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DIREITO

TRIBUTÁRIO

ROTEIRO DAS AULAS


Prof. Alexandre Lugon
Atualizada pela LC 118/05
Revisada em julho de 2008
DIREITO TRIBUTÁRIO
PROGRAMA
UNIDADE I
1. Introdução ao estudo do Direito Tributário:
a) Receitas Públicas
2. Direito Tributário X Direito Financeiro
3. Definição de Tributo
4. Espécies tributárias:
a) Imposto
b) Taxas
c) Contribuições de Melhoria
d) Empréstimos Compulsórios
e) Contribuições Especiais
5. Determinação da natureza jurídica dos tributos.

UNIDADE II
1. Competência Tributária:
a) Competência para estabelecer normas gerais de Direito Tributário
b) Competência para instituir Tributos.
2. Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar:
a) Princípios tributários
b) Imunidades tributárias.

UNIDADE III
1. Legislação Tributária:
a) Leis
 Emendas à Constituição
 Leis Delegadas
 Leis Complementares
 Leis Ordinárias
 Medidas Provisórias
 Decretos Legislativos
 Resoluções do Senado Federal
b) Tratados e Convenções Internacionais
c) Decretos
d) Normas Complementares

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DIREITO TRIBUTÁRIO
2. Vigência da Legislação Tributária
3. Aplicação da Legislação Tributária-
a) Eficácia
b) Exceções à Irretroatividade
4. Regras de interpretação e de integração da legislação tributária

UNIDADE IV
1. Obrigação Tributária:
a) Elementos estruturais
 Fato Gerador
 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo
 Prestações
b) Classificação da Obrigação Tributária
 Obrigação Tributária Principal
 Obrigação Tributária Acessória
2. Princípio do "Non Olet"
3. Convenções Particulares
4. Solidariedade
5. Capacidade Tributária Passiva
6. Domicílio Tributário
7. Responsabilidade Tributária:
a) Responsabilidade por Substituição e por Transferëncia
b) Responsabilidade dos Sucessores
c) Responsabilidade de Terceiros
d) Responsabilidade por Infrações

UNIDADE V
1. Crédito Tributário:
b) Natureza Jurídica
2. Lançamento Tributário:
b) Definição
c) Regência do Lançamento Tributário
d) Hipóteses de Alteração
e) Modalidades do Lançamento Tributário
3. Hipóteses de suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário:
a) Moratória
b) Depósito do Montante Integral
c) Reclamações e Recursos
d) Liminares e Tutelas Antecipadas
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e) Parcelamento
4. Extinção do Crédito Tributário
a) Pagamento
b) Compensação
c) Transação
d) Remissão
e) Prescrição e Decadência
f) Ação de consignação em pagamento
g) Conversão do depósito em renda
h) Pagamento antecipado sob condição resolutória de ulterior homologação
i) Decisão administrativa irreformável
j) Decisão judicial transitada em julgado
k) Dação em pagamento em bens imóveis
5. Exclusão do Crédito Tributário
a) Isenção
b) Anistia
6. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário

UNIDADE VI
Administração Tributária – Fiscalização

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FUNDAMENTAÇÃO LEGAL UTILIZADA
1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1.1 art. 24 C.F; art.145 a 167 C.F. ( SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ); art. 167 C.F; art. 195;
art. 198; art. 212 C.F; 239 C.F
1.2 EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 03/93; 12/96; 20/98, 21/99, 29/00, 31/00, 32/01, 33/01,
37/02, 39/02, 41/03, 42/03, 44/04; 45/05; 55/07
1.3 ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (art. 34 , art. 40 a 42, art. 70,
art. 75, 76, e art. 79 a 94 da ADCT)

2. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ( Lei n.º 5172/66, LC 104/01, LC 105/01 e LC118/05 )


LIVRO I
2.1. art. 1.º a 16.º CTN.
a) os art. 1.º e 2.º CTN são regidos atualmente pelo novo SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL,
disposto na atual CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA BRASILEIRA)
b) art. 9, I (as ressalvas estão regidas pelo art. 153 § 1.º C.F.)
c) art. 13 (agora está regido pelo art. 150 § 3.º C.F.)
d) o art. 15,III CTN não foi recepcionado
2.2. art. 17 e 18 CTN ( regido pelo SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL- art 145 a 167 C.F.)
a) art. 18 ( agora está regido pelo art. 147 C.F./88)
2.3. art. 19 a 34 CTN
a) art 21 e 26 CTN derrogados pelo art. 153 § 1.º C.F
b) art. 22,II CTN não recepcionado
2.4.art. 35 a 36 CTN ( regidos pelo SISTEMA TRIBUTARIO NACIONAL –art 155 a 156 C.F)
2.5. 37 a 51 CTN
a) não se aplicam os art. 46,III CTN; 47,III CTN e 51, IV CTN
2.6.art. 52 a 62 CTN ( regidos pela LC 87/96 e LC 116/03 )
2.7.art. 63 a 67 CTN
a) art. 65 CTN derrogado pelo art. 153 § 1 C.F
2.8. art. 68 a 73 CTN ( regidos pela LC 87/96 e LC 116/03 )
2.9. art.74 a 75 CTN ( não recepcionados )
2.10. art. 76 a 82 CTN- recepcionados
2.11. os art. 83 a 95 CTN estão regidos no capítulo da Repartição das Receitas Tributárias da
Constituição Federal ( portanto, estudar exclusivamente nos art. 157 a 162 CF )

LIVRO II
2.12. art. 96 a 217 CTN

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DIREITO TRIBUTÁRIO
UNIDADE I
1. INTRODUÇÃO

DIREITO ADMINISTRATIVO
ADMIN. PÚBLICA
TRIBUTOS
RECEITAS PÚBLICAS
DIREITO FINANCEIRO DESPESAS PÚBLICA
ATIV. FINANCEIRA ESTADO CRÉDITO PÚBLICOS
ORÇAMENTO

DIREITO TRIBUTÁRIO
TRIBUTO

INGRESSOS
PÚBLICOS
espécie:
RECEITAS
PÚBLICAS

espécie:
TRIBUTOS

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DIREITO TRIBUTÁRIO
1.1. INGRESSOS PÚBLICOS ( Direito Financeiro )

O Estado, na busca de recursos para desempenhar suas funções, procura obtê-los de fontes
variadas, conforme classificação a seguir:

DE TERCEIROS PATRIMONIAIS
OU
IMPRÓPRIOS
ORIGINÁRIAS
EMPRESARIAIS
OU PREÇOS
INGRESSOS PÚBLICOS
OU
ENTRADAS
PRÓPRIOS REPARAÇÕES
OU DE GUERRA
RECEITAS
PÚBLICAS DERIVADAS RECEITAS
CREDITÍCIAS

PENALIDADES
PECUNIÁRIAS

TRIBUTOS

DIREITO
TRIBUTÁRIO

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Vejamos os conceitos aplicados acima:

1.1 Ingressos ou Entradas: São todos os recursos financeiros que entram nos cofres públicos,
tenham ou não o caráter de serem restituíveis ( retorno à origem). Enfoque: entradas lícitas ou devidas.

1.1.1 Empréstimos (restituíveis apesar de lícitos)

1.1.2. Receitas Públicas ( ingressos não restituíveis quando devidos)


1.1.2.1- Originárias: Decorrem de atividade atípica de Estado. O Estado angaria recursos
administrando seu próprio patrimônio (ex. alienações) ou prestando serviços não essenciais de Estado
(ex. tarifas públicas )
1.1.2.1.1.Patrimoniais : o "Estado" administra o seu próprio patrimônio, extraindo dele os seus
recursos.
Ex: aluguéis, alienações de imóveis, etc...

1.1.2.1.2 Empresariais: O Estado presta serviços públicos de caráter não essencial de Estado.
Ex: tarifas de energia elétrica, tarifa telefônica e etc. São serviços remunerados, via de regra, por
prestações de caráter contratual.

1.1.2.2. Derivadas: Decorrem de atividade típica de Estado. O Estado angaria recursos aos cofres
públicos provenientes de fontes externas ao próprio Estado.
• Tributos
• Penalidades pecuniárias
• Reparações de Guerra
• Receitas creditícias ou impróprias

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DIREITO TRIBUTÁRIO

2. O DIREITO TRIBUTÁRIO NO MUNDO JURÍDICO

2.1. DIREITO TRIBUTÁRIO X DIREITO FINANCEIRO X CIÊNCIA DAS FINANÇAS

2.1.1. A Ciência das Finanças : É a ciência que estuda o fenômeno financeiro, ou seja, a atividade
financeira do Estado: as receitas públicas, as despesas públicas, o orçamento público e o crédito
público.

2.1.2. O Direito Financeiro: É o ramo do Direito Público que normatiza a atividade financeira do
Estado.

2.1.3. O Direito Tributário: É o ramo didaticamente autônomo do Direito Público que estuda e
normatiza as relações jurídicas entre o Estado e o contribuinte, relativas à instituição, fiscalização e
arrecadação da receita pública derivada específica referente ao conceito de tributo.

RECEITA PUBLICA CIÊNCIA DAS


FINANÇAS E DIREITO
FINANCEIRO

TRIBUTO DIREITO TRIBUTÁRIO

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DIREITO TRIBUTÁRIO
2.1.4. Características do Direito Tributário:

É uma disciplina didaticamente autônoma.


CONSTITUCIONAL

CIVIL TRIBUTÁRIO
RAMIFICAÇÃO/
DISCIPLINA
JURÍDICA
( AUTONOMIA
DIDÁTICA)

O DIREITO ( É UNO E
INDIVISÍVEL )

Relaciona-se com os demais ramos do Direito, pois este é uno e indivisível.


Possui autonomia didática = é ramificação do Direito para facilitar seu estudo
Possui autonomia dogmática= princípios próprios
Possui autonomia estrutural= institutos próprios
Sua autonomia dogmática ou estrutural é relativa uma vez que não se utiliza somente de princípios e
institutos próprios, valendo-se de princípios e institutos de Direito Privado.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
2. TRIBUTO

NOÇÕES PRELIMINARES- RELAÇÃO JURÍDICA NO DIREITO TRIBUTÁRIO

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

LEI

FATO GERADOR

SUJEITO
SUJEITO PASSIVO
ATIVO

DEVER
JURÍDICO
=
PRESTAÇÃO

1) Prestação DE DAR:

• TRIBUTO
• PENALIDADE
PECUNIÁRIA SANÇÃO DO ATO ILÍCITO

2)Prestações de FAZER DESCUMPRIMENTO DAS PRESTAÇÕES DE


FAZER
3) Prestações de não OU NÃO FAZER = ATO ILÍCITO
FAZER

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3.1. A definição de tributo:
Sentido primitivo = imposições de guerra
Sentido atual = recursos voltados à manutenção do Estado.

TRIBUTO ( art. 3.º do CTN.)

• é toda prestação pecuniária


• compulsória
• em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir
• instituída em lei ("ex-lege" - art. 150,I C.F. e art. 97 CTN )
• que não constitua sanção de ato ilícito
• cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada ( entenda-se = ato vinculado,
oposto a ato discricionário )

Observações complementares:

Dação em pagamento é o pagamento de tributos com bens. Não era aceito para para a maioria dos
doutrinadores, senão para doutrina minoritária (Luis Emydio e Paulo de B. Carvalho) .

No entanto, a lei complementar n.º 104 de 2001, que alterou dispositivos do CTN, incluiu no art 156, XI
CTN, “dação em pagamento em bens imóveis, na forma estabelecida em lei” como modalidade nova de
extinção do crédito tributário..

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Não se aceita, no entanto, extinção do crédito tributário mediante tributos in ¨natura ¨ ( ex: 1 kg em
espécie para cada tonelada) e tributos ¨in labore ¨ (exemplo: um dia de serviço )
Os tributos diferem das indenizações ( por lesão) e das doações, heranças jacentes , prescrição aquisitiva
e etc...; distinguem-se ainda dos deveres compulsórios de ordem privada (ex. seguros automobilísticos,
obrigações de alimentos e etc...) e ainda das apropriações de dinheiro abandonado ( estas últimas não
causam relação jurídica)

Quanto à função que exerçam, os tributos poderão ser:


a) fiscais (função meramente arrecadatória para o cumprimento das prerrogativas e incumbências de
Estado). Ex: IR , ICMS, IPTU...
b) extrafiscais ( além da função fiscal, nestes predomina a função de controle ou intervenção na
economia) . Ex: II, IE, IPI, IOF, ITR;
c) parafiscais ( arrecadados para que o Estado cumpra funções paralelas às funções típicas de Estado).
Ex. contribuições da seguridade social art. 195 C.F.

4. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

art. 5.º CTN : São tributos os impostos, taxas e contribuições de melhoria


( possuem função tributária básica ).

Os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais, após sua inclusão no Sistema Tributário


Nacional ( ex: Empréstimo Compulsório incluído no STN pela EC 01/69), passam a ter natureza
tributária segundo o STF, pois, apesar de não serem tributos básicos novos, no entanto, são dotados de
características especiais as quais lhe atribuem função tributária autônoma além de comporem o STN.

Natureza tributária IMPOSTOS


para TAXAS
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
STF EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

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4.1 IMPOSTO

Art. 145, I C.F. e art. 16 CTN

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos: I - impostos;

Características:

4.1.1. FATO GERADOR: manifestação exterior de riqueza decorrente da capacidade econômica do


contribuinte.
4.1.2. FUNÇÃO: redistributiva

4.1.3. BASE DE CÁLCULO: grandeza de dimensiona a manifestação econômica do contribuinte.

4.1.4. TRIBUTO NÃO VINCULADO: São tributos cujo fato gerador é uma situação que não tem
como contrapartida nenhuma atividade imediata do Estado em relação ao contribuinte. (Ex:
quando o Estado cobra I.R. , não oferece nenhum serviço de imediato em troca. Portanto,
afirmamos que o imposto é um tributo NÃO VINCULADO . (vide art. 16 CTN)

Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte

4.1.5. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA: Em regra, a receita arrecadada não pode estar
vinculada, por lei, a nenhuma despesa específica, fundo ou órgão predeterminados, isto é , tem
que ser redestinada ao “ bolo do orçamento”, de onde será repartida segundo os critérios da lei
orçamentária. Portanto, é um tributo de RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de
ARRECADAÇÃO NÃO VINCULADA. Veja a proibição no art. 167, IV da Constituição Federal
– alterado pela E.C. 43/03. Há, no entanto, exceções previstas no próprio artigo 167,IV C.F
que serão estudadas no capítulo de Competência Tributária.

Art 167 CF- são vedados:


IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às

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operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o
disposto no § 4º deste artigo;

4.1.6. Diversos são os impostos instituídos pela União, Estados, D.F e Municípios, segundo a
competência tributária que lhes for atribuída pela própria Constituição. ( vide capítulo de
Competência Tributária)

4.1.7. Algumas classificações importantes dos impostos:

a) Quanto à forma de percepção: diretos e indiretos

 São DIRETOS quando o sujeito passivo de direito (aquele que tem a obrigação legal de recolher
o tributo aos cofres públicos ) é idêntico ao sujeito passivo de fato (aquele que efetivamente
desembolsa). Não há transferência do encargo tributário. Ex: IPTU, onde o proprietário tem
obrigação legal de recolher aos cofres públicos e ele próprio arca com o ônus tributário. Neste
caso não há transferência de ônus financeiro a terceiros. Dá-se o fenômeno da percussão
tributária;

 São INDIRETOS quando o sujeito contribuinte de direito é diverso do suejeito passivo de fato.
Ex: ICMS, IPI, ISS. Nesta hipótese há transferência de ônus tributário a terceiros, há o
fenômeno da repercussão ou translação, uma vez que o sujeito passivo de direito transfere o
encargo tributário ao sujeito passivo de fato, como, por exemplo, quando o comerciante já
engloba o montante do tributo a arrecadar no preço final da mercadoria, transferindo o
desembolso efetivo do tributo, portanto , para o consumidor final. Vale ressaltar que o
consumidor, no exemplo, não se diz contribuinte ( nome reservado aos contribuites de direito e
não aos contribuintes de fato ).

b) Quanto ao objeto de incidência: reais ou pessoais

 São PESSOAIS quando atingem a pessoa, isto é, levam em consideração características


subjetivas do sujeito passivo. Incidem sobre a pessoa do contribuinte. Ex: I.R.

 São REAIS quando restringem sua incidência à coisa, à ¨res¨ ( = coisa), objeto do imposto,
desconsiderando, em regra, a figura do contribuinte. Ex: IPTU

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c) Quanto à alíquota: fixos ou proporcionais:

 FIXOS quando o valor do tributo a ser recolhido for estabelecido, fixado em valor pré-
determinado, segundo o estabelecido em lei. Ex. ISS dos autônomos, o ICMS por estimativa
das Micro-empresas. A metodologia de cálculo é feita sem aplicação de alíquotas sobre base de
cálculo.

 PROPORCIONAIS quando a alíquota for um percentual a ser aplicado sobre um valor,


isto é, sobre uma Base de Cálculo. Podendo, por sua vez, ser ainda progressivos, caso a
alíquota aumente em função do aumento da respectiva Base de Cálculo. Ex: IR

d) Quanto à base econômica: ( classificação adotada pelo Código Tributário Nacional )-


 impostos sobre o COMÉRCIO EXTERIOR. Ex: II e IE;
 impostos sobre o PATRIMÔNIO E A RENDA: IR,ITR, IPVA, IGF, ITD, ITBI, IPTU ;
 impostos sobre a PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO: IPI, ISS, ICMS e IOF
( estas siglas correspondem aos impostos exemplificados na UNIDADE II, tópico n.4)

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4.2 TAXAS:
A Constituição, no art. 145,II, elenca a existência de taxa sobre dois fatos geradores distintos,
denominadas respectivamente taxa de serviço e taxa de polícia, conforme veremos a seguir:

CF- Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir
os seguintes tributos:...........II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição;

Vide CTN no art. 77. “As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do
poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado
ao contribuinte ou posto à sua disposição.”
TAXAS DE
SERVIÇO
PRESTADOS
AO CONTRIBUINTE
EFETIVA

UTILIZAÇÃO
DE ESPECÍFICOS
OU SERVIÇOS
FATO PÚBLICOS E
OU
GERADOR
DAS TAXAS DIVISÍVEIS

POTENCIAL

POSTOS A
DISPOSIÇÃO
EXERCÍCIO REGULAR DO PODER DE POLÍCIA

TAXAS
DE
POLÍCIA

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4.2.1. TAXA DE SERVIÇO

4.2.1.1. SERVIÇO PÚBLICO: As Taxas de serviços remuneram serviços públicos essenciais de


Estado ou ainda serviços típicos de Estado. Já em se tratando de serviços públicos não essenciais, estes
deverão ser remunerados por preços públicos, os quais diferem das taxas. Exemplos de taxas de serviço:
TCLU (taxa de coleta domiciliar de lixo urbano ); TI (taxa de incêndio); taxa judiciária

a) Diferenças entre Taxas e Preços Públicos: as taxas são instituídas por lei, compulsórias,
cobradas pelo Poder Público, remunerando, via de regra, serviços públicos essenciais de Estado.
Admitem terceirização. Já os preços públicos são facultativos, de natureza contratual e
remuneratórios, via de regra, de serviços públicos não essenciais de Estado, podendo sua cobrança
ser delegada à pessoas jurídicas de direito privado (concessionárias e permissionárias de serviços
públicos = neste caso, alguns doutrinadores preferem a denominação específica de tarifas, enquanto
outros não fazem distinção entre preço público e tarifa).

SUMULA STF: 545- Taxas e preços públicos não se confundem, porque estas, diferentemente
daqueles, são COMPULSÓRIAS e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária,
em relação À LEI QUE AS INSTITUIU

E o pedágio será taxa ou preço público?. A doutrina diverge. Para Sacha Calmon é preço público,
para Baleeiro e Luis Emydio é taxa e, finalmente, para Bernardo Ribeiro de Morais será um tributo
novo, cujo fato gerador, segundo o art. 150, V da Constituição Federal , seria o uso de via conservada
pelo Poder Público. Quanto ao STF, há decisões como preço público ( ADIM 800/RS-1992 ) e
como taxa ( RE-181475/RS- 1999 ), dependendo das características apresentadas por cada caso em
particular. Varia, portanto, em função da natureza de sua instituição ( instituída por lei será taxa;
natureza contratual será preço público). Em prova, é usual considerar-se como sendo preço público,
uma vez predominar, nos dias de hoje, a natureza contratual.

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4.2.1.2. SERVIÇO ESPECÍFICOS E DIVISÍVEIS: quanto aos serviços públicos objeto de taxas,
somente são passíveis de tributação os serviços públicos específicos e divisíveis

Art. 79 CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:

II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de


utilidade, ou de necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários

a) ESPECÍFICOS- As taxas se referem a serviços públicos específicos, isto é, aqueles que podem
beneficiar indivíduos ou grupos determinados, ou seja, aqueles que se destacam dos demais,
individualizando-se. Ao contrário dos serviços específicos, os Serviços Gerais da Administração ,
como por exemplo, os serviços de turismo, estatística e segurança nacional não poderiam ser objeto
de taxas por serem inespecíficos. Vide art. 79 C.T.N.

b) DIVISÍVEIS- As taxas exigem também, para sua instituição, que os serviços públicos sejam
divisíveis, isto é, passíveis de terem seu custo divido pelos usuários. Ex: coleta de lixo domiciliar.
Ao contrário dos serviços divisíveis, seriam exemplos de serviços indivisíveis, portanto, não objeto
de taxas, os serviços de diplomacia, forças armadas, segurança pública e etc. Vide art.79 C.T.N.

4.2.1.3. FATO GERADOR:

Art. 79 CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição


mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;

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a) UTILIZAÇÃO EFETIVA: o fato gerador diz-se utilização efetiva quando exaurido o serviço,
utilizado pelo contribuinte. Vide art. 79 CTN.

b) UTILIZAÇÃO POTENCIAL: No entanto há também fato gerador quando o serviço estiver a


disposição do contribuinte, embora não utilizado efetivamente por este. Diz-se utilização potencial.
Vide art. 79 CTN.

4.2.2. TAXA DE POLÍCIA

4.2.2.1. FATO GERADOR: a Taxa de Polícia está relacionada ao exercício regular do Poder de Polícia.
Vide art. 77 CTN.

a) PODER DE POLÍCIA: Poder de Polícia Administrativa, isto é, vigilância , fiscalização, controle


administrativo no que concerne aos assuntos de interesse coletivo, a exemplo dos mencionados no art.
78 do CTN. O rol de atividades aí enumerado é exemplificativo.

Art. 78 CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública


que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de
ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato
Complementar nº 31, de 28.12.1966)

b) EXERCÍCIO REGULAR:

b.1) Conotação do CTN: vale ressaltar que será regular o exercício do Poder de Polícia quando feito
pelo órgão competente, nos termos da lei ( vide art.78 , § único CTN ).

Art. 78 CTN Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo
legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de
poder.

b.2) Outra conotação: efetivo ( STF)

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4.2.2.2. São exemplos de taxas de polícia: as taxas de alvará ( de inspeção ou fiscalização para
funcionamento de estabelecimentos comerciais e industriais), as taxas de publicidade, taxa de inspeção
sanitária, as taxas de inspeção de motores, as taxas de verificação de pesos e medidas, as taxas de
fiscalização de obras em logradouros públicos e etc...

4.2.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS TAXAS

4.2.3.1. TRIBUTO VINCULADO, isto é, o Estado oferece uma contrapartida, uma contraprestação de
imediato ao contribuinte em função do tributo cobrado. O art. 16 CTN somente se aplica aos impostos.

4.2.3.2. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO NÃO


VINCULADA, pois nem a Constituição, nem o CTN prevêem exigência para que a lei instituidora
destine obrigatoriamente a receita arrecadada com a respectiva taxa para o custeio de algum tipo de
serviço. Esta é a prática legislativa. Apesar disso, alguns autores, como o prof. Luís Emydio, entendem
o contrário, mas é posição minoritária. Obs: Vale ressaltar que a Constituição, no entanto, não veda, ao
contrário dos impostos, que a lei instituidora vincule a receita das taxas.

4.2.3.3. FUNÇÃO: é um tributo retributivo ( custo/ benefício), isto é, tem função ressarcitiva, pois
visa ressarcir os cofres públicos, do custo que o Estado teve com o serviço prestado ou com o
exercício regular do Poder de Polícia.

4.2.3.4. BASE DE CÁLCULO:

CF- 145 § 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos

CTN- art. 77- Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.

A base de cálculo das taxas não pode ser a mesma de impostos. O capital das empresas também
não pode ser utilizado como base de cálculo das taxas. Vide art.145,§2.ºC.RFB. e art. 77, § único do
CTN. Algumas taxas foram declaradas inconstitucionais por este motivo: taxas de conservação de
estradas de rodagem ( BC = ITR ) , taxas de licenças com BC = valor dos imóveis, em alguns Estados
a taxa de incêndio por usarem base de cálculo de imposto., a taxa de lixo quando usa como base de
cálculo o valor do imóvel. Isto se justifica, pois a Base de Cálculo das taxas tende a refletir uma
grandeza relacionada com o Custo da atuação Estatal relativa ao contribuinte, ao contrário dos
impostos.
4.2.3.5. A taxa rodoviária única, Decreto-Lei 999/69, incidia sobre o valor dos veículos licenciados
em todo o território nacional, tendo sido substituída pelo IPVA.

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4.3. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA:

Contribuição de melhoria ( art. 145, III C.F e art.81 e 82 CTN):

4.3.1 FATO GERADOR

a) O Código Tributário Nacional, publicado em 1966, cita como fato gerador:

Art. 81 CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas
de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

c) Decreto-Lei 195/67- Art 1º A Contribuição de Melhoria, prevista na Constituição Federal tem como fato
gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras
públicas.

c) No entanto, a Emenda Constitucional n.º 23/83 estabeleceu como fato gerador o " benefício" .

d) Em 1988, a CRFB/88 ao dispor sobre a contribuição de melhoria, cita:

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:..........................III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas

A CF deixou o fato gerador em aberto.

Portanto, o Fato Gerador agora está em aberto na nossa constituição. Em função disso, decide o STF:

FATO GERADOR VALORIZAÇÃO


IMOBILIÁRIA
STF DECORRENTE DE OBRA
PÚBLICA

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4.3.2. OUTRAS CARACTERÍSTICAS

4.3.2.1.LIMITES:
A contribuição de melhoria deve respeitar, ao mesmo tempo, dois limites: ( art. 81 CTN )

a) Limite individual é o valor máximo que cada contribuinte poderá ser cobrado em relação ao seu
imóvel: é o montante de valorização sofrida pelo seu imóvel.
b) Limite total é o valor máximo que o ente público pode arrecadar com determinada contribuição
instituída: é o valor total do custo da obra.
Obs: O Decreto Lei 195/67 ainda menciona que ainda a observância de um limite de 3% ao ano sobre o
valor do imóvel,

4.3.2.2.EDITAL PRÉVIO ( art. 82 CTN ):

Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:

I - publicação prévia dos seguintes elementos:

a) memorial descritivo do projeto;

b) orçamento do custo da obra;

c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;

d) delimitação da zona beneficiada;

e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada
uma das áreas diferenciadas, nela contidas;

II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;

III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que


se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.

§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da
obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em
função dos respectivos fatores individuais de valorização.

§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante
da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o
respectivo cálculo.

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Anteriormente à publicação da lei que vier a instituir a contribuição de melhoria, deverá haver a
publicação de um edital com dados, informando à população sobre a cobrança da contribuição. Uma vez
publicados, poderão estes dados ser objeto de impugnação por qualquer interessado durante um prazo a
ser fixado, que não poderá ser inferior a trinta dias (o Decreto- Lei 195/67, em seu art. 6º, fixa
exatamente em trinta dias o prazo dentro do qual poderão ser formuladas as impugnações).
Constarão do edital as seguintes informações, segundo o art. 82 CTN: o memorial descritivo do
projeto; o orçamento da obra; a parcela do custo que será financiada ou amortizada pela contribuição, a
fixação dos coeficientes de valorização e a delimitação da área beneficiada .
O Decreto Lei n.º 195/67, que estipula normas gerais sobre a contribuição de melhoria- adquiriu
força de lei complementar. Ele relaciona as obras públicas que, provocando valorização imobiliária,
justificam instituição de contribuição de melhoria. O STF o tem como auto executável. Algumas
determinações oriundas do referido Decreto-lei: a) cabe contribuição de melhoria tendo sido o imóvel
valorizado direta ou indiretamente pela obra pública; b) a contribuição de melhoria pode ser cobrada
depois da obra pública ter sido realizada ou quando realizada em parte suficiente para valorizar
determinado imóvel ( não exige, portanto, o término da obra); c) cabe um limite de 3% do valor do
imóvel, respeitando-se também o limite individual previsto no CTN. ( essa alíquota não está no
CTN...apenas curiosidade!)

4.3.2.3. TRIBUTO VINCULADO, isto é, o Estado oferece uma contrapartida, uma contraprestação de
imediato ao contribuinte em função do tributo cobrado: a valorização decorrente de obra pública.

4.3.2.4. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO NÃO


VINCULADA, pois nem a Constituição, nem o CTN prevêem exigência para que a lei instituidora
destine obrigatoriamente a receita arrecadada com a respectiva contribuição para a manutenção da obra.
Esta é a prática legislativa, ou seja, a não vinculação da receita. Obs: A Constituição Federal, no entanto,
não veda, ao contrário dos impostos, que a lei instituidora vincule a receita das contribuições de
melhoria.
4.3.2.5. FUNÇÃO: é um tributo retributivo ( custo/ benefício), isto é, tem função ressarcitiva, pois
visa ressarcir os cofres público do custo que o Estado teve com a respectiva obra.
4.3.2.6. BASE DE CÁLCULO: Dimensão da contraprestação do Estado, ou seja, o custo da
contrapartida- custo da obra, que sofrerá rateio pelos contribuintes em função da respectiva valorização
de cada imóvel.

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4.4. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (art. 148, CRFB; art. 15, I e II do CTN):

4.4.1. NATUREZA JURÍDICA: São prestações que, desde a EC 01/69, têm natureza tributária,
apesar da classificação já estudada relativa às Receitas Públicas. A partir de então, o STF lhes atribui
natureza de tributo, dado o enquadramento no art. 3.º CTN, bem como dada a sua disciplina no Sistema
Tributário Nacional, vide art. 148 C.F.

CUIDADO!

Vide súmula 418 STF:


¨... não são tributos, não estando sujeitos a prévia autorização orçamentária.¨

EFICÁCIA SUSPENSA

CARACTERÍSTICA ESPECIAL: Compete exclusivamente à União a sua instituição. È tributo que


deve ser restituído, mesmo que devido, o que configura exceção à regra, devendo, portanto, retornar à
origem..

Art. 148 C.F. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra


externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,


observado o disposto no art. 150, III, "b".

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4.4.1. CIRCUNSTÂNCIAS AUTORIZADORAS ( FUNDAMENTOS PARA INSTITUIÇÃO ).

148, I C.F
• em caso de guerra externa ou sua iminência-
• em caso de calamidade pública
( ambas são exceção ao princípio da anterioridade - art. 150,III., b C.F.)

CIRCUNSTÂNCIAS
AUTORIZADORAS
148 CF.

148, II C.F.
• em caso de investimento público de caráter urgente
e relevante interesse nacional
(há que se respeitar o princípio da anterioridade, art.150, III, b C.F)

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA

CF art. 150 . Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

obs: O art. 15, III do CTN não fora recepcionado pela atual CF/88

Art. 15 CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos
compulsórios:

I - guerra externa, ou sua iminência;

II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos
orçamentários disponíveis;

III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

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4.4.2. OUTRAS CARACTERÍSTICAS:

4.4.2.1. A competência para instituí-lo é privativa da União mediante LEI COMPLEMENTAR.


.......em qualquer caso!

SEMPRE CAI NA PROVA.


PERIGO!

4.4.2.2. Prazo e restituição- art. 15 parágrafo único CTN.

Art. 15 CTN- Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de
seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei

4.4.2.3. Fato Gerador e base de cálculo: definidos em lei.

4.4.2.3. TRIBUTO DE RECEITA VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO VINCULADA . A


afetação da receita é elemento estrutural, seu descumprimento acarreta inconstitucionalidade de todo o
tributo. Art. 148, § único CRFB.

Art. 148 C.F- Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

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4.5 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

4.5.1 ESPÉCIES DE CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS ( art. 149 C.F.):

ATÍPICAS/
Sui generis - CIP 149-A CF
CONTRIBUIÇÕES
ESPECIAIS
SOCIAIS

INTERVENTIVAS
TÍPICAS- 149 CF

CORPORATIVAS

STF

NATUREZA TRIBUTÁRIA
Disciplinadas no Sistema
Tributário Nacional- art. 149 CF.

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4.5.1.1 REGRAS IMPORTANTES :

Art. 149. C.F Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção
no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e
150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que
alude o dispositivo

REGRAS art. 149 C.F. EXCEÇÕES


são instituídas pela União * 149 § 1.º C.F.
através de lei ordinária ** 195 § 4.º C.F.
devem observar o princípio da anterioridade *** 195 § 6.º C.F. e 177§4, I, b C.F

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS ( TÍPICAS ) PREVISTAS NO ART. 149 CF:

I- SOCIAIS-
a) PARA A SEGURIDADE SOCIAL
a. 1) PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL art. 195 C.F
a 2) PARA O REGIME PREVIDENCIARIO DO SERVIDOR PÚBLICO- art. 149
parágrafo único C.F
b) OUTRAS ( FGTS, SAL EDUCAÇÃO, SAT...)

II- CIDE - CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO


a. 1) IAA e IBC
a. 2) AFRMM
a. 3) CIDE do petróleo – art. 177 §4 CF
a. 4) CIDE na importação de tecnologia e outras

II- Contribuições Corporativas-


a) CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS
b) CONTRIBUIÇÕES INSTITUÍDAS EM FAVOR DE ENTIDADES
REPRESENTATIVAS DE CATEGORIA ECONÔMICA OU PROFISSIONAL. Ex.:
contribuições em favor da OAB, CRC, CRO.
c) contribuições em favor de entidades privadas ligadas às entidades sindicais. Ex.
SESI, SESC, SENAI, SENAC.

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4.5.1.2. Características das Contribuições Especiais:

4.5.1.2.1. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

São contribuições instituídas para cumprir função social, vide o financiamento dos Sistemas
Oficiais de Previdência e Assistência Social. Caráter parafiscal.

CONTRIBUIÇOES SOCIAIS:

a) PARA A SEGURIDADE SOCIAL


b. 1) PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL art. 195 C.F
a 2) PARA O REGIME PREVIDENCIARIO DO SERVIDOR PÚBLICO- art. 149
parágrafo único C.F

b) OUTRAS ( FGTS, SAL EDUCAÇÃO, SAT...)

a) SEGURIDADE SOCIAL

a. 1 ) CONTRIBUIÇÕES PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL: O art. 195,


CRFB estabelece as contribuições voltadas à Seguridade Social.

Dispõe: "Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I- do empregador, da empresa e da entidade a ele equiparada na forma da lei sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à


pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

• EC 20/98 - Amplia a competência privativa da União referente às contribuições da seguridade


social pagas pelos empregadores sobre a respectiva folha salarial, ampliando a sua esfera de
abrangência para incluir também, na respectiva folha salarial, os trabalhadores sem vínculo
empregatício. Logo a folha salarial, base da respectiva contribuição há de relacionar
trabalhadores com ou sem vínculo empregatício que prestarem serviços à respectiva pessoa
jurídica. Art 195,I,a C.F

b) receita ou faturamento – ex: COFINS instituída pela LC 70/91 e alterada pela Lei 9718/98- (%
sobre receita ou faturamento), PIS ( -art. 239 C.F; Lei 9715/98; x% s/ receita ou faturamento, y%

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DIREITO TRIBUTÁRIO
sobre a folha salarial para algumas instituições como Templos, Partidos Políticos, Inst. Educação e
Assistência Social e outras); PASEP ( x% sobre a folha de salários, receitas arrecadadas e
transferências recebidas)

Art. 239 CF. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de


Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para
o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei
Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta
Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-
desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo.

c) sobre o lucro - CSLL-( Lei 7689/88 e Lei 10637/02; x% sobre o lucro antes do I.R )

II- do trabalhador e demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição social
sobre aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral de previdência social do art. 201
C.F.

EC 20/98- Imunizou os trabalhadores aposentados do regime geral da previdência. Art 195,II C.F .
O STF estendeu esta interpretação aos servidores públicos aposentados com fundamento no art. 40
par.12 C.F. Recentemente a EC 41/03 passou a autorizar a incidência de contribuição social para
aposentados e pensionistas servidores públicos a partir dos limites dos benefícios concedidos ao
regime geral- art. 40 par. 18 CF

vide art. 40 par. 12 C.F


40 § 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de
cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de
previdência social

Após a EC 41/03 surge um novo quadro normativo:

40 § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo


regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para
os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003). Vale ressaltar que o art. 149 §2.º, II dispõe que as
contribuições sociais incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.( EC 42
de 2003).

149 § 2º CF As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o


caput deste artigo:

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;

II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

a.1.1) OBSERVAÇÃO 1.- EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: As


Contribuições da Seguridade Social ( art. 195 CRFB ), incluindo-se a CPMF, não respeitam o
princípio da anterioridade art.150,III, b, CRFB, podendo ser cobradas 90 dias após a publicação da
lei instituidora ou majoradora. (vide art. 195 § 6.º C.F. )

195 § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não
se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

a.1.2) OBSERVAÇÃO II- A única contribuição social que exige lei complementar- CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL RESIDUAL ( a ser estudada melhor no capítulo de competência tributária):

Art. 195 § 4º CF- A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I

a.2. ) CONTRIBUIÇÕES PARA O REGIME PÚBLICO DE SEGURIDADE SOCIAL-


SERVIDOR PÚBLICO: Em regra, são de competência da União, mas há exceção vista no quadro

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DIREITO TRIBUTÁRIO
acima: (*Os Estados, DF e Municípios as instituirão, para que sejam cobradas de seus respectivos
servidores públicos para custeio em benefício destes dos respectivos Regimes Previdenciários )

149 § 1º CF Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de


seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art.
40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da
União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

a.2.1) OBSERVAÇÃO : Aplica-se aqui também o disposto no item a. 1.2. – anterioridade


nonagesimal.

b) OUTRAS CONTRIBUIÇÕES ( natureza não securitária ): destacam-se outras contribuições


sociais, denominadas por alguns como contribuições sociais genéricas: FGTS ( art. 7,III C.F; Lei
8036/90 - x% sobre a remuneração paga ao trabalhador, incluindo o 13.º salário ); Contribuição
para o Salário Educação ( art. 212, §5.º C.F; lei 9424/96; x% sobre o total da remuneração paga
aos segurados -empregados); Contribuição para o SAT , Seguro de Acidente do Trabalho, art. 7,
XXVIII C.F; Lei 8212/91 )

4.5.1.2.2. CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO- CIDE

a) CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO


a. 1) IAA e IBC
a. 2) AFRMM
a 3) outras CIDEs ( ex: combustível; importação de tecnologia...-)

a) CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO: São contribuições que


visam controle econômico, isto é, financiar ou custear a intervenção do Estado na economia. Caráter
extrafiscal. Ex.: contribuições a favor da IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool)-já extinta, IBC
(Instituto Brasileiro do Café) também já extinta, o atual AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação
da Marinha Mercante) e outras CIDE's ( contribuições de intervenção no domínio econômico sobre
situações diversas- ex: lei 10336/96- CIDE sobre os combustíveis- vide art. 177 § 4.º C.F.).

177 § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às


atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus
derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:

I - a alíquota da contribuição poderá ser:

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DIREITO TRIBUTÁRIO
a) diferenciada por produto ou uso;

b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art.
150,III, b;

II - os recursos arrecadados serão destinados:

a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus


derivados e derivados de petróleo;

b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás;

c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes."(NR

Observação- o 177,par.4.º ,I, b CF traduz uma exceção ao princípio da anterioridade.

Vale ressaltar que o art. 149 §2.º, II CF, já transcrito na pág 31, dispõe que as contribuições
interventivas incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.(EC 42 de
2003).

4.5.1.2.3. CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS

Visam o custeio de uma de uma entidade corporativa. Caráter parafiscal.


Há três sub-espécies:

a) as CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS ( não confundir com o art. 8.º, IV C.F.-contribuições


confederativas ! estas últimas não são tributos)

art. 8, IV C.F- a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria


profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;

b) as CONTRIBUIÇÕES INSTITUÍDAS EM FAVOR DE ENTIDADES REPRESENTATIVAS


DE CATEGORIA ECONÔMICA OU PROFISSIONAL. Ex.: contribuições em favor da OAB,
CRC, CRO.

c) bem como também as contribuições em favor de entidades privadas ligadas às entidades


sindicais. Ex. SESI, SESC, SENAI, SENAC.

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4.5.1.3. Observações complementares- CPMF ( CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE
MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA )- CONTRIBUIÇÃO SOCIAL!

A CPMF é contribuição social cuja competência tributária fora atribuída à União pela Emenda
Constitucional n.º 12/96, tendo sido instituída pela lei 9311/96. Antes da CPMF fora atribuída à União
em 1993 pela EC 3/03 competência para o IPMF ( imposto provisório sobre movimentação financeira)
considerado inconstitucional pelo STF. Foi extinta em 31/12/2007 por decurso de prazo.

No que se refere à CPMF atribuída à União pela EC 12/96, o prazo de validade era de 24 meses,
com alíquota constitucional máxima de 0,25%, tendo a referida lei utilizado o teto de 0,20% apenas. A
receita era destinada ao Fundo Nacional da Saúde. Segundo a respectiva Emenda, poderia o Poder
Executivo, por ato infralegal, alterar a alíquota, reduzindo total ou parcialmente e restabelecendo
respectiva alíquota. Vide art. 74 ADCT.

Com a aprovação da E.C 21/99, prorrogou-se a competência PRIVATIVA da União para a


cobrança da referida contribuição social, com alíquota estipulada em 0,38% para os 12 primeiros meses
e 0,30% para os 24 meses restantes, sendo a diferença das atuais alíquotas em relação a anterior
destinada ao custeio do Sistema de Previdência e Assistência social. Vide art. 75 da A.D.C.T.
A EC 31/00, que instituiu o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, para vigorar até 2010,
incluiu, dentre outras fontes de recursos, uma parcela de adicional de 0,08% sobre a CPMF, aplicável de
18 de junho de 2000 até 17 de junho de 2002 ( vide artigos 79 a 83 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitória s- ADCT ). A EC 37/2002, prorrogou a competência da União para a
CPMF até 31/12/2004, bem como a vigência da própria lei n.º 9311/96, introduzindo o art. 84 da ADCT.
A alíquota de 0,38% fica mantida até 31/12/2003, com a mesmo destino aos recursos vigente
anteriormente, ou seja: 0,20% ao Fundo Nacional da Saúde, 0,10% ao custeio da previdência social e
0,08% ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. Em 2004 seria cobrado somente 0,08%
destinado ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. A EC 37/2002 não exigiu observância ao art.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
195 § 6.º CF (os 90 dias ) princípio da anterioridade nonagesimal, o que havia sido exigido quando da
prorrogação da competência para a CPMF através da EC 21/99. O STF acatou a continuidade da
referida cobrança sem respeito à Anterioridade nonagesimal, visto que, no seu entender, não houve
descontinuidade nem majoração quando desta prorrogação de competência. A E.C 42/03, prorrogou em
19/12/03 a CPMF até 31/12/07, fixando alíquota de 0,38%, revogando-se o art. 84, §3.º, II da ADCT. (
vide art. 90 ADCT)

Vide quadro ilustração sobre a CPMF.


24 MESES 12 24 MESES 2002 DEZ-2003 DEZ 2007

E.C 12/96 EC 21/99 EC 37/02 E.C 42/03


Art. 74 Art. 75 ADCT Art. 84 ADCT Art.90
ADCT ADCT

% 0,20 % 0,38 % 0,30 Prorroga


lei 9311/96 Mantida a CPMF
dest: 0,20% dest. destinação anterior Até
Destinada ao FNS 0,20% (total 0,38%) em 31/12/07
ao F.N.S ao FNS 2002 e 2003.
Em 2004 apenas alíquota
diferença diferença será cobrado 0,08 0,38%
nova nova % destinado ao
à Prev.Social a Prev Soc. Fundo de Combate e Em 2004
Assist Soc. Assist Soc.
Erradicação à 0,38% até
+ 0,08% Pobreza. 2007
(FCEP)em 2000

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DIREITO TRIBUTÁRIO

4.6 CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA:

Tributo novo cuja competência fora atribuída aos Municípios e ao Distrito Federal pela E.C. 39/02

"Art. 149 -A C.F Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma
das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no
art. 150, I e III C.F.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica."

4.6.1. NATUREZA JURÍDICA DA CIP/COSIP: Tributo ( contribuição especial ), não se


confunde com taxas.

4.6.2. FATO GERADOR E BASE DE CÁLCULO: a ser definido na lei instituidora

4.6.3. Obs: Portanto, a partir de dezembro de 2002, fora atribuída na Constituição competência
para tributo especial destinado ao custeio da iluminação pública, tendo neste custeio a
justiticativa da suas instituição, não cabendo portanto taxas para a respectiva finalidade, uma vez
se tratar de serviço inespecífico e indivisível.

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37
DIREITO TRIBUTÁRIO

5. O ARTIGO 4º DO CTN- ( DETERMINAÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUTOS)

5.1. A natureza jurídica específica de um tributo é determinada pelo seu fato gerador. Vale dizer a
classificação do tributo em espécies (se imposto, taxa ou contribuição de melhoria) é feita através do
conhecimento do fato gerador. Sendo irrelevantes o nome adotado em lei bem como a destinação do
produto da arrecadação.

Art. 5 CTN
SÃO TRIBUTOS: IMPOSTO, TAXA E CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

Art. 4.º CTN

Art. 4º CTN A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da
respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria

Ex: LEI N.º X institui o tributo:


NOME Y- irrelevante
FATO GERADOR W- relevante
DESTINO DO PRODUTO ARRECADADO Z- irrelevante

5.2.Em se tratando de empréstimos compulsórios e contribuições especiais, que são tributos especiais,
outras características deverão ser computadas, por serem integrantes de sua estrutura, como a vinculação
da receita para os empréstimos e sua restituição obrigatória, bem como a função de custeio das
contribuições.

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38
DIREITO TRIBUTÁRIO
5.3. A base de cálculo é fator que influencia, não sendo fator determinante de forma isolada, salvo se
num contexto compreendido também com o fato gerador.

UNIDADE II
1. Competência Tributária:

“ A Competência Tributária é fruto da descentralização política;é manifestação do


Poder Político na esfera tributária, é sinônimo de Poder de Tributar.”
1.1. Considerações iniciais: “A função das normas jurídicas no Direito Tributário.”

1.1.1. Constituição Federal e suas Emendas:


UNIÃO

ENTES POLÍTICOS
CF e E.C ( recebem parcela de autonomia ESTADO
política)
PODER são denominados DF
POLÍTICO

MUNIC.

A Constituição e as Emendas Constitucionais têm função de atribuir competência tributária,


descentralizando o Poder Político, podendo também extinguir competência. Portanto, caberia às
Emendas Constitucionais reformar o Sistema Tributário Nacional, sem, no entanto, criar alterações
prejudiciais tendentes a abolir cláusulas pétreas ( art 60 § 4.º C.F), com, por exemplo, criando exceções
ao princípio da anterioridade.
Cabe ao ente político a quem fora atribuída a competência, exercê-la ou não, isto é, a instituição de
tributos será por conveniência do referido ente, portanto, facultativa.

LEI
FICA INSTITUÍDO O
ENTE TRIBUTANTE TRIBUTO
FACULDADE
FG, %, BC, SP

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Não obstante o exercício da competência ser facultativo, cabe observar o disposto no art. 149 §1.º
CRFB, cujo texto fora alterado pela EC 42/03, ressaltando-se a faculdade dos Estados, DF e Municípios
adotarem regime próprio de Previdência para os seus servidores públicos.
Cabe ressaltar ainda que o exercício da competência tributária sofrerá limitações constitucionais
representadas por princípios e imunidades a serem observados pelos Entes Tributantes.

C.F PRINCÍPIOS
E
IMUNIDADES

1.1.2. Lei Complementar:

Dentre as principais funções das Leis Complementares, destacam-se aquelas atribuídas pela art. 146 C.F
assim dispostas:

Art. 146 C.F. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, .....................

I- Art. 146, I C.F: DISPOR sobre conflitos de competência em matéria tributária. Quem dispõe sobre
competência é a Constituição Federal! A lei complementar apenas vai dirimir os conflitos de
competência.
Ex: vide art. 155 par. 1.º, III C.F

II- Art. 146, II C.F: REGULAMENTAR as limitações constitucionais ao poder de tributar. Não se deve
confundir regulamentação das limitações com a própria criação destas limitações. Quem dispõe sobre
tais limites, que são as imunidades e os princípios constitucionais, é a Constituição Federal! A lei
complementar apenas regulará o seu exercício.
Ex: art. 150, VI, “c”, in fine C.F. c.c art. 146, II C.F
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DIREITO TRIBUTÁRIO

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

INSTITUIÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS SEM FINS LUCRATIVOS

CTN Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos
seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:

I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
(Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos


institucionais;

III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades


capazes de assegurar sua exatidão.

III- 146, III C.F: ESTABELECER normas gerais de Direito Tributário. São normas básicas
estabelecidas para o exercício da competência tributária atribuída pela Constituição e aplicáveis aos
Entes Tributantes quando da instituição dos respectivos tributos .

LEI COMPLEMENTAR
LEI
INSTITUIÇÃO DO ESTABELECE NORMAS GERAIS
TRIBUTO DEFINIÇÃO DE FG, BC E SUJEITO PASSIVO
A NÍVEL DE NORMAS GERAIS
ELEMENTOS

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DIREITO TRIBUTÁRIO

O Código Tributário Nacional é lei que versa sobre normas gerais, tendo sido editado na forma de lei
ordinária em 1966, adquirindo status de lei complementar, uma vez que a exigência de lei complementar
para a elaboração de normas gerais de Direito Tributário surgiu com a Constituição Federal de 1967,
tendo sido mantida tal exigência no art. 146, III de nossa atual Constituição.

O CTN é a lei ordinária n.º 5172/66, recepcionada pela Constituição Federal de 1967 com
força de lei complementar, dada a exigência, a partir de então, de lei complementar para criar
norma geral de Direito Tributário. Fora denominada Código Tributário Nacional pelo Ato
complementar n.º 36/67.

C.F. ( 1946 )- não exigia


LEI NACIONAL
que Normas Gerais
FORMA DE
fossem através de Lei
LEI ORDINARIA
CTN complementar.

Lei 5172/66
C.F. ( 1967 )
Normas Gerais passam a
MATERIA DE exigir Lei Complementar
NORMAS LEI. COMPLE-
MENTAR
GERAIS
CF 67 e 88
C.F (1988 )
Normas Gerais
continuam a exigir Lei

1.1.3. Lei Ordinária:


Têm função de instituir tributos. Embora haja alguns tributos que, por força da Constituição,
precisem ser instituídos por lei complementar, objeto de estudo do capítulo III, a função de instituir
tributos, em regra , será exercida por lei ordinária, salvo quando a C.F expressamente exigir lei
complementar.
1.1.4. Atos Infralegais:
São atos normativos que emanam do Executivo e regulamentam as leis. Esses atos normativos
infralegais objetivam dar cumprimento fiel aos ditames legais.

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42
DIREITO TRIBUTÁRIO

1.2. Competência Tributária e suas características:


1.2.1. Primeiro enfoque: Competência para legislar sobre Direito Tributário (art. 24, I e §§1 a 4.º, CF):
estabelecer NORMAS GERAIS- chamada COMPETÊNCIA CONCORRENTE

OMISSA
UNIÃO LEI
24 § 1.C.F Federal
146, III CF superveniente
NORMA ESTADOS UNIÃO
GERAL 24 § 4 C.F
´ESTADOS 24 § 3 C.F
DF- Competência EST/ D.F
24 § 2C.F Suplementar Competência
Legislativa
MUNICIPIO Plena
Não têm MUNICIPIO
competência MUNICIPIO NÃO
concorrente Não

Trata-se da Competência concorrente da União, dos Estados e Distrito Federal e se refere ao


estabelecimento de normas gerais em Direito Tributário. Significa o poder de traçar as regras básicas,
normas gerais sobre a tributação.

Em se tratando de Competência Concorrente, cabe à União estabelecer as normas gerais, podendo os


Estados e DF suplementar esta legislação para atender às suas peculiaridades.

O exercício da “Competência Concorrente” é aceita pacificamente para União, Estados e D.Federal.


Quanto aos Municípios, há grande dissenso, uma vez que não possuem em momento algum a
competência legislativa plena para criar normas gerais de Direito Tributário suprindo a omissão da
União. Outro argumento para lhes negar a competência concorrente é a sua exclusão do art. 24 C.F/88,
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43
DIREITO TRIBUTÁRIO
que trata da competência concorrente. Outros, no entanto, embasam posição de atribuir competência
concorrente aos Municípios face ao art. 30, II C.F. Há grande dissenso sobre o assunto. O STF ainda
não se posicionou. Em concurso público, SOMENTE banca de Direito Tributário , o posicionamento
tem sido no sentido da doutrina majoritária no Direito Tributário, não atribuindo aos municípios a
competência concorrente.

Sendo omissa a União em emitir normas gerais, podem os Estados fazê-lo, suprindo a omissão da
União, mas, em sobrevindo lei federal sobre normas gerais, a lei estadual que lhes for incompatível
ficará com a sua eficácia suspensa

Art. 24 C.F . Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

.........................................................

§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer


normas gerais.

§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.

§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário.

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44
DIREITO TRIBUTÁRIO
1.2.2. Segundo enfoque: Competência Tributária propriamente dita como sendo o Poder indelegável,
advindo da descentralização do Poder Político, conferido pela Constituição Federal aos entes políticos
para instituir e exigir tributos atribuídos pela CF ou Emendas à C.F. O exercício da referida
competência há de ser compreendido desde a criação do tributo por lei até a sua exigência do sujeito
passivo tributário, conforme ilustração a seguir: Trata-se da COMPETENCIA PARA LEGISLAR
SOBRE TRIBUTOS-

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
ENTE TRIBUTANTE- art.6 a 8.º CTN
INDELEGÁVEL
OUTRA
PESSOA JURÍDICA DE
DIREITO PRIVADO

INSTITUIR ou
LEGISLAR FISCALIZAR ARRECADAR EXECUTAR

= EXIGIR O
CUMPRIMENTO SUJEITO
ATIVO
Art. 119 CTN

OUTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO-

Analisando o Código Tributário Nacional, nos art. 6.º a 8.º CTN, verificamos que esta
competência refere-se ao poder de instituir tributo através de lei, sendo ela atribuída à União, Estados,
DF e Municípios. Cumpre ressaltar, no entanto, que a competência tributária abrange quatro funções
básicas: instituir propriamente os tributos ou seja, legislar, bem como outras três funções referentes a
fiscalizar, arrecadar e executar as normas inerentes à respectiva legislação tributária.

Vide CTN

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45
DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 6º CTN A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência
legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições
dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto
nesta Lei.

Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas
jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido
atribuídos.

Art. 7º CTN A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do
artigo 18 da Constituição.

§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa


jurídica de direito público que a conferir.

§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de
direito público que a tenha conferido.

§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do


encargo ou da função de arrecadar tributos.

Art. 8º CTN O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito
público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

A competência tributária aqui referida é indelegável. No entanto, são passíveis de serem


transferidas a outras pessoas jurídicas de direito Público as atribuições de fiscalizar, arrecadar tributos
e executar leis, normas e atos. Trata-se da transferência da Capacidade Tributária Ativa, que é o poder
transferível de exigir o cumprimento do tributo que já foi instituído. O art. 119 CTN define Sujeito
Ativo como pessoa jurídica de Direito Público titular da competência ( = capacidade ) para exigir o
cumprimento da obrigação. Vale ressaltar que na prática há situações em que se discute a possibilidade
da existência de pessoas jurídicas de direito privado no polo ativo, como por exemplo as entidades
corporativas. No entanto, na prova vamos adotar a posição do art 119 C.TN, regra geral.

Tal atribuição para fiscalizar, arrecadar e exigir pode ser transferida pelo ente político que
instituiu o tributo a qualquer outra pessoa jurídica de direito público (art.7º, CTN). Logo a capacidade
tributária ativa é transferível, incluindo-se a transferência das garantias e privilégios processuais do
respectivo ente tributante para o destinatário da referida capacidade ativa, podendo esta atribuição de
funções ser revogada por ato unilateral a qualquer tempo ( art. 7, §§ 1 e 2.º CTN).

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DIREITO TRIBUTÁRIO

ISTO NÃO SE CONFUNDE COM DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA

A COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA É SEMPRE INDELEGÁVEL

Portanto, a capacidade tributária ativa é transferível, mas a competência tributária é indelegável.

Cumpre ressaltar que a competência tributária compreende a competência legislativa plena, onde
se atribui ao ente tributante a possibilidade de legislar de forma ampla sobre o tributo, desde sua
instituição por lei até os atos infra-legais, com as ressalvas das Constituições Federal, Estadual e Leis
Orgânicas Distrital , Municipal e do CTN.

Por último, cabe ressaltar que a repartição de receitas tributárias exigida pela Constituição Federal
também não altera a competência tributária, isto é, em caso do não exercício da competência tributária,
verificado diante da não instituição de um tributo pelo Ente Tributante, caso a outra entidade política,
diversa da entidade tributante, à qual eventualmente a Constituição tenha atribuído determinada
percentagem em repartição de receita tributária, deseje fazê-lo, esta não poderá instituir o respectivo
tributo no lugar da entidade tributante ao qual fora atribuída a competência legislativa originária.

Portanto, o não exercício da competência tributária pelo titular de uma competência tributária, não
justifica invasão de competência com o seu exercício por outra entidade política.

Cabe ressaltar ainda que o simples cometimento da função de arrecadar tributos de forma isolada
a outra pessoa jurídica de direito privado não constitui delegação de competência

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DIREITO TRIBUTÁRIO
1.2.3. CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

obs: Importante não fazer comparação rígida entre as denominações usadas pelo Direito
Tributário e pelo Direito Constitucional, uma vez que o Direito Tributário usa denominações
próprias para competência que às vezes não coincidem com o Dir. Constitucional!

a) Competência Compartilhada ou Comum. (art. 145, II e III, CRFB): é o poder que têm a União,
Estados, DF e Municípios para instituir taxas e contribuições de melhoria, no âmbito de suas respectivas
atribuições. (vide art. 77 e 81 CTN ). Vale o critério da predominância do interesse, pois a CF não
traduz rol específico de taxas ou contribuições de melhoria para cada ente tributante.

Quando um serviço estiver no âmbito das atribuições de interesse local, serão prestados pelos
Municípios, se nacional, pela União, sendo que na ausência de previsão poderão os Estados prestar os
serviços. Daí, segue-se que quem vier a prestar o respectivo serviço, terá a respectiva competência
legislativa exclusiva para a instituição daquela taxa; quem realiza a obra que acarrete valorização
imobiliária, terá a competência para instituir a respectiva contribuição de melhoria. A terminologia
COMPETÊNCIA COMUM, distorcida em relação ao Direito Constitucional, é específica para a
situação descrita pela Doutrina no Direito Tributário. No entanto, alguns dizem competência
compartilhada.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de


serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas

UNIÃO EST/D.F MUNICÍPIOS


Taxas e Contribuições de Melhoria

b) Competência Privativa: é basicamente o poder que têm os entes federativos para instituírem os
impostos que são enumerados na CF. É dita privativa no sentido de que a própria Constituição
já determina o rol dos impostos relativos a cada Ente Tributante. Incluem-se também na
competência privativa da União o Empréstimo Compulsório e as Contribuições Especiais.
Alguns autores preferem denominar a competência do empréstimo compulsório e das
contribuições especiais de competência especial, dada a discussão de sua natureza tributária.
Hoje, no entanto, o STF considera ambos como tendo natureza jurídica tributária.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 145 C.F. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos: I - impostos;

Art. 148 C.F. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos
compulsórios

Art. 149 C.F. Compete exclusivamente à União institir contribuições sociais, de intervenção no
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, ...............

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus


servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40,
cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da
União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Vale ressaltar que em Direito Tributário a competência é indelegável, portanto, equivale ao


conceito de competência exclusiva no Dir. Constitucional.

Cabe ressaltar também a competência privativa dos Estados, Distrito Federal e Municípios para a
instituição das contribuições sociais para custeio do Sistema de Previdência seus próprios servidores.
Outra ressalva importante é um tributo novo atribuído ao DF e municípios ( Contribuição para custeio
do serviço de iluminação pública) pela E.C. n.º 39/02.

COMPETÊNCIA PRIVATIVA

UNIÃO ESTADOS e DF MUNICÍPIOS


II
IE IPVA IPTU
IPI ICMS 155 C.F. ISS 156 C.F.
IOF 153 C.F. ITDC ITBI
IR
ITR ** Contribuição p/ * * Contribuição p/
IGF Iluminação Pública Iluminação Pública
( só o DF)
Empréstimo Compulsório
*Contribuições Especiais *Contribuições Sociais s/ *Contribuições Sociais s/
seus servidores seus servidores

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DIREITO TRIBUTÁRIO
b) Competência Tributária Residual (art. 154, I, CRFB): é o poder que tem a União de, a instituir
novos impostos, diferentes de todos aqueles discriminados na Constituição com fato gerador novo e
nova base de cálculo, devendo ser instituído por lei complementar e respeitando o princípio da não
cumulatividade. Vale ressaltar que competência residual no Direito Tributário é totalmente
diferente do que no Direito Constitucional, sendo esta última estudada no art. 25 §1 C.F.

IMPOSTOS DA UNIÃO IMPOSTOS DO ESTADO IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS


E DO DISTRITO FEDERAL

COMPETÊNCIA PLUS
EXTRA=RESIDUAL

A COMPETÊNCIA RESIDUAL É UM
PODER MÁGICO DA UNIÃO, CONFERIDO
PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PARA
INVENTAR IMPOSTOS NOVOS DESDE
QUE VENHA A INSITUÍ-LOS POR LEI

Observações Art. 154 C.F. A União poderá


instituir:
⇒ União
I - mediante lei complementar,
⇒ pode instituir novo imposto impostos não previstos no artigo
⇒ inovação de FG e BC anterior, desde que sejam não-
⇒ por lei complementar cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios
⇒ não-cumulativo
dos discriminados nesta Constituição
⇒ a qualquer momento
⇒ respeitando a anterioridade

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Obs 1: A União poderá se valer da competência residual para a instituição das denominadas
contribuições sociais residuais, criando novas fontes de custeio para a Seguridade Social, desde que
respeitadas as mesmas exigências acima

Art. 195, §4º, CF


( valendo-se da competência residual )
⇒ União
⇒ Pode instituir nova contribuição social,
inovação de FG e BC diferente do
art.195 C.F.
⇒ respeitado o prazo de 90 dias
⇒ por lei complementar

195 § 4º C.F A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a


manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art.
154, I.

Obs 2: Há uma corrente minoritária que atribui aos Estados competência residual para instituir as taxas,
misturando a competência residual no âmbito constitucional com conceitos em Direito Tributário. Desta
forma, serviços que não fossem de interesse local e transcendendo ao interesse local, também não
fossem de interesse da União, poderiam ser prestados pelos Estados ( competência constitucional
residual)- daí as respectivas taxas seriam também fruto de competência residual- Essa corrente é
minoritária, muito contestada, porém pode ser cobrada como gabarito verdadeiro em prova. Cuidado!

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DIREITO TRIBUTÁRIO
d) Competências Cumulativa (art. 147 CRFB): é o poder da União de instituir, nos Territórios
Federais, os impostos estaduais e, ainda, sendo o Território Federal não divido em Municípios, os
impostos municipais. Também, o Distrito Federal tem o poder de instituir os impostos municipais, já
que o D.F. não pode ser divido em municípios (art. 32, caput, CF).

IMPOSTO ESTADUAIS NOS


TERRÍTÓRIOS FEDERAIS

UNIÃO
IMPOSTOS MUNICIPAIS NOS
TERRITÓRIOS NÃO
DIVIDIDOS EM MUNICÍPIOS

DISTRITO IMPOSTOS MUNICIPAIS


FEDERAL

Art. 147 C.F. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o


Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito
Federal cabem os impostos municipais

Art. 32. CF O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica,
votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da
Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
e) Competência Extraordinária (art. 154, II, CRFB e art. 76 CTN):

É o poder que tem a União de instituir, em caso de guerra externa ou sua iminência, outros
impostos, independentemente de terem ou não fatos geradores idênticos aos já previstos pela
Constituição Federal, sejam pertencentes ao rol da própria União, dos Estados, DF ou Municípios. É
uma permissão expressa para a bitributação.

Somente a União pode instituir um outro imposto em caso de guerra externa ou sua iminência não
devendo respeito ao princípio da anterioridade, podendo ser instituído por lei ordinária, havendo ampla
liberdade de escolha do fato gerador. O imposto é provisório, devendo observar limite temporal. A
Constituição diz que cessará seus efeitos, cessada a sua causa. O CTN diz que cessará sua cobrança no
máximo em 5 anos da data da celebração da paz.( art. 76 CTN )

Obs: Não confundir o imposto extraordinário de guerra com o empréstimo compulsório instituído
em caso de guerra externa, sendo este instituído por lei complementar federal e restituível mesmo
quando devido, enquanto o imposto é objeto de lei ordinária e não tem caráter de restituição.

CF Art. 154. A União poderá instituir: II - na iminência ou no caso de guerra externa,


impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

CTN Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir,
temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei,
suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
2. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
A Constituição impõe restrições, freios ao Poder de
Tributar conferido por ela aos Entes Políticos:
São eles os Princípios Tributários e as Imunidades

2.1 Princípios Constitucionais Tributários:

2.1.1. Princípios Gerais:

a) Legalidade: Segundo o disposto no art.150, I C.F., a instituição ou a majoração de tributos só


pode se dar mediante lei. Apesar de não expressamente dito na CF, o CTN regulou sua
aplicação, estendendo a exigência de lei também para a extinção e redução de tributo, definição
de alíquotas, Base de cálculo, penalidades pecuniárias e previsão de hipóteses de extinção,
suspensão e exclusão do crédito tributário.

EXIGÊNCIA DE LEI
INSTITUIR
TRIBUTOS
EXTINGUIR
TRIBUTOS
MAJORAR
TRIBUTOS
Art. 150,I REDUZIR TRIBUTOS
C.F. FIXAR ALÍQUOTAS
DETERMINAR BASE ART. 97
DE CÁLCULO CTN
INSTITUIR NOVAS
HIPÓTESES DE
INCIDÊNCIA
COMINAR
PENALIDADES
SUSPENSÃO,
EXTINÇÃO E
EXCLUSÃO DO
CRÉDITO
TRIBUTÁRIO

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DIREITO TRIBUTÁRIO
C.F Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

CTN Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e
65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos
21, 26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou


para outras infrações nela definidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou


redução de penalidades.

§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em


torná-lo mais oneroso.

§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a
atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

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55
DIREITO TRIBUTÁRIO
a. 1. ) EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

DISPENSAM A LEI

a.. 1..1) casos tradicionais: Nos termos do art. 153 § 1.º C.F., são exceções ao princípio da legalidade os
seguintes impostos: II, IE, IPI e IOF, eis que o Poder Executivo pode alterar as alíquotas desses
impostos, como instrumento do controle da economia, desde que respeitados os fixados em lei.

Art. 153 § 1.º C.F.

I.I % LEI

I.E. % ATO DO PODER


EXECUTIVO.
I.P.I
%mi LEI
n
CF Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais


ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V-
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI -
propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei,


alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

CUIDADO! CTN Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo
aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.

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56
DIREITO TRIBUTÁRIO
a.1.2.) Outras exceções introduzidas recentemente na C.F, pela E.C 33/01: vide art. 155, §2, XII, h
CF c.c art. 155, § 4.º , IV. CF ( ICMS monofásico ); outro caso, (a CIDE dos combustíveis) art. 177
§4.º, I, b C.F.

ICMS MONOFÁSICO

Alínea incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 11/12/2001:


CF 155, par.2.º, h C.F) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá
uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto
no inciso X, b;

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:..............

IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito


Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte:......................

c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.

CIDE DOS COMBUSTÍVEIS


Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 11/12/2001:
CF 177 § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às
atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus
derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
a) diferenciada por produto ou uso;
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art.
150,III, b;

II - os recursos arrecadados serão destinados:


a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus
derivados e derivados de petróleo;
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás;
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes."(NR)

a. 1.3 ) Outra dispensa seria o disposto no art. 97 §2.º CTN ( atualização da base de cálculo de tributo
não configura majoração de tributo, portanto dispensa lei

CTN 97 § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste
artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

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57
DIREITO TRIBUTÁRIO
b) Irretroatividade: O art.150, III, "a" C.F. estabelece a proibição da cobrança de tributo em relação
a fato gerador ocorrido antes da vigência da lei que o instituir ou o majorar. Apesar de não
expressamente dito na Constituição, aplica-se também a casos de lei que venha a reduzir o tributo. O
tributo devido pelo contribuinte é regido segundo a lei vigente à época do fato gerador. Exceções á
irretroatividade serão vistas mais adiante, em Legislação Tributária (art.106 CTN) .

PUBLICAÇÃO =
VIGÊNCIA ENTRADA EM
VIGOR

/ VACATIO LEGIS /

Aptidão a produzir efeitos

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da
lei que os houver instituído ou aumentado;

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58
DIREITO TRIBUTÁRIO
c) Anterioridade: O art.150, III, "b" C.F estabelece a proibição de cobrança do tributo no mesmo ano
da publicação da lei que vier a instituí-lo ou majorá-lo. Trata-se da não surpresa ao contribuinte no
ano da criação ou aumento do tributo.

PUBLICAÇÃO DA LEI
que INSTITUI OU
MAJORA TRIBUTOS INCIDÊNCIA
DA LEI

2002 01/01/2003 FG

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

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DIREITO TRIBUTÁRIO
EFICÁCIA DA LEI
TRIBUTÁRIA

.1.ª HIPÓTESE: lei publicada e vigente no mesmo exercício financeiro

PUBLICAÇÃO
LEI que
INSTITUI ENTRADA
OU MAJORA EM
TRIBUTOS VIGOR

INCIDÊNCIA= EFICÁCIA
01/01/2003
X FG
2002
2003

2.ª HIPÓTESE: lei publicada que entra em vigor no exercício financeiro subsequente
PUBLICAÇÃO ENTRADA
DA LEI QUE EM
INSTITUI OU VIGOR
MAJORA
TRIBUTOS

01/01/2003
X FG
2002 2003

EFICÁCIA

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60
DIREITO TRIBUTÁRIO
c.1. EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

c.1.1) com aplicação de imediato, respeitada a vigência:

c.1.1.1) casos tradicionais (art. 150, § 1.º C.F) - são eles: II, IE, IOF, IPI, Empréstimo Compulsório em
caso de guerra externa e calamidade pública e imposto extraordinário de guerra.

Dispõe o art. 150 § 1º C.F- " A vedação do 150, III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148,
I, 153, I, II, IV e V; e 154, II"

ENTRADA EM
PUBLICAÇ VIGOR
O
LEI que
INSTITUI
OU
01/01/2003

FG X
2003
2002
INCIDÊNCIA= EFETIVA APLICAÇÃO

c.1.1.2) Há outras exceções introduzidas recentemente na C.F, pela E.C 33/01 que admitem cobrança de
imediato: vide art. 155, § 4.º , IV. CF e art. 177 § 4.º, I, b C.F.

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61
DIREITO TRIBUTÁRIO
c.1.2.) há tributos que respeitam apenas a um período de não surpresa de 90 dias ( princípio da
anterioridade nonagesimal )- art.195 § 6.º C.F- aplica-se às Contribuições da Seguridade Social.
Também denominado anterioridade especial ou mitigada. Veja a ilustração na seqüência:

C.F 195 § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não
se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

ANTERIORIDADE NONAGESIMAL

PUBLICAÇÃO LEI
QUE INCIDÊNCIA
INSTITUIR OU

90 d
01/01/2003
FG X
2002 2003

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DIREITO TRIBUTÁRIO
c.2) NOVENTENA - Pré-requisito de 90 dias conjugado ao princípio da anterioridade: Nos
termos da EC 42 de 2003, dispõe o art. 150, III, "c" C.F. que ... " é vedado cobrar tributos antes de
decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea "b" ."
Portanto os tributos sujeitos ao princípio da anterioridade exigem simultaneamente também um
período mínimo de 90 dias entre a publicação da lei instituidora ou majoradora e o início da aplicação da
respectiva cobrança do tributo.
Assim a ilustração abaixo:
PUBLICAÇ
ÃO 90 dias
DA LEI
QUE
INSTITUI
01/01/2003
X FG
2002

INCIDÊNCIA

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

c.2.1) Exceções à NOVENTENA, admitindo-se cobrança de imediato:


Salvo alguns ajustes, os mesmos tributos que admitem cobrança de imediato, antes do início do
exercício seguinte à publicação da lei instituidora ou majoradora, dispensam também ao prazo mínimo
de 90 dias permitindo a cobrança de imediato, vide art. 150 §1 C.F.
No entanto, alguns ajustes são necessários:
1.º ) O IPI, no entanto, não se inclui nesta exceção ao prazo mínimo de 90 dias apesar de ser
exceção ao princípio da anterioridade
2.º ) Já o aumento ou instituição do I.R, a fixação da base de cálculo do IPTU e da base de do
IPVA foram dispensados do período mínio dos 90 dias para a cobrança.
Veja a CRFB: art. 150 § 1º C.F "... a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos
previstos nos arts. 155, III, e 156, I." (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Princípio da Anterioridade pós EC 42/03 art. 150, III, b CF e art. 150, III, c CF
Princípio da Anterioridade art. 150, III, b CF Princípio da Noventena ou da
= Anterioridade Tributaria /anual /dos exercícios = Anterioridade Nonagesimal do 150,III, c CF
Exceções à Anterioridade dos exercícios Exceções à noventena
Admite cobrança
só 90 dias 150§1CF imediata dispensa só 90 dias
STF anterioridade . Admite cobrança no
nonagesimal mesmo exercício 150§1CF No entanto exige
anter. Mitigada dispensa também observância ao artigo
o art. 150,III, b
CF 150, III, b CF
emp
148,I CF compulsorio 148,I CF
Cont /social 195 § 6 CF 153,I II 153,I 153, III, IR
153,II IE 153,II

IPI 150,III, c CF 153,IV IPI 155, III IPVA (BC)


153,V IOF 153,V 156,I IPTU (BC)
154,II I Extraordin 154,II

155§4, IV, c CF 155§4, IV, c CF

177§ 4,I, b CF 177§ 4,I, b CF

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64
DIREITO TRIBUTÁRIO
d) Anualidade Tributária.
Era um princípio que exigia a autorização orçamentária do Congresso Nacional para que o tributo
majorado ou instituído pudesse ser cobrado dentro do ano a que se referia o respectivo orçamento. Ou
seja, não bastava que a lei que instituísse ou majorasse um tributo fosse aplicada a partir do exercício
financeiro seguinte a sua publicação (anterioridade), era necessário que no exercício anterior ao início
dessa aplicação o Congresso Nacional fizesse a previsão do tributo como receita na Lei Orçamentária
(ratificação orçamentária do Congresso Nacional). Tal princípio foi eliminado pela E.C. 01/69. Não se
confunda com o princípio da anualidade no Dir.Financeiro.

e) Isonomia (art.150, II C.F): estabelece que não se pode dar tratamento diferenciado a contribuintes
que se encontram em situação jurídica semelhante, ou seja, dar-se-á tratamento jurídico tributário igual
aos equivalentes. É princípio basilar do qual derivam inúmeros outros conforme veremos a seguir.

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,


proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

A isonomia pode ser especializada sobre outro prima, ou seja, como instrumento de consagração da
justiça social, onde se confunde com o princípio da capacidade contributiva na visão do STF. Vide o
segundo enfoque do art. 145 § 1 CF. na pág seguinte.

f) Personificação dos Impostos e Capacidade Contributiva (art.145, §1º C.F ):

CF 145 § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte.

O princípio na verdade é um só, mas poderíamos dividir o seu estudo da forma a seguir:
f.1.) personificação dos impostos: segundo o STF, "os impostos, sempre que a estrutura destes permitir,
deverão ser pessoais";

f.2) capacidade contributiva- veja os dois enfoques a seguir na análise do art. CF 145 § 1º.

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65
DIREITO TRIBUTÁRIO
PRIMEIRO ENFOQUE-( PRINCÍPIO DA CAPACIDADE ECONÔMICA) CF 145 § 1º - Para a doutrina
e para o STF, quanto à função exercida pelo tributo é princípio que rege os impostos, uma vez ser
espécie tributária que dimensiona a capacidade econômica do contribuinte. Já os taxas e contribuições
de melhoria são dimensionadas pelo custo da contraprestação estatal dirigida ao contribuinte ( cada um
paga na medida do uso ), trata-se pois do princípio do custo benefício ou princípio da retribuição.

SEGUNDO ENFOQUE: Sob o prisma de consagração da JUSTIÇA FISCAL, na visão do STF, o art
145 § 1º CF traduz o princípio da capacidade contributiva e se estenderia a todos os tributos de forma a se
tributar em função da verdadeira capacidade de cada contribuinte suportar o ônus da carga tributária, .
Tal objetivo poderá ser alcançado, dentre outros artifícios, mediante a concessão de benefícios fiscais,
incentivos fiscais e isenções àqueles que estão em situação desvantajosa em relação aos demais..
Outrossim, relativo às taxas e contribuições de melhoria, esta justiça fiscal também se faria através de
um critério justo de rateio dos respectivos custos. Portanto, duas pessoas que demonstrem capacidade
econômica no seu fato gerador tributário, nem por isso terão capacidade contributiva de igual propoção.

A doutrina denomina princípio da capacidade contributiva o princípio da capacidade econômica, na


visão do enfoque n.01 acima transcrito, restringindo-o, ao contrário do STF, aos impostos.

e.1) Progressividade de alíquotas> Entendida a aplicação do princípio da capacidade contributiva


aos impostos, vale enfatizar que, no entanto, segundo posição antiga do STF, só os impostos pessoais
poderiam ter alíquotas progressivas, em lei, na razão direta desta manifestação de capacidade
econômica. Daí a progressividade do IR 153 §1,I CF. Para o STF, o IPTU só poderia ser progressivo no
tempo ( vide art. 182 §4.º, II C.F). Recentemente, no entanto, a E.C 29/00 inseriu o art. 156 § 1.º, I e II
CF, segundo o qual o IPTU, passaria a ser uma exceção, ou seja, o único imposto real que admite
graduação de sua alíquota em função da capacidade econômica (valor venal do imóvel ), tendo o
Congresso Nacional, via Emenda à Constituição, afrontado a visão inicial do STF, passando o IPTU a
poder ser progressivo em razão da capacidade contributiva nos termos da CF. Vale lembrar que o ITR
só admite progressividade em função do caráter extrafiscal nos moldes do art. 153 §4, I CF.
.
g) Não confisco (art.150, IV C.F.): Trata-se da tributação razoável. Diz que o tributo deve ser
estabelecido em proporções suportáveis ao contribuinte. O poder estatal de tributar deve conviver lado a
lado com o direito de propriedade dos cidadãos. Não há limites expressos na C.F.

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

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66
DIREITO TRIBUTÁRIO
h) Não limitação ao tráfego de pessoas ou bens mediante tributo interestadual ou intermunicipal
(art.150,V C.F.): é um princípio dirigido a todos os Entes Tributantes, sendo mais uma garantia
constitucional à liberdade de locomoção. Não impede este princípio a existência de tributo
intermunicipal ou interestadual, apenas proíbe que ele seja tão oneroso a ponto de estabelecer barreiras à
circulação de bens e pessoas. A Constituição permite, no entanto, a cobrança de pedágio.

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos


interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de
vias conservadas pelo Poder Público;

i) Territorialidade: art. 102 CTN, art. 120 CTN. Vigência, regra geral, nos limites do território da
entidade tributante.

CTN art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora,
no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os
convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela
União.
CTN art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público,
que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos
desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria

2.1.2.) Princípios dirigidos apenas à União

C.F Art. 151. É vedado à União:

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção
ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro,
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;

II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em
níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.

a) Uniformidade geográfica (art.151, I C.F.): estabelece que o tributo federal deve ser uniforme em
todo o território nacional, sem que possa haver privilégios relativos a Estados-membros ou Municípios.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
É uma decorrência do princípio constitucional da forma federativa de Estado e do princípio da isonomia.
Ficam ressalvadas as concessões de incentivos fiscais regionais que tendem a promover o equilíbrio
sócio-econômico entre as várias regiões do País, admitindo-se neste caso tributação disforme.

b) Não tributação mais onerosa sobre a renda dos Títulos da Dívida Pública estadual ou municipal e
sobre a renda dos servidores públicos estaduais ou municipais (art.151, II C.F): impede que a União,
através do IR, torne os títulos da dívida pública federal mais atraentes, mediante tributação mais suave
do que a imposta à renda dos títulos estaduais ou municipais. Ainda fica impedida a tributação da renda
dos servidores estaduais ou municipais em patamares mais elevados dos que fixados para os servidores
federais.

c) Não intervenção nos tributos dos Estados e dos Municípios (art.151, III C.F): estabelece que quem
tem a competência para instituir o tributo é que tem competência para isentar do pagamento, não
podendo a União conceder isenção de tributo estadual ou municipal. Esta regra da atual Constituição é
exatamente contrária a uma presente nas Constituições anteriores. De efeito, não tem mais eficácia o
parágrafo único do art. 13 do CTN.

2.1.3. Princípio dirigido somente aos Estados, DF e Municípios

a) Não discriminação tributária, em razão da procedência ou destino, de mercadorias ou serviços


(art.152 C.F): é mais uma confirmação do postulado federativo, não podendo as unidades da federação e
as municipalidades se organizarem internamente no País oferecendo benefícios a mercadorias ou
serviços destinados ou provenientes de determinada localidade, em detrimento das demais.

C.F Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença
Tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
2.1.4. Princípios específicos do ICMS e IPI

a) Não cumulatividade: se refere a esses dois impostos que podem incidir várias vezes sobre a mesma
mercadoria nas várias etapas de um processo econômico. Em regra são tributos plurifásicos. O princípio
da não cumulatividade estabelece que o contribuinte pode abater em cada operação tributada o montante
do imposto já recolhido nas operações anteriores. É princípio obrigatório para o IPI e para o ICMS.
Com relação ao IPI, ver art. 153, §3º, II C.F; Quanto ao ICMS, ver art. 155, §2º,I C.F

2
1 3
100 200

ICMS= (18%)100=18,00 ICMS (18%) 200= 36,00 (-18,00) =18,00

b) Seletividade ( tributação em função da essencialidade do produto): estabelece que quanto mais


essencial for o produto, menor deve ser a carga tributária sobre ele, sendo a recíproca verdadeira, quanto
mais supérfluo for o produto, maior deve ser a carga tributária. Este princípio é obrigatório para o IPI e
facultativo para o ICMS. Sobre o IPI, ver art.153, §3º, I C.F.

IPI
C.F 153 § 3º - O imposto previsto no inciso IV:

I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;

II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante
cobrado nas anteriores

ICMS

155 "§ 2º O imposto previsto no inciso II, atenderá ao seguinte:"

I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à


circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;

III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

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DIREITO TRIBUTÁRIO
2.2. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA

lei que institui tributo


Como aparece na LEI O fenômeno observado
A- fato gerador/ INCIDENCIA Constituição
Incide tributo/ Federal
% cheia ou % zero “Não incide
B- ------------X-------------- NÃO INCIDÊNCIA Tributo sobre”
C- -------------X------------- NÃO INCIDÊNCIA o fato “C”
CONSTITUCIONAL
= imunidade tributária
D- “NÃO INCIDE”- N/T não incidência legal
= “isenção atípia” Lei
complementar
E- “ISENTO” ISENÇÃO “típica” federal
INCIDÊNCIA com vedação
ao lançamento “não incide
O CTN classifica como tributo sobre o
modalidade de fato “D”
EXCLUSÃO do CRÉDITO
TRIBUTÁRIO-
art.175,V CTN.

2.2.1. Diferença entre incidência, imunidade, não incidência constitucional, não incidência legal,
isenção e alíquota zero.

2.2.1.1 Regras de incidência: FATO A- Quando o Legislador prevê determinados fatos como fatos
geradores, a lei estará atingindo as respectivas situações econômicas configurando-se uma hipótese de
incidência. Daí se falar em fato gerador como sinônimo de hipótese legal, ou hipótese de incidência ou
fato imponível. Qualquer alíquota se enquadra como incidência tributária inclusive alíquota zero.

Alíquota zero: há casos de incidência de lei sobre determinados fatos econômicos a que a lei prevê
alíquota zero. Cabe à lei alterar o % do tributo, restando ao Executivo a alteração de alíquota apenas em
casos como art. 153. §5.º C.F.
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70
DIREITO TRIBUTÁRIO
2.2.1.2. Não incidência clássica: FATO B- são situações fora do campo de atuação da lei tributária,
situações que o legislador poderia atingir com a instituição de determinado tributo, mas que, por
voluntariedade, ele não o faz. Tais situações são deixadas de fora do campo de incidência do tributo que
ora se institui, por deliberação do legislador. Tais situações não são definidas pela lei como sendo fato
gerador do tributo. Trata-se de uma não incidência pura ou clássica.

2.2.1.3. Imunidades: FATO C- são situações protegidas pelo texto constitucional, não podendo o
legislador atingi-las com a instituição de determinado tributo. São hipóteses de não incidência
constitucionalmente qualificada. São situações em que a Constituição não outorgou ao legislador
poderes para tributar, são limitações à competência tributária que configuram restrição à competência.
As situações imunes têm que ser deixadas de fora do campo de incidência do tributo que ora se institui,
sob pena de inconstitucionalidade de lei instituidora.

2.2.1.4. Isenção: FATO E- são situações que, segundo a dogmática adotada pelo Código Tributário
Nacional, estão dentro da área de incidência do tributo, mas cujo pagamento fica dispensado mediante
disposição expressa de lei. É a dispensa legal do pagamento de tributo que é devido, relativo a fatos
geradores que irão acontecer em momentos posteriores à vigência da lei isentiva. É a hipótese de
incidência com proibição de lançamento. No CTN aparece como modalidade de exclusão de incidência
tributária.

2.2.1.5. Não incidência legalmente qualificada- é outra modalidade de isenção, onde ocorre uma
exclusão de incidência expressa na lei, com a notação NT. Trata-se de dispensa legal expressa em lei
através da técnica da não incidência tributária.

Veja um gráfico ilustrando o que foi aprendido:

NÃO INCIDÊNCIA SIMPLES

NÃO
ISENÇÃO INCIDÊNCIA

INCIDÊNCIA
IMUNIDADE

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71
DIREITO TRIBUTÁRIO
2.2.2. Classificação das imunidades:

2.2.2.1. Imunidades subjetivas: aquelas que se referem a uma determinada pessoa. É quando a proteção
constitucional se dirige a uma determinada pessoa, protegendo-se seu patrimônio, renda e serviços.

2.2.2.2. Imunidades objetivas: aquelas que ser referem a um determinado objeto, coisa ou mercadoria. É
quando a proteção constitucional abrange apenas os impostos que potencialmente gravariam
determinada mercadoria, não protegendo a pessoa que com ela lide, direta ou indiretamente.

2.2.3. Casos de imunidade previstos na CF:

2.2.3.1. IMUNIDADES GERAIS- ART. 150, VI C.F.

DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e


mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados
a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à


renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas
normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento
de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar
imposto relativamente ao bem imóvel.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades
nelas mencionadas.

§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos
impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

COMENTÁRIOS

a) Imunidade Recíproca (art.150, VI, "a" C.F ): impede que os Entes Políticos (União, Estados, DF e
Municípios) instituam impostos sobre o patrimônio, a renda e o serviços uns dos outros. Trata-se de
uma imunidade subjetiva. Trata-se de imunidade incondicionada.
Situação excludente de imunidade recíproca: Na hipótese de o patrimônio, a renda ou os
serviços estiverem relacionados à exploração de atividade econômica própria da iniciativa
privada ou, ainda, quando o serviço prestado pelo ente público seja remunerado por preço ou
tarifa, pago pelo usuário, não prevalecerá a imunidade nem para a administração direta ( U, E,
DF, M), nem para a administração indireta (autarquias e fundações) – art. 150, §3ºC.F.

A imunidade recíproca é extensiva às autarquias e às fundações públicas desde que o


respectivo patrimônio, renda ou serviços sejam afetos às suas atividades essenciais ou
decorrentes das essenciais. (art. 150, § 2º C.F).
Para o STF é extensiva às empresas públicas que exercem delegação de serviço público.

O STF admite imunidade também relativa ao IOF aos municípios.

b) Imunidade subjetiva dos Templos de qualquer culto (art. 150, VI, "b" C.F ): são imunes a
impostos sobre patrimônio, renda e serviços, desde que relacionados às atividades essenciais. Vide
art.150 § 4 C.F. Aplica-se ao imóvel alugado desde que a renda da locação reverta para os fins
institucionais ( STF); aplica-se a lotes vagos e prédios comerciais ( STF ).

c) Imunidade subjetiva dos: ( art. 150,VI, “c” C.F)


• Partidos Políticos, inclusive suas Fundações
• Entidades Sindicais de Trabalhadores
• Instituições de Educação e de Assistência Social
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DIREITO TRIBUTÁRIO
São imunes a impostos sobre patrimônio, renda e serviços desde que relacionados às suas atividades
essenciais art.150 § 4 C.F.
Não podendo ter " fins lucrativos" e devem cumprir os requisitos fixados em lei. (a lei referida é o
CTN, art. 14).

A expressão " sem fins lucrativos, nos termos da lei" está caracterizada pelo art. 14 CTN e significa:

a) não pode haver distribuição de qualquer parcela do patrimônio ou da renda a qualquer título,
inclusive lucros ou rendas aos sócios ou dirigentes;
b) devem aplicar os recursos, no País, nos fins institucionais;
c) devem manter escrituração regular de suas receitas e despesas

O STF confere imunidade geral de IOF às instituições de Educação e II, IE, ICMS e IPI às
Instituições de Assistência Social.
Aplica-se ao imóvel alugado das instituições de educação ou de assistência social desde que a renda da
locação reverta para os fins institucionais ( STF).

d) Imunidade Objetiva (dos livros, jornais, periódicos e o respectivo papel para impressão):
(art. 150, VI, "d" C.F.): Protege somente as mercadorias dos impostos que, potencialmente, as
gravariam. Impostos abrangidos: IPI, ICMS, II e IE. O STF atribui imunidade ao papel fotográfico
aplicado no livro, não extensivo aos insumos ( interpretação restritiva ), tintas, máquinas e etc...

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DIREITO TRIBUTÁRIO
2.2.3.2. IMUNIDADES ESPECÍFICAS

a) Imunidade das Instituições Beneficentes de Assistência Social (art. 195, §7º C.F ): as instituições
beneficentes de assistência social são imunes às contribuições da Seguridade Social, desde que
respeitem os requisitos de lei (art. 55 Lei 8212/91 ). Vale dizer, as “instituições de assistência social”
(citadas no item anterior- IMUNIDADE GERAL) que tiverem caráter beneficente serão também
imunes às contribuições para a Seguridade Social.

CF 195 § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de


assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

LEI 8212 DE 1991 INSTITUIÇÃO BENEFICENTE

Art. 55. Fica isenta das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 desta Lei a entidade beneficente de
assistência social que atenda aos seguintes requisitos cumulativamente: (Vide Lei nº 9.429, de 26.12.1996)

I - seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal;

II - seja portadora do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho
Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos;(Redação dada pela Lei nº 9.429, de 26.12.1996)
(Vide Medida Provisória nº 2.187-13, de 24.8.2001)

III - promova a assistência social beneficente, inclusive educacional ou de saúde, a menores, idosos,
excepcionais ou pessoas carentes;

III - promova, gratuitamente e em caráter exclusivo, a assistência social beneficente a pessoas carentes, em
especial a crianças, adolescentes, idosos e portadores de deficiência;(Redação dada pela Lei nº 9.732, de
11.12.98) e (Vide Adin 2028-5, de 20.11.98)

IV - não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração e não
usufruam vantagens ou benefícios a qualquer título;

V - aplique integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e desenvolvimento de seus


objetivos institucionais apresentando, anualmente ao órgão do INSS competente, relatório circunstanciado de
suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97

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DIREITO TRIBUTÁRIO
b) Imunidade dos produtos industrializados destinados à exportação (art.153, §3º, III C.F.; art.155,
§2º, X,"a" C.F.): é objetiva e específica, abrangendo apenas o IPI e o ICMS.

b.1. IPI: sempre há a imunidade na exportação

C.F 153 § 3º - O imposto previsto no inciso IV:

III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

b.2. ICMS: regra geral havia a imunidade exportação de produtos industrializados, salvo para os
produtos industrializados qualificados como semi-elaborados (definidos em Lei Complementar da
União). No entanto, após a EC 42/2003, o referido texto art. 155, §2.º, X, "a" C.F. passa a dispor: "
não incide ICMS..... sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços
prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do
imposto cobrado nas operações e prestações anteriores. Atenção....houve alteração em relação ao texto
anterior!

C.F 155 , par. 2.o, X - não incidirá:

a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)

c) Imunidade da taxa relativa ao exercício do direito de petição ou pedido de certidão junto ao Poder
Público (art. 5º, XXXIV C.F); a taxa judiciária relativa a ação popular, habeas-corpus e habeas-
data (art. 5º, LXXIII, LXXVII C.F); taxa de educação em estabelecimentos públicos ( art. 206,IV
C.F )

C.F. 5..XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou


abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de


situações de interesse pessoal;

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DIREITO TRIBUTÁRIO
d) a pequena gleba rural explorada pelo proprietário que não possua outro imóvel, em relação ao ITR
(art.153, §4º, II " C.F)

C.F 153 § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário
que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

e) as desapropriações para fins de reforma agrária, em relação a impostos federais, estaduais e


municipais (art.184, §5º C.F).

C.F 184§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de


transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

f) as operação de constituição, fusão, incorporação, cisão e extinção de pessoas jurídicas, em relação


ao ITBI, salvo se a adquirente tiver como atividade principal operações com imóveis (compra e
venda, locação e arrendamento mercantil )- (art. 156, §2º,I C.F.)

C.F 156 § 2º - O imposto previsto no inciso II:

I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa


jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de
fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil;

g) não incidência de contribuição social sobre aposentadoria e pensão concedidos pelo regime
geral de previdência social de que trata o art. 201 C.F.
Vide 195, II C.F .... ( imunidade mantida mesmo com o advento das EC 41 de 2003 ). No
entanto, aos servidores públicos aposentados e pensionistas passará a incidir contribuição social
após a E.C. 41/03, em contraposição ao entendimento do STF vigente em relação à EC 20/98.
A referida EC 20/98 concedia imunidade de contribuição da seguridade social aos aposentados e
pensionistas do Sistema Geral de Seguridade Social e o STF concedia a mesma imunidade aos
aposentados e pensionistas servidores públicos por interpretação extensiva. Esta imunidade dos

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DIREITO TRIBUTÁRIO
servidores públicos agora passa a ser revogada pela EC 41 de 2003. Vide o texto abaixo
atualizado:
"Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público,
dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos
titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime
geral de previdência social.

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas


pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao
estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos."

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na
forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
2005)

h) vedação de incidência de outros impostos, salvo II, IE e ICMS nas hipóteses do art.155 § 3.ºC.F.
Vale ressaltar o ouro definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial que estará
sujeito apenas ao IOF ( art. 153 par.5.º CF) bem como à CPMF ( art. 77 par.2.º ADCT). Vide
art.155 par.2.º, X, c CF.

CF 155 § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o
art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia
elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais
do País.

C.F. 155. par. 2.º X – ICMS não incidirá: c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, §
5º;

C.F 153 § 5º - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial,
sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo,
devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a
transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos:
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DIREITO TRIBUTÁRIO
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;

II - setenta por cento para o Município de origem.

ADCT 74.par.2.º CPMF- “à contribuição de que trata este artigo não se aplica o disposto nos
arts. 153, § 5º, e 154, I, da Constituição.”

i) as operações interestaduais de circulação de mercadorias com petróleo, lubrificantes e combustíveis


derivados do petróleo e energia elétrica ( em relação ao ICMS -art.155, §2, X, "b" C.F). Neste caso
excluem-se da referida imunidade a hipótese do ICMS MONOFÁSICO (art.155, §2, XII, "h" C.F)

155. par.2.º X , b C.F ICMS não incidirá sobre operações que destinem a outros Estados
petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia
elétrica;

j) não incidência de ICMS ... (art. 155, §2.º, X, "d" C.F. ) nas prestações de serviço de comunicação
nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

155. par. 2.º X – ICMS não incidirá:

d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de


sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

k) não incidem contribuições sociais e interventivas em receita decorrente de exportação ( art. 149 §2, I
CF ).

CF 149 § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o


caput deste artigo:

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;

3. Normas gerais sobre os tributos objeto de competência privativa nos termos do CODIGO
TRIBUTÁRIO NACIONAL (arts n.º 19 a 75 C.T.N.- os quais sofreram alterações, salvo algumas
exceções ) :
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DIREITO TRIBUTÁRIO
4.1. Impostos de competência da União:
a) I.I. ( Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros):

FATO GERADOR Entrada no território nacional de merc estrangeira ou


desnacionalizada- Para fins de cálculo= Registro da DI
BASE DE CÁLCULO Se a alíquota for específica a BC será a unidade de medida
adotada pela lei; se a alíquota for ad valorem a BC será
valor do produto |( valor aduaneiro ) = custo + seguro (
insurance) + frete = valor ( CIF)
CONTRIBUINTE O importador ou quem a lei a ele equiparar .
O CTN também menciona o arrematante, apesar do
Regulamento Aduaneiro não prevê tal hipótese mais.

b) I.E. ( Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados);

FATO GERADOR Saída do território nacional de mercadoria nacional ou


nacionalizada
BASE DE CÁLCULO Se a alíquota for específica a BC será a unidade de medida
adotada pela lei; se a alíquota for ad valorem a BC será
valor do produto |( valor aduaneiro ) = custo apenas (
valor FOB= free on board )
CONTRIBUINTE O exportador ou quem a lei a ele equiparar

c) I.R ( Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza );

FATO GERADOR Aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de


rendas e proventos de qualquer natureza
BASE DE CÁLCULO O montante real, arbitrado ou presumido das rendas e
proventos de qualquer natureza
CONTRIBUINTE O titular da aquisição da disponibilidade econômica ou
jurídica de rendas e proventos de qualquer natureza

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DIREITO TRIBUTÁRIO
d) I O F ( Imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro ou relativas a títulos ou valores
mobiliários):

FATO GERADOR Realização das operações de crédito, câmbio, seguro ou


relativas a títulos ou valores mobiliários
BASE DE CÁLCULO Valor das operações
CONTRIBUINTE Qualquer das partes envolvidas

e) I.P.I. ( Imposto sobre produtos industrializados ):

FATO GERADOR Saída do produto de estabelecimento considerado


contribuinte pela lei, o desembaraço aduaneiro e a
arrematação
BASE DE CÁLCULO Valor da operação de que decorrer a saída do produto,
ou, no caso de importação, o preço normal + imposto de
importação + despesas aduaneiras; ou o valor da
arrematação
CONTRIBUINTE O industrial, o comerciante a ele equiparado por lei, o
importador ou quem a lei a ele equiparar
O CTN também menciona o arrematante, apesar do
Regulamento do IPI não prevê tal hipótese mais.

f) I.T.R. ( Imposto sobre a propriedade territorial rural ):

FATO GERADOR Propriedade, domínio útil ou a posse sobre imóvel rural


por natureza localizado fora da zona urbana
BASE DE CÁLCULO Valor fundiário da propriedade
CONTRIBUINTE O proprietário, o possuidor ou o enfiteuta

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DIREITO TRIBUTÁRIO
g) I.G.F. ( Imposto sobre grandes fortunas ):

FATO GERADOR Depende de lei complementar


BASE DE CÁLCULO Depende de lei complementar
CONTRIBUINTE Depende de lei complementar

4.2. Impostos de competência dos Estados e Distrito Federal:

a) I.T.C.D. ( Imposto sobre transmissão “causa mortis” e doação de quaisquer bens ou direitos a eles
relativos )- CUIDADO com o CTN no art. 35, pois nele os impostos de transmissão eram todos do
Estado. Hoje, após a CF 88, houve divisão com os municípios ( ITBI) e Estados ( ITCD).

FATO GERADOR Transmissão de quaisquer bens ou direitos causa mortis


ou por doação
BASE DE CÁLCULO Valor dos bens ou direitos
CONTRIBUINTE Qualquer das partes envolvidas

b) I.C.M.S ( Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços de transporte interestadual e


intermunicipal e de comunicação, ainda que iniciados no exterior ):

FATO GERADOR Circulação de mercadorias ou prestação de serviços de


transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação
BASE DE CÁLCULO Valor das mercadorias ou dos serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação
CONTRIBUINTE O estabelecimento que dá circulação à mercadoria ou o
prestador do serviço de transporte interestadual ou
intermunicipal e de comunicação.

c) I.P.V.A ( Imposto sobre a propriedade de veículos automotores ):

FATO GERADOR Propriedade sobre veículos automotores


BASE DE CÁLCULO Valor dos veículos automotores
CONTRIBUINTE O proprietário dos veículos automotores

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DIREITO TRIBUTÁRIO
4.3. Impostos de competência dos Municípios:

a) I.P.T.U. ( Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana ):

FATO GERADOR Propriedade, domínio útil ou a posse sobre imóvel


urbano por natureza ou acessão física localizado na zona
urbana
BASE DE CÁLCULO Valor venal da propriedade
CONTRIBUINTE O proprietário, o possuidor ou o enfiteuta

b) I.T.B.I. ( Imposto sobre a transmissão onerosa, inter vivos, de bens imóveis ou direitos a eles
relativos, exceto os direitos reais de garantia, bem como a cessão de direitos à sua aqusição );

FATO GERADOR Transmissão intervivos por ato oneroso de bens imóveis ou


direitos reais sobre imóveis ( exceto os de garantia ), bem
como cessão de direitos à sua aquisição
BASE DE CÁLCULO Valor dos bens ou direitos
CONTRIBUINTE Quaisquer das partes envolvidas

c) I.S.S. ( Imposto sobre serviços de qualquer natureza ):

FATO GERADOR Prestação dos serviços previstos na lista do Decreto-Lei


406/68, alterado pela Lei complementar n.º 116/03, desde
que não incluídos na competência do ICMS – 155,II CF
BASE DE CÁLCULO Valor dos serviços
CONTRIBUINTE O prestador de serviços

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DIREITO TRIBUTÁRIO
4. Repartição de Receitas Tributárias ( art.157 a 162 C.F ).

A Constituição estabelece percentuais a serem entregues pela entidade tributante a outras entidades
políticas a título de repartição de receita tributária ( vide art. 158 e 159 C.F). Isto não altera a
competência tributária. Trata-se de exceção à vedação da vinculação da receita dos impostos prevista no
art. 167, IV C.F.

Dispõe o art. 167,IV C.F " É vedada ..."

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a


repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e
159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para
manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da
administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e
37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita,
previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;

4.1. Impostos de competência da União:

• I.R. retido na fonte pelos Estados, D.Federal e Municípios: 100% serão entregues aos Estados, D.F
ou aos Municípios (art.157,I e 158,I C.F )
• Somatório do IR + IPI: 48% distribuídos na forma a seguir ( 21,5% para o Fundo de Participação
dos Estados e D.F., 22,5% para o Fundo de Participação dos Municípios ; 3% para o Programa de
Financiamento ao setor produtivo das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. - art. 159 , I C.F. e
1% ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de
dezembro de cada ano- EC 55/07)
• I.P.I: 10% para os Estados e D.Federal que repassarão 25% aos Municípios( nos termos do art.
159,II e § 3.º C.F)
• I.T.R.: 50% aos Municípios ( art. 158, II C.F.). Segundo a EC 42/03 , caberá 100% aos municípios
na hipótese da opção a que se refere o art. 153 §4.º, III C.F.
• I.O. F. sobre o ouro: 30% aos Estados e D.F e 70% aos Municípios ( art. 153 § 5.º C.F.)
• Imposto Residual: 20% aos Estados ( art. 157,II C.F.)
• CIDE prevista no art. 177, §4.º C.F - 29 % aos Estados e D.F na forma do art. 159, III C.F
alteração pela EC 44/04. Do montante que cabe a cada Estado, 25% destinado aos Municípios na
forma do 159 §4 C.F. ( alterações advindas da EC 42/03)

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DIREITO TRIBUTÁRIO
4.2. Impostos de competência dos Estados e Distrito Federal:

• I.C.M.S.: 25% para os Municípios ( art. 158,IV C.F )


• I.P.V.A. : 50% para os Municípios ( art. 158,II C.F )
4.3. Observação importante:

Vide art. 160 C.F


È vedado qualquer retenção ou restrição ao repasse dos percentuais acima face às regras de
Repartição de Receita Tributária previstas na Constituição Federal, no entanto, não é vedado o
condicionamento do repasse ao recebimento dos respectivos créditos ou de suas autarquias, bem como
ao cumprimento do art. 198 § 2.º C.F.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
UNIDADE III
1. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

1.1.Abrangência do termo “Legislação Tributária” (art. 96,CTN)

LEIS ( sentido amplo ) art 59 C.F

TRATADOS E CONVENÇÕES
INTERNACIONAIS art. 98 CTN
LEGISLAÇÃO
TRIBUTÁRIA DECRETOS art. 99 CTN
Vide art 96 CTN

NORMAS COMPLEMENTARES
art. 100 CTN

CTN Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as


convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou
em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

1.1.1. PRIMEIRA ESPÉCIE DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA:

São consideradas " Leis" em sentido amplo todas as normas elaboradas através do Processo Legislativo
(art.59 C.F). São elas:

a) Emendas à Constituição Federal:


São normas constitucionais, elaboradas, no entanto, segundo Processo Legislativo, isto é, no Congresso
Nacional. Podem atribuir ou extinguir competência tributária, alterar o Sistema Tributário Nacional,
desde que não venham abolir as "cláusulas pétreas" ( art. 60 § 4.º C.F ). As principais Emendas
Constitucionais que influenciaram o Direito Tributário estão elencadas mais adiante - ao final desta
Unidade com os devidos destaques para nosso estudo. Por exemplo, a EC 03/93 atribuiu à União
competência para instituir o IPMF, no entanto foi considerada inconstitucional, pois admitiu que este
fosse exceção à anterioridade ( cláusula pétrea ). Também a mesma Emenda 03/93 extinguiu a
competência dos Estados para o AIR ( adicional ao imposto de renda) e dos municípios para o IVVC (
imposto sobre venda a varejo de combustíveis líquidos e gasosos ), prevendo para os mesmos redução
progressiva de alíquota até sua eliminação final em 01/01/96.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
CF art. 60 § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais

b) Leis Delegadas (art. 68 C.F):


A doutrina se divide quanto à possibilidade da utilização de Leis Delegadas para fins tributários.
Grande corrente doutrinária nega esta possibilidade no argumento de que não cabe delegação quando se
cogita de interferência na propriedade, o que se verifica em se tratando de tributação; outra corrente
admite a utilização de Leis Delegadas para fins tributários, ressalvadas exceções expressamente
previstas no art. 68 C.F., ou seja, não caberia Lei Delegada em se tratando de matéria objeto de Leis
Complementares.

CF art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional,


os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria
reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus


membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

§ 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso


Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.

§ 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará


em votação única, vedada qualquer emenda.

c) Leis Complementares:
Várias são as hipóteses em que a Constituição Federal exige lei complementar para fins Tributários.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
c.1.) Dentre elas destaca-se o art. 146 CF: "...compete à lei complementar...":

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados
nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas


de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no
art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se
refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I. DISPOR sobre conflitos de competência em matéria tributária. Cuidado, quem dispõe sobre
competência é a Constituição Federal! Vide ex:

CF art. 155, §1.º , III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:

a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;

b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado
no exterior;

II. REGULAMENTAR as Limitações Constitucionais ao poder de tributar: princípios e imunidades.


Quem dispõe sobre as Limitações Constitucionais ao poder de tributar é a Constituição Federal!

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DIREITO TRIBUTÁRIO
CF. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

..................................

VI - instituir impostos sobre:

................................

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

“sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”

CTN Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos
seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:

I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
(Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos


institucionais;

III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de


formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

III ESTABELECER normas gerais de Direito Tributário.( vide art. 146 C.F.). O Código Tributário
Nacional, trata de normas gerais, tendo sido editado na forma de lei ordinária em 1966, adquirindo
status de lei complementar, uma vez que a exigência de lei complementar para a elaboração de normas
gerais de Direito Tributário surgiu com a Constituição Federal de 1967, tendo sido mantida tal
exigência no art. 146,III de nossa atual Constituição.

Portanto a Lei n.º 5172/66 ( CTN) é hoje formalmente uma lei ordinária e materialmente uma lei
complementar. No entanto, vale ressalvar que o inciso III do art. 146 da C.F. especifica as matérias
cuja norma geral de Direito Tributário exigem lei complementar. Seria uma rol taxativo ou uma norma
de proteção e realce?

O atual artigo 146, III C.F. estabelece apenas um realce ao destacar a expressão " compete à lei
complementar estabelecer normas gerais especialmente sobre ..." . Trata-se de reforço que o

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DIREITO TRIBUTÁRIO
constituinte deu ao centralismo legislativo federal em termos de normas gerais, ou seja, realçando a
normatização geral de forma concentrada e originária nas mãos do Congresso Nacional.

Trata-se de uma LISTA EXEMPLIFICATIVA: Assim dispõe: 146, III CF - estabelecer normas
gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II,
das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Caberia ainda indagar sobre a inclusão dos impostos no alínea “a” do referido art.146, III CF: só
se admite a publicação de lei instituidora dos impostos diante da existência de LEI COMPLEMENTAR
prévia sobre normas gerais definindo o respectivo fato gerador, base de cálculo e contribuintes. Isto
significa que o destaque referido exclui esta exigência prévia em relação aos demais tributos.

c.2) Outras hipóteses de exigência de lei complementar:

Art. 148 C.F ( empréstimos compulsórios)


Art. 154,I C.F ( impostos residuais )
Art. 195 § 4.º C.F ( contribuições sociais residuais)
Art. 153,VII C.F ( imposto sobre grandes fortunas)

Art. 155 § 2.º , XII C.F- norma geral regulamentadora do ICMS - ex:

XII - cabe à lei complementar:

a) definir seus contribuintes;

b) dispor sobre substituição tributária;

c) disciplinar o regime de compensação do imposto;

d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das
operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;

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90
DIREITO TRIBUTÁRIO
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos
além dos mencionados no inciso X, "a";

f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e


exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;

g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções,
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

Alínea incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 11/12/2001:


h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez,
qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b;

Alínea incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 11/12/2001:


i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação
do exterior de bem, mercadoria ou serviço.

Art. 156 § 3.º C.F - em relação ao ISS:

156 § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo,


cabe à lei complementar:
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 12/6/02:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior."
Inciso incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 12/6/02
III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais
serão concedidos e revogados.

d) Leis Ordinárias- art. 97 CTN. Vão exercer a função exigida pelo princípio da legalidade em tudo o
que não for objeto de lei complementar:

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DIREITO TRIBUTÁRIO
CTN Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e
65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos
21, 26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou


para outras infrações nela definidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou


redução de penalidades

e) Medida Provisória- art. 62 C.F . Vide E.C. n.º 32/01. São normas de iniciativa do Poder Executivo,
com força de lei, mas que deverão ser convertidas em lei no prazo de 60 dias da publicação da M.P,
prorrogáveis apenas uma única vez. Admitem a instituição de tributos desde que não sejam objeto de
lei complementar ( vide disposição expressa na própria E.C 32/01). Não obstante terem eficácia
imediata, para a instituição de tributos, esta eficácia imediata, via de regra deixa de existir face à
exigência de observância ao princípio da anterioridade ( art. 150, III, "b" C.F ). Vale ressaltar que antes
de primeiro de janeiro do exercício em que vierem a ser cobradas, exige-se sua a conversão em lei no
ano anterior ( trata-se, pois, de uma condição para o início da cobrança no exercício seguinte em
relação àquele em que foi editada a MP, configurando respeito ao princípio da anterioridade ).

(*) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 11/9/2001:


CF. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I – relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;

b) direito penal, processual penal e processual civil;


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DIREITO TRIBUTÁRIO
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a
garantia de seus membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e


suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou


qualquer outro ativo financeiro;

III – reservada a lei complementar;

IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e


pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos,


exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia
daquele em que foi editada.

§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão


eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta
dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o
Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas
delas decorrentes.

§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida


provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso
Nacional.

§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o


mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento
de seus pressupostos constitucionais.

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias


contados de sua publicação, entrará em regime de urgência,
subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando
sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações
legislativas da Casa em que estiver tramitando.

§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida


provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver
a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.

§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos


Deputados.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas
provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão
separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória


que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de
prazo.

§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias
após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas
constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-
se-ão por ela regidas.

§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida


provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou
vetado o projeto."(NR)

f) Resoluções do Senado Federal- são exigidos excepcionalmente em Direito Tributário para a fixação
da alíquota máxima do ITDC ( art. 155 § 1.º , IV C.F ), alíquota do ICMS nas operações interestaduais
e de exportação ( 155 § 2.º, IV C.F.) e fixação das alíquotas máximas e mínimas de ICMS nas operações
internas ( art. 155 § 2.º, V C.F ). Também o IPVA têm a sua alíquota mínima fixada em Resolução do
Senado Federal, nos termos do art. 155 §6.º , I C.F, bem como poderá ter alíquotas diferenciadas em
função do tipo e utilização ( EC 42/03).

"Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e


intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;

III - propriedade de veículos automotores."

..........................................

(*) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93

"§ 1º O imposto previsto no inciso I:

................................................

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DIREITO TRIBUTÁRIO
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

(*) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93:


§ 2º O imposto previsto no inciso II, atenderá ao seguinte:"

IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos


Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas
aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;

V - é facultado ao Senado Federal:

a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de


um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;

b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva
interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois
terços de seus membros;

....................................................

§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)

II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda


Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

g) Decretos-Legislativos: através deles o Congresso Nacional ratifica os Tratados Internacionais


celebrados pelo Executivo, aprovando os Tratados Internacionais.

CF. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem


encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

CF. Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

.............................

VI - decretos legislativos

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DIREITO TRIBUTÁRIO
1.1.2. SEGUNDA ESPÉCIE DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA:

Tratados e Convenções Internacionais (art. 98 C.T.N):

Os Tratados Internacionais, uma vez aprovados por Decreto-Legislativo do Congresso Nacional,


passam a receber autorização para ingressarem na Legislação pátria, face à ratificação do Congresso. No
entanto, somente irão passar a produzir efeitos internos no país, após a publicação de um Decreto do
Executivo. Este Decreto do Executivo opera a internalização dos Tratados Internacionais na Legislação
Tributária Interna do país, prevalecendo aquele sobre a Legislação Tributária Interna, não por serem
hierarquicamente superiores a esta, mas sim em função do critério cronológico, ou em alguns casos, em
função do princípio da Especialidade ( norma especial prevalece sobre norma geral). Não se esqueça:
NÃO HÁ HIERARQUIA FORMAL ENTRE AS LEIS!

Uma vez transformados em Legislação Tributária interna do país passam a produzir efeitos. No
entanto há 3 correntes básicas sobre os efeitos dos Tratados Internacionais em Direito Tributário:

a) Corrente do Código Tributário Nacional: a letra da lei ( art. 98 CTN ) dispõe que os Tratados
Internacionais revogam ou modificam a Legislação Tributária Interna e serão observados pela que
lhes sobrevenha.

CTN Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação


tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

b) A doutrina majoritária dispõe que os Tratados Internacionais não revogam nada, mas sim suspendem
a eficácia da Legislação Tributária Interna que lhes for incompatível.
c) Para o STF os Tratados Internacionais são recepcionados com status de lei ordinária, apenas
suspendendo sua eficácia no que for incompatível com o respectivo Tratado Internacional ou, em
alguns casos, podendo até revogar a respectiva lei.

Em concurso público devo estar atento para a utilização da corrente do CTN ou doutrina majoritária.
Haverá uma diretriz na questão. No entanto, pode haver questões que exijam expressamente a posição
do STF. Caso não haja uma diretriz, a questão pode admitir qualquer das posições.

1.1.3. TERCEIRA ESPÉCIE DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA:

Decretos (art.99 C.T.N.): São atos normativos expedidos pelo Chefe do Executivo, têm seu conteúdo
restrito ao alcance das leis em função das quais são expedidos. O limite do Decreto é o limite da própria
lei que eles regulamentam.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
CTN Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das
quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação
estabelecidas nesta Lei.

1.1.4. QUARTA ESPÉCIE DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA:

Normas Complementares (art.100 C.T.N.):

CTN Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções
internacionais e dos decretos:

I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei


atribua eficácia normativa;

III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;

IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Observação importante:
A observância das normas complementares, mesmo que juridicamente inválidas, protege o sujeito
passivo da cobrança de multa, juros e correção monetária, mas não afasta a cobrança do tributo
estabelecido em lei. ( art. 100 § único C.T.N.) Vide ilustração na outra página.

CTN art. 100 Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a
imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da
base de cálculo do tributo.

TRIBUTO=
LEI N.º 01 NORMA
NORMA 23% ou seja
TRIBUTO= COMPLEMENTAR 1
COMPLEMENTAR 2 cobra-se
23% % TRIBUTO= LANÇAMENTO
CORRETIVA +03%
20% % TRIBUTO= SEM
23% JUROS, SEM
MULTA, SEM
CORREÇÃO
F.G MONETÁRIA
TRIBUTO
PAGO
=20%

1.2. Princípio da Legalidade (assuntos reservados à lei )– art. 97 CTN):

instituição e extinção de tributo


majoração e redução de tributo
definição de FG e sujeito passivo MEDIANTE LEI
definição das alíquotas e base de cálculo
cominação de penalidades
dispensa e redução de penalidades
casos de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário

1.2.1. A Atualização Monetária (art. 97, §2º C.T.N.)


Não há necessidade de lei para se proceder à atualização monetária da base de cálculo do tributo.
Difere da instituição ou majoração de tributos.
Isso cai na prova!!!

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1.3. Vigência e Aplicação: (art. 101/104 C.T.N.)

Vigência numa primeira conotação analisada no art 150, III, a CF, é a positivação da lei no
ordenamento jurídico pátrio, sendo de observância obrigatória, após o ato de publicação. É a existência
da lei no mundo jurídico. Coincide com a publicação da lei. Trata-se da validade técnico formal da lei.
Se não for a lei de vigência temporária, a lei permanecerá em vigor até que outra lei a revogue.
A revogação pode ser expressa (quando a lei nova faz menção, no seu texto, à lei antiga) ou tácita (a
lei nova não menciona a lei antiga, mas dispõe de forma contrária) e, ainda, total – ab-rogação- (a
revogação atinge a totalidade do texto da lei antiga) ou parcial- derrogação- (a revogação atinge
apenas alguns dispositivos da lei antiga).
Necessário, no entanto, se faz um período de maturação da lei, "vacatio legis", após o qual a lei
estará apta a ganhar aptidão para produzir efeitos, a partir do qual esta ENTRARÁ EM VIGOR. Não
se confunde com o princípio da anterioridade!!! Anterioridade tem haver com a exigência da “não
surpresa” da lei tributária, princípio constitucional, traduzindo regra de produção de efeitos. Já o
“vacatio legis” tem haver com a aptidão da lei para produzir efeitos, é norma de maturação da lei, não
está na Constituição e sim são regras previstas no Código Tributário e na Lei Civil. Podemos dizer, que
quando uma lei entra em vigor ela entra em vigência ( seria uma segunda conotação da expressão
“vigência”. Ver exemplo do gráfico abaixo *1.

Nos demais ramos jurídicos, a partir da entrada em VIGOR, dar-se-ía a eficácia da lei, isto é, a partir
do respeito ao vacatio legis. No Direito Tributário, no entanto, para que se atinja a eficácia da lei,
necessário é que se cumpra também o princípio da não surpresa tributária, o princípio da anterioridade.

Aplicação é a determinação da norma jurídica que deve ser utilizada para reger determinado caso. É a
execução da lei no caso concreto. Seria norma de eficácia. Já abordamos na aula de princípios a
eficácia da lei tributária, onde combinamos o princípio da anterioridade com a entrada em vigor da lei
tributária. Agora vamos apenas aprender as regras referentes ao VACATIO LEGIS para o Direito
Tributário.

PUBLI CAÇÃO EM VIGOR EFICÁCIA -


= VIGÊNCIA *1 = VIGÊNCIA *2 ANTERIORIDADE

_____________________________________________________________

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DIREITO TRIBUTÁRIO

1.3.1. VIGÊNCIA NO CTN:

a) Regra Geral:

Caso não se apliquem nenhuma das regras especiais de vigência dos art.103 e 104 CTN ( vide a seguir),
aplicar-se-á aos demais casos a Lei Civil. “ Um lei entra em vigor na data nela prevista".

Se a lei não fizer previsão de entrada em vigor, a Lei de Introdução ao Código Civel indica vigência em
45 dias da publicação. Trata-se da regra geral da LICC art. 1. Vide ilustração a seguir:

ENTRADA
PUBLICAÇÃO EM VIGOR

b) Regras Especiais:
b.1.) art. 104 CTN- estabelece que entram em vigor em 01 de janeiro do exercício subseqüente ao da
sua publicação os dispositivos de lei relativos a Impostos sobre Patrimônio e Renda que:
• instituem ou majoram tais impostos
• criam novas hipóteses de incidência
• reduzem ou extinguem isenção (salvo se a lei, quanto ao prazo, dispuser de forma mais favorável ao
contribuinte).

CTN Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua
publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:

I - que instituem ou majoram tais impostos;

II - que definem novas hipóteses de incidência;

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100
DIREITO TRIBUTÁRIO
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao
contribuinte, e observado o disposto no artigo 178

ENTRADA
EM
Publicação da lei que VIGOR
institui, majora ou cria
novas hipóteses de
incidência.

01/01

ANO 2000 ANO 2001

obs: há discussão quanto à recepção ou não do art. 104, I e 104, II CTN pela C.F 88, uma vez terem sido
absorvidos pela regra atual da anterioridade. No entanto, para fins de concurso têm sido aceitos na
literalidade. Já o art. 104, III CTN é admitido como regra especial de vigência.

b.2.) art. 103 CTN- estabelece vigência para as normas complementares.

CTN Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:

I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação;

II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30
(trinta) dias após a data da sua publicação;

III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.

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101
DIREITO TRIBUTÁRIO
1.3.2. Aplicação da lei tributária:

O art. 105 CTN: a regra é a aplicação irretroativa ou pró-ativa da lei, que irá alcançar as situações que
lhe são posteriores. Alcançará os fatos geradores futuros e os pendentes (aqueles que já começaram a
acontecer mais não se aperfeiçoaram, equiparam-se a futuros).- vide art. 150, III, "a" C.F./88

CTN Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa
nos termos do artigo 116.

CF. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

..................................

III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado;

O art. 106 CTN estabelece exceções em que as leis irão retroagir. Leis que surgem num determinado
momento e vão também atingir as situações passadas. Vide ilustração na página a seguir.

CTN Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de


penalidade à infração dos dispositivos interpretados;

II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:

a) quando deixe de defini-lo como infração;

b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que
não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;

c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua
prática.

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102
DIREITO TRIBUTÁRIO
1.4. Interpretação e Integração (art. 107/112 CTN)

1.4.1. Interpretação ( art.111 e 112 CTN): Interpretação: é o esforço de se compreender o conteúdo, o


sentido e o alcance da norma jurídica. Na interpretação existe norma jurídica da qual se extrai sua
inteligência. Tem efeito declaratório, eis que a regra já existe, restando ao aplicador proclamar o seu
teor.

1.4.1.1. Regras especiais de interpretação no CTN:


a) interpretação literal ou gramatical (art.111 CTN) deve ser utilizada nos casos de legislação que
trate sobre:

CTN Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:

I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;

II - outorga de isenção;

III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

b) a interpretação mais benigna ao acusado (art. 112 CTN) é utilizada em relação a leis que definem
infrações, no caso de aplicador da lei se deparar com dúvidas quanto:

CTN Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da
maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:

I - à capitulação legal do fato;

II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus


efeitos;

III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;

IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

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103
DIREITO TRIBUTÁRIO
Este artigo revela o princípio do in dúbio pro reu, típico do Direito Penal, aplicável no Direito
Tributário em relação a infrações. Segundo a disciplina do CTN, a dúvida enseja uma interpretação mais
benéfica ao sujeito passivo, quanto à lei definidora da infração

c) O uso dos princípios gerais do direito privado (art.109 e 110 CTN)

Os princípios gerais de Direito Privado são utilizados para se compreender o conteúdo de institutos
ou definições nascidos no Direito Privado (Civil e Comercial) e que são utilizados no Direito Tributário.
É permitido, regra geral, à lei tributária tomar de empréstimo tais institutos e mudar-lhes o conteúdo
para que sejam adequados à sistemática tributária. Não pode a lei tributária efetuar tal alteração quando
tais institutos são utilizados pela Constituição para definir ou limitar competências tributárias.

CTN Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do
conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos
respectivos efeitos tributários.

CTN Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos,
conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição
Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos
Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.

1.4.1.2. Regras Subsidiárias de Interpretação no Direito

Podemos citar dois métodos de interpretação previstos no CTN: a literal ou gramatical ( onde se
leva em consideração apenas o conteúdo gramatical das palavras) art. 111 CTN; e a interpretação mais
benigna quanto ao sujeito passivo em caso de dúvida- vide art. 112 CTN; Fora essas duas hipótese
caberá aplicação dos demais métodos de interpretação utilizados pelo Direito: a teleológica (leva em
consideração a vontade da lei, a razão de ser, o objetivo da lei); a sistemática ou sistêmica (leva em
consideração a lei como sendo parte de um conjunto de tantas outras normas que é o sistema jurídico); a
histórica (que leva em consideração as forças políticas e sociais da época em que a norma foi editada).
As modalidades podem ser também classificadas quanto à pessoa que realiza a interpretação:
jurisprudencial (interpretação feita pelos juízes e tribunais); doutrinária (feita pelos doutos e
estudiosos do assunto); autêntica (feita pelo próprio órgão ou pessoa que editou a norma);
administrativa ou executiva (feita pelas autoridades do poder executivo na sua função
regulamentadora das leis).

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104
DIREITO TRIBUTÁRIO
1.4.2. Integração (art.108 CTN): O Código estabeleceu uma lista taxativa das modalidades de integração
a serem utilizadas para suprir as lacunas da legislação tributária. São quatro modalidades que devem ser
utilizadas na ordem estabelecida no CTN. Integração é o suprimento da lacuna da lei. OBS. O Direito
não tem lacunas, mas a lei poderá não disciplinar determinados fatos, cuja solução dependerão de
métodos de integração a seguir dispostos:

CTN Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a
legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:

I - a analogia;

II - os princípios gerais de direito tributário;

III - os princípios gerais de direito público;

IV - a eqüidade.

§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.

§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

a) Analogia: é a busca de um caso semelhante que possua norma jurídica reguladora, para que esta seja
aplicada ao caso para o qual o legislador não estabeleceu norma expressa. Da analogia não pode resultar
na exigência de tributo não previsto em lei. A lei que define as hipóteses de incidência deve ser
suficientemente clara em relação às situações alcançadas, não havendo que se pensar que determinado
caso sofrerá a incidência tributária, mesmo sem menção da lei, pelo simples fato de ser semelhante a
outro caso tributado. Nesse ponto, o Código firma o que para alguns chama-se princípio da tipicidade
tributária.

b) Princípios Gerais do Direito Tributário: são os princípios básicos do Direito Tributário, explícitos ou
implícitos, em geral fixados pela Constituição.

c) Princípios Gerais do Direito Público: são princípios presentes na maioria dos ramos que compõem o
Direito Público (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, devido processo legal,
irretroatividade, forma federativa de Estado, universalidade da jurisdição,...)

d) Eqüidade: é o abrandamento, feito pelo aplicador, dos rigores do ordenamento jurídico. A eqüidade
visa à realização da justiça dando ao ordenamento ares de suavidade e dimensão humanitária na
aplicação aos casos concretos. Da eqüidade não pode resultar a dispensa de tributo devido. A isenções
decorrem de disposição expressa de lei, não podendo o aplicador presumir sua existência.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
1.5. LEITURA DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS PARA ESTUDO DE TÓPICOS ISOLADOS
RELATIVOS À LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA:

a) EC nº 3/93 (de 17/03/93 publicada no DOU de 18/03/93):

a.1) Atribuiu competência privativa para que a União instituísse o IPMF, com vigência até 31/12/94,
isto é, possibilitou que a União editasse lei instituindo o imposto (a Emenda exigiu, no entanto, que
fosse lei complementar). O IPMF fora considerado inconstitucional por ter a Emenda violado princípios
constitucionais, tais como o princípio da anterioridade. Lembre-se que às Emendas é vedado atingir
cláusulas pétreas (art 60§. 4.ºCF)

a.2) Tornou provisórios o IVVC, dos Municípios, (Imposto sobre a Venda a Varejo de Combustíveis
líquidos e gasosos, exceto o óleo diesel) e o AIR, dos Estados e DF, (Adicional de 5% ao Imposto de
Renda que fosse pago à União sobre ganho de capital), com vigência até 31/12/95. A partir de então
estariam extintos.

a.3) Ampliou a redação do §6º do art. 150 C.F.: estabelecendo que os benefícios fiscais abaixo só
podem ser concedidos por lei específica:
anistia (perdão da infração), remissão (perdão do próprio crédito tributário), isenção, redução de
base de cálculo, concessão de crédito presumido (benefício que permite crédito do imposto não-
cumulativo, mesmo quando não há saída tributada), subsídio (entrega de numerário ao setor
privado)

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106
DIREITO TRIBUTÁRIO

Lei específica é aquela que se trata de um determinado assunto, dentre os previstos acima, ou então, só
trata de um determinado tributo. Não pode tratar de assunto genérico, diverso das matérias descritas
acima
 anistia (perdão da infração)
 remissão (perdão do próprio crédito tributário)
 isenção
LEI  redução de base de cálculo
ESPECÍFICA  concessão de crédito presumido (benefício que
Art. 150 § 6.ºC.F permite crédito do imposto não-cumulativo, mesmo
( EC 03/93) quando não há saída tributada)
• subsídio (entrega de numerário ao setor privado

17/03/93

Obs1: Anistia e Remissão já tinham exigência de lei específica na Constituição de 88. A E.C. 3/93
manteve esta exigência e acrescentou outras.

Obs2: Há ressalva quanto ao ICMS cuja isenção é por convênio nos termos da Lei Complemtar 24/75.
Vide art. 155, §2.º, XII, g C.F e art. 34 §8º , C.F

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DIREITO TRIBUTÁRIO
a.4) Mais uma inovação da E.C 3/93: acrescentou o §7º do art. 150 C.F., estabelecendo que a lei pode
atribuir ao sujeito passivo o dever de pagar impostos ou contribuição, mesmo antes do FG acontecer,
assegurada a restituição posterior caso o fato gerador presumido não se concretize.

FG 1 FG 2
fabrica Comerciant
e
ICMS 1
+ ICMS 2 ( FG presumido)

b) EC nº 12/96 (de 15/08/96 publicada no DOU de 16/08/96): criou a competência para que a União
instituísse a CPMF (Contribuição Social Provisória sobre Movimentação Financeira).

Respeita o prazo de 90 dias


Cobrança máxima de 0,25% (a lei instituidora fixou em 0,20%)
Pode o Executivo alterar a alíquota, respeitados os limites de lei
Pode incidir também sobre a movimentação financeira relativa a operações com o ouro como ativo
financeiro
O produto arrecadado integra o Fundo Nacional de Saúde
As instituições beneficentes de assistência social são imunes à CPMF.

c) EC n.º 20/98 ( trata da reforma previdenciária )

• Amplia a competência privativa da União referente às contribuições da seguridade social pagas


pelos empregadores sobre a respectiva folha salarial, ampliando a sua esfera de abrangência para
incluir também, na respectiva folha salarial, os trabalhadores sem vínculo empregatício. Logo a
folha salarial, base da respectiva contribuição há de relacionar trabalhadores com ou sem vínculo
empregatício que prestarem serviços à respectiva pessoa jurídica. Art 195,I,a C.F
• Imunizou os trabalhadores aposentados do regime geral da previdência. Art 195,II C.F . O STF
estendeu esta interpretação aos servidores públicos aposentados.
• Extinguiu a imunidade do I.R antes concedida para aposentados e pensionistas acima de 65
anos. Vide art. 153§2.º , II CF.

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108
DIREITO TRIBUTÁRIO
d) EC 21/99
Prorrogou a CPMF por mais 36 meses. Vide art. 75 ADCT.

e) E.C. 29/2000

Possibilitou a progressividade do IPTU em função da capacidade econômica do sujeito passivo (em


razão do valor venal do imóvel ), bem como diferenciação de alíquotas em razão do uso (destino) ou da
localização do imóvel. Fica mantida a possibilidade de progressividade no tempo, face ao
descumprimento da função social da propriedade.

f) E.C. 31/2000

Instituiu o Fundo Nacional de Combate à Pobreza, com previsão de várias fontes de custeio, dentre elas
um acréscimo de 0,08% na CPMF.

g) E.C. 32/2001

Trata da utilização das Medidas Provisórias. Veda a utilização de M.P. quanto a matérias objeto de leis
complementares. O prazo de validade de uma M.P. passa a ser de 60 dias, admitida uma única
prorrogação por mais 60 dias. Não havendo a conversão em lei, no prazo supracitado, a M.P perderá
eficácia desde a origem, sendo os efeitos produzidos regulados por Decreto-Legislativo do Congresso
Nacional. Vale ressaltar a possibilidade de se utilizar M.P. para instituição de tributos ( S.T.F). No
entanto, a E.C. n.º 32/01, exige a aplicação da M.P apenas a fatos geradores que venham ocorrer a partir
de 01/janeiro do exercício seguinte à publicação da M.P ( em observância ao princípio da anterioridade),
ressaltando a necessidade de que a mesma tenha sido convertida em lei até 31/12 do exercício anterior
ao início de sua aplicação.

h) E.C. n.º 33/01

Introduziu alterações pontuais no texto constitucional a saber:


OBS: EM DESTAQUE FORAM ELABORADOS COMENTÁRIOS SOBRE AS ALTERAÇÕES
MAIS RELEVANTES PARA A PROVA:

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109
DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 1º O Art. 149 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos,
renumerando-se o atual parágrafo único para § 1º:
"Art. 149.
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o
caput deste artigo:
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
( CRIOU UMA IMUNIDADE NOVA )
II - poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus
derivados e álcool combustível;
( FRISOU REGRA DE INCIDÊNCIA )
III - poderão ter alíquotas:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no
caso de importação, o valor aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a
pessoa jurídica, na forma da lei.
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez."(NR)
Art. 2º O art. 155 da Constituição Federal passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 155., 2º. X – ---
a)sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou
jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao
Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da
mercadoria, bem ou serviço;

155. par. 2.º XII – Compete à Lei Complementar:


h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única
vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no
inciso X, b;
CRIOU A POSSIBILIDADE DO ICMS MONOFÁSICO

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110
DIREITO TRIBUTÁRIO
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na
importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.

§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I
e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica,
serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.
ALTEROU A IMUNIDADE PARA OUTROS IMPOSTOS E NÃO PARA OUTROS
TRIBUTOS COMO ESTAVA NOTEXTO ANTIGO

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:


I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto
caberá ao Estado onde ocorrer o consumo;
II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e
lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será
repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma
proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias;
III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e
combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o
imposto caberá ao Estado de origem;
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito
Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte:
CRIOU NOVA EXCEÇÃO À RESERVA LEGAL. NÓS JÁ CONHECÍAMOS O ART.
153 § 1.º C.F ( alteração da % do II, IE, IPI, IOF).
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto;
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo
sobre o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em
uma venda em condições de livre concorrência;
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150,
III, b.
CRIOU NOVA EXCEÇÃO À ANTERIORIDADE. JÁ CONHECÍAMOS O
II,IE,IPI,IOF, IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO, EMPREST. COMPULSÓRIOS -
guerra externa e calamidade, CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL art. 150
§ 1; 148 e 195 § 6.º todos da C.F.

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111
DIREITO TRIBUTÁRIO
§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à
apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos
Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g."(NR)

Art. 3º O art. 177 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo:
"Art. 177. § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico
relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás
natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
a) diferenciada por produto ou uso;
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no
art. 150,III, b;
nova exceção à reserva legal e à anterioridade
II - os recursos arrecadados serão destinados:
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e
seus derivados e derivados de petróleo;
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do
gás;
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes."(NR)
Art. 4º Enquanto não entrar em vigor a lei complementar de que trata o art. 155, § 2º, XII, h, da
Constituição Federal, os Estados e o Distrito Federal, mediante convênio celebrado nos termos do §
2º, XII, g, do mesmo artigo, fixarão normas para regular provisoriamente a matéria.

i) E.C. 37/02

Prorroga a CPMF, estabelecendo novo prazo de 36 meses, alterando alíquota maxima para 0,38% nos
12 primeiros meses e 0,30% nos 24 últimos meses. A diferença de alíquota é destinada ao custeio da
Previdência e Assistência Social.

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112
DIREITO TRIBUTÁRIO
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 37, DE 12 DE JUNHO DE 2002
Altera os arts. 100 e 156 da
Constituição Federal e acrescenta
os arts. 84, 85, 86, 87 e 88 ao Ato
das Disposições Constitucionais
Transitórias.

Art. 1º O art. 100 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido do seguinte § 4º, renumerando-
se os subseqüentes:
“Art. 100. ..............................................
§ 4º São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem como
fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça,
em parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte, mediante expedição de precatório.
Art. 2º O § 3º do art. 156 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 156. ..............................................
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos
e revogados.
Art. 3º O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido dos seguintes
arts. 84, 85, 86, 87 e 88:
“Art. 84. A contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão de valores e de créditos e
direitos de natureza financeira, prevista nos arts. 74, 75 e 80, I, deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, será cobrada até 31 de dezembro de 2004.
§ 1º Fica prorrogada, até a data referida no caput deste artigo, a vigência da Lei nº 9.311, de 24 de
outubro de 1996, e suas alterações.
§ 2º Do produto da arrecadação da contribuição social de que trata este artigo será destinada a
parcela correspondente à alíquota de:
I - vinte centésimos por cento ao Fundo Nacional de Saúde, para financiamento das ações e serviços
de saúde;
II - dez centésimos por cento ao custeio da previdência social;
III - oito centésimos por cento ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, de que tratam os
arts. 80 e 81 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

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113
DIREITO TRIBUTÁRIO
§ 3º A alíquota da contribuição de que trata este artigo será de:
I - trinta e oito centésimos por cento, nos exercícios financeiros de 2002 e 2003;
II - oito centésimos por cento, no exercício financeiro de 2004, quando será integralmente destinada
ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, de que tratam os arts. 80 e 81 deste Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias.
Art. 85. A contribuição a que se refere o art. 84 deste Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias não incidirá, a partir do trigésimo dia da data de publicação desta Emenda
Constitucional, nos lançamentos:
I - em contas correntes de depósito especialmente abertas e exclusivamente utilizadas para operações
de:
a) câmaras e prestadoras de serviços de compensação e de liquidação de que trata o parágrafo único
do art. 2º da Lei nº 10.214, de 27 de março de 2001;
b) companhias securitizadoras de que trata a Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997;
b) sociedades anônimas que tenham por objeto exclusivo a aquisição de créditos oriundos de
operações praticadas no mercado financeiro;
II - em contas correntes de depósito, relativos a:
a) operações de compra e venda de ações, realizadas em recintos ou sistemas de negociação de
bolsas de valores e no mercado de balcão organizado;
contratos referenciados em ações ou índices de ações, em suas diversas modalidades, negociados em
bolsas de valores, de mercadorias e de futuros;
III - em contas de investidores estrangeiros, relativos a entradas no País e a remessas para o exterior
de recursos financeiros empregados, exclusivamente, em operações e contratos referidos no inciso II
deste artigo.
§ 1º O Poder Executivo disciplinará o disposto neste artigo no prazo de trinta dias da data de
publicação desta Emenda Constitucional.
§ 2º O disposto no inciso I deste artigo aplica-se somente às operações relacionadas em ato do Poder
Executivo, dentre aquelas que constituam o objeto social das referidas entidades.
§ 3º O disposto no inciso II deste artigo aplica-se somente a operações e contratos efetuados por
intermédio de instituições financeiras, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários,
sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de mercadorias.
Art. 86. Serão pagos conforme disposto no art. 100 da Constituição Federal, não se lhes aplicando a
regra de parcelamento estabelecida no caput do art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, os débitos da Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Municipal oriundos de sentenças
transitadas em julgado, que preencham, cumulativamente, as seguintes condições:

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114
DIREITO TRIBUTÁRIO
I - ter sido objeto de emissão de precatórios judiciários;
II - ter sido definidos como de pequeno valor pela lei de que trata o § 3º do art. 100 da Constituição
Federal ou pelo art. 87 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
III - estar, total ou parcialmente, pendentes de pagamento na data da publicação desta Emenda
Constitucional.
§ 1º Os débitos a que se refere o caput deste artigo, ou os respectivos saldos, serão pagos na ordem
cronológica de apresentação dos respectivos precatórios, com precedência sobre os de maior valor.
§ 2º Os débitos a que se refere o caput deste artigo, se ainda não tiverem sido objeto de pagamento
parcial, nos termos do art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, poderão ser
pagos em duas parcelas anuais, se assim dispuser a lei.
§ 3º Observada a ordem cronológica de sua apresentação, os débitos de natureza alimentícia
previstos neste artigo terão precedência para pagamento sobre todos os demais.
Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que se dê a
publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto no
§ 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório
judiciário, que tenham valor igual ou inferior a:
I - quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;
II - trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.
Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o pagamento far-se-
á, sempre, por meio de precatório, sendo facultada à parte exeqüente a renúncia ao crédito do valor
excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma prevista no § 3º
do art. 100.
Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156
da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do caput do mesmo artigo:
I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e
34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968;
II – não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou
indiretamente, na redução da alíquota mínima estabelecida no inciso I.”
Art. 4º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, em 12 de junho de 2002

j) E.C 39/2002

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115
DIREITO TRIBUTÁRIO
"Art. 149 -A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art.
150, I e III C.F.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica."

k) EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2003


Modifica os arts. 37, 40, 42, 48, 96, 149 e
201 da Constituição Federal, revoga o
inciso IX do § 3 do art. 142 da Constituição
Federal e dispositivos da Emenda
Constitucional nº 20, de 15 de dezembro
de 1998, e dá outras providências.
Art. 1º A Constituição Federal passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 37. .........................................
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e
os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio
do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Es-
taduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e
cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos;
........................................." (NR)
"Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
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116
DIREITO TRIBUTÁRIO
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial e o disposto neste artigo.
......................................( artigos excluídos da apostila )........................
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões
concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares
de cargos efetivos.
......................................( artigos excluídos da apostila)........................
Art. 11. Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, em 19 de dezembro de 2003.

l) EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 42, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2003


Altera o Sistema Tributário Nacional e dá
outras providências.
"Art. 37 ....................................
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas
por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou
convênio. .................................... (NR)
"Art. 52. ....................................
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em
sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações
tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. NR

"Art. 146. ....................................


III - ....................................
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117
DIREITO TRIBUTÁRIO
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e
para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou
simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá
instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que:
I - será opcional para o contribuinte;
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por
Estado;
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de
recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada
qualquer retenção ou condicionamento;
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas
pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes." (NR)
"Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de
tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem
prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual
objetivo."

"Art. 149. ....................................


§ 2º ....................................
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;

"Art. 150. ....................................


III - ....................................
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
....................................
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148,
I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos
tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da
base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

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118
DIREITO TRIBUTÁRIO
...................................." (NR)

"Art. 153. ....................................


§ 3º ....................................
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo
contribuinte do imposto, na forma da lei.

§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:


I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de for-ma a desestimular a
manutenção de propriedades improdutivas;
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as
explore o proprietário que não possua outro imóvel;
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da
lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de
renúncia fiscal.
...................................."(NR)

"Art. 155. ....................................


§ 2º ....................................
X - ....................................
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre
serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações
anteriores;
....................................
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão
sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita;
....................................

§ 6º O imposto previsto no inciso III:

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119
DIREITO TRIBUTÁRIO
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização." (NR)

"Art. 158. ....................................


II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a
propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a
totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III;
...................................." (NR)

"Art. 159. ....................................


....................................
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio
econômico prevista no art. 177, § 4º, vinte e cinco por cento para os Estados e o
Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que
refere o inciso II, c, do referido parágrafo.
....................................

§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado,
vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a
que se refere o mencionado inciso." (NR)

"Art. 167. ....................................


IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas
a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts.
158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de
saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente,
pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de
crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o
disposto no § 4º deste artigo;
...................................." (NR)
"Art. 170. ....................................

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120
DIREITO TRIBUTÁRIO
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação;
...................................." (NR)

"Art. 195. ....................................


....................................
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
equiparar.
....................................
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-
cumulativas.
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual,
total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente
sobre a receita ou o faturamento."(NR)

"Art. 204. ....................................


Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a
programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de
sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento
de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos
investimentos ou ações apoiados."(NR)
"Art. 216. ....................................
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de
fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida,
para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação
desses recursos no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
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121
DIREITO TRIBUTÁRIO
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos
investimentos ou ações apoiados." (NR)
Art. 2º Os artigos do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias a seguir enumerados
passam a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, no período de 2003 a


2007, vinte por cento da arrecadação da União de impostos, contribuições
sociais e de intervenção no domínio econômico, já instituídos ou que vierem a
ser criados no referido período, seus adicionais e respectivos acréscimos legais.

§ 1º O disposto no caput deste artigo não reduzirá a base de cálculo das


transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios na forma dos arts. 153, §
5º; 157, I; 158, I e II; e 159, I, a e b; e II, da Constituição, bem como a base de
cálculo das destinações a que se refere o art. 159, I, c, da Constituição.
...................................." (NR)
"Art. 82. ....................................
§ 1º Para o financiamento dos Fundos Estaduais e Distrital, poderá ser criado
adicional de até dois pontos percentuais na alíquota do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, sobre os produtos e serviços
supérfluos e nas condições definidas na lei complementar de que trata o art.
155, § 2º, XII, da Constituição, não se aplicando, sobre este percentual, o
disposto no art. 158, IV, da Constituição.
...................................." (NR)
"Art. 83. Lei federal definirá os produtos e serviços supérfluos a que se referem
os arts. 80, II, e 82, § 2º ."(NR)
Art. 3º O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido dos
seguintes artigos:
"Art. 90. O prazo previsto no caput do art. 84 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias fica prorrogado até 31 de dezembro de 2007.
§ 1º Fica prorrogada, até a data referida no caput deste artigo, a vigência da Lei
nº 9.311, de 24 de outubro de 1996, e suas alterações.
§ 2º Até a data referida no caput deste artigo, a alíquota da contribuição de que
trata o art. 84 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias será de
trinta e oito centésimos por cento."

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122
DIREITO TRIBUTÁRIO
"Art. 91. A União entregará aos Estados e ao Distrito Federal o montante
definido em lei complementar, de acordo com critérios, prazos e condições nela
determinados, podendo considerar as exportações para o exterior de produtos
primários e semi-elaborados, a relação entre as exportações e as importações,
os créditos decorrentes de aquisições destinadas ao ativo permanente e a
efetiva manutenção e aproveitamento do crédito do imposto a que se refere o
art. 155, § 2º, X, a.
§ 1º Do montante de recursos que cabe a cada Es-tado, setenta e cinco por
cento pertencem ao próprio Estado, e vinte e cinco por cento, aos seus
Municípios, distribuídos segundo os critérios a que se refere o art. 158,
parágrafo único, da Constituição.
§ 2º A entrega de recursos prevista neste artigo perdurará, conforme definido
em lei complementar, até que o imposto a que se refere o art. 155, II, tenha o
produto de sua arrecadação destinado predominantemente, em proporção não
inferior a oitenta por cento, ao Estado onde ocorrer o consumo das mercadorias,
bens ou serviços.
§ 3º Enquanto não for editada a lei complementar de que trata o caput, em
substituição ao sistema de entrega de recursos nele previsto, permanecerá
vigente o sistema de entrega de recursos previsto no art. 31 e Anexo da Lei
Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996, com a redação dada pela Lei
Complementar nº 115, de 26 de de-zembro de 2002.
§ 4º Os Estados e o Distrito Federal deverão apresentar à União, nos termos
das instruções baixadas pelo Ministério da Fazenda, as informações relativas ao
imposto de que trata o art. 155, II, declaradas pelos contribuintes que realizarem
operações ou prestações com destino ao exterior."
"Art. 92. São acrescidos dez anos ao prazo fixado no art. 40 deste Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias." "Art. 93. A vigência do disposto no art.
159, III, e § 4º, iniciará somente após a edição da lei de que trata o referido
inciso III."

"Art. 94. Os regimes especiais de tributação para microempresas e empresas de


pequeno porte próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios cessarão a partir da entrada em vigor do regime previsto no art. 146,
III, d, da Constituição."

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123
DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 4º Os adicionais criados pelos Estados e pelo Distrito Federal até a data da promulgação
desta Emenda, naquilo em que estiverem em desacordo com o previsto nesta Emenda, na
Emenda Constitucional nº 31, de 14 de dezembro de 2000, ou na lei complementar de que
trata o art. 155, § 2º, XII, da Constituição, terão vigência, no máximo, até o prazo previsto no
art. 79 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Art. 5º O Poder Executivo, em até sessenta dias contados da data da promulgação desta
Emenda, encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei, sob o regime de urgência
constitucional, que disciplinará os benefícios fiscais para a capacitação do setor de tecnologia
da informação, que vigerão até 2019 nas condições que estiverem em vigor no ato da
aprovação desta Emenda.
Art. 6º Fica revogado o inciso II do § 3º do art. 84 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias.

m) EC 44/04 . Alterou o % da CIDE art. 177 par. 4.º da União aos Estados para 29%.

n) EC 45/04 e 46/05 não produziram alterações no Sistema Tributário Nacional.

o) EC 47/05 alterou os art. 195 §9 CF e acrescentou o art. 40 §21 CF.

p) EC 48/05 não produziu alterações significativas no campo do Dir. Tributário.

q) EC 55/07 alterou o art 159, I CF, relativo à repartição de receitas.

UNIDADE IV
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
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LEI

124
DIREITO TRIBUTÁRIO

FATO
GERADOR

SUJEITO
Obrigação Trib Principal
SUJEITO PASSIVO
Prestação
ATIVO DAR:
DE

• TRIBUTO
• PENALIDADE DEVER
PECUNIÁRIA JURÍDICO
=
Obrigação Trib Acessória PRESTAÇÃO

Prestações de FAZER
Prestações de não FAZER SANÇÃO DO ATO ILÍCITO

1. Obrigação Tributária

CTN Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por


DESCUMPRIMENTO DASobjeto o pagamento
PRESTAÇÕES DE
de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
FAZER
OU NÃO FAZER = ATO ILÍCITO
§ 2º A obrigação acessória decorrente da legislação tributária e tem por objeto as prestações,
positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos
tributos.

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação


principal relativamente à penalidade pecuniária.

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125
DIREITO TRIBUTÁRIO
2. FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL

CTN Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária
e suficiente à sua ocorrência.

3. FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTARIA ACESSÓRIA

CTN Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação
principal.

4. Cararcterísticas do Fato Gerador: situação fática ou situação jurídica- vide art. 116 CTN

CTN Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os
seus efeitos:

I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias


materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;

II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída,


nos termos de direito aplicável.

5. Fato gerador subordinado a condição, segundo a disciplina do CTN (art. 117 CTN)

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126
DIREITO TRIBUTÁRIO
CTN Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em
contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:

I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;

II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do


negócio.

6. PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO OBJETIVA DO FATO GERADOR prescrito na lei (art. 118


CTN ) –

CTN Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:

I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou


terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;

II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

7. SUJEITO ATIVO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL (art.119 CTN)

Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento

8. SUJEITO PASSIVO TRIBUTÁRIO:

a) DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL

121 CTN. CTN Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:


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127
DIREITO TRIBUTÁRIO
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;

II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de


disposição expressa de lei

b) DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA ( art. 122 CTN )

CTN Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam
o seu objeto.

9. CONVENÇÕES PARTICULARES-

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo
pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito
passivo das obrigações tributárias correspondentes.

10. SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA (art. 124 e 125 CTN)

CTN Art. 124. São solidariamente obrigadas:

I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal;

II - as pessoas expressamente designadas por lei.

Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.

CTN Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:

I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;


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128
DIREITO TRIBUTÁRIO
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo
saldo;

III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos
demais.

CREDOR
TRIBUTÁRIO

DEVEDOR
DEVEDOR DEVEDOR
SOLIDÁRIO
SOLIDÁRIO SOLIDÁRIO
1
2 3

11. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA (art. 126 CTN)

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:

I - da capacidade civil das pessoas naturais;

II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do


exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus
bens ou negócios;

III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade
econômica ou profissional.

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129
DIREITO TRIBUTÁRIO
12. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO (art. 127 CTN

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da
legislação aplicável, considera-se como tal:

I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;

II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede,
ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;

III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da
entidade tributante.

§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo,
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos
bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação

.§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte


a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.

13. Responsabilidade Tributária (art. 128 a 138 CTN)

13..1. Responsabilidade segundo a doutrina ( quanto ao momento do surgimento do responsável):

a) por Substituição- o dever do responsável surge desde o momento da ocorrência do fato gerador-
art128CTN

INDÚSTRI COMERCIANT CONSUMIDOR


A E FINAL

FG01 FG02
ICMS FG 01 + ICMS FG 02

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130
DIREITO TRIBUTÁRIO
CTN Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em
caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

b) por transferência- o dever do responsável surge somente após fato intermediário, posterior a
ocorrência do fato gerador.

Abertura da sucessão partilha ou adjudicação

F.G
SUCESSORE
De cujus ESPÓLIO S

E CONJUGE
MEEIRO

b.1. A responsabilidade por transferência no CTN:

b.1.1. Responsabilidade dos Sucessores (art. 130 / 133 CTN):

b.1.1.1. (art. 130 CTN) POR SUCESSÃO IMOBILIÁRIA INTER VIVOS-

CTN Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o


respectivo preço.

b.1.1.2. (art. 131, I CTN) POR SUCESSÃO MOBILIÁRIA INTERVIVOS-

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131
DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 131. São pessoalmente responsáveis:

I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos;


(Redação dada pelo Decreto-lei nº 28, de 14.11.1966

b.1.1.3 (art.131, II, III CTN) POR SUCESSÃO CAUSA MORTIS-

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:

II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a
data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do
legado ou da meação; III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da
abertura da sucessão.

b.1.1.4. (art. 132 CTN ) POR SUCESSÃO EMPRESARIAL –

Fusão: A + B = C
Transformação: A LTDA se torna A S/A
Incorporação: A + B = A
Extinção

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas
pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas
de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer
sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.

b.1.1.5. (art. 133 CTN) POR SUCESSÃO DE FUNDO DE COMÉRCIO

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a
respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual,
responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do
ato:

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132
DIREITO TRIBUTÁRIO
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;

II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis


meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio,
indústria ou profissão.

Comentários ao art. 133 ctn:

Independentemente da continuidade da atividade por parte do alienante, o adquirente sempre


responderá pelo crédito tributário relativo a fatos geradores anteriores à aquisição do fundo de comércio

LC 118/05. Alterações recentes no CTN- Exclusão da responsabilidade do adquirente da massa falida ou


fundo de comércio adquirido:

"Art. 133. ..................................................

o
§ 1 O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação
judicial:

I – em processo de falência;

II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.

o o
§ 2 Não se aplica o disposto no § 1 deste artigo quando o adquirente for:

I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade


controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;

o
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4 (quarto) grau, consangüíneo ou
afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus
sócios; ou

III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial


com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.

o
§ 3 Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial
ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição
do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação,
somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou
de créditos que preferem ao tributário." (NR)

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133
DIREITO TRIBUTÁRIO
b.1.1.6 (art.134 / 135 CTN )-RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS: são solidariamente responsáveis
pelos tributos, caso seja impossível a cobrança sobre os contribuintes. Tais pessoas só são responsáveis pelos
atos em que intervierem ou pelas omissões a que derem causa.

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas
omissões de que forem responsáveis:

I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;

II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;

III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;

IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;

V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;

VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os


atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;VII - os sócios, no caso de
liquidação de sociedade de pessoas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter


moratório.

c) Responsabilidade por infrações (art. 136 / 138 CTN).

c.1) (art. 136 CTN ) No Direito Tributário Penal, ....


No entanto a responsabilidade será pessoal do agente quando os terceiros responsáveis do art. 134 CTN
bem como os prepostos, representantes e diretores de empresas agirem com DOLO, excesso de poder, dando
margem a infrações. ( art. 135 CTN). É pessoal do agente também a responsabilidade pelas infrações
cometidas como crime, contravenção, dolo, fraude , simulação com as devidas ressalvas ( vide art. 137 CTN ).
Neste último caso, o art. 137 tratou de crimes....Refere-se, nesta parte, ao Direito Penal Tributário, onde a regra
é a responsabilidade subjetiva – crimes dolosos-, onde o crime culposo tem que vir expresso, caso contrário
somente se admite crime doloso, o que de fato não tem previsão no Tributário.

REGRA- Direito Tributário Penal


Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação
tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e
extensão dos efeitos do ato

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134
DIREITO TRIBUTÁRIO
EXCEÇÃO-

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações


tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato
social ou estatutos:

I - as pessoas referidas no artigo anterior;

II - os mandatários, prepostos e empregados;

III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:

I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando
praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;

II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;

III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:

a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;

b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou


empregadores;

c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra


estas.

c.2) . (art. 138 CTN) Denúncia espontânea: é forma excludente da responsabilidade pela infração (multa),
desde que acompanhada do pagamento do tributo + juros de mora. Para ser espontânea, deve ser feita antes de
qualquer ato tendente à verificação da falta, relativo a procedimento de fiscalização.

Fato gerador e Início da Lançamento Dívida Ativa Ação de


cometimento de fiscalização execução Fiscal
infração

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135
DIREITO TRIBUTÁRIO

confissão da infração = ( denúncia espontânea) e pagamento integral do tributo e juros de mora

EFEITO= exclusão da responsabilidade pelas infrações

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada,


se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da
importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de
apuração.

Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de


qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

UNIDADE V
1. Crédito Tributário
É o valor que a Fazenda Pública tem o direito de exigir de um sujeito passivo determinado. Tal
valor é formalizado pelo ato administrativo do Lançamento. Vale ressaltar que o Crédito Tributário pode
compreender parcelas distintas de tributo e de penalidades pecuniárias.

2. Lançamento
É o ato que formaliza a dívida tributária já existente desde a época do fato gerador. É o momento
em que a Fazenda, formalmente, se declara credora do sujeito passivo, em relação a determinado valor
para que este possa ser exigido. Segundo o CTN, O LANÇAMENTO faz nascer o crédito tributário, isto
é, este será constituído pelo lançamento. Ao mesmo tempo, o lançamento declara um obrigação

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136
DIREITO TRIBUTÁRIO
tributária que já existe. É ato dotado de natureza jurídica declaratória da Obrigação Tributária e
constitutiva do Crédito Tributário ( à luz do CTN ).
Há na doutrina, corrente de pensamento que diz ser o Lançamento ato declaratório tanto da
obrigação quanto do crédito, estabelecendo que o Crédito Tributário surge no instante da ocorrência fato
gerador. Porém, esta não é a posição do C.T.N.

FATO GERADOR LANÇAMENTO

CONSTITUI-SE O
SURGE A
CRÉDITO
OBRIGAÇÃO
TRIBUTÁRIO
TRIBUTÁRIA
( EXIGÍVEL )
( INEXIGÍVEL )

AÇÃO DE
EXECUÇÃO
INSCRIÇÃO EM FISCAL- PELA
DÍVIDA ATIVA
PROCURADORIA
Visão Geral NA PROCURADORIA

LANÇAMENTO

VENCIMENTo

CRÉDITO Prof. Alexandre Lugon


TRIBUT.

137
DIREITO TRIBUTÁRIO
EXTRAI-SE UM
ATRIBUI AO CRÉDITO TÍTULO EXECUTIVO
TRIBUTÁRIO EXTRA JUDICIAL=
CERTIDÃO DE
PRESUNÇÃO LEGAL
DÍVIDA ATIVA
RELATIVA QUE
DE INSTRUMENTALIZA
CERTEZA E LIQUIDEZ AÇÃO DE
EXECUÇÃO

Lançamento- CTN Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o


crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso,
propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de


responsabilidade funcional.

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DO

Auto
INÍCIO FIM
Infração

NOTIFICAÇÃO
PRIMEIRO ATO REGULAR DO
DE SUJEITO PASSIVO
OFÍCIO PARA PAGAR OU

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138
DIREITO TRIBUTÁRIO
2.1. Características do lançamento segundo o CTN (art.142 CTN)

1º. ser ato privativo de autoridade administrativa


2º. verificar a ocorrência do FG
3º. determinar a matéria tributável
4º. calcular o montante devido
5º. identificar o sujeito passivo
6º. aplicar penalidade, se for o caso
7º. deve ser notificado ao sujeito passivo
8º. constituir o crédito tributário

2.2. Legislação de regência

2.2.1. Lei material -= Critério jurídico ( trata do tributo- %, FG, BC, SP): como sendo ato de mera
formalização de um direito já existente, o Lançamento rege-se pela legislação vigente à época do FG
(art. 144, caput CTN). Exceção vide art 106 CTN, caso de lei material que retroage: leis expressamente
interpretativas e leis mais benignas quanto a infrações não definitivamente julgadas ( assunto já
estudado).

Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-
se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada
Lei 01 Lei 02 LANÇAMENTO
Prof. Alexandre
exceção Lugon
REGRA

139
FG
DIREITO TRIBUTÁRIO
2.2.2. Lei processual = critério de apuração ( normas procedimentais): Em respeito ao princípio da
irretroatividade, aplica-se lei, mesmo que posterior ao fato gerador quando verse sobre normas
procedimentais. Ex: art. 144 § 1.º CTN ( normas que amplie o poder de investigação da autoridade

regra

fiscal, normas que modifiquem critérios de apuração e outras)

Lei 01 Lei 02 LANÇAMENTO


REGR

FG

Veja na outra pág.

CTN 144 § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato


gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização,
ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir
responsabilidade tributária a terceiros.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo,
desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera
ocorrido ( isso significa que tributos como IPTU, o fato gerador se prolonga ao longo do
exercícios, se diz contínuo, onde a lei vai determinar o momento da sua ocorrência para efeitos
de cálculo).

2.2.3. Valores expressos em moeda estrangeira e sua conversão: vide art. 143 CTN ( quando há
valores expressos em moeda estrangeira, trata-se de norma material, versando sobre base de cálculo,
aplicando-se, salvo lei em contrário, o câmbio vigente à época do fato gerador)

Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em
moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia
da ocorrência do fato gerador da obrigação.

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140
DIREITO TRIBUTÁRIO
2.2.4. Critério Jurídico novo: Quando a lei admite alternativas jurídicas pela autoridade fiscal, chamados
critérios jurídicos alternativos, tendo sido um destes escolhido por ato normativo da Fazenda Pública
para ser adotado, em sendo este substituído por outro critério jurídico, dentre os permitidos em lei, o
novo critério jurídico somente será aplicado a fatos geradores ocorridos a partir de sua introdução. Vide
o gráfico:

Vide art. 146 CTN ( introdução de critério jurídico novo só se aplica à fato posterior a sua introdução).

Lei 01 IN 01 ( BC=PL) IN02 ( BC= P ) LANÇAMENTO


BC pode
ser:
PL OU
PASSIV
O FG

Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa


ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do
lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a
fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.

2.3. Formas de alteração do lançamento (art. 145 CTN)

• impugnação do sujeito passivo


• recurso de ofício
• iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos em lei

CTN Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em
virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;

II - recurso de ofício;

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141
DIREITO TRIBUTÁRIO
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.

2.4. Modalidades de lançamento

I. De ofício, "ex-officio", ou direto (art.149 CTN): é aquele que ocorre sem nenhuma ou quase
nenhuma participação do sujeito passivo nas atividades que antecedem ao lançamento. Ex. IPTU

FATO LANÇAMENTO
GERADO DIRETO
R

pagamento

CTN Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos
seguintes casos:

I - quando a lei assim o determine;

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142
DIREITO TRIBUTÁRIO
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da
legislação tributária;

III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do
inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de
esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na


legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;

V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no


exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente


obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;

VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com
dolo, fraude ou simulação;

VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento
anterior;

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da


autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.

Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da
Fazenda Pública.

II. Por declaração ou misto (art. 147 CTN): aquele que é feito com base em informações prestadas pelo
sujeito passivo. É chamado também de lançamento misto. Ex. bagagem acompanhada referente ao
Imposto de Importação.

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143
DIREITO TRIBUTÁRIO
DECLARAÇÃO
LANÇAMENTO
FATO COM BASE NA
GERADOR DECLARAÇÃO

pagamento

CTN Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de
terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade
administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.

§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a


excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de
notificado o lançamento.

§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela
autoridade administrativa a que competir a revisão daquela

arbitramento da base de cálculo:

CTN Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tem em consideração, o valor ou o
preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo
regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as
declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo
ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação
contraditória, administrativa ou judicial.

III. Por homologação ou auto lançamento (art. 150 CTN): é aquele que consiste em verdadeira
confirmação, por parte da Fazenda, dos procedimentos efetuados pelo SP. Este efetua a apuração e
recolhimento do tributo de forma antecipada, sem que a autoridade tome conhecimento previamente.
Feito isso, o SP fica aguardando a homologação de seu proceder. Em não se manifestando a Fazenda
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144
DIREITO TRIBUTÁRIO
em 5 anos, contados do FG, os procedimentos são tacitamente homologados (caso de decadência). É
chamado também de auto-lançamento. Veja ilustração na outra página:

PAGAMENTO ANTECIPADO HOMOLOGAÇÃO TÁCITA

FAZENDA
PUBLICA
$

F.G

SALVO LEI EM CONTRÁRIO, 5 ANOS PARA

a homologação pode ser:

a) expressa, quando a autoridade fazendária, dentro do prazo, se manifesta no sentido de aprovar os


procedimentos do SP.
b) tácita, quando o prazo de 5 anos contados do FG se esgota sem a manifestação da autoridade (é caso
de decadência do direito da Fazenda).

CTN Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob
condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.

§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação,


praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.

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145
DIREITO TRIBUTÁRIO
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do
saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.

§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do
fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-
se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação

3. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO (ART. 151 CTN)

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

I - moratória;

II - o depósito do seu montante integral;

III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;

IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;


(Inciso incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) (Vide Medida Provisória nº 38, de 13.5.2002)

VI – o parcelamento. (Inciso incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) (Vide Medida Provisória nº 38, de
13.5.2002)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações
assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela
conseqüentes.

3.1. São situações em que a dívida tributária existe, mas a Fazenda se vê impedida de ajuizar ação de
execução fiscal sobre o sujeito passivo. Vale dizer: o crédito existe, mas, momentaneamente, sua
exigibilidade está suspensa. Terá a Fazenda que aguardar cessar a causa suspensiva, para só então cobrar
o crédito. Pelo simples fato de o sujeito passivo estar protegido de uma cobrança de sua dívida, não
significa estar dispensado de suas obrigações acessórias.

3.2. As modalidades de suspensão são: moratória, parcelamento, reclamações e recursos administrativos,


depósito do montante integral, concessão de medida liminar em mandado de segurança ou em outras
espécies de ação judicial e tutela antecipada em outras ações judiciais

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146
DIREITO TRIBUTÁRIO
FATO
GERADO LANÇAMENT
R O

Execução Fiscal

a) Moratória (art. 152/ 155 CTN): é a dilação, estabelecida por lei, do prazo para pagamento do crédito
tributário. É a criação de um novo prazo.

Art. 152. A moratória somente pode ser concedida:

I - em caráter geral:

a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira;

b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às
obrigações de direito privado;

II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por
lei nas condições do inciso anterior.

Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua


aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a
expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.

Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter
individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:

I - o prazo de duração do favor;

II - as condições da concessão do favor em caráter individual;

III - sendo caso:

a) os tributos a que se aplica;

b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I,


podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de
concessão em caráter individual;
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147
DIREITO TRIBUTÁRIO
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter
individual.

Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos
definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já
tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo.

Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito
passivo ou do terceiro em benefício daquele.

Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será
revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de
satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do
favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:

I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de


terceiro em benefício daquele;

II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.

Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da
moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do
crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o
referido direito.

Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica.
(Artigo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

o
§ 1 Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a
incidência de juros e multas. (Parágrafo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

o
§ 2 Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à
moratória. (Parágrafo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

• estabelecida por lei


• a União pode estabelecê-la para tributos estaduais ou municipais, desde que também o conceda
aos tributos federais e às obrigações de direito privado
• pode ter caráter geral ou individual
• é sempre a prazo determinado, podendo ser dividida em prestações
• pode ser regionalizada e dirigida a uma determinada classe
• não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação

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148
DIREITO TRIBUTÁRIO
• individualmente, não gera direito adquirido, podendo ser revogada de ofício.

CONCESSÃO REVOGAÇÃO
LANÇAMENT EXIGÊNCIA
MORATÓRIA MORATÓRIA

PRAZO X

Obs: Nos termos do art. 155 CTN, a moratória em caráter individual poderá ser revogada, não gerando
direito adquirido, no entanto, em se revogando a respectiva moratória, o prazo entre a concessão e a
revogação da moratória não conta como prazo prescricional quando estiverem presentes o DOLO, a
FRAUDE ou a SIMULAÇÃO. Conta-se como prazo de prescrição em situação contrária.
Em caso de dolo , fraude ou simulação, cobra-se o tributo acrescido de juros e multas.
Inexistindo dolo, fraude ou simulação, cobra-se apenas o respectivo tributo acrescido de juros.

b) O parcelamento- 151, VI CTN= É o fracionamento do respectivo pagamento. Exige lei específica.


Salvo disposição de lei em contrário, não exclui incidência de juros e multas. Vide art. 155-A C.T.N.(
exigência de lei específica )
Alterações no CTN ( LC 118/05):

"Art. 155-A. ...................................................................

o
§ 3 Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos
tributários do devedor em recuperação judicial.

o o
§ 4 A inexistência da lei específica a que se refere o § 3 deste artigo importa
na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor
em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento
inferior ao concedido pela lei federal específica." (NR)

c) Depósito do montante integral - art.151,II CTN: trata-se de uma providência que pode o sujeito
passivo tomar no curso de um processo, administrativo ou judicial, em que se discute sobre o crédito
tributário, a fim de evitar a cobrança, pois efetuado o depósito, não pode o Estado tomar qualquer
medida executiva, já que o valor do crédito discutido encontra-se garantido. O depósito não é
pressuposto da discussão, mas garantia de que o devedor não será cobrado. Tem o efeito também de
fazer estancar a fluência de acréscimos moratórios ao Crédito Tributário. Não há que se confundir o
depósito do montante integral possuidor dos efeitos acima com o depósito recursal de uma % do

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149
DIREITO TRIBUTÁRIO
Crédito Tributário, como sendo condição para se interpor um eventual recurso administrativo nos casos
em que couber.

d) Reclamações e recursos dentro do Processo Administrativo Tributário (art. 151, III CTN): pelo
simples fato de o sujeito passivo ter se socorrido da esfera administrativa para a solução da sua
inconformidade para com o crédito tributário, a Fazenda Pública fica impedida de mover ação de
Execução Fiscal. Fica suspensa a exigibilidade do crédito tributário até decisão do respectivo processo
administrativo, A impugnação ou recurso remetem a exigência a um controle interno de legalidade, isto
é, a uma revisão interna.

e) Concessão de medida liminar em mandado de segurança (art.151,IV CTN): Liminar é o provimento


emergencial dado pelo juiz, a fim de evitar a irreparabilidade do dano pelo retardamento da sentença.
Pelo referido despacho do magistrado, a Fazenda deve se abster de efetuar cobrança do crédito até que
seja julgado o mérito do mandado ou até que a liminar seja revogada. Também suspende a exigibilidade
do crédito tributário. A tutela antecipada também é decisão no curso do processo, antes da sentença, que
suspende a exigibilidade do crédito. Difere da liminar por possuir conteúdo de mérito, produzir efeitos
de sentença, apesar de não ser sentença e passível de alteração quando desta última. Tanto a liminar
quanto a tutela antecipada são passíveis de serem revogadas.

f) Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial- art.151, VI
CTN: Agora as liminares foram admitidas agora em quaisquer ações judiciais, bem como as tutelas
antecipadas.

4. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 156/174 CTN)

As modalidades de extinção do crédito estão previstas no art. 156 do CTN, em rol exaustivo.

CTN Art. 156. Extinguem o crédito tributário:

I - o pagamento;

II - a compensação;

III - a transação;

IV - remissão;
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150
DIREITO TRIBUTÁRIO
V - a prescrição e a decadência;

VI - a conversão de depósito em renda;

VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo


150 e seus §§ 1º e 4º;

VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;

IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa,


que não mais possa ser objeto de ação anulatória;

X - a decisão judicial passada em julgado.

XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.


(Inciso incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a
ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e
149.

4.1Pagamento
4.1.1. Observações especiais:

b) As multas tributárias têm caráter punitivo, não têm caráter compensatório ( STF):

Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário.

b) Pagamento de um tributo não presume pagamento de outros; pagamento de uma prestação


não presume pagamento de outras prestações anteriores.

Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento:

I - quando parcial, das prestações em que se decomponha;

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151
DIREITO TRIBUTÁRIO
II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.

c) Local de pagamento:

Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado na
repartição competente do domicílio do sujeito passivo.

d) Prazo de pagamento:

Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do
crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do
lançamento.

e) Descontos por antecipação no pagamento:

art.160 parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do
pagamento, nas condições que estabeleça.

f) Pagamento em atraso- mora:

Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja
qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e
da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.

§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por
cento ao mês.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor
dentro do prazo legal para pagamento do crédito.

g) modalidades de pagamento:

Art. 162. O pagamento é efetuado:

I - em moeda corrente, cheque ou vale postal;

II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico.

§ 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque
ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda
corrente.

§ 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado.

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152
DIREITO TRIBUTÁRIO
§ 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela,
ressalvado o disposto no artigo 150.

§ 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão
direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou
naquelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa.

§ 5º O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em


estampilha

h) Imputação de pagamento: trata-se da ordem de pagamentos de um mesmo sujeito passivo para


um mesmo sujeito ativo exigida no CTN:

créditos na condição de contribuinte / condição de responsável


contribuições de melhoria / taxas / impostos
créditos que prescreveriam mais cedo ( lançados há mais tempo )
créditos de maior valor

Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo
para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos
ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa
competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as
seguintes regras, na ordem em que enumeradas:

I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de
responsabilidade tributária;

II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos;

III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;

IV - na ordem decrescente dos montantes

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153
DIREITO TRIBUTÁRIO
Exemplo > DISPONIBILIDADE R$ 5000

TRIBUTO CONTRIBUINTE OU DATA DO MONTANTE Ordem de


RESPONSÁVEL LANÇAMENTO EXIGIDO pagamento
IR CONTRIBUINTE 1/2/00 1000 2
IPI RESPONSÁVEL 1/2/00 1000 5
ITR CONTRIBUINTE 2/2/00 1000 4
IOF CONTRIBUINTE 2/2/00 2000 3
TAXA CONTRIBUINTE 2/2/00 1000 1
FEDERAL

Obs> não haverá disponibilidade para pagar o IPI

i) Concurso de preferência: quando o devedor tiver débitos com mais de um credor, deverá ser feito
concurso de preferência ( art. 187 § único CTN ), pagando-se na seguinte ordem:
1.º União
2.º Estados, D.F , conjuntamente e pro-rata
3.º Municípios, conjuntamente e pro-rata

Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, concordata, inventário ou arrolamento.

Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de


direito público, na seguinte ordem:

I - União;

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154
DIREITO TRIBUTÁRIO
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;

III - Municípios, conjuntamente e pró rata.

Para cada credor, isoladamente, será feita a imputação de pagamento ( art. 163 CTN), quando
houver mais de um débito relativo ao mesmo credor. Veja o exemplo a seguir:

DISPONIBILIDADE DE R$ 3000

TRIBUTO CONTRIBUINTE DATA DO MONTANTE Ordem de


OU LANÇAMENTO EXIGIDO pagamento
RESPONSÁVEL
IR CONTRIBUINTE 1/2/00 1000 I
ICMS RJ RESPONSÁVEL 1/2/00 1000 II
ISS NITEROI CONTRIBUINTE 1/2/00 1000 x
ISS RJ CONTRIBUINTE 1/2/00 1000 2.º RJ
IPTU RJ CONTRIBUINTE 2/2/00 3000 4.º RJ
ITBI RJ CONTRIBUINTE 2/2/00 4000 3.º RJ
Contribuição de CONTRIBUINTE 1/2/00 1000 1.º RJ
Melhoria
Municipio RJ

4.1.2. Pagamento Indevido – Repetição de Indébito (art. 165 / 169 CTN)

Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total
ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no §
4º do artigo 162, nos seguintes casos:

I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da


legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador
efetivamente ocorrido;

II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do


montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao
pagamento;

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155
DIREITO TRIBUTÁRIO
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória

a) 1.ª hipótese: sujeito a prazo decadencial de 5 anos, contados da extinção do crédito.

CTN Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco)
anos, contados:

I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário;

Pagamento
indevido PERDA DA FACULDADE PARA
FATO
SOLICITAR RESTITUIÇÃO
GERADOR Extinção do = DECADÊNCIA- ( prova objetiva )
crédito

5 ANOS

b) 2.ª hipótese: prazo decadencial 5 anos da anulação ou reforma de decisão condenatória em


caráter definitivo:
Decisão Pagamento Anulação da PERDA DA FACULDADE PARA
Condenat. devido Decisão SOLICITAR RESTITUIÇÃO
Condenat. = DECADÊNCIA

5 ANOS

Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco)
anos, contados:

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156
DIREITO TRIBUTÁRIO
II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão
administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado
ou rescindido a decisão condenatória.

c) Prazo de repetição de indébito para tributos lançados por homologação ( posição do STJ):

c.1. Antes da alteração recente do CTN, pela LC118/05, o STJ entendia que nos
tributos sujeitos à lançamento por homologação, a extinção do crédito se daria na
data da homologação expressa ou tácita, não porém na data do pagamento
antecipado. Portanto, o prazo de repetição de indébito, previsto no art 168,I CTN,
começaria a contar não do pagamento antecipado, mas deveria começar contar 5
anos da extinção do crédito, o que se daria a partir da homologação expressa ou
tácita da Fazenda Pública.
Homologação tácita=
Pagamento antecipado
Extinção do crédito

5 anos homologação
FG

5 anos pedido de
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157
DIREITO TRIBUTÁRIO
c.2. Alteração no CTN, a partir de 10 de junho de 2005.

Alterações no CTN ( LC 118/05):


Art. 3o . Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 –
Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a
lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da
referida Lei.
O STJ recentemente passa a adotar o entendimento do CTN, no art. 3.º LC118/05, para fatos
pretéritos, desde que ação tenha sido ajuizada após a entrada em vigor desta lei, ou seja, 9/06/2005.
:
PAGAMENTO antecipado
= extinção do crédito HOMOLOGAÇÃO
TÁCITA

FG
5 anos repetição indébito após CTN
LC118/05

d) Da decisão denegatória do pedido de restituição caberá ação anulatória via judicial,


nos termos do art. 169 CTN, sujeita a prazo prescricional de 2 anos.
Da
Extinção Pedido Perda do
do crédito de Denegação prazo
ou da restituição Da para a
anulação
restituição ação
anulatória

prazo decadencial prazo prescricional


5 anos 2 anos

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158
DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a
restituição.

Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando
o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial
da Fazenda Pública interessada.

e) Vale ressaltar dois dispositivos importantes:

e.1. art. 166 CTN- A restituição de tributo indireto exige prova da autorização pelo 3.º que
desembolsou o tributo ao contribuinte de direito para que este possa solicitar a restituição; caberia
também somente no caso do contribuinte de direito provar não transferido o encargo tributário referente
à parcela indevida efetivamente paga.

Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo
encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no
caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.

e.2. art. 167 CTN- A restituição de tributo indevido concedida pela autoridade fiscal gera restituição
proporcional dos juros de mora, multa de mora, exceto das multas de caráter formal não prejudicadas
pela restituição. Vale ressaltar que a concessão da restituição gera fluência de juros não capitalizáveis a
partir da data em que se tornar definitiva a decisão concessiva da restituição.

Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos
juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal
não prejudicadas pela causa da restituição.

Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da
decisão definitiva que a determinar

4.2. Compensação (art. 170 CTN): ocorre, em havendo lei autorizadora, quando Fazenda Pública e
sujeito passivo são credores e devedores, reciprocamente. Existe o crédito tributário (cujo devedor é o
sujeito passivo) e um outro crédito de outra natureza (cuja devedora é a Fazenda). O Crédito Tributário é
líquido, certo e vencido; enquanto o outro crédito, do sujeito passivo, é líquido, certo, vencido ou

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159
DIREITO TRIBUTÁRIO
vincendo. Nos créditos vincendos cabe desconto de no máximo 1% ao mês. Permite-se a composição de
dívidas, abatendo-se pelos respectivos valores e extinguindo-se o crédito tributário. Não se admite
compensação de créditos objeto de contestação judicial ( vide art. 170-A CTN).

Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em
cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários
com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda
pública.

Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos
deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a
correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da
compensação e a do vencimento.

Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de


contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão
judicial. (Artigo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

4.3. Transação (art.171 CTN): ocorre, em havendo lei autorizadora, quando Fazenda Pública e sujeito
passivo terminam litígio, mediante concessões recíprocas. Na transação, as partes celebram acordo,
pondo fim a um litígio. Aqui só existe o crédito tributário e as partes cedem dos dois lados. Ex.: a
Fazenda aceita receber um pouco menos do que lhe é devido e o sujeito passivo abre mão do seu direito
de recorrer a instâncias superiores. Há concessões recíprocas, nos termos da lei ! Não há composição de
dívidas, pois o sujeito passivo não tem crédito a exigir da Fazenda Pública.

Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da
obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em
determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário.

Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada
caso.

4.4. Remissão (art. 172 CTN): é o perdão da dívida relativa a crédito cujo fato gerador e respectivo
lançamento já aconteceram. Refere-se a dívidas já existentes. É o perdão do tributo ou da infração já
lançados, isto é, do Crédito Tributário. Só pode ser concedida por lei específica (art.150, §6º, CF).

Lançamento
(fato gerador LEI QUE
de tributo ou CONCEDE
infração) PERDÃO DO
Prof. Alexandre Lugon CRÉDITO
TRIBU-

160
DIREITO TRIBUTÁRIO

Crédito Tributário
TRIBUTO e/ou
MULTA

Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à situação
econômica do sujeito passivo; II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a
matéria de fato; III - à diminuta importância do crédito tributário; IV - a considerações de
eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; V - a condições
peculiares a determinada região do território da entidade tributante. Parágrafo único. O
despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o
disposto no artigo 155

Deve-se fazer uma diferença entre REMISSÃO, ISENÇÃO E ANISTIA. Vide Capítulo da Exclusão do
Crédito Tributário. Observe os gráficos a seguir sobre Isenção e Anistia:

EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO- ISENÇÃO E ANISTIA- art. 175 CTN

ISENÇÃO - TRIBUTOS

FATO
GERADOR
EXCLUÍDO O
CRÉDITO
ANISTIA- INFRAÇÕES TRIBUTARIO
UNIÃO NOS
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161
DIREITO TRIBUTÁRIO
Lei de
ANISTIA VEDADO O
LANÇAMENTO

VEDADA A
CONSTITUIÇÃO DO
CRÉDITO
TRIBUTARIO
INFRAÇÃO REFERENTE A
MULTA

4.5. Decadência: enfocado como modalidade de extinção do crédito tributário, é o evento que retira da
Fazenda Pública o direito de constituir o crédito tributário, por não tê-lo exercido dentro do prazo
previsto na lei. É o fenômeno que corresponde a perda do direito de lançar. O prazo decadencial é
sempre de cinco anos, variando caso a caso o momento do início da contagem.

a) Primeira modalidade: art. 150 CTN – Lançamento por homologação: se refere a tributos lançados por
homologação (homologação tácita): contam-se 5 anos ( salvo disposição de lei em contrário), a partir da
data do fato gerador. ( vide desenho na pagina de lançamento por homologação)

PAGAMENTO ANTECIPADO HOMOLOGAÇÃO

DECADÊNCIA
$

F.G
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SALVO LEI EM CONTRÁRIO, 5 ANOS PARA


162
DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua
ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob
condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.

§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação,


praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.

§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do


saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.

§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do
fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-
se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

b) Segunda modalidade: art. 173, I CTN– Contagem de decadência para casos de Lançamento Direto
ou de ofício e Lançamentos por declaração:

b.1.) é a regra geral: são contados 5 anos a partir do 1º/01/do exercício subseqüente ao exercício em
que o lançamento já poderia ter sido efetuado.

5 ANOS

FG

2001 2002

Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco)
anos, contados:

I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;

b.2.) art. 173, II CTN – para casos em que haja a anulação do lançamento anteriormente efetuado por
vício formal: contam-se 5 anos da data em que se tornar definitiva a decisão que anular, por vício
formal, o lançamento anterior.
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163
DIREITO TRIBUTÁRIO
ANULAÇÃO L1 (vício
L1

5 ANOS

Novo prazo decadencial

Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco)
anos, contados:.....................II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver
anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.

b.3.) art. 173, § único CTN – para os casos em que houver notificação de medida preparatória do
lançamento: conta-se da data da notificação. Só tem o efeito de antecipar o início da contagem do
prazo, caso não tenha ainda se iniciado ( 5 anos )

MP
5 anos

FG

2001 2002

Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco)
anos, contados:

Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso
do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito
tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao
lançamento

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164
DIREITO TRIBUTÁRIO
b.4) As Contribuições da Seguridade Social têm regras especiais estabelecidas na Lei 8212/91
(contam-se 10 anos de prazo decadencial do exercício seguinte àquele em que poderia ter lançado). Vale
a ressalva, apesar das críticas dos doutrinadores ao mencionado dispositivo.

Lei 8212/91. art. 45 “ O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue-se após
10 anos contados:
I. do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído.
II. Da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, a
constituição de crédito anteriormente efetuada.

b.5) Quanto ao IR, o prazo decadencial é contado 5 anos, do exercício seguinte ao período base ( ano
calendário ) ,no entanto há situações especiais, dente as quais, contam-se 5 anos do anos subseqüente ao
período base, diante da ausência de declaração ( art. 173, I CTN )

Fato gerador
complexo
5 anos de prazo decadencial
Período Ano
base declaração de
ajuste

4.6. Prescrição (art.174 CTN): é o evento que retira da Fazenda Pública o direito de ação de cobrança
do crédito tributário que foi regularmente constituído, por não ter o credor exercido tal direito dentro do
prazo que lei assina. O prazo prescricional configura a perda de direito subjetivo da Fazenda Pública,
por inércia no prazo legal, impedindo o ajuizamento da ação de execução fiscal.

Veja o quadro ilustrativo da PRESCRIÇÃO:

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165
DIREITO TRIBUTÁRIO
PRESCRIÇÃO

CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA
DO CRÉDITO TRIBUTARIO

AÇÃO DE EXECUÇÃO
FISCAL – pretensão de
exigir

PRAZO PRESCRICIONAL

CTN. Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos,
contados da data da sua constituição definitiva

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166
DIREITO TRIBUTÁRIO
Prescrição- 5 anos

Credito definit. constituido

Prescrição- anos
decadênncia

Credito T. Impugnação Decisão definitiva adm.


administrativa
Credito def. constituido
Anotações do aluno:

Sala de aula

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167
DIREITO TRIBUTÁRIO
4.6.1. Vale ressaltar que a data da constituição definitiva do crédito tributário pode se verificar em duas
hipóteses, segundo entendimento do STF:
a) na data da notificação de lançamento não impugnado;
b) na data em que se tornar definitiva a decisão administrativa que julgar o lançamento, objeto de
impugnação administrativa.
Decisão do STF

Ag. 113.044-0/RJ. STF “ ... o período entre a Lavratura do Auto de Infração e o decurso do prazo legal
para interposição de recursos, ou, interpostos estes, até decisão definitiva na esfera administrativa, não
se conta como prazo de decadência e ainda não se iniciou o prazo prescricional.”

4.6.2. Súmula importante do TFR ( contrapõe-se ao STF, não devendo ser usada na prova):

súmula 153 "Constituído no quinquênio, através de auto de infração ou notificação de lançamento, o


crédito, não há que falar em decadência, fluindo, a partir daí, em princípio, o prazo prescricional, que,
todavia, fica suspenso, até que sejam decididos os recursos administrativos". O STJ não mais referenda
a presente súmula, adotando a atual posição do STF.

4.6.3. As Contribuições da Seguridade Social têm regras especiais estabelecidas na Lei 8212/91
(contam-se 10 anos de prazo prescricional da constituição definitiva do crédito tributário ). Vale
a ressalva, apesar das críticas dos doutrinadores ao mencionado dispositivo.

Art. 46 Lei 8212/90: “Os direitos de cobrar os créditos da Seguridade Social, constituídos na forma do
artigo anterior ( art. 45 ), prescreve em 10 anos.”

4.6.4. A inscrição do crédito em dívida ativa suspende o prazo prescricional por 180 dias, ou até a
distribuição da execução se esta se der antes (art. 2º, §2º, da Lei 6.830/80).

4.6.5. Interrupção da prescrição:

174 Parágrafo único. A prescrição se interrompe:

I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;

II - pelo protesto judicial;

III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do
débito pelo devedor.

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168
DIREITO TRIBUTÁRIO
4.7. Ação de consignação em pagamento (art. 164 CTN): é a medida judicial de que dispõe o devedor, a
fim de compelir o credor a receber o que lhe é devido. Na ação de consignação em pagamento
(pagamento em juízo), o devedor quer pagar o que deve, mas não consegue pelas vias normais, em
virtude de exigências ilegais e descabidas do credor. A ação de consignação não serve para discutir o
quantum do crédito ou a sua legitimidade. Só cabe discutir questões formais do recebimento do tributo.

É cabível apenas nos casos de:


1º. recusa do recebimento
2º. subordinação do recebimentos ao pagamento de outro tributo, multa, cumprimento de
obrigação acessória ou exigência administrativa sem base legal.
3º. Exigência por mais de uma Fazenda Pública de um mesmo tributo relativo ao mesmo FG.

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito
passivo, nos casos:

I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de


penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;

II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem


fundamento legal;

III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um
mesmo fato gerador.

§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar.

§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância


consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte,
cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

4.7. Pagamento antecipado sob condição resolutória de ulterior homologação (art. 156, VII CTN):
refere-se ao s tributos lançados por homologação, em que o sujeito passivo apura e recolhe o
tributo, e fica aguardando a homologação, isto é, a aprovação pela Fazenda Pública. Em esta
acontecendo, fica o sujeito passivo definitivamente desobrigado e o Crédito Tributário
definitivamente extinto. Para o STF, conforme já comentado, a extinção fica aguardando a
homologação da Fazenda. No entanto, a nosso ver, como o CTN refere-se a este dispositivo,
afirmando que a extinção do crédito se dá com o pagamento antecipado, sob condição resolutória
de ulterior homologação, poderíamos aferir que a homologação é causa de desfazimento dos
efeitos que já se produzem desde o pagamento antecipado, ou seja, o que extingue o crédito é o
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169
DIREITO TRIBUTÁRIO
pagamento antecipado. Na verdade, em havendo homologação, os efeitos estão mantidos, caso
contrário, dá-se a resolução ( desfazimento dos efeitos do pagamento ), isto é, não havendo
homologação, não haveria de se cogitar de extinção do crédito. Em resumo, para o STJ, a
homologação é fator de extinção, não o pagamento antecipado e este seria o gabarito da prova.
Quanto ao prazo de repetição de indébito, já objeto de comentários anteriores, vale ressaltar que o
CTN sofreu recente alteração da LC 118/05.

Alterações no CTN ( LC 118/05):


Art. 3 Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 –
o

Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a
lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da
referida Lei.

4.9 Conversão de depósito em renda (art.156, VI CTN): se dá quando o sujeito passivo se dá por
vencido em processo em que tenha havido depósito do montante integral (administrativo ou judicial), eis
que o valor depositado se converte em renda para a Fazenda Pública vencedora. A conversão do
depósito em renda, após a decisão desfavorável ao sujeito passivo, extingue o crédito.

4.10 Decisão administrativa irreformável (art. 156, IX CTN): Considera-se definitiva aquela decisão
administrativa favorável ao sujeito passivo, reconhecendo a improcedência do crédito em última
instância na esfera administrativa. Com isso, o crédito é fulminado sem ser pago. O CTN considera
irreformável a decisão definitiva da qual não cabe mais ação anulatória, isto é, aquela que não mais
poderá ser modificada na esfera judicial por perda do prazo para fazê-lo.

4.11. Decisão judicial passada ou transitada em julgado (art. 156, X CTN): é aquela decisão favorável
ao sujeito passivo, reconhecendo a improcedência do crédito em última instância na esfera judicial. Com
isso, o crédito é fulminado sem ser pago, considerando-se extinto a partir de então.

4.12. Dação em pagamento em bens imóveis ( art. 156, XI CTN ): trata-se da quitação do crédito
mediante entrega de bem imóvel. Depende de autorização legislativa do ente titular da competência
tributária, fazendo-se a sua previsão na lei do respectivo tributo.

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170
DIREITO TRIBUTÁRIO
5. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 175/182 CTN)

Art. 175. Excluem o crédito tributário:

I - a isenção;

II - a anistia.

Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações
acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.

5.1. São situações em que a Fazenda Pública está impedida de constituir o crédito tributário mediante
lançamento. A Fazenda fica impedida de efetuar o lançamento, muito embora aconteça o fato gerador de
tributo ou a infração geradora de obrigação tributária principal.

5.2. A exemplo do que acontece nos casos de suspensão, a exclusão do crédito tributário não significa
dispensa das obrigações acessórias.

5.3. Destacam-se como modalidades de exclusão do crédito tributário: isenção e anistia


a) Isenção (art. 176/179 CTN): é a dispensa do pagamento do tributo estabelecida em lei específica (art.
150, §6º, CF), relativo a fato gerador posterior a vigência da lei isentiva.

LEI VEDADO O
ISENÇÃO LANÇAMENTO
DO TRIBUTO

FATO
GERADOR

EXCLUÍDO O
CRÉDITO
TRIBUTARIO
UNIÃO NOS

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171
DIREITO TRIBUTÁRIO
a. podem ser, regra geral, suprimidas a qualquer tempo mediante lei posterior.
b. podem ser concedidas em caráter geral ou individual ( nesta última hipótese, exige lei e despacho
administrativo em caráter individual.)
c. obs: isenção será por lei específica , salvo ICMS, sendo usado o Convênio. Vide art. 150 § 6.º
C.F; 155 § 2.º ,XII, g C.F e 34 §8.º ADCT
d. as isenções irrevogáveis são aquelas que são concedidas a prazo determinado e sob condições
(chamadas de isenções onerosas) - art. 178 CTN

Da revogação da isenção:

REGRA PRINCIPAL

ISENÇÃO QUANTO À REVOGAÇÃO


POR PRAZO E SOB CONDIÇÕES SOMENTE AO FINAL DO PRAZO
( portanto o prazo será respeitado)
= ISENÇÃO IRREVOGÁVEL NO PRAZO

REGRA SUBSIDIÁRIA

ISENÇÃO QUANTO À REVOGAÇÃO

PARA IMPOSTOS SOBRE O PATRIMÕNIO Revogável nos moldes do ART. 104,III CTN
E A RENDA
DEMAIS TRIBUTOS POR PRAZO CERTO Revogável DE IMEDIATO a partir da entrada
Sem condições em vigor - LICC
DEMAIS TRIBUTOS SOB CONDIÇÕES Revogável DE IMEDIATO a partir da entrada
Sem prazo certo em vigor - LICC

Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que
especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica
e, sendo caso, o prazo de sua duração.

Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade
tributante, em função de condições a ela peculiares.

Prof. Alexandre Lugon

172
DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:

I - às taxas e às contribuições de melhoria;

II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.

Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas
condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no
inciso III do art. 104. (Redação dada pela Lei Complementar nº 24, de 7.1.1975)

Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por
despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para
concessão.

§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo
será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos
a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade
do reconhecimento da isenção.

§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o
disposto no artigo 155.

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173
DIREITO TRIBUTÁRIO
b) Anistia (art. 180/182 CTN): é o perdão do ato ilícito cometido e consequentemente o perdão da
sanção respectiva. É a dispensa do pagamento da multa, estabelecida por lei específica (art.150, §6º,
CF). Há o fato gerador, mas a lei proíbe o lançamento. Trata-se, portanto, de uma hipótese de exclusão
do crédito tributário.

Lei de
ANISTIA VEDADO O
LANÇAMENTO

VEDADA A
CONSTITUIÇÃO DO
CRÉDITO
TRIBUTARIO
INFRAÇÃO REFERENTE A
MULTA

Considerações sobre a ANISTIA:

• não se aplica a infrações ocorridas posteriormente à vigência da lei da anistia, somente a


infrações que já tenham sido cometidas antes da vigência da respectiva lei.
• não se aplica a infrações tributárias que, ao mesmo tempo, sejam tipificadas como crimes ou
contravenções
• não se aplica a infrações tributárias que tenham sido cometidas mediante dolo, fraude ou
simulação por parte do sujeito passivo
• salvo disposição de lei, não se aplica a casos de conluio
• pode ser concedida em caráter geral ou individual.

Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da


lei que a concede, não se aplicando:

I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro
em benefício daquele;

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174
DIREITO TRIBUTÁRIO
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais
pessoas naturais ou jurídicas.

Art. 181. A anistia pode ser concedida:

I - em caráter geral;

II - limitadamente:

a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;

b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou


não com penalidades de outra natureza;

c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela


peculiares;

d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja
fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.

Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por
despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua
concessão. Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido,
aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155

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175
DIREITO TRIBUTÁRIO
6. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO

6.1 Garantias do Crédito (art. 183 / 185 CTN e 191 a 193 CTN):

a) Garante o crédito a universalidade dos bens e rendas do sujeito passivo, salvo os bens declarados por
lei como absolutamente impenhoráveis. Os bens gravados com cláusula de impenhorabilidade,
inalienabilidade ou incomunicabilidade também serão garantias do crédito tributário! Art. 183 e 184
CTN

Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas nese Capítulo ao crédito tributário não exclui
outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características
do tributo a que se refiram.

Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza
deste nem a da obrigação tributária a que corresponda.

Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos
em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de
qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data
da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei
declare absolutamente impenhoráveis.

b) Presunção de fraude à execução: enseja presunção absoluta ( "juris et de jure" ) de fraude à Fazenda
Pública, o fato de o sujeito passivo, após a inscrição em dívida ativa, alienar/ onerar ou começar a
alienação / oneração de seus bens, sem reservar valores suficientes para a quitação do crédito, art. 185
CTN

DÍVIDA ATIVA -LC118/05

FRAUDE

ALIENAÇÃO/ONERAÇÃO

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176
DIREITO TRIBUTÁRIO
b.1. PRESUNÇÇÃO LEGAL DE FRAUDE À FAZENDA PÚBLICA:

Art. 1o LC 118-05 A Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, passa a
vigorar com as seguintes alterações:

Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito
passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida
ativa.
•Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo
devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita." (NR)

b.2. ) Texto novo – alterações no CTN ( LC 118/05): PENHORA ELETRÔNICA

"Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não


pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem
encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de
seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio
eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de
transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às
autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a
fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem
judicial.

§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao


valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da
indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite.

§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o


caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada
dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido."

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177
DIREITO TRIBUTÁRIO
c) Também são garantias do Crédito Tributário- art. 191 a 193 CTN ( simples leitura):

"Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos." (NR)

"Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de


todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei."

Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova
da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas.

Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da
administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua
autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o
contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda
Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre.

6.2 Privilégios do Crédito (art. 186 / 190 CTN):

Preferências

"Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o
tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho
ou do acidente de trabalho.

Parágrafo único. Na falência:

I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias


passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real,
no limite do valor do bem gravado;

II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos


decorrentes da legislação do trabalho; e

III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados." (NR)

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178
DIREITO TRIBUTÁRIO
"Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores
ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.

Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de


direito público, na seguinte ordem:

I - União;

II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;

III - Municípios, conjuntamente e pró rata.

"Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores


ocorridos no curso do processo de falência.

Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou


arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a
cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou
arrolamento.

Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-se-á na forma do disposto no § 1º do


artigo anterior.

Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou
vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária,
exigíveis no decurso da liquidação

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179
DIREITO TRIBUTÁRIO
6.2.1. Vide art. 186 CTN

a) VIDA NORMAL DA EMPRESA: 1.º créditos da legislação do trabalho e acidente do trabalho ,


2.º créditos tributários, depois os demais

Vida normal da empresa

1. credito leg. Trabalhista e


acidente trabalho
2. credito tributário

FG

PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO


ANTES DA LC 118/05
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da
constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho.

DEPOIS DA LC 118/05
Art. 1o LC 118-05 A Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, passa a
vigorar com as seguintes alterações:•

"Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o
tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do
ACIDENTE DE TRABALHO. *

A REGRA PERMANECE A MESMA...


LC118/05
CRÉDITO TRIBUTÁRIO SOMENTE NÃO PREFERE APENAS AOS CRÉDITOS TRABALHISTAS

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180
DIREITO TRIBUTÁRIO
b) Para a empresa para a qual tenha sido decretada a Falência, surgem regras novas, para fatos
anteriores. ( LC 118/05);

PORÉM NA FALÊNCIA HÁ REGRAS NOVAS


Art. 1o LC 118-05 A Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, passa a
vigorar com as seguintes alterações:

186 Parágrafo único CTN NA FALÊNCIA:


•I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de
restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem
gravado;
•II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da
legislação do trabalho;
•III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados." (NR)

EMPRESA QUE SOFREU DECRETAÇÃO DA FALENCIA ( para fatos anteriores à decretação da


falência- art. 186 par único CTN- ) 1. créd leg. Trabalhista e acidente do trabalho, 2.o créditos com
garantia real, 3. créditos tributários, 4. outros ( art. 83 LEI DE FALÊNCIAS Lei 111010/05)

EMPRESA QUE SOFREU DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA ( para fatos geradores ocorridos após a
decretação da falência, ou seja, para os encargos da massa falida, agora chamados créditos extra
concursais ): 1.º créditos legisl trabalho e acidente do trabalho, 2.º tributários , 3 os demais (Vide novo
art. 188 CTN e art. 84 e 85 Lei 11101/05- vide em págs. posteriores)

Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos


geradores ocorridos no curso do processo de falência.

....................................................................................." (NR)

veja ilustração a seguir

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181
DIREITO TRIBUTÁRIO
Decretação fAfalência Liquidação
massa

FG FG

1. credito leg.trabalh e
acidente trabalho
1. créd. Trabalhista
2. créd garantia real
2. créd. Tributário
3. créd. Tributário
4. outros

Portanto, em resumo:

1.º pagam-se os créditos extraconcursais e os passíveis de restituição


2.º pagam-se os créditos por fatos ocorridos antes da decretação da falência

6.2.2. Obs: atentar para a preferência do crédito tributário prevista nos art. 189 a 190 CTN inclusive, em
caráter excepcional , aos créditos trabalhistas. Isto é, para os fatos geradores ativados no período do
inventário ou após a liquidação, por exemplo, os créditos tributários preferem, inclusive, aos créditos
trabalhistas. Não houve alterações na LC118/05.

6.2.3. O crédito tributário não se sujeita a concurso de credores, nem à habilitação em inventários,
arrolamento, recuperação judicial, falência ou concordata.art. 187 CTN. Será executado em juízo
próprio.

Alterações introduzidas no CTN ( LC 118/05)

Texto antigo antes da LC 118/05


Art. 187.CTN A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, concordata, inventário ou arrolamento.
Art. 1o LC 118-05 A Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, passa a
vigorar com as seguintes alterações:

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182
DIREITO TRIBUTÁRIO
•"Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou
arrolamento.•.........................................................................................." (NR)

6.2.4. Existe ordem de preferência dos créditos entre as pessoas jurídicas de direito público (art. 187, §
único, CTN e art.29, Lei 6,830/80): já foi feito problema numérico quando do estudo do pagamento,
vide art. 163 CTN. O STF já se pronunciou pela constitucionalidade do dispositivo.

Trata-se de Concurso de Preferência:

União e suas autarquias


Estados, DF e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata
Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata

LEI 11101/ 05 LEI DE FALÊNCIAS:

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:

I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-


mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;

II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;

III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as


multas tributárias;

IV – créditos com privilégio especial, a saber:

a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;

b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;

c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia;

V – créditos com privilégio geral, a saber:

a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;

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183
DIREITO TRIBUTÁRIO
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;

c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;

VI – créditos quirografários, a saber:

a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;

b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu
pagamento;

c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido
no inciso I do caput deste artigo;

VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas,
inclusive as multas tributárias;

VIII – créditos subordinados, a saber:

a) os assim previstos em lei ou em contrato;

b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.

§ 1o Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor do bem objeto
de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação em
bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado.

§ 2o Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao recebimento de sua
parcela do capital social na liquidação da sociedade.

§ 3o As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as obrigações neles
estipuladas se vencerem em virtude da falência.

§ 4o Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários.

Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os
mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:

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184
DIREITO TRIBUTÁRIO
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da
legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a
decretação da falência;

II – quantias fornecidas à massa pelos credores;

III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto,
bem como custas do processo de falência;

IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida;

V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos
termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores
ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.

Seção III

Do Pedido de Restituição

Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do
devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição.

Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao
devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada

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185
DIREITO TRIBUTÁRIO
UNIDADE VI

1. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

1.1. Fiscalização (art. 194 / 200 CTN)

a) Regulamentação da competência administrativa:

Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou
especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes
das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação.

b) Incidência da Legislação Tributária:

194 Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou
jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de
caráter pessoal.

c) Não eficácia de normas limitadoras de Fiscalização:

Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais
excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos,
papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da
obrigação destes de exibi-los.

d) Guarda de livros fiscais e comerciais:

195 Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes


dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos
tributários decorrentes das operações a que se refiram.

e) Lavratura de Termo de Início de Fiscalização:

Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de


fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na
forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.

Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que possível, em
um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, à pessoa
sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere este artigo.

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186
DIREITO TRIBUTÁRIO
f) Intimação para prestação de informação à autoridade administrativa:

Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas
as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros:

I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;

II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;

III - as empresas de administração de bens;

IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;

V - os inventariantes;

VI - os síndicos, comissários e liquidatários;

VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício,
função, ministério, atividade ou profissão.

Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de informações
quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em
razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

g) Sigilo Fiscal:

Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da
Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a
situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o
estado de seus negócios ou atividades. (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

o
§ 1 Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes:
(Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; (Inciso incluído pela Lcp nº 104,
de 10.1.2001)

II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que


seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade
respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por
prática de infração administrativa. (Inciso incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001

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187
DIREITO TRIBUTÁRIO
o
§ 2 O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado
mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade
solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo.
(Parágrafo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

o
§ 3 Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Redação dada pela Lcp nº 104, de
10.1.2001)

I – representações fiscais para fins penais; (Inciso incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Inciso incluído pela Lcp nº 104, de
10.1.2001)

III – parcelamento ou moratória. (Inciso incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de
informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio.

Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou


convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação
e da fiscalização de tributos. (Parágrafo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

h) Requisição de auxílio da força pública:

Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio da força pública
federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no
exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação
tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção.

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188
DIREITO TRIBUTÁRIO
AÇÃO DE
EXECUÇÃO
INSCRIÇÃO EM FISCAL- PELA
1.2. Dívida Ativa DÍVIDA ATIVA
PROCURADORIA
NA PROCURADORIA
LANÇAMENTO

vencimento

CRÉDITO
TRIBUT.
EXTRAI-SE UM
ATRIBUI AO CRÉDITO TÍTULO EXECUTIVO
TRIBUTÁRIO EXTRA JUDICIAL=
CERTIDÃO DE
PRESUNÇÃO LEGAL
DÍVIDA ATIVA
RELATIVA QUE
DE INSTRUMENTALIZA
CERTEZA E LIQUIDEZ AÇÃO DE
EXECUÇÃO

a) Conceito de dívida ativa:

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente
inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para
pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.

Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez
do crédito.

b) Requisitos para o Termo de Inscrição em dívida ativa:

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará
obrigatoriamente:

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189
DIREITO TRIBUTÁRIO
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o
domicílio ou a residência de um e de outros;

II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;

III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja
fundado;

IV - a data em que foi inscrita;

V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.

Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da
folha da inscrição.

b.1) Requisitos para o Termo de Inscrição em Dívida Ativa:

Mediante intimação escrita da autoridade fiscal, os tabeliães, instituições financeiras,


administradoras de bens, inventariantes, síndicos, comissários e quaisquer outras
entidades ou pessoas são obrigadas a prestar ao fisco informações sobre bens e negócios
de terceiros, nos termos do art.197CTN No entanto, o CTN protege aqueles que, em
razão da lei são obrigados, a guardar segredo funcional. Nesta hipótese, somente com
autorização judicial.

Vale ressaltar que a Lei Complementar 105/01 passou a autorizar a quebra do sigilo
bancário mediante solicitação da autoridade fiscal, independentemente de autorização
judicial. Vale a pena a leitura desta lei!!!

c) Nulidade da Inscrição em dívida ativa:

Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles
relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a
nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da
certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que
somente poderá versar sobre a parte modificada.

d) Certidão de Dívida Ativa:

Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito
de prova pré-constituída.

Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova
inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.

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190
DIREITO TRIBUTÁRIO
e) Certidões Negativas

Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível,
seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha
todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de
negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.

Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido
requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na
repartição.

f) Certidão Positiva com efeitos de negativa:

Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a
existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido
efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

g) Dispensa de Certidão Negativa:

Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de


quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para
evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo
porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja
responsabilidade seja pessoal ao infrator.

h) Responsabilidade diante de erro em certidão negativa:

Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda
Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros
de mora acrescidos.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade criminal e funcional que
no caso couber.

i) Outras observações:

Art. 209. A expressão "Fazenda Pública", quando empregada nesta Lei sem qualificação,
abrange a Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

j) Prazos processuais:

Art. 210. Os prazos fixados nesta Lei ou legislação tributária serão contínuos, excluindo-se na
sua contagem o dia de início e incluindo-se o de vencimento.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na repartição
em que corra o processo ou deva ser praticado o ato.

j. O CTN prevê norma geral sobre contagem dos prazos processuais em seu art. 210,
cujo teor foi repetido pelo art. 5.º do Decreto 70235/72:

“Os prazos serão contínuos, excluindo-se na contagem o dia de início e incluindo-se o dia
de vencimento”.
“Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal no órgão em que corra
o processo ou deva ser praticado o ato”.

Tradução do mencionado dispositivo:


a) Início do prazo - “dies a quo”: trata-se sempre do dia em que se considera
regularmente notificado o sujeito passivo. Este dia será excluído da contagem.
b) Fim do prazo -“dies ad quem”: último dia para se praticar o ato processual.
Este dia será incluído na contagem.
c) Prazo contínuo: iniciada a contagem, esta não mais se interrompe (incluindo-se
os finais de semana, feriados) até o seu dia final.
d) Início de prazo e início de contagem / Final de prazo e final de contagem:
esses termos iniciais e finais de prazo e de contagem deverão ocorrer em dia de
expediente normal. Dia de expediente normal é aquele em que a repartição
funcionou em seu horário habitual de expediente.

Portanto, não são considerados dias de expediente normal os dias de ponto


facultativo, dias de meio expediente, dias marcados por anormalidades (greves, falta de
energia elétrica, etc...) que prejudiquem o expediente normal. Observa-se que o dia útil
pode não ser um dia de expediente normal. Intimação feita em dia que não seja de
expediente normal considera-se realizada no primeiro dia de expediente normal
subseqüente. Por exemplo, tendo sido notificado o sujeito passivo num sábado,
considerar-se-á notificado na segunda-feira, com início da contagem do prazo processual
na terça-feira, pois exclui-se o inicio do prazo da respectiva contagem.
O final do prazo, coincide com o final da contagem. No entanto, se o final do prazo cair
num dia que não seja de expediente normal, considerar-se-á automaticamente prorrogado
para o dia de expediente normal subseqüente:

VISÃO GERAL

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192
DIREITO TRIBUTÁRIO
INTIMAÇÃO
=
2.ª à 6.ª feira INÍCIO DE PRAZO
com expediente
normal

INICÍO DA CONTAGEM

2.ª à 6.ª. feira


incluindo-se CONTAGEM
sábados, domingos, feriados, dias de meio expediente, dia ININTERRUPTA
sem expediente normal.

FIM DO PRAZO
=
2.ª à 6.ª feira FIM DA CONTAGEM
com expediente
normal

EX: INTIMAÇÃO DIA 10/04 - 4O.feira.


• inicio do prazo -10/04
• inicio da contagem- 11/04
• prazo para impugnar- 30 dias
• fim do prazo = fim da contagem - 10/05

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DIREITO TRIBUTÁRIO
INÍCIO DE CONTAGEM DO PRAZO
Quinta- intimação
feira expediente

Sexta- normal inicio de contagem intimação


feira

Sábado intimação

Domingo intimação

Segunda- inicio da contagem


feira expediente
normal
Terça inicio de
-feira contagem

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194
DIREITO TRIBUTÁRIO
TÉRMINO DE CONTAGEM DE PRAZOS
fim do prazo
Quinta- =
feira
fim da contagem

expediente fim do prazo


Sexta- normal =
feira fim de contagem

fim do prazo
Sábado

Domingo fim do Prazo

segunda- expediente fim da contagem


feira normal

k) demais comentários:

Art. 211. Incumbe ao Conselho Técnico de Economia e Finanças, do Ministério da Fazenda,


prestar assistência técnica aos governos estaduais e municipais, com o objetivo de assegurar a
uniforme aplicação da presente Lei.

Art. 212. Os Poderes Executivos federal, estaduais e municipais expedirão, por decreto, dentro
de 90 (noventa) dias da entrada em vigor desta Lei, a consolidação, em texto único, da
legislação vigente, relativa a cada um dos tributos, repetindo-se esta providência até o dia 31 de
janeiro de cada ano.

Art. 213. Os Estados pertencentes a uma mesma região geo-econômica celebrarão entre si
convênios para o estabelecimento de alíquota uniforme para o imposto a que se refere o artigo
52.

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195
DIREITO TRIBUTÁRIO
Parágrafo único. Os Municípios de um mesmo Estado procederão igualmente, no que se refere
à fixação da alíquota de que trata o artigo 60.

Art. 214. O Poder Executivo promoverá a realização de convênios com os Estados, para excluir
ou limitar a incidência do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, no
caso de exportação para o exterior.

Art. 215. A lei estadual pode autorizar o Poder Executivo a reajustar, no exercício de 1967, a
alíquota de imposto a que se refere o artigo 52, dentro de limites e segundo critérios por ela
estabelecidos.

Art. 216. O Poder Executivo proporá as medidas legislativas adequadas a possibilitar, sem
compressão dos investimentos previstos na proposta orçamentária de 1967, o cumprimento do
disposto no artigo 21 da Emenda Constitucional nº 18, de 1965.

Art. 217. As disposições desta Lei, notadamente as dos arts 17, 74, § 2º e 77, parágrafo único,
bem como a do art. 54 da Lei 5.025, de 10 de junho de 1966, não excluem a incidência e a
exigibilidade: (Artigo acrescentado pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966)

I - da "contribuição sindical", denominação que passa a ter o imposto sindical de


que tratam os arts 578 e seguintes, da Consolidação das Leis do Trabalho, sem
prejuízo do disposto no art. 16 da Lei 4.589, de 11 de dezembro de 1964;
(Inciso acrescentado pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966)

II - Inciso acrescentado pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966 e revogado


pelo Ato Complementar nº 27, de 08.12.1966

Texto original: das denominadas "quotas de previdência" a que aludem os arts


71 e 74 da Lei 3.807, de 26 de agosto de 1960 com as alterações determinadas
pelo art. 34 da Lei 4.863, de 29 de novembro de 1965, que integram a
contribuição da União para a previdência social, de que trata o art. 157, item
XVI, da Constituição Federal;

III - da contribuição destinada a constituir o "Fundo de Assistência" e


"Previdência do Trabalhador Rural", de que trata o art. 158 da Lei 4.214, de 2 de
março de 1963; (Inciso acrescentado pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966)

IV - da contribuição destinada ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,


criada pelo art. 2º da Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966; (Inciso
acrescentado pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966)

V - das contribuições enumeradas no § 2º do art. 34 da Lei 4.863, de 29 de


novembro de 1965, com as alterações decorrentes do disposto nos arts 22 e 23
da Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966, e outras de fins sociais criadas por lei.
(Inciso acrescentado pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966)

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196
DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 218. Esta Lei entrará em vigor, em todo o território nacional, no dia 1º de
janeiro de 1967, revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei n.
854, de 10 de outubro de 1949. (Art. 217 renumerado pelo Decreto-lei nº 27,
de 14.11.1966)

l) Mediante intimação escrita da autoridade fiscal, os tabeliães, instituições financeiras,


administradoras de bens, inventariantes, síndicos, comissários e quaisquer outras entidades ou
pessoas são obrigadas a prestar ao fisco informações sobre bens e negócios de terceiros, nos
termos do art.197CTN No entanto, o CTN protege aqueles que, em razão da lei são obrigados, a
guardar segredo funcional. Nesta hipótese, somente com autorização judicial.

Vale ressaltar que a Lei Complementar 105/01 passou a autorizar a quebra do sigilo bancário
mediante solicitação da autoridade fiscal, independentemente de autorização judicial. Vale a
pena a leitura desta lei!!!

O art. 198 CTN estabelece o princípio do Sigilo Fiscal, protegendo as informações obtidas por
funcionários no exercício das funções no que se refere aos dados contábeis e fiscais dos contribuintes.
Não constitui violação de sigilo fiscal a divulgação de informações por requisição da autoridade
judiciária.
Não constitui violação de sigilo fiscal a divulgação de informações por solicitação de autoridade
administrativa no interesse da Administração Pública, desde que comprovada a instauração regular de
processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito
passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa.
Não constitui violação de sigilo fiscal a divulgação de informações relativas a representações fiscais
para fins penais; inscrição em Dívida Ativa da Fazenda Pública; parcelamentos e moratórias. ( art. 198
CTN)
Não constitui violação de sigilo fiscal a cooperação entre U, E, D.F e M ( por lei ou convênio );
cooperação com país estrangeiro nos termos de Tratado Internacional. Vide art. 199 CTN.

Podem as autoridades fazendárias federais, estaduais ou municipais, mutuamente, requerer, o auxílio da


força pública federal, estadual ou municipal quando sofrerem qualquer embaraço ou desacato no
cumprimento de suas funções e, mesmo que não haja crime ou contravenção, apenas para efetivar
medida de fiscalização ( art. 200 CTN ).

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DIREITO TRIBUTÁRIO
1.2. Dívida Ativa Tributária (art. 201 / 204 CTN):

É a que provém de crédito tributário não pago na época própria pelo sujeito passivo. Diz-se ativa
pois é passível de cobrança mediante ação de execução fiscal. A inscrição do crédito tributário em
dívida ativa tem como principal finalidade instrumentalizar a ação de execução, uma vez que a certidão
de dívida ativa constitui título executivo extra-judicial, nos termos do Código de Processo Civil.

a) Requisitos do termo de inscrição: ( vide art. 202 CTN )


 nome do devedor e ( se possível) seu domicílio
 valor devido e a forma de cálculo dos juros
 a origem do crédito e o dispositivo legal que embasa a exigência
 a data da inscrição
 número do processo administrativo, se for o caso.

b) O vício da inscrição acarreta anulação da respectiva ação de cobrança, ressalvado o saneamento até a
decisão de primeira instância, substituindo-se a certidão nula por uma válida e devolvendo prazo pra
manifestação quanto à parte modificada. ( art. 203 CTN )

c) O crédito inscrito em dívida ativa goza de presunção relativa de certeza e liquidez, "juris tantum",
tendo efeito de prova pré-constituída. Tal presunção é relativa, admitindo prova inequívoca em
contrário a cargo do sujeito passivo. ( art. 204 CTN )

d) Certidão Negativa - art. 205 CTN. É prova de quitação de tributos. Nos termos dos art. 191 a 193
CTN, é necessária sua apresentação para: concessão de concordata, obtenção da declaração de extinção
de obrigações do falido, prolação da sentença de partilha e participação de contrato ou licitação
administrativa. Deverá ser fornecida no prazo de 10 dias para a expedição a partir do pedido de emissão
e na forma em que for requerida.

e) Certidão positiva com efeitos de certidão negativa. Tem os mesmos efeitos da certidão negativa a
certidão positiva onde conste: ( art. 206 CTN )
1º. créditos vincendos
2º. créditos com a exigibilidade suspensa
3º. créditos já em execução, mas garantidos com penhora

f) Dispensa-se a apresentação de certidão negativa diante de hipótese de caducidade de direito, mesmo


não havendo lei permissiva. art. 207 CTN.

g) Caso haja a expedição de certidão com erro contra a Fazenda, o funcionário responde pessoalmente
pelo crédito acrescido dos juros de mora, em agindo com dolo ou fraude. Cumula-se a responsabilidade
na esfera disciplinar e penal, se for o caso.( art 208 CTN )
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198
DIREITO TRIBUTÁRIO
1.3. Prazo processual é contado nos termos do art. 210 CTN:

A contagem é contínua, incluindo sábados, domingos e feriados, mas o início do prazo é diverso do
início da contagem: exclui-se do início da contagem o início do prazo, incluindo-se no final da
contagem o final do prazo. Todos estes dias têm que ser em dia de expediente normal da repartição
pública.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
UNIDADE VII ( suplementar )

1. Noções de Direito Penal Tributário


1.1.Direito Penal Tributário x Direito Tributário Penal

O Direito Penal Tributário tem como objeto os crimes contra a ordem tributária, enquanto o Direito
Tributário Penal tem como objeto as infrações adminstrativo-fiscais. Portanto, para o primeiro, aplicam-
se penas criminais, enquanto para o segundo, aplicam-se infrações administrativas.

1.2.Crimes contra a ordem tributária ( faça sua leitura):

Da Lei 8137/90:

CAPÍTULO I
Dos Crimes Contra a Ordem Tributária
Seção I
Dos crimes praticados por particulares

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária s uprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer
acessório, mediante as seguintes condutas: (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000)

I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;

II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer


natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;

III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à
operação tributável;

IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;

V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda
de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.

Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá
ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao
atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.

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200
DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: (Vide Le i nº 9.964, de 10.4.2000)

I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para
eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;

II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na
qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;

III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a
parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;

IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto
liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;

V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação
tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Seção II
Dos crimes praticados por funcionários públicos

Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):

I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da função;
sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou
contribuição social;

II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem,
para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3
(três) a 8 (oito) anos, e multa.

III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da
qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

..........................................................................................................................

CAPÍTULO IV
Das Disposições Gerais

Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes definidos
nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema de entrega ao consumo ou por
intermédio de outro em que o preço ao consumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente, o
ato por este praticado não alcança o distribuidor ou revendedor.

Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a metade as penas previstas nos arts.
1°, 2° e 4° a 7°:

I - ocasionar grave dano à coletividade;

II - ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções;

III - ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais à vida ou
à saúde.

Art. 13. (Vetado).

Art. 14. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos nos arts. 1° a 3° quando o agente promover o
pagamento de tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia. (Artigo
revogado pela Lei nº 8.383, de 30.12.1991)

Art. 34 LEI 9249/95: . Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei nº 8.137, de 27 de dezembro
de 1990, e na Lei nº 4.729, de 14 de julho de 1965, quando o agente promover o pagamento do tributo ou
contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia

Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplicando-se-lhes o disposto no art. 100 do
Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Có digo Penal.

Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público nos crimes descritos nesta lei,
fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os
elementos de convicção.

Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou
partícipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá
a sua pena reduzida de um a dois terços. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995)

Art. 17. Compete ao Departamento Nacional de Abastecimento e Preços, quando e se necessário,


providenciar a desapropriação de estoques, a fim de evitar crise no mercado ou colapso no abastecimento.

Art. 18. Fica acrescentado ao Capítulo III do Título II do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal, um artigo com parágrafo único, após o art. 162, renumerando-se os subseqüentes, com a
seguinte redação:
"Art. 163. Produzir ou explorar bens definidos como pertencentes à União, sem autorização legal ou em
desacordo com as obrigações impostas pelo título autorizativo.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena aquele que adquirir, transportar, industrializar, tiver consigo, consumir
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202
DIREITO TRIBUTÁRIO
ou comercializar produtos ou matéria-prima, obtidos na forma prevista no caput. (Artigo revogado pela Lei nº
8.176, de 8.2.1991)

Art. 19. O caput do art. 172 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, passa a ter
a seguinte redação:

"Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida,
em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa".

Art. 20. O § 1° do art. 316 do Decreto-Lei n° 2 848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, passa a ter a
seguinte redação:

"Art. 316. ............................................................

§ 1° Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou,
quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza;

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".

Art. 21. O art. 318 do Decreto-Lei n° 2.848 , de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, quanto à fixação da
pena, passa a ter a seguinte redação:

"Art. 318. ............................................................

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".

Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

1.3.Contrabando e descaminho- art. 334 Cpenal


1.4.Falsildade de papéis públicos art. 293 Cpenal
1.5.Apropriação indébita –art. 2, II Lei 8137/90
1.6.Infiel depositário art. 1.º Lei 8866/04
1.7.Elisão Fiscal x Evasão Fiscal: A elisão fiscal (ou planejamento tributário) é meio lícito de reduzir
tributo seguindo os critérios da lei, enquanto a evasão fiscal é meio ilícito de reduzir tributo

1.8.Representação Fiscal para fins penais

art. 83 Lei 9430/96: “ A representação Fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem tributária definidos nos
arts. 1.º e 2.º da Lei 8137/90, será encaminhada ao Ministério Público após proferida decisão final, na esfera administrativa,
sobre a exigência fiscal do crédito tributário correspondente.”

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203
DIREITO TRIBUTÁRIO
1.9.Extinção da Punibilidade

Art. 34 LEI 9249/95: . Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de
1990, e na Lei nº 4.729, de 14 de julho de 1965, quando o agente promover o pagamento do tributo ou
contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia

Art. 9 par.2.º Lei 10684/03- ´ É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos
art.1 e 2 da lei 8137/90 e nos art. 168 A e 337 A do Decreto-Lei 2840 de 1940, Código Penal, durante o período
em que a pessoa jurídica estiver incluída em regime de parcelamento.

Parágrafo 2.º Extingue-se a punibilidade do crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurídica relacionada
com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos ou contribuições sociais, inclusive
acessórios.

1.6.Dos crimes: Há crimes materiais ( art. 1.º ) e crimes formais e materiais ( art. 2.º).

1.7 São crimes de ação penal pública incondicionada:

Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplicando-se-lhes o disposto no art. 100 do
Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Có digo Penal.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
MATERIAL DE CONSULTA
( observação importante: As súmulas abaixo poderão estar compatíveis ou incompatíveis com a
legislação em vigor. Cabe análise, no contexto da matéria dada, para identificara as súmulas compatíveis
ou não com o Sistema Tributário Nacional em vigor.) A maioria dos artigos se referem às Constituições
que foram alteradas. Vale como exercício de interpretação!!!

Súmulas do STF: Dentre as súmulas abaixo transcritas estão presentes súmulas válidas e súmulas sem
eficácia. Cabe ao aluno avaliar, dentro do aprendizado de sala de aula, a compatibilidade das
mencionadas súmulas com o nosso atual ordenamento jurídico-tributário.

66- É legítima a cobrança do tributo que houver sido instituído após o orçamento, mas antes do início
do respectivo exercício financeiro.

É inconstitucional a cobrança do tributo que houver sido criado ou aumentado no mesmo exercício
financeiro.

70- É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo.

71- Embora pago indevidamente, não cabe restituição de tributo indireto.

546- Cabe a restituição de tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o
contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de facto o quantum respectivo.

74- O imóvel transcrito em nome da autarquia, embora objeto de promessa de compra e venda a
particulares, continua imune de impostos locais.

75- Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não compreende o imposto de transmissão
intervivos que é encargo do comprador.

76- As sociedades de economia mista não estão protegidas pela imunidade prevista no art. 31,V, a,
da Constituição Federal.

112- O imposto de transmissão Causa Mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da
sucessão.

113- O imposto de Transmissão Causa Mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação.

323- É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para o pagamento de tributos

344- Isenção tributária concedida sob condição onerosa não pode ser livremente suprimida
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205
DIREITO TRIBUTÁRIO
418- O empréstimo compulsório não é tributo, e sua arrecadação não está sujeita à exigência
constitucional de prévia autorização orçamentária

545- Taxas e preços públicos não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são
compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que
as instituiu

563- O concurso de preferência a que se refere o art. 187 do CTN é compatível com o disposto no
art. 9.º , I da C.F

565- A multa fiscal moratória constitui pena administrativa, não se incluindo no crédito habilitado
em falência.

669- É inconstitucional a discriminação de alíquotas do ICMS nas operações interestaduais, em


razão de o destinatário ser ou não contribuinte

583- Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do


IPTU

569 É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do IPTU em função do número de imóveis


do contribuinte

591- A imunidade ou isenção tributária do comprador não se estende ao produtor , contribuinte do


Imposto sobre Produtos Industrializados

É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem, cuja base de cálculo seja
idêntica à do imposto rural

O princípio constitucional da anualidade não se aplica à revogação de isenção do ICM

656 - É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter
vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel.

657 - A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários
à publicação de jornais e periódicos.

658 - São constitucionais os arts. 7º da Lei 7.787/89 e 1º da Lei 7.894/89 e da Lei 8.147/90, que
majoraram a alíquota do Finsocial, quando devida a contribuição por empresas dedicadas
exclusivamente à prestação de serviços.
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206
DIREITO TRIBUTÁRIO
659 - É legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia
elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.

660 - Não incide ICMS na importação de bens por pessoa física ou jurídica que não seja contribuinte do
imposto. Republicada em 2006

661 - Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do
desembaraço aduaneiro.

662 - É legítima a incidência do ICMS na comercialização de exemplares de obras cinematográficas,


gravados em fitas de videocassete.

663 - Os §§ 1º e 3º do art. 9º do DL 406/68 foram recebidos pela Constituição.

664 - É inconstitucional o inciso V do art. 1º da Lei 8.033/90, que instituiu a incidência do imposto nas
operações de crédito, câmbio e seguros - IOF sobre saques efetuados em caderneta de poupança.

665 - É constitucional a Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Valores Mobiliários instituída
pela Lei 7.940/89.

666 - A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados
ao sindicato respectivo.

667 - Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o
valor da causa.

668 - É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional
29/2000,alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função
social da propriedade urbana.

669 - Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio
da anterioridade.

670 - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

20.5. Decisão do STF


Prof. Alexandre Lugon

207
DIREITO TRIBUTÁRIO
Ag. 113.044-0/RJ. STF “ ... o período entre a Lavratura do Auto de Infração e o decurso do prazo legal
para interposição de recursos, ou, interpostos estes, até decisão definitiva na esfera administrativa, não
se conta como prazo de decadência e ainda não se iniciou o prazo prescricional.”

20.6 Súmulas importantes do TFR

153 Constituído no quinquênio, através de auto de infração ou notificação de lançamento, o crédito, não
há que falar em decadência, fluindo, a partir daí, em princípio, o prazo prescricional, que, todavia, fica
suspenso, até que sejam decididos os recursos administrativos

Não havendo antecipação de pagamento, o direito de constituir o crédito relativo a tributo, sujeito à
lançamento por homologação, extingue-se decorridos 5 anos do primeiro dia do exercício seguinte
àquele em que ocorreu o fato gerador.

ALGUMAS RECORDAÇÕES PARA A PROVA:

a) Casos principais objeto de lei complementar no Direito Tributário:


Art. 146 CF; ART 146-A CF, 148 CF; 150, VI, "c" "in fine" CF ; 153, VII C.F, 154, I C.F; 195 §
4.ºCF; 155, § 2.º, X, "a" C.F; 155,§ 2.º , XII C.F.; 156, §. 3.º C.F/88; 195 § 11.º C.F

b) Exceções a princípios:
b.1) Ao princípio da anterioridade: art. 150, §. 1º C.F; 195, §. 6.º C.F; 74 e 75 ADCT; 148 ( guerra
ext, iminência ou calamidade pública ); 154,II C.F; 155 §4.º, IV, "c" C.F; 177 §4.º ,I, "b" C.F.

b.2) Ao princípio da legalidade - 153 § 1.º C.F; 155 §4.º, IV C.F; 177 §4.º ,I, "b" C.F, 97 §2.º CTN, 155
§2, XII, g CF

b.3) Ao princípio da Irretroatividade- art. 106 CTN; 144 §1 CTN, 180 CTN

b.4) Ao princípio da territorialidade - art. 120 CTN e 102 CTN

c) Os SALVOS do CTN: Arts. 103; 116; 123; 125; 136; 143; 150, §. 4.º; 154; 159; 160; 177; 18O;
193 CTN

Prof. Alexandre Lugon

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