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INT ERNAT IONA L

FINANCIA L SETEMBRO E OUTUBRO


REP ORTING
STA NDA RDS 2007 – N 1O

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STA NDA RDS

JOURNA L

Brasil entra Qualificação, Muito além do


para o clube o grande desafio exercício contábil
Ao adotar os princípios inter- A falta de profissionais com Adequação ao padrão inter-
nacionais de contabilidade, experiência na migração para nacional exigirá das organi-
as empresas brasileiras as normas IFRS é barreira zações novas políticas de
tornam-se mais competitivas para a convergência, alerta o relação com investidores e
na busca por investimentos sócio da Ernst & Young mudanças nos indicadores
estrangeiros Paul Sutcliffe de desempenho
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JOURNA L
ifrs
Brasil entra para o clube da
contabilidade internacional
A partir de 2010, todas as empre-
IFRS NA INTERNET
sas brasileiras com ações em bolsa
deverão divulgar suas demonstrações Para compartilhar seu conhecimento em IFRS, a Ernst & Young criou
financeiras consolidadas de acordo um canal exclusivo em seu site institucional com publicações, estudos
com o IFRS (International Financial e webcasts sobre as novas normas de contabilidade. Com conteúdo
Reporting Standards), conforme de- em Português e Inglês, o canal busca auxiliar clientes e o mercado no
terminação da Comissão de Valores
entendimento sobre os princípios das novas normas e sobre os desafios
Mobiliários (CVM). O alinhamento
que o padrão internacional representa para as empresas.
às normas adotadas pela União Euro-
péia e outras importantes economias
mundiais confere maior transparência No endereço www.ey.com.br é possível encontrar, por exemplo, estudo
e consistência aos balanços societá- realizado na Europa com 65 grandes empresas que já adotaram o IFRS.
rios brasileiros, mas é muito mais que O site traz também a versão on line desta publicação e novidades do
um simples exercício contábil. Para setor, além de um arquivo com inúmeras publicações sobre IFRS produ-
as empresas, configura-se no maior zidas pela Ernst & Young no exterior.
desafio em termos de apresentação de
informações dos últimos anos. A experiência de nossos profissionais neste tema também é divulgada
em webcasts exclusivos, disponíveis para download. A última edição do
Para auxiliar as organizações nesse
programa aborda, por exemplo, a implementação da norma internacio-
processo de transição e informar
nal de contabilidade nos Estados Unidos para empresas estrangeiras
o mercado sobre os princípios que
orientarão o sistema contábil brasilei- com negócios no País. No debate, os participantes comentam a decisão
ro a partir de 2010, a Ernst & Young anunciada pela SEC, em 25 de julho deste ano, de estender a utilização
lança o IFRS Journal. Publicação de IFRS também para as empresas norte-americanas, que poderiam op-
bimestral, o boletim trará entrevistas, tar entre a nova norma e o US GAAP nas suas demonstrações financeiras.
reportagens e análises sobre IFRS,
em uma iniciativa que busca estabe- www.ey.com.br ifrs@br.ey.com
lecer um canal de comunicação direta
entre a Ernst & Young e os profis-
sionais envolvidos na adoção das va com Paul Sutcliffe, sócio da o IFRS na pauta de discussões o
normas internacionais no País. Ernst & Young e líder de IFRS no quanto antes, uma vez que a adoção
Brasil. Profissional com experiência antecipada dos princípios traz algu-
Nesta edição, você conhecerá as na implantação de IFRS na Europa, mas vantagens, especialmente para
principais características das normas Paul ressalta na entrevista a impor- as empresas com ações no mercado
IFRS e poderá ler entrevista exclusi- tância para as empresas de inserir americano. Boa leitura!

IFRS Journal é uma publicação destinada a clientes e colaboradores da Ernst & Young que aborda questões relevantes para as empresas na
migração para os padrões internacionais de contabilidade IFRS. Alertamos os leitores para o fato de que as opiniões aqui expressas não devem ser
utilizadas, de maneira isolada, para a tomada de decisão por parte das empresas. Isto porque existem particularidades pertinentes a cada empresa
que podem, eventualmente, alterar o enfoque transmitido na opinião. Recomendamos que, antes de a decisão ser tomada, as empresas discutam
esses pontos de vista com seus consultores. Estamos à disposição para discutir nossas opiniões e sua aplicação em cada caso concreto.

Mais informações sobre IFRS com: Paul Sutcliffe (paul.sutcliffe@br.ey.com); Pedro L. Farah (pedro.l.farah@br.ey.com);
Fernando Próspero (fernando.prospero@br.ey.com) ou pelo e-mail ifrs@br.ey.com

IFRS Journal é uma publicação do Departamento de Comunicação e Gestão de Marca da Ernst & Young Brasil.
Jornalista responsável: Rejane Rodrigues (Mtb 22.837); projeto gráfico e edição visual: Rogério Weikersheimer

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Qualificação em IFRS é desafio


para empresas brasileiras
A falta de profissionais quali-
ficados e a exigência de novas
divulgações são alguns dos
principais desafios a serem
superados pelas empresas
brasileiras no processo de con-
versão para os princípios IFRS.
A opinião é de Paul Sutcliffe,
sócio da Ernst & Young e líder
de IFRS no Brasil. Com experi-
ência em processos de migra-
ção para o IFRS na Europa, Paul
Sutcliffe revela nesta entrevista
as principais características
do novo conjunto de normas,
as diferenças em relação aos Paul Sutcliffe, sócio
princípios brasileiros e ameri- da Ernst & Young:
adoção antecipada
canos e as vantagens de o País das normas IFRS traz
benefícios especial-
adequar-se ao padrão mundial mente para empresas
de contabilidade. registradas na SEC

1 – Por que o Brasil decidiu dos Unidos, faz sentido que o Brasil tes, tendo em vista o alto grau de
siga esse mesmo caminho. Justifica- influência americana no Brasil. Mas
adotar os princípios IFRS?
se até mesmo por razões internas, as normas IFRS apresentam, em mi-
uma vez que representam um conjun- nha opinião, uma série de vantagens
Em uma palavra, globalização.
to único e coerente de normas que sobre as normas americanas, por se
É cada vez mais fácil para um in- trará maior transparência para basearem em princípios amplos, em
vestidor na Europa ou nos Estados todos os investidores. vez de regras detalhadas. Isto torna o
Unidos aplicar em empresas no Bra-
sil e essas fontes de capital são uma aprendizado em IFRS mais rápido e
2 – Os princípios contábeis america- também significa que sempre é pos-
grande vantagem para a economia
brasileira. Contudo, os investidores nos (US GAAP) não representam o pa- sível retornar aos princípios iniciais
internacionais precisam conhecer as drão de demonstrações financeiras? quando não houver uma norma espe-
regras do jogo ao comprometer seus cífica para lidar com uma determina-
recursos. Como os princípios IFRS Os princípios contábeis geralmen- da situação. Pode parecer óbvio, mas
já foram adotados pela maioria das te aceitos nos Estados Unidos (US os conceitos US GAAP são elabo-
principais economias fora dos Esta- GAAP) continuarão a ser importan- rados principalmente para aplicação

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nos Estados Unidos. As normas são a exigência de manter instrumentos
definidas lá e levam em consideração financeiros no balanço ao valor justo
o ambiente da economia norte-ame- de mercado pode levar as empresas
ricana. As normas IFRS, por sua vez, a mudar sua prática nessa área. Da
são estabelecidas pelo International mesma forma, operações de leasing
Accounting Standards Board (IASB), com freqüência são capitalizadas de
organização sediada em Londres, acordo com IFRS, assim as empresas
mas com um amplo envolvimento podem, por conseqüência, mudar sua
internacional. política contábil de leasing.

3 – Os princípios IFRS não são muito 5 – No Brasil, quais setores serão


semelhantes aos US GAAP? Se uma mais afetados e por quê?
empresa já tem informações em US
GAAP, então a conversão para IFRS O maior impacto será, obviamente, As normas IFRS
pode ser um projeto simples. para as empresas listadas em bolsa.
As empresas de capital fechado não apresentam uma
serão afetadas com a mudança para
É preciso muito cuidado com essa
IFRS no curto prazo. No entanto, a
série de vantagens
afirmação. Claro, a experiência na
preparação de relatórios de acordo proposta da Lei 3741 se aplicará a sobre as US GAAP,
com US GAAP ajudará a empresa na empresas de capital fechado de maior
mudança para IFRS. Mas existem al- porte, que serão obrigadas a emitir por se apoiarem em
seus relatórios de acordo com normas
gumas diferenças importantes, e isso
estabelecidas pelo recém-criado
princípios amplos,
foi demonstrado em uma pesquisa re-
cente da Ernst & Young. Analisamos CPC (Comitê de Pronunciamentos em vez de regras
130 organizações que publicaram Contábeis), entidade que já anunciou
convergência entre IFRS e US GAAP a intenção de convergência com os detalhadas.
no seu registro junto à SEC. Cada princípios IFRS.
empresa apresentou uma média de
15 diferenças entre os dois princípios Há também normas para alguns
contábeis, o que representa, ao todo, setores específicos. Os bancos, por
mais de 200 diferenças. Na prática, a exemplo, terão de lidar com a IAS
conversão é muito mais complexa. 39, que trata de instrumentos finan-
ceiros. As seguradoras serão afetadas
4 – Quais são então as principais mu- pelo IFRS. Fora do setor financeiro,
as empresas imobiliárias precisa-
danças decorrentes da implantação
rão aplicar o IAS 40 com relação a
dos princípios IFRS? imóveis para fins de investimento, ao
passo que as empresas brasileiras de
Uma das principais mudanças papel e produtos alimentícios sofre-
refere-se à importância do balanço rão o impacto do IAS 40 – Produtos
patrimonial. Em IFRS, o fundamen- Agrícolas. Além disso, qualquer
tal é ter exatidão ao divulgar ativos empresa com aquisições recentes
e passivos, que são freqüentemen- significativas estará envolvida com
te demonstrados ao valor justo de o IFRS 3 e com a contabilização de
mercado e não ao custo histórico. A fusões de acordo com os princípios
demonstração do resultado pode ser IFRS. As empresas com grandes
considerada quase uma ponte entre contratos com o poder público ou
os dois balanços patrimoniais, em concessões podem observar, por sua
vez de ser, por si só, uma demonstra- vez, mudanças significativas em
ção do desempenho. De um modo suas contas após a implantação,
geral, os fluxos de caixa não serão em razão do IFRIC 12.
afetados, mas isso também dependerá
da reação do negócio como um todo De modo geral, todas as empresas
aos princípios IFRS. Por exemplo, precisarão revisar e aplicar as normas

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mais genéricas e lidar com o aumento a auditoria do primeiro conjunto de


das exigências de divulgação. demonstrações financeiras requer
muito mais tempo. É preciso levar
6 – Quando e como as empresas em consideração também que o mer-
brasileiras devem começar a se cado estará na expectativa de comu-
preparar? nicações sobre os impactos da adoção
das IFRS desde o estágio inicial. A
comunidade de analistas vai querer
Apesar de o prazo final para a con-
saber de que forma os lucros divulga-
versão dos balanços para IFRS ser
dos mudarão e isso não é algo que se
2010, as companhias cuja emissão
consegue fazer de última hora.
de relatórios ocorra nos encerramen-
tos dos exercícios devem começar
a preparar suas demonstrações, 8 – Com base na experiência euro-
para efeitos comparativos, em 1º de péia, que questões podem surgir
janeiro de 2009. Pouco mais de um na adaptação às novas normas?
ano! Dessa forma, é preciso colocar
esta questão na agenda de trabalho o A exemplo do que ocorreu na União
quanto antes. Européia, um dos principais desa-
fios para as empresas brasileiras é a
Além disso, a adoção antecipada escassez de profissionais qualifica-
da norma traz alguns benefícios, dos. Também não se deve subesti-
especialmente para grupos empre- mar o trabalho de conversão. Ainda
sariais registrados na Securities que alguns ajustes contábeis possam
and Exchange Commission (SEC). ser identificados e mensurados com
Sobretudo porque o órgão regulador rapidez, leva-se muito tempo para o
do mercado mobiliário dos Estados entendimento de todas as normas e
Unidos já anunciou sua intenção de para verificar se todos os pontos re-
aceitar demonstrações financeiras levantes foram considerados. Outro
preparadas em IFRS, em vez de fator a ser considerado é a preparação
US GAAP, no registro de formu- das demonstrações financeiras. Elas
Ainda que alguns lários 20-F. Mas sempre é preciso serão mais longas que as elaboradas
de acordo com os princípios contá-
ajustes contábeis analisar o contexto da empresa.
Em algumas circunstâncias (para beis geralmente aceitos no Brasil e
possam ser identifi- organizações que apresentam ágio exigirão novos processos e sistemas
significativo em suas demonstra- para apresentação.
cados e mensurados ções financeiras, por exemplo), é
com rapidez, leva-se melhor esperar pelo prazo final de 9 – As normas são definitivas?
2010. Isso porque, quanto maior
muito tempo para o período até a data de conversão, Infelizmente não. Como em qual-
menor o ágio. Dessa forma, o risco
o entendimento de de impairment (apuração de qual-
quer sistema de princípios contábeis
geralmente aceitos, normas novas são
todas as normas. quer deterioração ou perda de valor) propostas continuamente. O IASB
depois da conversão para IFRS anunciou que não emitirá nenhu-
será menor. ma outra norma até 2009, a fim de
oferecer aos usuários uma plataforma
7 – Por que é aconselhável iniciar estável de trabalho. Isso ajudará os
esse processo agora? controllers brasileiros no curto prazo.
Contudo, as empresas também devem
A conversão requer tempo para estar preparadas para novas regu-
ajustes, preparação das divulgações lamentações pouco antes de 2010.
e mudanças de processos. Além Mais um bom motivo para entender,
disso, todas as empresas com registro o quanto antes, o impacto das regras
em bolsa são auditadas no Brasil, e já existentes.

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Novas normas provocarão
impactos em toda a empresa
Os impactos das normas IFRS vão
além do departamento contábil.
Para se adaptar ao novo modelo
de demonstração de resultados, Gerenciamento
as empresas brasileiras precisarão das mudanças
atualizar sistemas de tecnologia da de TI Gerenciamento
informação e rever suas políticas Planejamento
de remuneração de executivos e fiscal das expectativas
a comunicação com investidores. dos investidores
Também é possível que as normas
exijam mudanças no planejamen-

IFRS
to tributário das organizações e na Processo Planos de
política de gerenciamento de expec- Assuntos remuneração
de fechamento
tativas dos investidores, entre outras Importantes deexecutivos
iniciativas. “Apenas após a realização de balanço
de um diagnóstico de impacto para o
e funcionários
negócio é possível ter uma dimensão
exata de todas as mudanças que a mi-
Estrutura
gração para o IFRS exigirá”, explica
organizacional Planos de
Pedro Farah, sócio da Ernst & Young
para a área de Auditoria e Assessoria e produtos benefício
em Negócios. A partir da experiência
KPIs
adquirida na condução de projetos de
conversão para o IFRS na Europa, a
Ernst & Young mapeou os principais
impactos para as empresas. Confira:

Contabilidade financeira e elabora- rios outros instrumentos financeiros econômica. O método de união de
ção de demonstrações financeiras sejam reapresentados com base no interesses (pooling of interests) é
seu valor justo, resultando assim em proibido para todas as combinações
• O processo de conversão para IFRS maior volatilidade de rendimentos. de empresas abrangidas pelo escopo
em geral resulta em impactos sig- da nova norma.
nificativos sobre as demonstrações • As regras de consolidação exigirão
financeiras no que se refere a conhe- que alguns investimentos anterior- • Os critérios para o reconhecimen-
cimento, mensuração e divulgação. mente excluídos das demonstrações to de ativos intangíveis diferem da
financeiras consolidadas sejam agora maioria das regras contábeis locais,
• Mais divulgações por segmento são incluídos. assim, as empresas precisam definir
exigidas, incluindo vendas, resulta- a melhor abordagem para avaliação e
dos e impostos por segmento. • Ativos, passivos e passivos contin- tratamento desses ativos.
gentes da maioria das combinações
• As estratégias de hedge existentes de empresas serão apresentados ao • Considerações especiais para deter-
podem tornar-se ineficazes. Além valor justo, com a geração de ágio, minados setores de atividade podem ter
disso, a norma IAS 39 (Instrumentos que deverá ser avaliado, no mínimo, impacto significativo, como, por exem-
Financeiros: Reconhecimento e Men- em bases anuais para fins de deter- plo, obrigações por seguros e contratos
suração) requer que derivativos e vá- minação da perda de sua substância de construção de longo prazo.

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Finanças corporativas e produtos rado ou outras importantes iniciativas • As informações serão apresenta-
financeiros estruturados de negócios. das por segmento, o que significa
maior ênfase nos resultados por
• Algumas empresas podem enfrentar Indicadores de desempenho setor. A administração deverá ser
pressões de bancos de investimento capaz de definir planos estratégicos,
e investidores em capital de risco • A administração precisa entender as identificar os motivos das diferenças
para que apresentem demonstrações diferenças na forma como o desem- entre desempenho passado e pre-
financeiras segundo as normas IFRS. penho da empresa será visto interna- sente, além das implicações para
A vantagem é que a transparência mente e pelo mercado e definir como os principais índices e indicadores
e a comparabilidade oferecida aos a organização se comunicará com in- de desempenho.
investidores podem resultar em me- vestidores e os demais stakeholders.
lhores taxas de juros e maior êxito na • As companhias precisam também
conquista de investidores. • Os lucros apresentados podem estar cientes de que deverão elaborar
diferir da percepção de desempenho e divulgar uma conciliação entre os
• Na Europa, organizações que plane- operacional devido ao uso crescente resultados anteriormente divulga-
javam se desfazer de negócios durante de valores justos e restrições para as dos e os correspondentes resultados
o período de migração sentiram-se atuais práticas, como, por exemplo, reapresentados segundo as normas
pressionadas pelo potencial compra- contabilização de hedge. Conseqüen- IFRS. O entendimento dessas di-
dor, na etapa de due diligence, a apre- temente, os indicadores para determi- ferenças permitirá à administração
sentar demonstrações financeiras em nar tanto o desempenho de negócios prever questões e discutir diferenças
conformidade com as normas IFRS. quanto o desempenho executivo com analistas e outros usuários das
devem ser revistos. suas demonstrações financeiras.
• Os valores justos e os modelos de
avaliação serão cada vez mais im- Sistemas gerenciais de elaboração de Remuneração de colaboradores
portantes, por exemplo, na avaliação demonstrações financeiras e executivos
de ativos tangíveis e intangíveis em
combinações de empresas, avaliações • Os sistemas de contabilidade e de • É possível que a remuneração de
para análises de perda de substância elaboração de demonstrações finan- colaboradores e executivos varie
econômica e avaliações de planos de ceiras devem gerar dados confiáveis significativamente quando determi-
opções de ações. e consistentes. Esses sistemas devem nada segundo as normas IFRS, já que
permitir também a obtenção de novas o resultado da empresa também pode
• Empresas que utilizam ou vendem informações para as divulgações variar com a conversão. Mudanças
produtos financeiros estruturados requeridas, incluindo dados relativos nos planos podem ser necessárias.
devem obter pleno entendimento do aos segmentos, valor justo de instru-
seu impacto na contabilidade e nos mentos financeiros e benefícios de • Planos de opções de ações devem
relatórios financeiros segundo as nor- colaboradores. ser contabilizados em despesas, e as
mas IFRS, incluindo o potencial para divulgações devem ser apresentadas
a consolidação de produtos existentes • É preciso ainda aperfeiçoar os sis- de forma mais clara e detalhada para
e também novos produtos. temas de informação para minimizar investidores, clientes, sindicatos e
o risco de interrupção dos negócios, outras partes interessadas.
Planejamento tributário especialmente no que se refere ao
risco de fraude, terrorismo eletrônico Planos de benefícios
• É essencial fazer uma revisão com- e segurança da informação.
pleta das atuais estratégias de pla- • Planos de aposentadorias e outros
nejamento tributário para testar seu Relações com investidores benefícios pós-emprego serão calcu-
alinhamento a quaisquer mudanças lados de forma diferente. O provisio-
organizacionais geradas pelo proces- • A conversão para IFRS fará com namento insuficiente de benefícios
so de conversão para IFRS. que as empresas sejam, provavel- precisará ser evidenciado.
mente, vistas de forma diferente pelos
• O impacto fiscal sobre as demons- stakeholders. Assim, elas enfrentarão • As normas IFRS oferecem maior
trações financeiras, juntamente com o desafio de conquistar e reter a fide- ênfase ao custo integral dos benefí-
os riscos fiscais e as questões relati- lidade dos investidores e, ao mesmo cios de pensão e de pós-aposentaria.
vas à regulamentação, deve ser consi- tempo, de tomar decisões com base Além disso, inúmeras empresas en-
derados em qualquer combinação de em dados, que serão pela primeira vez frentarão questões complexas relati-
empresas, produto financeiro estrutu- comparáveis no País ou no exterior. vas ao futuro desses acordos.

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Normas são publicadas pelo IASB
As normas IFRS são um conjunto de pronunciamentos de contabilidade internacionais publicados e revisados pelo
International Accounting Standards Board (IASB). Foram adotadas pelos países da União Européia em 31 de dezem-
bro de 2005 para harmonizar as demonstrações financeiras consolidadas publicadas pelas empresas abertas européias.
Além dos países que já concluíram a migração dos sistemas locais para o padrão internacional, diversas nações vêm
conduzindo projetos de convergência, como Canadá e Chile, por exemplo. No Brasil, a regulamentação dos principíos
entre as companhias abertas será conduzida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Além das normas IFRS, o padrão internacional de contabilidade contempla ainda os pronunciamentos IAS (Internatio-
nal Accounting Standards), lançados na antiga estrutura do IASC (International Accounting Standards Committee), que
em 2001 deu lugar ao IASB. Interpretações específicas sobre IAS e IFRS são anunciadas pelo International Financial
Reporting Interpretations Committee (IFRIC), que substituiu o Standing Interpretations Committee (SIC) em 2002.

Conheça as normas: IAS 8 - Políticas contábeis, IAS 27 - Demonstrações financeiras


mudanças de estimativas e erros consolidadas e contabilidade para inves-
IFRS (Accounting policies, changes in timentos em subsidiárias (Consolidated
accounting estimates and errors) and separate financial statements)
IFRS 1 - Primeira aplicação das normas
internacionais de contabilidade IAS 10 - Eventos subseqüentes à data IAS 28 - Contabilidade para investimen-
(First-time adoption of International do balanço patrimonial (Events after tos em Associadas (Investments
Financial Reporting Standards) the balance sheet date) in associates)
IFRS 2 - Pagamentos em ações IAS 11 - Contratos de construção IAS 29 - Demonstrações financeiras
(Share-based payment) (Construction contracts) em economias hiperinflacionárias
(Financial reporting in hyperinflationary
IFRS 3 - Combinações de negócios IAS 12 - Imposto de renda economies)
(Business combinations) (Income taxes)
IAS 31 - Participação em empreendi-
IFRS 4 - Contratos de seguro IAS 14 - Relatórios por segmento mentos em conjunto (Interests in
(Insurance contracts) (Segment reporting) joint ventures)
IFRS 5 - Ativos não correntes destina- IAS 16 - Ativo Imobilizado IAS 32 - Instrumentos financeiros:
dos para revenda e operações desconti- (Property, plant and equipment) divulgação e apresentação
nuadas (Non-current assets held for sale IAS 17 - Arrendamentos (Leases) (Financial instruments: disclosure
and discontinued operations) and presentation)
IAS 18 - Receita (Revenue)
IFRS 6 - Exploração e avaliação de IAS 33 - Lucro por ação (Earnings
recursos minerais (Exploration for and IAS 19 - Benefícios aos empregados per share)
evaluation of mineral resources) (Employee benefits)
IAS 34 - Informações financeiras inter-
IFRS 7 - Instrumentos financeiros: IAS 20 - Contabilidade de conces- mediárias (Interim financial reporting)
Divulgações (Financial instruments: sões governamentais e divulgação de
disclosures) assistência governamental IAS 36 - Redução do valor recuperável
(Accounting for government grants and de ativos (Impairment of assets)
IFRS 8 - Segmentos operacionais disclosure of government assistance)
(Operating segments) IAS 37 - Provisões, passivos e ativos
IAS 21 - Efeitos das alterações contingentes (Provisions, contingent
nas taxas de câmbio (The effects of liabilities and contingent assets)
changes in foreign exchange rates) IAS 38 - Ativos intangíveis (Intangible
IAS IAS 23 - Custos de empréstimos assets)
IAS 1 - Apresentação das demonstra- (Borrowing costs) IAS 39 - Instrumentos financeiros:
ções financeiras (Presentation IAS 24 - Divulgações de partes rela- Reconhecimento e mensuração
of financial statements) cionadas (Related party disclosures) (Financial instruments: recognition
and measurement)
IAS 2 - Estoques (Inventories) IAS 26 - Contabilidade e emissão
de relatórios para planos de benefício IAS 40 - Propriedades para investimento
IAS 7 - Demonstração dos fluxos (Investment property)
de caixa (Cashflow statements) de aposentadoria (Accounting and
reporting by retirement benefit plans) IAS 41 - Agricultura (Agriculture)

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