diferenças na forma como o desem- entre desempenho passado e pre-
financeiras segundo as normas IFRS. penho da empresa será visto interna- sente, além das implicações para
A vantagem é que a transparência mente e pelo mercado e definir como os principais índices e indicadores
e a comparabilidade oferecida aos a organização se comunicará com in- de desempenho.
investidores podem resultar em me- vestidores e os demais stakeholders.
lhores taxas de juros e maior êxito na • As companhias precisam também
conquista de investidores. • Os lucros apresentados podem estar cientes de que deverão elaborar
diferir da percepção de desempenho e divulgar uma conciliação entre os
• Na Europa, organizações que plane- operacional devido ao uso crescente resultados anteriormente divulga-
javam se desfazer de negócios durante de valores justos e restrições para as dos e os correspondentes resultados
o período de migração sentiram-se atuais práticas, como, por exemplo, reapresentados segundo as normas
pressionadas pelo potencial compra- contabilização de hedge. Conseqüen- IFRS. O entendimento dessas di-
dor, na etapa de due diligence, a apre- temente, os indicadores para determi- ferenças permitirá à administração
sentar demonstrações financeiras em nar tanto o desempenho de negócios prever questões e discutir diferenças
conformidade com as normas IFRS. quanto o desempenho executivo com analistas e outros usuários das
devem ser revistos. suas demonstrações financeiras.
• Os valores justos e os modelos de
avaliação serão cada vez mais im- Sistemas gerenciais de elaboração de Remuneração de colaboradores
portantes, por exemplo, na avaliação demonstrações financeiras e executivos
de ativos tangíveis e intangíveis em
combinações de empresas, avaliações • Os sistemas de contabilidade e de • É possível que a remuneração de
para análises de perda de substância elaboração de demonstrações finan- colaboradores e executivos varie
econômica e avaliações de planos de ceiras devem gerar dados confiáveis significativamente quando determi-
opções de ações. e consistentes. Esses sistemas devem nada segundo as normas IFRS, já que
permitir também a obtenção de novas o resultado da empresa também pode
• Empresas que utilizam ou vendem informações para as divulgações variar com a conversão. Mudanças
produtos financeiros estruturados requeridas, incluindo dados relativos nos planos podem ser necessárias.
devem obter pleno entendimento do aos segmentos, valor justo de instru-
seu impacto na contabilidade e nos mentos financeiros e benefícios de • Planos de opções de ações devem
relatórios financeiros segundo as nor- colaboradores. ser contabilizados em despesas, e as
mas IFRS, incluindo o potencial para divulgações devem ser apresentadas
a consolidação de produtos existentes • É preciso ainda aperfeiçoar os sis- de forma mais clara e detalhada para
e também novos produtos. temas de informação para minimizar investidores, clientes, sindicatos e
o risco de interrupção dos negócios, outras partes interessadas.
Planejamento tributário especialmente no que se refere ao
risco de fraude, terrorismo eletrônico Planos de benefícios
• É essencial fazer uma revisão com- e segurança da informação.
pleta das atuais estratégias de pla- • Planos de aposentadorias e outros
nejamento tributário para testar seu Relações com investidores benefícios pós-emprego serão calcu-
alinhamento a quaisquer mudanças lados de forma diferente. O provisio-
organizacionais geradas pelo proces- • A conversão para IFRS fará com namento insuficiente de benefícios
so de conversão para IFRS. que as empresas sejam, provavel- precisará ser evidenciado.
mente, vistas de forma diferente pelos
• O impacto fiscal sobre as demons- stakeholders. Assim, elas enfrentarão • As normas IFRS oferecem maior
trações financeiras, juntamente com o desafio de conquistar e reter a fide- ênfase ao custo integral dos benefí-
os riscos fiscais e as questões relati- lidade dos investidores e, ao mesmo cios de pensão e de pós-aposentaria.
vas à regulamentação, deve ser consi- tempo, de tomar decisões com base Além disso, inúmeras empresas en-
derados em qualquer combinação de em dados, que serão pela primeira vez frentarão questões complexas relati-
empresas, produto financeiro estrutu- comparáveis no País ou no exterior. vas ao futuro desses acordos.