Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Comunicação em
Grupos
5ª Versão (2006) Eduardo Cardoso Pimpão
Assertividade e Comunicação
Humana
Os estilos de comunicação
Características
A pessoa que utiliza como padrão Sinais Clínicos:
básico de funcionamento este estilo,
tende a agir como uma pessoa reivin- • Fala alto;
dicativa face aos outros. Age como se
• Interrompe constantemente;
fosse intocável e não tivesse falhas
• Faz barulho para evitar que os membros do
nem cometesse erros.
grupo se pronunciem;
São pessoas com uma elevada neces-
• Incontrolado quando comunica; Nota:
sidade de exibição das suas compe-
tências, evidenciando padrões de • Olha de revés o seu interlocutor; A noção de Ideia Irracional é
comportamento que sugerem superio- • Usa a ironia e o sorriso sarcástico; aqui usada no sentido proposto
pelo psicólogo Americano
ridade face aos outros. São excessiva- • Manifesta por mímica o seu desprezo pelos Albert Ellis, fundador do modelo
mente críticos. outros ou a sua desaprovação; de terapia racional-emotiva. Se-
Na relação com os outros tornam-se • Usa imagens chocantes ou brutais quando gundo este autor, uma ideia irra-
comunica em grupo. cional é um esquema pré-conce-
tirânicos a ponto de desprezarem os bido, geralmente mal percebido
sentimentos e direitos de quem os cer- e que funciona como uma de-
ca. Emitem, de forma sistemática a fesa. Abordaremos mais tarde
este tema.
opinião que os outros são estúpidos
Ideias irracionais:
ou ignorantes. O objectivo principal do
agressivo é ganhar aos outros. Não
• Neste mundo é preciso um homem saber
impor-se;
• Mais vale se lobo que cordeiro;
• Dos fracos não reza a história;
• As pessoas gostam de ser guiadas por
alguém com um temperamento forte;
• Se eu não tivesse aprendido a defender-
me já tinha sido devorado há muito tem-
po;
• Estou cercado por idiotas e imbecis;
• São todos uns patifes;
• Só os fracos e hipersensíveis é que se
sentem ofendidos e maltratados por
mim.
ções e opiniões de natureza antagóni- frequentemente faz coisas que não gosta
ca. A curto prazo, acaba por não agra- muito e não consegue recusar;
dar a ninguém porque, como é fre- • Sofre muito e de forma constante, re-
quentemente solicitado, não pode correndo frequentemente ao psicólogo.
fazer tudo o que diz que quer fazer de
forma correcta. Tem muita dificuldade
em dizer não e em afirmar as suas Ideias Irracionais:
necessidades porque é muito sensível
às opiniões dos outros. • Não quero dramatizar a situação;
• É preciso deixar as pessoas à vontade;
Em grupo: • Não sou o único a lamentar-me;
• Sente-se bloqueado e paralisado quando • É preciso saber fazer concessões;
lhe apresentam um problema para resol- • Não gosto de atacar moinhos;
ver, evidenciando uma elevada falta de • Admito que os outros sejam directos co-
iniciativa; migo, mas tenho receio de os ferir;
• Tem medo de avançar ou de decidir por- • Não gosto de prolongar discussões com
que receia a decepção. Presta atenção intervenções pouco construtivas.
aos aspectos negativos de todos os fenó-
menos. Isto leva-o a efectuar numerosas As origens da atitude passiva
antecipações negativas e a manter ele-
vados padrões de ansiedade debilitante. Pistas para o padrão comportamen-
• Tem medo de importunar os outros; tal de fuga - Falsa representação da
• Deixa que os outros abusem dele; realidade e uma má apreciação e interpre-
• A sua “cor” é a “cor “ do ambiente; Fun- tação das relações de poder e de influên-
ciona como o “camaleão” do grupo. Tem cia. Existe um fantasma sobre o poder do
tendência a fundir-se com o grupo. Fre- outro; imagina o outro com muito mais
quentemente refere que se tratam de poder do que na realidade tem.
soluções realistas e adaptativas. É necessário que o passivo reflicta sobre o
meio em que se insere (que nem sempre é
Sinais clínicos: hostil) e aprecie, de forma realista e não
• Roer a unhas; negativa, as suas capacidades, de modo a
reduzir a sua submissão excessiva aos ou-
• Mexer os músculos da face, rangendo os
tros.
dentes;
• Bater com os dedos na mesa; Desvalorização das suas capacidades
• Mexer frequentemente os pés; para resolver problemas - Uma educação
• Apresenta-se ansioso, com uma postura severa e rígida e um ambiente familiar par-
O Manipulador é o
“artificial” e estudada, com elevada rigi- ticularmente difícil e disfuncional estão vendedor típico...
dez, o discurso é “decorado” e raramente sempre presentes na vida do passivo. A para ele o
apresenta a espontaneidade ideal; frustração é uma constante nos membros importante é
• Sofre de insónias e usa com frequência do agregado familiar. Os modelos de imita- ganhar... não
uma elevada quantidade de fármacos, ção são quase sempre disfuncionais. O
sujeito aprende por modelos de mestria importa a que
particularmente sedativos e ansiolíticos.
fora do seu sistema familiar. preço e com que
Consequências comportamentais: custas para os
outros...
• Desenvolve ressentimentos e rancores
porque ao longo da sua existência vai
sentindo que está a ser explorado e dimi-
nuído;
• Estabelece uma má comunicação com
os outros porque não se afirma e rara-
mente se manifesta (os outros não
conhecem os seus desejos, aspirações,
interesses e necessidades);
• Utiliza mal a sua energia vital. A sua in-
teligência e afectividade são frequente-
mente utilizadas para se defender e fugir
às situações. Seria muito mais produtivo
se investisse essas energias em acções
e soluções construtivas para si e para os
outros;
• Perda do respeito por si próprio, porque
Consequências:
Características • Perda de credibilidade à medida que os
“truques” manipulatórios vão sendo desco-
bertos;
A característica mais marcante reside
no facto deste tipo se considerar hábil • Uma vez descoberto o manipulador vinga-se
dos outros e se tem poder, usa-o para isso;
nas relações interpessoais, apresen-
• Dificilmente recupera a confiança dos outros.
tando e estudando discursos diferen-
tes consoante as pessoas (ou pla- Ideias Irracionais:
teias). O seu estilo depende estrita- • Só se pode confiar nos santos;
mente do destinatário ou destinatá-
• Ser franco e directo é um erro;
rios. Procura aperceber-se do que os
outros pretendem para adequar o seu • A acção indirecta é mais eficaz do que a fron-
talidade;
“papel”. • Nunca correr riscos... a maquinação é me-
Dificilmente aceita a informação di- lhor... e evita consequências negativas.
recta, preferindo fazer interpretações
pessoais. Diz com frequência: Origem da atitude manipulatória:
“Poderíamos entender-nos! ...” Marcado por uma educação tradicional
(**) - Encontramos com elevada frequência Apresenta-se quase sempre como um onde a manipulação esteve sempre pre-
um sistema familiar completamente sente em “chantagens” mais ou menos
“pervertido funcionalmente”. Neste útil intermediário e considera-se mes-
sistema, o papel do pai é geralmente mo, indispensável. Raramente se subtis. O sistema familiar funciona por
“ausente” ou “graco”, contrariando o estratégias patológicas, com particular uso
crescimento equilibrado. A mãe é assume como responsável de um
da manipulação. (**)
geralmente possessiva e dominadora, erro.
fornecendo ela a imagem de
“autoridade” socialmente atribuída ao
Age por interpostas pessoas, tirando
pai. A interiorização de regras é difícil. partido delas para atingir os seus ob-
jectivos. O seu comportamento físico,
Comportamentos assertivos:
Assertivo
As pessoas assertivas são capazes de defender os seus Usaremos mais à frente o método de BOWER (1976) para
direitos, os seus interesses e de exprimir os seus senti- o desenvolvimento do comportamento assertivo. Para já
mentos, os seus pensamentos e as suas necessidades de fiquemos com alguns dos direitos do indivíduo assertivo.
forma aberta, directa e honesta.
Estas pessoas para afirmarem os seus direitos, não pisam
os direitos dos outros.
O assertivo tem respeito por si próprio e pelos outros; está
sempre aberto a um compromisso ou negociação.
Aceita que os outros pensem de forma diferente de si; res-
peita as diferenças e não as rejeita.
Analise a checklist
Eu tenho o direito ... ao lado e verifique
quantos dos
comportamentos por
Eu tenho o direito de pedir aquilo que quero (reconhecendo que os ela sugeridos usa
outros têm todo o direito em recusar o meu pedido). nos seus
relacionamentos.
Eu tenho o direito a ter as minhas opiniões e valores morais e de os
exprimir publicamente sem sentir culpa por isso.
Exercício de Autodiagnóstico
Responda sinceramente, colocando uma cruz na coluna correspondente à sua resposta. Ignore os sinais restantes.
Se o comportamento descrito pelo item, corresponde ao que na realidade acontece a maior parte das vezes, responda SIM
(exprime acordo).
Se, só raramente ocorre o comportamento descrito, marque uma cruz no quadrado do NÃO (exprime desacordo).
Correcção do
Questionário
Conte 1 ponto por cada questão assinalada como SIM de acordo com a chave da coluna COT
(terceira coluna). Ignore as questões respondidas com um NÃO.
ASSERTIVO
Instruções:
Consolidação e identificação
Das duas situações apresentadas indique
de terminologia cada um dos elementos presentes
Fonte: MYERS.(1984). Les bases de la comunication interpersonelle, Quebec; McGraw-Hill
(contingência, previsibilidade e opções
alternativas):
CONTINGÊNCIA
O QUE O OUTRO FAZ OU DIZ
QUE TEM EFEITO SOBRE SI
PREVISIBILIDADE
SERÁ QUE PODE CONTAR COM A
OUTRA PESSOA ?
(ACREDITAR)
OPÇÕES ALTERNATIVAS
O QUE POSSO FAZER PARA
SABER SE POSSO CONFIAR OU
NÃO ?
SOLUÇÕES
CONTINGÊNCIA Deseja comprar a bicicleta porque pensa que ela é Aceita a boleia porque assim poupa tempo e
O QUE O OUTRO FAZ OU DIZ QUE TEM tal e qual a publicidade e o vendedor diz que é. esforço. Porém fica completamente dependente
EFEITO SOBRE SI Mas a decisão final é sua. dele.
PREVISIBILIDADE Verifique a reputação do estabelecimento O seu amigo tem fama de ser pontual ?
SERÁ QUE PODE CONTAR COM A OUTRA comercial; lembre-se de outras experiências que O carro dele é de confiança ? E a estrada ?
PESSOA ? (ACREDITAR) teve com vendedores; verifique o comportamento Há algum factor que funcione como impeditivo de
da bicicleta na estrada. se encontrar consigo ?
OPÇÕES ALTERNATIVAS Procure saber tudo sobre a bicicleta; veja se tem Telefone ao amigo para saber se vem de facto ao
O QUE POSSO FAZER PARA SABER SE garantia; se não está satisfeito ou não tem encontro marcado. Vá a pé ou use outro meio de
POSSO CONFIAR OU NÃO ? confiança não a compre. transporte.
Instruções:
Quando se convida um amigo para ir ao cinema
podemos usar vários estilos de comunicação.
Uso correcto de cada um dos Relativamente à questão:
estilos de comunicação Que filme vamos ver ? ...
Fonte: MYERS.(1984). Les bases de la comunication interpersonelle, Quebec; McGraw-Hill Caracterize os diferentes estilos de resposta
possível e forneça um exemplo.
1. AGRESSIVO
2. PASSIVO
3. MANIPULADOR
4. ASSERTIVO
SOLUÇÕES
1. AGRESSIVO Só há este filme interessante ... é o que vamos ver ! ... O que interessa é a minha opinião e o meu gosto.
2. PASSIVO Vou ver qualquer filme ! ... Decide tu! ... Eu não sei lá muito bem Tanto me faz ... Pobre de mim ... não tenho gostos... está
escolher ... até porque estou pouco habituado ... tudo bem quando os outros é que decidem.
3. MANIPULADOR Não tenho bem a certeza se quero ir ao cinema .. Quero que me convenças ... gosto que supliquem ... se o
filme não prestar, a culpa será dele.
4. ASSERTIVO O Filme X interessa-me. E a ti ?... Que te parece ? Embora gostasse de ver este filme tenho que procurar um
interesse comum aos dois.
SITUAÇÃO I
Comprou um rádio numa loja. Quando chegou a casa, verificou que não funcionava bem.
PASSIVIDADE
AGRESSIVIDADE
MANIPULAÇÃO
ASSERTIVIDADE
SITUAÇÃO II
O coordenador do departamento de formação descobre que existe um erro grave. Ele acusa-o de ser o responsável por
esse erro, mas você sabe que é outra pessoa ...
PASSIVIDADE
AGRESSIVIDADE
MANIPULAÇÃO
ASSERTIVIDADE
SITUAÇÃO III
Uns amigos estrangeiros estão a passar o Verão em Portugal. Nos primeiros dias quando o visitam fica muito satisfeito.
Porém eles passam a vir todas as noites a sua casa, ficando até de madrugada. Você tem que se levantar cedo para
trabalhar e a sua mulher começa a ficar saturada de cozinhar todos os dias ...
PASSIVIDADE
AGRESSIVIDADE
MANIPULAÇÃO
ASSERTIVIDADE
SITUAÇÃO I
Comprou um rádio numa loja. Quando chegou a casa, verificou que não funcionava bem.
AGRESSIVIDADE Leva o rádio à loja, ofende a qualidade do serviço e faz críticas à qualidade dos produtos vendidos
ASSERTIVIDADE Pede que lhe seja dado outro rádio em troca do que comprou com defeito.
SITUAÇÃO II
O coordenador do departamento de formação descobre que existe um erro grave. Ele acusa-o de ser o responsável por
esse erro, mas você sabe que é outra pessoa ...
PASSIVIDADE Nada diz, ou refere muito hesitantemente que o erro não é seu ...
AGRESSIVIDADE Protesta contra a injustiça de que foi alvo, chama toda a equipa para demonstrar a injustiça do
coordenador insinuando que ele é um incompetente.
MANIPULAÇÃO Refere os erros que o coordenador já cometeu e diz que, se quisesse poderia denúncia-los à
Administração.
ASSERTIVIDADE Explica, com muita calma, que o erro foi cometido mas que não tem qualquer culpa sobre a
ocorrência, uma vez que não foi quem o cometeu.
SITUAÇÃO III
Uns amigos estrangeiros estão a passar o Verão em Portugal. Nos primeiros dias quando o visitam fica muito satisfeito.
Porém eles passam a vir todas as noites a sua casa, ficando até de madrugada. Você tem que se levantar cedo para
trabalhar e a sua mulher começa a ficar saturada de cozinhar todos os dias ...
MANIPULAÇÃO Diz que já lá foram a casa muitas vezes e que poderiam, agora, ser eles a convidá-los para um
restaurante ou programa divertido.
ASSERTIVIDADE Telefona aos amigos referindo que se encontra demasiadamente cansado para os receber e que
tem bastante trabalho para fazer. Sugere que voltem noutro dia.
SITUAÇÃO:
O Fernando está muito insatisfeito nas suas funções de Formador. Constantemente o coordenador pede-lhe um
elevado número de tarefas que nada têm a ver com as suas funções. Todas as manhãs pede-lhe uma chávena de
DESCREVE
EXPRESSA
ESPECIFICA
CONSEQUÊNCIAS
DESCREVE O senhor pede-me todas as manhãs para lhe trazer um café e para lhe comprar um jornal.
EXPRESSA Devo dizer-lhe que não me parece que esse serviço faça parte das minhas atribuições. Para além disso,
sinto uma grande humilhação relativamente aos meus colegas formadores. Afinal de contas a
Licenciatura é igual para todos.
ESPECIFICA Gostaria que, daqui para diante, encarregasse o pessoal auxiliar desse serviço, porque faz
parte das suas funções e não das minhas.
CONSEQUÊNCIAS Isso far-me-ia ganhar tempo para realizar atempadamente as tarefas que tenho que
efectuar. O senhor ficaria muito melhor servido.
Terminada esta sequência de três exercícios, cujo objectivo foi o de solidificar a informação, propomos-lhe um exercício de
grupo no qual poderá aplicar estes princípios. O exercício é muito simples. Imagine uma situação (de preferência ligada à
formação profissional) na qual dois interlocutores procuram resolver um conflito. Nessa situação deve constar um elemento
cujo estilo seja manifestamente Assertivo e um ou dois elementos com estilos não assertivos (Agressivo, Passivo ou
Manipulador). Note que deverá exibir claramente os comportamentos de cada estilo de forma a que os restantes elementos do
grupo classifiquem cada um dos participantes.
1 É ser egoísta antepor as nossas necessidades ás dos outros. Algumas vezes tem o legítimo direito de ser o primeiro.
2 É vergonhoso cometer erros. Deve-se ter uma resposta Tem o legítimo direito em errar. Errar é próprio do ser
adequada para cada situação. humano.
3 Se não posso convencer os outros que os meus sentimentos Você é o último e único juiz dos seus sentimentos e como tal
estão certos então é porque estou a ficar louco ou os pode perfeitamente considerá-los como válidos.
sentimentos não são razoáveis.
4 Temos que respeitar os pontos de vista dos outros, Tem o direito á sua própria opinião, independentemente de
principalmente se se trata de superiores hierárquicos. A ser oposta (divergente) dos outros.
nossa opinião, quando diferente deve ser guardada só para
nós.
5 Devemos ser sempre lógicos e consequentes. Tem o direito de mudar de opinião e de mudar de estratégia
sempre que assim o entender.
6 Temos que ser flexíveis e adaptáveis. Cada um tem os seus Tem todo o direito a criticar construtivamente os outros,
próprios motivos e não é educado perguntarmos o porquê particularmente quando é alvo de um tratamento injusto.
desses comportamentos.
7 Não se deve nunca interromper os outros. Denota estupidez e Tem todo o direito a interromper, desde que seja para pedir
ignorância. um esclarecimento complementar.
8 As coisas poderiam ser muito piores do que são. Não Tem o direito de mudar e de se adaptar de forma a obter o
devemos ser egoístas. O que temos já é muito bom. máximo que a vida lhe pode dar. A ambição só é defeito
quando desmedida.
9 Não se deve fazer perder o tempo dos outros com problemas Tem todo o direito a pedir ajuda e apoio emocional.
de uma só pessoa.
10 As pessoas não gostam de ouvir os sofrimentos e queixas Tem todo o direito de exprimir os seus sentimentos e
dos outros. É preferível sofrer em silêncio. emoções, mesmo os que traduzem sofrimento.
12 A satisfação de ter feito algo de bom é a melhor recompensa Tem todo o direito em ser recompensado por aquilo que faz
para o nosso trabalho. As pessoas não gostam que se exibam bem, sem sentir nenhuma culpa pelo facto dos outros não o
os nossos sucessos e triunfos. Devemos ser sempre muito conseguirem.
humildes.
13 Temos que ser nós a fazer um esforço adaptativo. De Você tem todo o direito a dizer NÃO, sem sentir nenhuma
contrário perdemos a confiança dos demais. culpa por isso.
14 Não podemos ser isolados. Se os outros notam isso, afastam- Tem todo o direito em estar só, mesmo quando os outros
se de nós. precisam da sua companhia.
15 Tem que se ter sempre uma boa razão para tudo o que se Tem o direito a não se justificar perante os outros.
sente e se faz.
16 Quando alguém tem um problema é nossa obrigação ajudar Tem todo o direito a não se responsabilizar pelos problemas
de forma incondicional. dos outros.
17 Temos que ser sensíveis às necessidades e desejos dos Tem o direito em não se antecipar às necessidades e desejos
outros pois eles podem ser incapazes de o demonstrar. dos outros.
18 É sempre bom ver o lado positivo e bom dos outros. Tem o direito em não estar dependente da boa vontade dos
outros.
19 É errado não responder às questões que nos colocam. Temos Você tem o direito a responder (ou a não responder), seja
que ter uma resposta para tudo e para todos. qual for a situação ou pessoa.
HO
BAL O
A
TR GRUP
DE Exercício de Grupo (2004) EDUARDO PIMPÃO
INSTRUÇÕES
COMO SE
TORNAR
ASSERTIVO
Estilos de relacionamento
Leia o texto todo antes de
Instruções para o exercício iniciar a estruturação do
exercício de grupo.
Para criar uma situação de simulação é necessário que se verifique
a existência de dois tipos básicos de elementos subsidiários:
Situação
2 Treino Assertivo
XX
N AX
CE
QUAL É A
DISTRIBUIÇÃO
DE PAPEIS
PARA CADA
UM
QUAL É O
TEMA QUE
SERÁ ALVO
DA
SIMULAÇÃO
QUE TIPO DE
ESTRATÉGIAS
VAMOS USAR
PARA
DINAMIZAR
CLASSIFICAÇÃO DOS
RESTANTES GRUPOS
A forma como nos relacionamos com os outros depende muito do momento e do nosso
FORMAS DE nível de stress no momento. Assim, se estivermos calmos é possível uma abordagem com o
RELACIONA- outro clara, objectiva e assertiva.
Seguem-se alguns fragmentos de situações algo conflituosas. Para cada uma delas, procure
MENTO
uma resposta não assertiva (que poderá ser passiva, agressiva ou manipulatória) e uma
INTERPESSOAL
resposta assertiva. Escreva as suas respostas nos respectivos locais.
Foi ao supermercado comprar a sua bebida favorita. Ao sair reparou que a empregada do
supermercado se enganou no troco, faltando-lhe 500$00.
Resposta assertiva:
Vai a um restaurante e pede um bife bem passado. Quando o empregado chega com o
prato repara que o bife está “em sangue”.
Resposta assertiva:
Vai buscar um amigo a casa para o levar a uma reunião importante. O seu amigo atrasa-se
cerca de hora e meia porque está a acabar de ver um jogo de futebol.
Resposta assertiva:
Vai a uma bomba de gasolina. Pede ao empregado para lhe colocar 2 000$00 de gasolina
no depósito. Quando vai a pagar o empregado diz que se enganou e colocou 5 000$00.
Resposta assertiva:
A TV está a apresentar o seu programa favorito. É final do dia e teve um dia de trabalho
muito cansativo. A sua esposa chega a sala com uma lista de compras na mão e diz:
“Deixa lá essa marmelada e vai ao supermercado comprar estes artigos para o fim de semana ! ...”.
Resposta assertiva:
Está numa fila num banco. Quando está para ser atendido aparece outro cliente que é
imediatamente atendido enquanto o mandam aguardar.
Resposta assertiva:
Instruções:
Analise bem a história que se segue. É composta por três hipóteses possíveis de diálogo. Em cada
uma dessas versões é usado um padrão de resposta particular (com as consequências daí resultantes).
Seguem-se seis cenas de diálogo. Para cada uma delas identifique os padrões (estilos) de
comunicação dos personagens.
Bom Trabalho
Cena 1
A: Pelo que acabo de ver bateste outra vez com o carro !
B: Olha ! Estou demasiadamente cansado para discutir contigo essa ou qualquer outra coisa !
A: O que eu quero saber é quem é que vai pagar o arranjo do carro, quando e onde ! Estou farto de ser a vítima das
tuas manias de “acelera”.
B: Já me encarreguei de tudo isso ! Agora deixa-me em paz ! ...
Cena 2
A: Deixaste-me completamente sozinho durante a noite toda ... Senti-me completamente fora disto tudo ... não
conhecia ninguém ... abandonaste-me completamente ! ...
B: To é que és um perfeito “mono” !
A: Eu não conhecia ninguém aqui ! Podias pelo menos terme apresentado a uma ou duas pessoas ! ...
B: Ora bolas ! Já és maior! Podes tomar conta de ti próprio !
A: Estou cansado da tua falta de consideração !
B: Tá bem ! Da próxima vez trago-te ao “colinho” ! ...
Cena 3
A: Podias ajudar-me com este ficheiro ?
B: Neste momento estou muito ocupado com esta informação ! Mais tarde ! ...
A: Sinto muito estar a incomodar-te mas é realmente muito importante ! ...
B: Olha ! A informação é para as quatro horas !
A: Tudo bem ! Compreendo que o momento não é o mais oportuno para te interromper ! ... Eu aguardo ! ...
Cena 3
A: Recebi uma carta da minha mãe esta manhã ! Ela quer vir passar quinze dias cá a casa a partir da próxima
semana ! Gostava realmente que viesse ! ...
B: Oh, não, outra vez ! A tua mãe outra vez ? Lá se vai o sossego desta casa ! ...
A: Compreendo a tua posição ! Vocês são politicamente opostas! ... Pessoalmente gostaria que ela passasse aqui
um mês mas dado o vosso antagonismo porque não a convidamos para vir cá durante uma semana ?
B: Uma semana ? ... Está bem !
Cena 5
A: Ora viva ! Hoje tu estás com um aspecto formidável !
B: Mas quem é que tu pensas que enganas ? ... Com este cabelo horrível ... esta roupa !... ...
A: Pensa como quiseres !
B: Sinto-me horrível ! ... Aliás como o meu aspecto indica !
A: Bem, tenho que ir andando ! ...
Cena 6
(no decurso de uma festa de antigas colegas de serviço, A descreve às suas ex-colegas as vantagens de um casamento com um
sujeito milionário)
A: Não é assim! ... O meu lugar de secretária de direcção não daria para suportar as despesas ! ... Nem as mínimas!
Uma semana, mesmo com uma ou duas saídas, custa o dobro do meu ordenado mensal ! E uma semana em que
se jante fora ... depois da ópera ou teatro custa uma verdadeira fortuna ... Compreendo agora algumas posições
mais tradicionais que não permitem misturas entre “nós” e “vocês”! ... Têm algum fundamento ! ...
Procure analisar para as personagens que classificou mal, qual o conjunto de sinais que tem dificuldade em
detectar. Seguidamente, para cada uma das Cenas não assertivas procure um desfecho assertivo.
Cena nº___
Cena nº___
Cena nº___
Cena nº___
Versão Original: (1975) Sharon & Gordon Bowers Tradução/adaptação: (1997) Eduardo Pimpão
Instruções:
Depois de feitas as identificações dos diversos estilos de comunicação, importa agora estudar quando, como e
em que circunstâncias esses estilos são aplicados. O teste que se segue pretende avaliar QUANDO é que se
comporta de forma não assertiva e COM QUÉM. Este teste é fundamental pois permite-lhe saber com exactidão
o que tem de corrigir e como. A forma de responder é muito simples. Para cada afirmação da Coluna A,
verifique, marcando na Coluna B, se esse comportamento ocorre consigo. Seguidamente pontue esses
comportamentos na Coluna C numa escala de 1 (mínimo) a 5 (máximo) relativamente ao incómodo que cada
situação lhe provoca.
Bom Trabalho
A B C - Grau de Incómodo
Situações Pouco Ligeiro Moderado Muito Insupor-
tável
Quando tenho de me confrontar com uma pessoa que não quer colaborar comigo 1 2 3 4 5
Quando tenho de responder a uma crítica que penso não ser merecedor(a) 1 2 3 4 5
Quando me tenho de confrontar com alguém (ou algo) que me provoca culpa 1 2 3 4 5
SOMATÓRIOS
Continuação
A B C - Grau de Incómodo
situações Pouco Ligeiro Moderado Muito Insupor-
Não ter que “fazer o papel de santinho(a)” para obter aprovação dos outros 1 2 3 4 5
Vencer este sentimento de desespero e esta sensação de que nada mudará na vida 1 2 3 4 5
Outros ___________________________________________________________________ 1 2 3 4 5
SOMATÓRIOS
Siga as instruções dadas pelo formador e as que se seguem na página seguinte para iniciar o Treino Assertivo
Versão Original: (1975) Sharon & Gordon Bowers Tradução/adaptação: (1997) Eduardo Pimpão
Procedimento de Correcção
Observe as duas páginas anteriores; procure uma
visão global de cada uma das três componentes
(situações, pessoas e distorções).
Procure analisar de que forma é que um
comportamento é não assertivo. Concentre-se
primeiro nos itens assinalados com 2 ou 3. Estes itens
correspondem a situações mais fáceis de resolver. Os
itens com valores iguais ou superiores a 3 devem ser
alvo de treino assertivo depois de resolver os itens
inventariados com 2 ou 3.
Descreva agora em detalhe as cenas que constituem
um problema. Vejamos um exemplo: