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DESEMPENHO PRODUTIVO DE POEDEIRAS DE SEGUNDO CICLO

ALIMENTADAS COM DIETA SUPLEMENTADA COM VITAMINAS

PRODUTIVE PERFORMANCE OF SECOND-CYCLE HENS FED DIET


SUPPLEMENTED WITH VITAMINS

Diego Marcel Ogoshi Coró, Pedro Alves de Souza, Marcel Manente Boiago, Milena Roberta da
Silva e Hirasilva Borba - Campus de Jaboticabal - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Zootecnia -
diegomcoro@gmail.com

Palavras chaves: produção de ovos; vitaminas; muda forçada.


Keywords: eggs production; vitamins; forced molt.

1. INTRODUÇÃO
Sob condições comerciais dos atuais sistemas de criação de aves de postura, estresses de
diversas ordens implicam na necessidade de se elevar os níveis de inclusão das vitaminas exigidas
na dieta, de modo a fornecer uma margem de segurança e evitar riscos de deficiência. No entanto, a
necessidade de se suplementar as dietas das aves com níveis ideais para se obter ótimo desempenho
em condições de campo com vitaminas gera questionamentos (MAZZUCO, 2009).
A implementação de um programa nutricional com níveis adequados permite aos animais
expressarem completamente o seu potencial genético e melhorar simultaneamente diversos aspectos
relacionados à saúde, bem estar, produtividade e qualidade final dos alimentos, pois se sabe que
animais mais saudáveis produzem alimentos também mais saudáveis (LEESON e CASTON, 2003).

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E OBJETIVO


2.1 Fundamentação Teórica
O conceito de nutrição tem adquirido importância cada vez mais notória na saúde e bem
estar animal bem como na qualidade dos alimentos produzidos por esses animais. Neste sentido, as
vitaminas são importantes na nutrição tanto nos animais como nos seres humanos. Os níveis de
vitaminas na alimentação das aves foram estabelecidos pelo NRC (1994) para evitar deficiências
clínicas, e praticamente não foram alteradas até os dias atuais.
A produtividade tem apresentado evolução contínua através de melhoramento genético das
linhagens e das condições de produção, proporcionando crescentes melhorias na conversão
alimentar, aumento na massa de ovos e diminuição no consumo de ração. Deste modo, torna-se
essencial a reavaliação e adequação dos níveis de vitaminas na dieta de poedeiras, em especial no
segundo ciclo de produção, onde as aves estão em fase de recuperação do estresse a que foram
submetidas durante a muda forçada, ao mesmo tempo em que reiniciam a postura.
Os níveis de vitaminas nos ovos podem estar relacionados aos níveis da dieta da galinha,
contribuindo para torná-lo um alimento ainda mais nutritivo. Tendo em vista que a composição dos
ovos pode ser enriquecida com elementos ou compostos que podem promover benefícios
fisiológicos, estes podem ser incluídos nos alimentos denominados “funcionais” (STADELMAN,
1999; MICHELLA e SLAUGH, 2000).
A muda natural das penas em galinhas poedeiras ocorre apenas após um longo período de
produção e demora cerca de quatro meses para que seja completada. Essa demora fez com que
fossem desenvolvidos métodos de muda forçada de penas, que tem por objetivo prolongar a vida
produtiva das aves, induzindo ao segundo ciclo de postura mais rapidamente, além de diminuir os
custos de reposição dos lotes. A muda forçada beneficia economicamente o produtor, e evita o
descarte precoce de lotes de poedeiras, assim como a formação de novos lotes em substituição aos
eliminados (CAMPOS e BAIÃO, 1979).
2.2 Objetivo
Este trabalho objetivou comparar a produtividade de poedeiras alimentadas com dieta
suplementada com vitaminas e dieta comercial padrão após a muda forçada.

3. MATERIAIS E METODOS
O experimento foi conduzido no Aviário Experimental do Departamento de Zootecnia da
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Campus de Jaboticabal. Foram utilizadas 196
poedeiras comerciais, da linhagem Hy-Line W36, produtora de ovos brancos com 77 semanas de
idade. No período pré-experimental (muda forçada) as aves foram submetidas a uma alimentação a
base de farelo de trigo durante 28 dias, e não foi fornecida luz artificial durante esse período.
Durante as três primeiras semanas não foram registrados dados de postura, até que esta chegasse a
10% de produção, na 84ª semana de idade das aves, quando foi iniciado o período experimental
propriamente dito. Durante o experimento foram fornecidas dezesseis horas de iluminação
(iluminação natural mais artificial).
Foi utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), com dois
tratamentos e quatorze repetições de sete aves cada. Os tratamentos consistiram de dieta
suplementada com vitaminas e dieta comercial padrão. O período de coleta de dados foi de 12
semanas, divididos em três períodos de quatro semanas cada.
Ao final de cada ciclo foram avaliados o consumo de ração, porcentagem de postura,
conversão alimentar em kg/dúzia e viabilidade do lote. As análises estatísticas dos dados foram
feitas conforme procedimentos do SAS (1996). Os tratamentos consistiram de dieta suplementada
com vitaminas e dieta comercial padrão, as quais as concentrações vitamínicas são apresentadas na
tabela 1.

Tabela 1. Concentração vitamínica das dietas experimentais utilizadas durante o experimento.


Concentração Vitamínica / kg de ração
Vitamina Supl. Padrão Supl. Enriquecido Exigência*
Vit. A 7740 UI 12000 UI 7000 UI
Vit. D3 3330 UI 3500 UI 1600 UI
Vit. E 6,66 mg 30,0 mg 8,0 mg
Vit. K3 0,54 mg 3,0 mg 1,0 mg
Vit. B2 4,50 mg 7,0 mg 4,0 mg
Vit. B12 9,0 mcg 25,0 mcg 20,0 mcg
Ác. Nicotínico 22,05 mg 50,0 mg 20,0 mg
Ác. Pantotênico 5,49 mg 20,0 mg 13,0 mg
Biotina 0,09 mg 0,15 mg 0,10 mg
Ác. Fólico 0,18 mg 1,0 mg 0,30 mg
Colina 261 mg 500 mg 200 mg
* Tabelas Brasileiras Para Aves e Suínos (ROSTAGNO, 2005).

Os níveis de vitaminas fornecidos ao tratamento suplementado excederam às exigências em


71% para Vitamina A, 118% Vitamina D3, 275% Vitamina E, 200% Vitamina K 3, 75% Vitamina
B2, 25% Vitamina B12, 150% Niacina, 54% Ác. Pantatênico, 50% Biotina, 233% Ác. Fólico e 150%
Colina, respeitando os limites de tolerância recomendados pelo NRC (1987) para se evitar
problemas de toxidez por hipervitaminose.
Para avaliar a produção média de ovos em cada ciclo, tomou-se diariamente o número de
ovos produzidos, incluindo os trincados, quebrados e anormais, dividindo-os pelo número de aves
por tratamento. O consumo de ração foi calculado ao final de cada ciclo, pesando-se as sobras (do
comedouro e do balde), sendo o mesmo determinado em gramas de ração consumida por ave por
dia. A conversão alimentar foi calculada mediante a divisão do consumo médio de ração (kg) por
dúzia produzida (kg/dúzia).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nas tabela 2 são apresentados os dados referentes à produtividade de poedeiras alimentadas
com dieta suplementada com vitaminas e dieta padrão, após a muda forçada, nos três períodos
experimentais.

Tabela 2. Valores obtidos para consumo de ração (CR), porcentagem de postura, conversão alimentar
(kg/dz) e viabilidade de poedeiras após muda.
Média Geral
Dieta CR (g/ave/dia) % Postura Kg /Dz Viabilidade (%)
Suplementada 110,14 78,39 1,55 99,14
Padrão 106,63 71,01 1,63 98,93
DMS 7,78 5,19 0,16 2,60

Teste F 0,97 NS 9,56* 1,28 NS 0,03 NS


CV (%) 8,39 8,14 12,28 3,07
DMS = Diferença mínima significativa. CV = Coeficiente de variação. NS = não significativo (P>0,05).

A dieta contendo suplemento enriquecido com vitaminas influenciou significativamente


(P<0,05) a taxa de postura, com pico de produção no segundo ciclo, onde o tratamento
suplementado superou a produção máxima esperada para a linhagem após a muda forçada, que
segundo o manual da linhagem é de 83% (Guia de Manejo Hy Line variedade W36 - 2009-2011).
Este incremento na taxa de postura está de acordo com estudo realizado por FARIA et al.
(2001), que analisaram os efeitos de três níveis das vitaminas D 3 e C sobre o desempenho de
poedeiras em três temperaturas e encontraram efeito linear positivo sobre este parâmetro, para os
níveis de 2500, 3000 e 3500 UI de vitamina D3/kg de ração; e com os resultados obtidos por
FERNANDES et al. (2009), ao avaliarem o efeito de quatro níveis dietéticos de vitamina K (zero,
2, 8 e 32 mg/kg de ração) sobre o desempenho e a qualidade de ovos e ossos de poedeiras leves na
fase final de postura. Estes autores também descreveram que, além do aumento na taxa de postura, a
suplementação dietética da vitamina K propiciou melhor conversão alimentar (kg/dz). No presente
experimento, este fato foi observado no primeiro ciclo para o tratamento que recebeu dieta
suplementada, o que sugere um efeito positivo das vitaminas sobre a recuperação do trato
reprodutivo das aves após a muda forçada, e por consequência, a retomada da produção de maneira
mais rápida.
A melhor taxa de postura do tratamento suplementado pode ser explicada pelo fato das
vitaminas estarem envolvidas na maioria dos processos metabólicos, além de serem cofatores de
ações específicas no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas e têm papel crítico no ciclo
de Krebs (JENSEN, 1974). Também são essenciais à ativação de enzimas que participam da
multiplicação celular e regeneração tecidual (LEKLEM, 1991). Assim, a suplementação vitamínica
na dieta pode ter proporcionado melhor aproveitamento do alimento ingerido e, por consequência,
maior quantidade de energia líquida a ser destinada para a produção; bem como favorecido a
recuperação mais rápida do trato reprodutivo das galinhas.

5. CONCLUSÕES
Nas condições em que a pesquisa foi realizada, a dieta suplementada com vitaminas exerceu
efeito benéfico sobre a taxa de postura, porém não influenciou o consumo de ração e a conversão
alimentar das aves.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, E. J.; BAIÃO, N. C. The effects of methods of forced molting on performance of


commercial layers. Poultry Science, Champaign, v. 58, p. 1040, 1979.

FARIA, D. E.; JUNQUEIRA, O. M..; SOUZA, P. A.; TITTO, E. A. L. Desempenho, Temperatura


Corporal e Qualidade dos Ovos de Poedeiras Alimentadas com Vitaminas D e C em Três
Temperaturas Ambientes. Rev. Bras. Cienc. Avic., Campinas, v.3, n.1, 2001.

FERNANDES, J. I. M.; MURAKAMI, A. E.; SCAPINELLO, C.; MOREIRA, I.; VARELA, E. V.


Efeito da vitamina K sobre a integridade óssea e da casca de ovos de poedeiras leves na fase final
de postura. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.3, p.488-492, 2009.

JENSEN, L.S. Fat soluble vitamin problems in biochemical diagnosis... Athens, Ga.: University
of Georgia, (Georgia Nutr Conf). p.14, 1974.

LEESON, S.; CASTON, L. J. Vitamin Enrichment of Eggs. Journal of Applied Poultry Research,
12:24-26, 2003.

LEKLEM, J.E. Vitamin B6. In: MACHLIN, L.J. ed. 2ª Handbook of vitamins. New Work: Marcel
Dekker, p. 341-392, 1991.

MAZZUCO, H. Vitaminas: Funções metabólicas e exigências comerciais para poedeiras


comerciais. Agrosoft Brasil, 2009.
Disponível em: http\\www.agrosoft.org.br/agropag/20633.htm, acessado em 02/01/2010.

MICHELLA, S. M. e SLAUGH, B. T. Producing and marketing a specialty egg. Poultry Science,


Champaign, v. 79, p. 975-976.,2000.

National Research Council- NRC. Nutrient requirements of poultry. Nutrient Requirements of


Domestic Animals. Vitamin Tolerance of Animals. National Academy Press, Washington, DC.
1987.

National Research Council- NRC. Nutrient requirements of poultry. Nutrient Requirements of


Domestic Animals. 9th rev. ed. National Academy Press, Washington, DC., Washington, DC.
1994.

ROSTAGNO, H.S. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e
exigências nutricionais. 2.ed. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, p. 186, 2005.

SAS. User's guide: stat, version, 6.12. 4.ed. Cary: SAS Institute, 1996.

STADELMAN, W.J. The incredibly functional egg. Poultry Science, Champaign, v. 78, p. 807-
811, 1999.

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