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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Atualização: 1º semestre/2009

1ª PARTE

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

• Noções elementares sobre Seguridade Social.


• Evolução histórica da Seguridade Social no Mundo e no Brasil.
• Seguro Social.
• Princípios da Seguridade Social.
• A Legislação Previdenciária. Aplicação das normas previdenciárias.
• Regimes de Previdência Social: Regime Geral de Previdência Social,
Regime Próprio de Previdência Social e Regime Facultativo
Complementar de Previdência Social.
• Finalidade da Previdência Social.
• Beneficiários da Previdência Social. Segurados e Dependentes.
• Prestações da Previdência Social. Benefícios e Serviços.
• Filiação e Inscrição.

Seguridade Social – artigo 194, CF – é um conjunto integrado de ações de


iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinado a assegurar o
direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social.

A Constituição Federal de 1988 reuniu as três atividades da seguridade


social: saúde, previdência social e assistência social, ganhando autonomia
em relação ao Direito do Trabalho, sendo tratada no Capitulo “Da Ordem
Social”.

Portanto, a Seguridade Social compreende as ações nas áreas da saúde, da


assistência social e da previdência social. Essas ações são de
responsabilidade dos Poderes Públicos (União, Estados, Distrito Federal de
Municípios), que devem inserir recursos em suas leis orçamentárias para
garantir o desenvolvimento dessas ações, bem como da sociedade.

Para se obter as ações da seguridade social nas áreas da saúde e da


assistência social, não é necessário contribuir para um sistema securitário.
A Constituição Federal estabelece que a saúde é direito de todos e dever do
Estado (artigo 196, CF) e que a assistência social será prestada a quem dela
necessitar (artigo 203, CF). Porém, para se obter as prestações da
previdência social (benefícios e serviços) a contribuição é obrigatória.

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Organização da Seguridade Social: Nos termos do § único do artigo 194
da CF, compete ao Poder Público, nos termos da lei, a organização da
Seguridade Social. A norma que regula as ações e serviços de saúde,
estabelecendo condições para a sua promoção, proteção e recuperação é a
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. A Lei nº 8.742, de 07 de
dezembro de 1993 – Lei Orgânica da Assistência Social disciplina a
assistência social, como direito do cidadão e dever do Estado, sendo
Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos
sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa
pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades
básicas. Na área da Previdência Social temos a Lei nº 8.212, de 24 de julho
de 1991 que dispõe sobre a organização da Seguridade Social,
estabelecendo o Plano de Custeio, e a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991
que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. Essas duas
leis previdenciárias foram regulamentadas respectivamente pelos Decretos
nºs 356 e 357, de 07 de dezembro de 1991. O atual regulamento da
Previdência Social é o Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999.

Princípios da Seguridade Social – Nos termos do parágrafo único do


artigo 194 da CF, temos que a Seguridade Social será organizada pelo
Poder Público, baseando-se nos seguintes objetivos. Trata-se, na realidade,
de princípios que regem a Seguridade Social, a saber:

• universalidade da cobertura e do atendimento – significa que todos


devem estar cobertos pela proteção social e que esta deve abranger
todos os riscos sociais (infortúnios que causam incapacidade).

• uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações


urbanas e rurais – a Constituição Federal igualou as populações
urbanas e rurais para fins de obtenção da proteção social.

• seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços


– a seletividade implica que as prestações sejam fornecidas apenas a
quem realmente necessitar, desde que se encontrem nas situações
que a lei definiu, como por exemplo, o benefício de auxílio-doença
só será concedido em situação de incapacidade temporária. No que
se refere à distributividade, o Poder Público se vale da Seguridade
Social para distribuir renda entre a população, o que significa dizer
que alguns beneficiários recebem todos os benefícios, outros não.

• irredutibilidade do valor dos benefícios – busca assegurar


reajustamento, preservando, em caráter permanente, o seu valor real,

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igual poder de compra do benefício originalmente recebido, não
podendo sofrer redução.

• equidade na forma de participação no custeio – leva em conta a


capacidade de cada contribuinte, devendo-se cobrar mais
contribuição de quem tem maior capacidade de pagamento para que
se possa beneficiar os que não possuem as mesmas condições.

• diversidade da base de financiamento – o objetivo é diminuir o risco


financeiro do sistema protetivo. Quanto maior o número de fontes de
recursos, menor será o risco de a seguridade social sofrer,
inesperadamente, grande perda financeira.

• caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa com a


participação da comunidade, em especial de trabalhadores,
empresários e aposentados – a administração da seguridade social
permite a participação não só do Poder Público, mas também da
sociedade, por isso que democrático e descentralizado, especialmente
os trabalhadores, os empresários e os aposentados.

• Pré-existência do custeio – nos termos do parágrafo 5º do artigo 195


da Constituição Federal, nenhum benefício ou serviço da seguridade
social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
correspondente fonte de custeio total. Esse princípio representa a
chamada regra da contrapartida, uma vez que também não é
permitida a criação de uma fonte de custeio se não for para utilização
em benefício ou serviço da Seguridade Social.

A Legislação Previdenciária – É o conjunto de leis e atos administrativos


que disciplinam a organização e o funcionamento do sistema securitário.

O conteúdo da legislação previdenciária envolve os dispositivos


constitucionais, as leis, os regulamentos, os decretos, as portarias, as
instruções normativas, as resoluções, as circulares etc.

Fontes – São os modos de expressão do direito. As fontes principais ou


formais do Direito Previdenciário são a Constituição Federal, as Leis
(Ordinárias, Complementares e Delegadas), as Medidas Provisórias, as
Súmulas do STF que forem aprovadas após a vigência da EC 45. As fontes
secundárias são os atos normativos emanados do Poder Executivo
(decretos, regulamentos, instruções normativas etc.) que se destinam a
completar o texto da lei, não podendo inovar ou modificar o texto da norma
que complementam.Os costumes, a jurisprudência, a doutrina e os

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princípios gerais de direito não são considerados fontes formais do Direito
Previdenciário, mas sim critérios de integração da ordem jurídica, adotados
pelo juízo quando da existência de lacunas no direito. A jurisprudência
porque não se configura como norma obrigatória. A doutrina porque os
juízes não estão obrigados a observar a doutrina nas suas decisões, até
porque muitas vezes a doutrina não é pacífica, tendo posicionamentos
opostos.

Autonomia – Para a corrente mais moderna, o Direito Previdenciário


coloca-se como ramo do Direito Social, haja vista o avanço da proteção
social abrangendo também os segmentos da saúde e da assistência social.
Para alguns, o Direito Previdenciário surgiu a partir da segmentação do
Direito Administrativo, uma vez que o vínculo jurídico se dá
obrigatoriamente com o Estado. Há um posicionamento minoritário de que
o Direito Previdenciário faz parte do Direito do Trabalho, posição essa
rechaçada pela maioria em razão de que as normas trabalhistas, e em
especial a CLT, só seriam criadas muito tempo depois das normas
previdenciárias. Conclui-se, dessa forma, que o Direito Previdenciário é
reconhecidamente um ramo autônomo do Direito em relação às outras
áreas da ciência jurídica, uma vez que possui objeto próprio de estudo,
princípios e conceitos específicos (tais como salário de contribuição e
salário de benefício) diferentes dos que informam os outros ramos do
direito.

Aplicação das normas previdenciárias – Aplicar a lei significa enquadrar


determinado evento (situação concreta) na norma abstrata (situação
genérica prevista em lei). Embora sendo a regra do direito, a subsunção não
atende por completo todas as questões, daí a grande importância da
hermenêutica jurídica.

Vigência – é o período que vai do momento em que a norma entra em vigor


até o momento em que é revogada. Publicada a lei, é preciso identificar em
que momento ela passa a ter vigência e até quando vigorará.

Hierarquia – é a ordem de graduação entre as normas jurídicas, de forma


que a superior é o fundamento de validade da inferior. Se as normas
estiverem no mesmo patamar hierárquico, aplicam-se as regras: 1. norma
específica prevalece sobre a geral; 2. in dúbio pro misero - deve ser
utilizada a lei mais benéfica à parte mais fraca.

Interpretação – tem por objetivo extrair o verdadeiro significado do


regramento jurídico. Os métodos mais comumente utilizados são a
Gramatical, Sistemática, Histórica e Teleológica.

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Integração – é a busca de outra norma para adaptação ao caso concreto
quando houver lacuna da lei. Neste caso, poderão ser utilizadas a analogia,
costumes, princípios gerais de direito, jurisprudência e equidade.

Histórico Mundial: A Seguridade Social surgiu como um regime de


proteção aos trabalhadores, oferecendo-lhes melhores condições de vida.

O primeiro ordenamento legal foi editado na Alemanha pelo chanceler Otto


Von Bismarck, em 1883, instituindo-se o seguro-doença e estendendo-se
posteriormente para outros benefícios. A participação do trabalhador era
compulsória em conjunto com os empregadores e o governo.

A primeira Constituição a incluir o tema previdenciário foi a Carta


Mexicana de 1917.

Evolução histórica brasileira: Foi com a organização privada que se


iniciou o seguro social brasileiro, sendo que o Estado foi se apropriando do
sistema aos poucos, por meio de políticas intervencionistas.

O marco inicial da previdência social brasileira foi a Lei Eloy Chaves, por
meio do Decreto-Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923. A partir
daí foram criadas as Caixas de Aposentadoria e Pensões – CAP’s, para os
empregados das empresas ferroviárias, mediante contribuição dos
empregadores, dos trabalhadores e do Estado, assegurando aposentadoria
aos empregados e pensão aos seus dependentes. As CAP’s eram
organizadas por empresas, ou seja, cada empresa possuía a sua Caixa.

Existiam também as Santas Casas de Misericórdia que atuavam na


seguridade social no ramo da assistência social.

Ainda com caráter mutualista existiam os Montepios, tais como o Mongeral


– Montepio Geral dos Servidores do Estado, primeira entidade de
previdência privada no país, cuja finalidade era complementar a renda dos
servidores quando deixassem de trabalhar.

No início da era Vargas (1930-1945) surgem os IAP´s – Instituto de


Aposentadoria e Pensões, organizados por categoria profissional,
agrupando-se as CAP’s e dando mais solidez ao sistema previdenciário,
uma vez que contavam com um número de segurados superior às destas e
empresas pequenas sem condições mínimas para a criação de uma Caixa de
Aposentadoria para seus empregados ficavam desprotegidas.

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A partir de 02.01.1967 todos os IAP’s foram unificados no INPS – Instituto
Nacional do Seguro Social por meio do Decreto-Lei nº 72, de 21.11.1966,
consolidando-se o sistema previdenciário brasileiro.

Para reorganizar a previdência social foi instituído o SINPAS – Sistema


Nacional de Previdência e Assistência Social, por meio da Lei 6.439/77,
que se tornou o responsável pela integração das áreas de assistência social,
de previdência social, assistência médica e gestão das entidades ligadas ao
Ministério da Previdência e Assistência Social. O SINPAS compreendia:

• IAPAS – Instituto de Administração Financeira da Previdência e


Assistência Social, autarquia que administrava os recursos
financeiros, responsável pela arrecadação, fiscalização e cobrança de
contribuições e demais recursos.
• INPS – Instituto Nacional de Previdência Social, autarquia
responsável pela administração das prestações (benefícios e
serviços).
• INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência
e Assistência Social, autarquia responsável pela prestação da saúde,
da assistência médica.
• LBA – Legião Brasileira de Assistência, fundação pública
responsável pela assistência social aos carentes.
• FUNABEM – Fundação Nacional do Bem Estar do Menor –
fundação pública responsável pela promoção de política social em
relação ao menor.
• CEME – Central de Medicamentos, órgão ministerial responsável
pela distribuição de medicamentos por preços acessíveis ou a título
gratuito.
• DATAPREV – Empresa de Processamento de Dados da Previdência
Social, empresa pública que gerencia o sistema tecnológico de
informática.

O SINPAS foi extinto em 1990. A Lei 8.029/90 criou o INSS – Instituto


Nacional do Seguro Social, com a junção do IAPAS e do INPS, autarquia
responsável pelo seguro social, passando a administrar os recursos
financeiros e as prestações da previdência social. O INAMPS foi extinto
em 1993 e suas atividades integradas ao SUS – Sistema Único de Saúde. A
LBA e a FUNABEM foram extintas em 1993 e a CEME em 1997.

A Medida Provisória nº 222, de 04. 10.2004, convertida na Lei nº 11.098,


de 13.01.2005, cria a Secretaria da Receita Previdenciária, atribuindo ao

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Ministério da Previdência Social competências relativas à arrecadação,
fiscalização, lançamento e normatização de receitas previdenciárias.

A Lei 11.457, de 16.03.2007 cria a Secretaria da Receita Federal do Brasil,


unificando a Secretaria da Receita Federal e Secretaria da Receita
Previdenciária, com o objetivo de centralizar num só órgão a receita
tributária federal.

Além das competências atribuídas pela legislação vigente à Secretaria da


Receita Federal, cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar,
executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação,
fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições
sociais das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos
segurados a seu serviço, dos empregadores domésticos e dos trabalhadores,
incidentes sobre o seu salário de contribuição e ainda as contribuições
instituídas a título de substituição.

O produto da arrecadação dessas contribuições especificadas e acréscimos


legais incidentes serão destinados, em caráter exclusivo, ao pagamento de
benefícios do Regime Geral de Previdência Social e creditados diretamente
ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social.

A Secretaria da Receita Federal do Brasil prestará contas anualmente ao


Conselho Nacional de Previdência Social dos resultados da arrecadação das
contribuições sociais destinadas ao financiamento do Regime Geral de
Previdência Social e das compensações a elas referentes.

Cabe ao INSS, além das demais competências estabelecidas na legislação


que lhe é aplicável emitir certidão relativa a tempo de contribuição, gerir o
Fundo do Regime Geral de Previdência Social e calcular o montante das
contribuições referidas emitindo o correspondente documento de
arrecadação, com vistas no atendimento conclusivo para concessão ou
revisão de benefício requerido.

Regimes de Previdência Social – é todo aquele que ofereça aos segurados


os benefícios de aposentadoria e pensão por morte. No Brasil existem três
tipos de regimes previdenciários:

1. Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS - fazem parte os


servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios que preferiram organizar o seu pessoal segundo um
estatuto próprio, com contribuições e benefícios específicos, sempre

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regidos por lei. A base de contribuição dos servidores públicos ainda
não tem limite máximo.

2. Regime Geral de Previdência Social – RGPS - é regime de


previdência social de organização estatal, contributivo e
compulsório, administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social
– INSS e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB. É o
regime obrigatório para todos aqueles que exercem atividades
remuneradas por ele descritas.

3. Regimes de Previdência Complementar – é facultativo e de natureza


privada. É organizado de forma autônoma em relação ao RGPS e
baseia-se na constituição de reservas que garantam o benefício
contratado.

Os Regimes Próprios e o Regime Geral de Previdência Social são


administrados pelo Poder Público. O regime de previdência complementar
é de natureza privada.

O Regime Geral de Previdência Social se estrutura na Lei nº 8.212, de


24.07.1991, que dispõe sobre o Custeio da Seguridade Social, e Lei nº
8.213, de 24.07.1991, ambas regulamentadas pelo Decreto 3.048, de
06.05.1999.

Finalidade da Previdência Social – objetiva a cobertura dos riscos sociais,


garantindo meios indispensáveis de manutenção em razão de incapacidade
laboral, de idade avançada, de tempo de serviço, de encargos familiares, de
prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente e do
desemprego involuntário.

Beneficiários da Previdência Social – é todo aquele que pode ser


contemplado com um benefício previdenciário. São os segurados e os
dependentes.

• Segurados - são pessoas físicas que contribuem para o RGPS.

Os segurados se dividem em dois grupos:

1. obrigatórios – são todos aqueles que exercem atividade remunerada.


Nos termos do artigo 11 da Lei 8.213/91 e artigo 9º do Decreto
3.048/99, distribuem-se em:

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a. empregado – aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a
empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante
remuneração, inclusive como diretor empregado; e outros...

b. empregado doméstico – aquele que presta serviço de natureza contínua,


mediante remuneração, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em
atividade sem fins lucrativos;

existem três diferenças entre o empregado e o empregado doméstico:


- quanto ao empregador – o empregado presta serviço à empresa ou à
pessoa física equiparada à empresa; o empregado doméstico presta
serviço à pessoa ou família.
- quanto ao local de trabalho – a atividade do empregado é exercida em
âmbito empresarial (indústria, comércio) e a do empregado doméstico
em âmbito residencial.
- quanto aos fins – a atividade do empregado pode ou não gerar lucro
para o empregador, mas a atividade do empregado doméstico é sempre
sem fins lucrativos.

c. contribuinte individual – aquele que desenvolve atividade por conta


própria de natureza eventual; e outros...

d. trabalhador avulso – aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de


natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a
intermediação obrigatória do órgão gestor de mão-de-obra;

e. segurado especial - a pessoa física residente no imóvel rural ou em


aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime
de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na
condição de: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado,
parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore
atividade: 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais 2. de
seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do
inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça
dessas atividades o principal meio de vida; b) pescador artesanal ou a este
assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de
idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste
inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. Para
serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os filhos
maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a estes equiparados deverão ter
participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar.

2. facultativos – são todos aqueles que não se enquadram como


segurados obrigatórios, como por exemplo, a dona-de-casa, o
estudante, o desempregado etc, desde que tenham a idade mínima de

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16 anos. Em nenhuma hipótese será permitida a filiação como
segurado facultativo daquele que já estiver protegido por um sistema
securitário obrigatório (RGPS ou RPPS). Artigo 13 da Lei 8.213/91 e
artigo 11 do Decreto 3.048/99.

Servidor público vinculado a RPPS – é excluído do RGPS em razão de já


existir um sistema securitário de proteção. Porém, caso venha a exercer,
concomitante, uma ou mais atividades abrangidas pelo RGPS, tornar-se-á
segurado obrigatório em relação a essas atividades. É vedada a filiação ao
RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de
regime próprio de previdência (§ 5º do art. 201, CF). O Regulamento da
Previdência Social – RPS, Decreto nº 3.048/99, permite uma exceção a essa
regra na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que não
permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo regime próprio (§ 2º
do art. 11 do RPS). Artigo 12 da Lei 8.213/91 e artigo 9º do RPS.

• Dependentes – são aqueles que dependem economicamente do


segurado, na forma da lei. Não cabe ao segurado a livre indicação de
seus dependentes. Artigo 16 da Lei 8.213/91 e artigo 16 do Decreto
3.048/99.

Os dependentes agrupam-se em três classes:

1ª classe - cônjuge e ex-cônjuge com pensão alimentícia, filhos e


equiparados de qualquer condição, menor de 21 anos, não emancipado
ou maior de 21anos inválido.

2ª classe - pais.

3ª classe - irmãos de qualquer condição, menor de 21 anos, não


emancipado ou maior de 21 anos inválido.

É preciso atentar para três regras básicas:

1. havendo dependentes na primeira classe, os dependentes das demais


classes ficam automaticamente excluídos.

2. os dependentes de uma mesma classe concorrem entre si em


igualdade de condições. O benefício é rateado em cotas iguais e
havendo perda da qualidade de dependente, a cota é revertida em
favor dos demais.

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3. a dependência econômica das pessoas da primeira classe é presumida
e a das demais classes deve ser comprovada.

Prestações da Previdência Social – o RGPS compreende as prestações


divididas em benefícios e serviços. Os benefícios são personalíssimos,
portanto, seus titulares são os segurados ou os dependentes. Os serviços são
prestados indistintamente aos segurados e aos dependentes. Artigo 18 da
Lei 8.213/91 e artigo 25 do Decreto 3.048/99.

Quanto ao segurado, os benefícios podem ser:

1. auxílio-doença;
2. auxílio-acidente;
3. aposentadoria por invalidez;
4. aposentadoria por idade;
5. aposentadoria por tempo de contribuição;
6. aposentadoria especial;
7. salário-família;
8. salário-maternidade.

Quanto ao dependente, os benefícios podem ser:

1. pensão por morte;


2. auxílio-reclusão.

Os serviços são:

1. reabilitação profissional;
2. perícia médica;
3. serviço social.

Filiação e Inscrição – Artigo 17 da Lei 8.213/91 e artigo 18 ao 21 do


Decreto 3.048/99

Filiação é o vínculo que se estabelece entre as pessoas que


contribuem para a previdência social e esta, do qual decorrem direitos e
obrigações. Para o segurado obrigatório a filiação é automática, pois
decorre do exercício da atividade remunerada. Para o segurado facultativo,
a filiação só ocorrerá após a inscrição formalizada com o pagamento da
primeira contribuição. Lembre-se que a filiação do segurado facultativo é

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um ato volitivo, ao contrário do segurado obrigatório que tem sua filiação
determinada por lei, em razão de sua atividade remunerada.

Inscrição é o ato pelo qual o segurado é cadastrado no RGPS, desde


que tenha a idade mínima de 16 anos. Portanto, para o segurado obrigatório
pode haver filiação sem que haja a inscrição, como por exemplo, um
advogado que exerce a atividade há três anos sem nunca ter contribuído.
Esse advogado é um contribuinte individual devedor que deverá fazer sua
inscrição e recolher o período retroativo.

Para o segurado facultativo, a filiação jamais virá antes da inscrição, pois


sem esta não é possível o recolhimento, não podendo as contribuições
retroagir a períodos anteriores a sua inscrição.

Se o segurado exercer, concomitantemente, mais de uma atividade


remunerada sujeita ao RGPS, será obrigatoriamente inscrito em relação a
cada uma delas. Se em uma das atividades estiver recolhendo sua
contribuição social pelo teto máximo permitido, em relação às demais
atividades estará dispensado do recolhimento. Assim por exemplo, um
segurado que exerce a atividade de advogado (contribuinte individual) e
concomitantemente de professor (empregado da universidade), que na
empresa já esteja recolhendo no limite máximo, não terá que recolher como
contribuinte individual porque estará dispensado.

Se, na condição de aposentado do RGPS, voltar a exercer atividade


abrangida por este regime é segurado obrigatório em relação a essa
atividade, ficando sujeito às contribuições.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

2ª PARTE

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

• Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado – artigos 15 e 102 da


Lei 8.213/91 e artigos 13, 14 e 180 do Decreto 3.048/99.
• Carência – artigos 24 ao 27 e 142 da Lei 8.213/91 e artigos 26 ao 30
e 182 do Decreto 3.048/99.
• Salário de Benefício – artigos 28 ao 32 da Lei 8.213/91 e artigos 31
ao 34 do Decreto 3.048/99.
• Renda Mensal. Descontos possíveis - artigos 33 ao 39 e 115 da Lei
8.213/91 e artigos 35 ao 39 e 154 do Decreto 3.048/99.

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Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado – Manter a qualidade de
segurado significa manter o vínculo com o RGPS, uma vez que se trata de
um sistema essencialmente contributivo. Entretanto, o RGPS permite que o
segurado passe algum tempo sem efetuar recolhimentos, mantendo, assim
mesmo, a condição de segurado. Esse período em que ele não contribui,
mas mantém o vínculo previdenciário é denominado “período de graça”, no
qual poderá obter benefícios previdenciários, exceto salário-família e
auxílio-acidente para segurados empregados (artigos 97 e 104, § 7º do
Decreto 3.048/99).

Durante o “período de graça” não há que se falar em tempo para


aposentadoria, uma vez que não estão sendo vertidas as contribuições para
o RGPS.

O período da manutenção da qualidade de segurado está especificado da


seguinte forma:

• sem limite de prazo – para quem estiver em gozo de benefício.


• Até 3 meses após a cessação do serviço militar.
• Até 6 meses após a cessação das contribuições do segurado
facultativo.
• Até 12 meses após:
o a cessação do benefício por incapacidade;
o a cessação das contribuições do segurado obrigatório;
o a cessação da segregação compulsória;
o o livramento do segurado detido ou recluso.

A cessação das contribuições do segurado obrigatório ocorre não só porque


este deixou de exercer atividade remunerada, mas também quando estiver
suspenso ou licenciado sem remuneração.

Para o segurado que já tiver efetuado mais de 120 contribuições, sem


interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado, o prazo de 12
meses após a cessação do benefício por incapacidade e da cessação das
contribuições será prorrogado para até 24 meses. Se ocorrer situação de
desemprego, devidamente comprovado no órgão próprio do Ministério do
Trabalho e Emprego, o prazo será acrescido de mais 12 meses. Vale dizer
que o prazo aqui tratado pode alcançar até 36 meses.

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A segregação compulsória abrange quem tenha sofrido doença
epidemiológica para a qual a vigilância sanitária obriga o isolamento com o
intuito de evitar a difusão da contaminação. É utilizado apenas em relação a
casos em que a enfermidade não enseje a concessão de auxílio-doença.

No caso de livramento do segurado, inclui-se também a situação de fuga.

A perda da qualidade de segurado ocorre no dia seguinte ao do vencimento


da contribuição do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente
posterior ao término dos prazos fixados.

Vamos a um exemplo prático: segurado foi demitido da empresa após 15


anos de trabalho. Sabe-se que seu período de graça é de 24 meses (tem
mais de 120 contribuições). No 24º mês ele comprova no MTE sua situação
de desempregado, estendendo sua qualidade de segurado por mais 12
meses. Supondo que sua demissão tenha ocorrido em 30 de junho de 2007,
a perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia 16 de agosto de 2010, se
o dia 15 de agosto de 2010 for dia útil. Explicando: até a competência
junho é de graça; a competência julho deverá ser recolhida e seu prazo será
até 15 de agosto, caso seja dia útil. Não ocorrendo o recolhimento nesse
dia, no dia seguinte, 16 de agosto de 2010, haverá a perda da qualidade de
segurado e o desligamento do segurado com o RGPS.

No momento em que o segurado vier a recolher novamente uma


contribuição social, já terá recuperado sua qualidade de segurado.

A perda da qualidade de segurado importa na caducidade dos direitos


inerentes a essa qualidade. Entretanto, a perda da qualidade de segurado
não prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido
preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em
que estes requisitos foram atendidos. Da mesma forma, não será concedida
pensão por morte aos dependentes do segurado que falecer após a perda
desta qualidade, salvo se preenchidos os requisitos para obtenção de
aposentadoria.

A partir de Lei 10.666, de 08.05.2003, a perda da qualidade de segurado


não está sendo considerada para efeito de concessão das aposentadorias por
tempo de contribuição, especial e por idade. Entretanto, no caso de
aposentadoria por idade, é necessário que o segurado conte, na data do
requerimento do benefício, com, no mínimo, o número de contribuições
mensais exigido para efeito de carência.

14
Carência – é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis
para que o beneficiário faça jus ao benefício. O período de carência é
contado da data de filiação ao RGPS quando se tratar de segurado
empregado e trabalhador avulso e da data do efetivo recolhimento da
primeira contribuição sem atraso para o segurado empregado doméstico,
contribuinte individual e facultativo.

Exige-se carência de:


• 12 contribuições mensais para auxílio-doença e aposentadoria por
invalidez
• 180 contribuições mensais para aposentadoria por idade, tempo de
contribuição e especial
• 10 contribuições mensais para salário-maternidade da segurada
contribuinte individual e facultativa

A carência do segurado especial é sempre contada em meses de atividade


rural anteriores ao requerimento do benefício, ainda que de forma
descontínua, igual ao número de meses correspondente à carência do
benefício requerido.

Não se exige carência:


• pensão por morte e auxílio-reclusão, por se tratar de benefícios de
dependentes;
• salário-família;
• salário-maternidade, para as seguradas empregada, empregada
doméstica e trabalhadora avulsa;
• auxílio-acidente de qualquer natureza ou causa, entendendo-se como
tal aquele de origem traumática e por exposição a agentes exógenos
(físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução
permanente ou temporária da capacidade laborativa;
• auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente
de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que,
após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido
de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada
pelos Ministérios da Saúde e da Previdência e Assistência Social a
cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação,
mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e
gravidade que mereçam tratamento particularizado;
• reabilitação profissional.

15
A carência não se confunde com o tempo de contribuição. Se o segurado
obrigatório exerce atividade há três anos sem nunca ter recolhido
contribuição social, deverá efetuar os recolhimentos em atraso porque é
devedor, mas essas contribuições serão computadas apenas como tempo de
contribuição, uma vez que a carência é contada a partir do primeiro
recolhimento sem atraso.

No caso de auxílio-doença, de aposentadoria por invalidez e salário-


maternidade, havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições
anteriores a esta perda somente contarão para efeito de carência, depois de
o segurado contar, a partir da nova filiação, com quatro contribuições
mensais (um terço da carência exigida). Essa exigência não se aplica aos
benefícios de aposentadoria por idade, por tempo de contribuição e
especial.

Para efeito de carência, considera-se presumido o recolhimento das


contribuições do segurado empregado, do trabalhador avulso e as
descontadas do contribuinte individual que presta serviço a empresa.

As contribuições vertidas para regime próprio de previdência social serão


consideradas para todos os efeitos, inclusive para os de carência, para os
segurados que se desvinculem deste regime, filiando-se ao RGPS.

A carência das aposentadorias por idade, tempo de contribuição e especial


para os segurados inscritos na previdência social urbana até 24 de julho de
1991, bem como para os trabalhadores e empregadores rurais amparados
pela previdência social rural, obedecerá à tabela do artigo 142 da Lei
8.213/91 e artigo 182 do Decreto 3.048/99, levando-se em conta o ano em
que o segurado implementou todas as condições necessárias à obtenção do
benefício. No ano de 2009 são exigidas 168 contribuições.

Salário de benefício - é o valor básico utilizado para cálculo da renda


mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive os regidos por
normas especiais, exceto o salário-família, a pensão por morte, o salário-
maternidade e o auxílio-reclusão. Vale dizer, o salário de benefício é a base
de cálculo das aposentadorias, do auxílio-doença e do auxílio-acidente. A
partir desta base é que será calculado o efetivo valor da renda mensal do
beneficio previdenciário, por meio de aplicação de percentuais, a depender
do benefício.

Até a aprovação da Lei 9.876/99, o valor do benefício era baseado nos


últimos 36 salários de contribuição do segurado. Essa forma de cálculo
colocava em risco a continuidade do sistema de proteção social em razão

16
da falta de razoabilidade financeira, uma vez que os segurados costumavam
aumentar as suas contribuições nesse período para alcançar benefícios
elevados.

A partir da Lei 9.876/99, o salário de benefício consiste na média


aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a
oitenta por cento de todo o período contributivo.

Todos os salários de contribuição utilizados no cálculo do salário de


benefício serão corrigidos, mês a mês, de acordo com a variação integral do
INPC, referente ao período decorrido a partir da primeira competência do
salário de contribuição que compõe o período básico de cálculo até o mês
anterior ao do início do benefício, de modo a preservar o seu valor real.

Em se tratando de aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria


por idade, o salário de benefício consiste na média aritmética simples dos
maiores salários de contribuição correspondentes a oitenta por cento de
todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário.

O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a


expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se
aposentar. A idade e o tempo de contribuição encontram-se no numerador
da fórmula de cálculo do salário de benefício, ou seja, quanto maiores a
idade e o tempo de contribuição, maior será o salário de benefício,
elevando o valor do benefício. Em contrapartida, a expectativa de
sobrevida, baseada em tabela do IBGE, está no denominador da fórmula,
logo, quanto maior a expectativa de sobrevida, menor será o benefício.

Fica garantido ao segurado com direito à aposentadoria por idade a opção


pela não aplicação do fator previdenciário, devendo o INSS, quando da
concessão do benefício, proceder ao cálculo da renda mensal inicial com e
sem o fator previdenciário.

Para o segurado filiado à previdência social até 28 de novembro de 1999,


inclusive o oriundo de regime próprio de previdência social, que vier a
cumprir as condições exigidas para a concessão dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social, no cálculo do salário de benefício será
considerada a média aritmética simples dos maiores salários de
contribuição, correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o
período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994.

17
O salário de benefício do segurado que contribui em razão de atividades
concomitantes será calculado com base na soma dos salários de
contribuição das atividades exercidas até a data do requerimento ou do
óbito ou no período básico de cálculo. Se o segurado satisfizer, em relação
a cada atividade, as condições para obtenção do benefício requerido, o
salário de benefício será calculado com base na soma dos respectivos
salários de contribuição. Não se verificando essa hipótese, o salário de
benefício corresponderá à soma das seguintes parcelas: 1. o salário de
benefício calculado com base nos salários de contribuição das atividades
em relação às quais são atendidas as condições do benefício requerido; e
2. um percentual da média do salário de contribuição de cada uma das
demais atividades, equivalente à relação entre o número de meses
completos de contribuição e os do período da carência do benefício
requerido. Quando se tratar de benefício por tempo de contribuição, o
percentual de que trata o item 2 será o resultante da relação entre os anos
completos de atividade e o número de anos de contribuição considerado
para a concessão do benefício.

Nos casos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, contando o


segurado com menos de 144 contribuições mensais no período básico de
cálculo, o salário de benefício corresponderá à soma dos salários de
contribuição, dividido pelo número de contribuições apurado, ou seja, não
haverá eliminação dos 20% menores salários de contribuição.

O valor do salário de benefício não será inferior ao de um salário mínimo,


nem superior ao limite máximo do salário de contribuição na data de início
do benefício.

Renda Mensal do Benefício – é calculada aplicando-se um percentual ao


salário de benefício. Assim:

• auxílio-doença: 91% do salário de benefício


• aposentadoria por invalidez: 100% do salário de benefício
• aposentadoria por tempo de contribuição: 100% do salário de
benefício
• aposentadoria especial: 100% do salário de benefício
• aposentadoria por idade: 70% do salário de benefício, mais um por
cento deste por grupo de doze contribuições mensais, até o máximo
de trinta por cento
• auxílio-acidente: 50% do salário de benefício que deu origem ao
auxílio-doença

18
• pensão por morte: 100% do valor da aposentadoria que o segurado
recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por
invalidez na data de seu falecimento

A renda mensal do benefício de prestação continuada que substituir o


salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado não terá
valor inferior ao do salário mínimo nem superior ao limite máximo do
salário de contribuição, exceto no caso da aposentadoria por invalidez do
segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa em que
o valor será acrescido de 25%.

A renda mensal dos benefícios por totalização, concedidos com base em


acordos internacionais de previdência social, pode ter valor inferior ao do
salário mínimo. Isso o recorre quando o segurado recebe parte do seu
benefício pelo regime brasileiro (RGPS) e outra parte por regime
estrangeiro.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

3ª PARTE

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
• Benefícios em Espécie:
1. Auxílio-Doença – artigos 59 ao 64 da Lei 8.213/91 e artigos
71 ao 80 do Decreto 3.048/99.
2. Aposentadoria por Invalidez - artigos 42 ao 47 da Lei
8.213/91 e artigos 43 ao 80 do Decreto 3.048/99.
3. Auxílio-Acidente – artigo 86 da Lei 8.213/91 e artigo 104
do Decreto 3.048/99.
4. Aposentadoria por Idade – artigos 48 ao 51 da Lei 8.213/91
e artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99.
5. Aposentadoria por Tempo de Contribuição – artigos 52 ao
56 da Lei 8.213/91 e artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99.
6. Aposentadoria Especial – artigos 57 ao 58 da Lei 8.213/91 e
artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99.
7. Salário-Família – artigos 65 ao 70 da Lei 8.213/91 e artigos
51 a 55 do Decreto 3.048/99.
8. Salário-Maternidade – artigos 71 ao 73 da Lei 8.213/91 e
artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99.
9. Pensão por Morte – artigos 74 ao 79 da Lei 8.213/91 e
artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99.

19
10. Auxílio-Reclusão artigo 80 da Lei 8.213/91 e artigos 51 a
55 do Decreto 3.048/99.

• Acumulação de Benefícios – artigo 124 da Lei 8.213/91 e artigos 51


a 55 do Decreto 3.048/99.

1. Auxílio-Doença - Será devido ao segurado que, após cumprida, quando


for o caso, a carência exigida (12 contribuições mensais), ficar incapacitado
para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias
consecutivos.
Trata-se de uma incapacidade temporária, verificada mediante exame
médico-pericial a cargo do INSS.
Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral
de Previdência Social já portador de doença ou lesão invocada como causa
para a concessão do benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por
motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
A data do início do benefício será:
- para segurado empregado: a contar do décimo sexto dia do afastamento
da atividade, se requerido no prazo de 30 dias ou a contar da data de
entrada do requerimento, se requerido após 30 dias do afastamento da
atividade;
- para os demais segurados: a contar da data do início da incapacidade, se
requerido no prazo de 30 dias ou a contar da data de entrada do
requerimento, se requerido após 30 dias do afastamento da atividade.

O segurado empregado em gozo de auxílio-doença é considerado pela


empresa como licenciado. Durante os primeiros quinze dias consecutivos
de afastamento da atividade por motivo de doença, incumbe à empresa
pagar ao segurado empregado o seu salário.

O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida


pela previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas
para o exercício de uma delas. Se nas várias atividades o segurado exercer
a mesma profissão, será exigido de imediato o afastamento de todas.

Se o segurado empregado, por motivo de doença, afastar-se do trabalho


durante quinze dias, retornando à atividade no décimo sexto dia, e se dela
voltar a se afastar dentro de sessenta dias desse retorno, em decorrência da
mesma doença, fará jus ao auxílio doença a partir da data do novo
afastamento.

20
Se o segurado requerer novo benefício decorrente da mesma doença no
prazo de 60 dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica
desobrigada do pagamento relativo aos quinze primeiros dias de
afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se os dias
trabalhados, se for o caso. Tratando-se de outra doença, será um novo
benefício.

O segurado em gozo de auxílio-doença está obrigado, independentemente


de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame
médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional
por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto
o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.

O auxílio-doença cessa pela recuperação da capacidade para o trabalho,


pela transformação em aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente de
qualquer natureza, e pela transformação em aposentadoria por idade, desde
que haja carência e que seja requerida pelo próprio segurado.

2. Aposentadoria por Invalidez - Será devida ao segurado que, após


cumprida, quando for o caso, a carência exigida (12 contribuições mensais)
e estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para
o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que
lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nessa
condição. Trata-se de uma incapacidade permanente, verificada mediante
exame médico-pericial a cargo do INSS.
Não será devido quando o segurado que se filiar ao Regime Geral de
Previdência Social já portador de doença ou lesão invocada como causa
para a concessão do benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por
motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
A data do início do benefício será:
- para segurado empregado: a contar do décimo sexto dia do afastamento
da atividade, se requerido no prazo de 30 dias ou a contar da data de
entrada do requerimento, se requerido após 30 dias do afastamento da
atividade ou ainda a contar do dia imediato ao da cessação do auxílio-
doença;
- para os demais segurados: a contar da data do início da incapacidade, se
requerido no prazo de 30 dias ou a contar da data de entrada do
requerimento, se requerido após 30 dias do afastamento da atividade, ou
ainda a contar do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença.
Durante os primeiros quinze dias de afastamento consecutivos da atividade
por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o
salário.

21
A concessão de aposentadoria por invalidez, inclusive mediante
transformação de auxílio-doença, está condicionada ao afastamento de
todas as atividades. Quando o segurado que exercer mais de uma atividade
se incapacitar definitivamente para uma delas, deverá o auxílio-doença ser
mantido indefinidamente, não cabendo sua transformação em
aposentadoria por invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às
demais atividades.

O segurado aposentado por invalidez está obrigado, a qualquer tempo, e


independentemente de sua idade, a submeter-se a exame médico a cargo da
previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e
custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a
transfusão de sangue, que são facultativos, sob pena de suspensão do
benefício.

O aposentado por invalidez fica obrigado a submeter-se a exames médico-


periciais, a realizarem-se bienalmente, sob pena de sustação do pagamento
do benefício.

Cessa o benefício: a) quando o segurado retornar voluntariamente à


atividade; b) quando o segurado se julgar apto a retornar à atividade,
devendo solicitar a realização de nova avaliação médico-pericial, que
concluindo pela recuperação da capacidade laborativa, cancelará o
benefício. O segurado que retornar à atividade poderá requerer, a qualquer
tempo, novo benefício, tendo este processamento normal.

3. Auxílio-Acidente – É benefício de natureza indenizatória, concedido ao


segurado empregado, trabalhador avulso e especial quando, após a
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza,
resultar seqüela definitiva que implique redução da capacidade para o
trabalho que habitualmente exercia ou impossibilidade de desempenho da
atividade que exercia a época do acidente, porém permita o desempenho de
outra, nos casos indicados pela perícia médica do INSS.
Será devido a contar do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença até a
véspera de início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do
segurado.
O recebimento de salário ou concessão de outro benefício não prejudicará a
continuidade do recebimento do auxílio-acidente. Entretanto, é vedada a
sua acumulação com qualquer aposentadoria, com outro auxílio-acidente e
com auxílio-doença em razão da mesma causa.

22
Não cabe a concessão de auxílio-acidente quando o segurado estiver
desempregado, podendo ser concedido o auxílio-doença previdenciário,
desde que atendidas as condições inerentes à espécie.

FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO

SAT – MP 316/06 convertida na Lei 11.430, de 26.12.06, acrescenta o


artigo 21-A da Lei 8.213/91.

O SAT visa a manutenção dos benefícios acidentários.

NEXO EPIDEMIOLÓGICO – é o vínculo da classificação internacional de


doenças (CID) com a atividade desempenhada pelo segurado,
reconhecendo-se o benefício como acidentário mesmo sem a CAT.

Este novo procedimento é de especial importância para as doenças


ocupacionais, nas quais há grande resistência à emissão da CAT.

Como o Benefício será considerado acidentário de ofício, não haverá multa


pela ausência da CAT por parte do empregador.

O Anexo II do RPS estabelece nexo epidemiológico entre a atividade da


empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade. Esta presunção
de benefício acidentário teve inicialmente sua validade a partir de
abril/2007, prorrogada posteriormente para setembro de 2008.

Diferença auxílio-doença previdenciário e auxílio-doença acidentário:


. estabilidade do empregado
. carência
. competência da Justiça Estadual
. responsabilidade civil
. transformação em auxílio-acidente em caso de sequela

Nos termos do RPS, preponderante é a atividade na empresa que ocupa o


maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos.

A contribuição ao SAT, assim como as demais contribuições sociais, são


lançadas por homologação, sendo de responsabilidade da empresa
identificar corretamente sua atividade preponderante e localizar sua
alíquota de contribuição, enquadramento esse que é feito levando-se em
conta todos os estabelecimentos da empresa, de modo que a alíquota do
SAT será única.

23
FAP – Lei 8.212/91 – art. 22, § 3º e Lei 10.66/03 – art. 10 e 14

A Lei 10.666/03 estabeleceu que as alíquotas do SAT poderiam ser


reduzidas em até 50% ou aumentadas em até 100%, “conforme dispuser o
regulamento”.

A regulamentação da matéria, que deveria ter sido feita no prazo de 360


dias, foi feita com atraso pelo Decreto 6.042/07 que inseriu o art. 202-A no
RPS e fixando que a variação da alíquota SAT básica será feita a partir do
FAP.

A nova sistemática não implica na mudança do enquadramento do SAT


básico, mas sim a variação deste percentual. O SAT básico ainda é
enquadrado de acordo com a atividade econômica preponderante da
empresa.

Assim, o FAP é um índice, variável num intervalo contínuo de cinqüenta


centésimos (0,50) a dois inteiros (2,00), desprezando-se as demais casas
decimais, a ser aplicado à respectiva alíquota, ou seja, pode aumentar ou
reduzir o SAT básico, de acordo com as condições efetivas de cada
empresa.

Para fixação do FAP será feita uma análise com base no desempenho de
empresa, dentro da respectiva atividade e em coordenadas simultâneas de
freqüência, gravidade e custo dos infortúnios.

Os índices de freqüência, gravidade e custo serão calculados segundo


metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social,
levando-se em conta que:

Freqüência – quantidade de benefícios acidentários gerados na empresa –


“para o índice de freqüência, a quantidade de benefícios incapacitantes cujos agravos
causadores da incapacidade tenham gerado benefício com significância estatística capaz de
estabelecer nexo epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida,
acrescentada da quantidade de benefícios de pensão por morte acidentária; ” – art. 202, §
4º, I, RPS.

O art. 21-A da Lei 8.213/91 permite a fixação da doença como decorrente


do trabalho a partir da vinculação de determinadas patologias a certas
atividades econômicas, tendo, portanto, influência direta no cálculo da
freqüência e trazendo, como conseqüência, a elevação do FAP, em razão da
piora dos índices de freqüência.

24
Gravidade – duração dos benefícios acidentários, já que quanto mais
extensos, maior o gasto do sistema – “para o índice de gravidade, a somatória,
expressa em dias, da duração do benefício incapacitante considerado nos termos do
inciso I, tomada a expectativa de vida como parâmetro para a definição da data de
cessação de auxílio-acidente e pensão por morte acidentária; ” art. 202, § 4º, II,
RPS.

Custo – o valor dos benefícios acidentários, pois se o acidentado tinha um


salário de benefício elevado, maior será a renda mensal e, portanto, maior o
gasto do sistema previdenciário – “para o índice de custo, a somatória do valor
correspondente ao salário de benefício diário de cada um dos benefícios considerados
no inciso I, multiplicado pela respectiva gravidade. ” art. 202, § 4º, III, RPS.

O fator máximo atribuído será de dois inteiros (2,00) aquelas empresas cuja
soma das coordenadas for igual ou superior a seis inteiros positivos (+6) e o
fator mínimo cinqüenta centésimos (0,50) àquelas cuja soma resultar
inferior ou igual a seis inteiros negativos (-6).

No cálculo do FAP há uma avaliação em três dimensões, de modo a


permitir a quantificação, com maior certeza, do percentual que cada
empresa deve verter ao sistema protetivo. Cada índice terá uma média por
setor, que admite, na grande maioria, um desvio padrão de 2 pontos por
coordenada, razão pela qual a somatória dos índices, em regra, fica no
intervalo de -6 e +6.

O MPS publicará anualmente no DOU, sempre no mesmo mês, os índices


de freqüência, gravidade e custo, por atividade econômica, e
disponibilizará, na internet, o FAP por empresa, cujos efeitos tributários só
serão produzidos a partir do primeiro dia do quarto mês subseqüente ao de
sua divulgação, em obediência ao disposto no art. 195, § 6º, CF.

Inicialmente foi prevista a eficácia desta regra em setembro de 2007 (art.


5º, III, Decreto 6.042/07), prorrogando-se para setembro de 2008, o FAP
somente será aplicado na quantificação do SAT a partir de janeiro de 2009.
A partir daí, sempre no mês de setembro a Previdência Social informará o
novo FAP para o ano seguinte, por empresa.

4. Aposentadoria por Idade – A perda da qualidade de segurado não será


considerada para a concessão da aposentadoria por idade, desde que o
segurado conte com, no mínimo, o número de contribuições mensais
exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.

25
Será devida ao segurado que completar sessenta e cinco anos de idade, se
homem, ou sessenta, se mulher, reduzidos esses limites para sessenta e
cinqüenta e cinco anos de idade para os trabalhadores rurais, bem como
para os segurados garimpeiros que trabalhem, comprovadamente, em
regime de economia familiar.
A carência para os segurados filiados após 24.07.91 é de 180 contribuições
mensais e para os filiados anteriormente a essa data, aplica-se a tabela do
artigo 182 do RPS.

A data do início do benefício será:


- para segurado empregado e empregado doméstico: a contar da data do
desligamento do emprego, se requerida em 90 dias; a contar da data de
entrada do requerimento, se requerido após 90 dias do desligamento ou
quando não houver desligamento;
- para os demais segurados: a contar da data de entrada do requerimento.

A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o
segurado tenha cumprido a carência, quando este completar setenta anos de
idade, se do sexo masculino, ou sessenta e cinco, se do sexo feminino,
sendo compulsória, caso em que será garantida ao empregado a
indenização prevista na legislação trabalhista, considerada como data da
rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da
aposentadoria.

A aposentadoria por idade poderá ser decorrente da transformação de


aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, desde que requerida pelo
segurado, observado o cumprimento da carência exigida na data de início
do benefício a ser transformado.

5. Aposentadoria por Tempo de Contribuição - A perda da qualidade de


segurado não será considerada para a concessão do benefício. Será devida
ao segurado após trinta e cinco anos de contribuição, se homem, ou trinta anos.
No caso do professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo
exercício em função de magistério na educação infantil, no ensino
fundamental ou no ensino médio, será devida nos termos do § 8º do art. 201
da Constituição. Considera-se função de magistério a atividade docente do
professor exercida exclusivamente em sala de aula.

A data do início do benefício será:


- para segurado empregado e empregado doméstico: a contar da data do
desligamento do emprego, se requerida em 90 dias; a contar da data de
entrada do requerimento, se requerido após 90 dias do desligamento ou
quando não houver desligamento;

26
- para os demais segurados: a contar da data de entrada do requerimento.

Considera-se tempo de contribuição o tempo, contado de data a data, desde


o início até a data do requerimento ou do desligamento de atividade
abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente
estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção de
exercício e de desligamento da atividade. Cabe ao contribuinte individual
comprovar a interrupção ou o encerramento da atividade pela qual vinha
contribuindo, sob pena de ser considerado em débito no período sem
contribuição.

A prova de tempo de serviço, considerado tempo de contribuição é feita


mediante documentos que comprovem o exercício de atividade nos
períodos a ser contados, devendo esses documentos ser contemporâneos
dos fatos a comprovar e mencionar as datas de início e término e, quando
se tratar de trabalhador avulso, a duração do trabalho e a condição em que
foi prestado.

Não será admitida prova exclusivamente testemunhal para efeito de


comprovação de tempo de serviço ou de contribuição, salvo na ocorrência
de motivo de força maior ou caso fortuito. Se o documento apresentado
pelo segurado não atender ao estabelecido neste artigo, a prova exigida
pode ser complementada por outros documentos que levem à convicção do
fato a comprovar, inclusive mediante justificação administrativa.

O segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social até 16 de


dezembro de 1998, cumprida a carência exigida, terá direito a
aposentadoria, com valores proporcionais ao tempo de contribuição,
quando, cumulativamente:
I - contar cinqüenta e três anos ou mais de idade, se homem, e quarenta e
oito anos ou mais de idade, se mulher; e
II - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:
a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher; e
b) um período adicional de contribuição equivalente a, no mínimo,
quarenta por cento do tempo que, em 16 de dezembro de 1998, faltava para
atingir o limite de tempo mínimo.

6. Aposentadoria Especial - A perda da qualidade de segurado não será


considerada para a concessão do benefício. Será devida ao segurado
empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente
quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção, que
tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o

27
caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física.
A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo
segurado do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem
intermitente, exercido em condições especiais que prejudiquem a saúde ou
a integridade física, durante o período mínimo exigido.

É possível a conversão de tempo de atividade sob condições especiais em


tempo de atividade comum, mas ao contrário não é permitido. Para o
segurado que houver exercido sucessivamente duas ou mais atividades
sujeitas a condições especiais prejudiciais à saúde ou à integridade física,
sem completar em qualquer delas o prazo mínimo exigido para a
aposentadoria especial, os respectivos períodos serão somados após
conversão.

A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será


feita mediante formulário denominado perfil profissiográfico
previdenciário emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo
técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do
trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. A empresa que não
mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos
existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir
documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o
respectivo laudo estará sujeita à aplicação de auto-de-infração. O perfil
profissiográfico previdenciário, abrangendo as atividades desenvolvidas
pelo trabalhador, será fornecido a este, quando da rescisão do contrato de
trabalho ou do desligamento do cooperado, em cópia autêntica, sob pena de
multa.
A data do início do benefício será:
- para segurado empregado: a contar da data do desligamento do emprego,
se requerida em 90 dias; a contar da data de entrada do requerimento, se
requerido após 90 dias do desligamento ou quando não houver
desligamento;
- para os demais segurados: a contar da data de entrada do requerimento.

O segurado que retornar ao exercício de atividade ou operações que o


sujeitem aos agentes nocivos, ou nele permanecer, na mesma ou em outra
empresa, qualquer que seja a forma de prestação do serviço, ou categoria
de segurado, terá seu benefício cessado a partir da data do retorno à
atividade.

28
7. Salário-Família – Será devido, mensalmente, apenas ao segurado
empregado e ao trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de
filhos ou equiparados de qualquer condição, até quatorze anos de idade ou
inválido, tenham salário de contribuição inferior ou igual a R$ 752,12
(valor atualizado pela Portaria Interministerial MPS/MF nº 48/2009).
Quando o pai e a mãe são segurados empregados ou trabalhadores avulsos,
ambos têm direito ao salário-família.

Valor da cota, por dependente, partir de 1º de fevereiro de 2009, é de:


I - R$ 25,66 (vinte e cinco reais e sessenta e seis centavos) para o segurado
com remuneração mensal não superior a R$ 500,40 (quinhentos reais e
quarenta centavos);
II - R$ 18,08 (dezoito reais e oito centavos) para o segurado com
remuneração mensal superior a R$ 500,40 (quinhentos reais e quarenta
centavos) e igual ou inferior a R$ 752,12 (setecentos e cinqüenta e dois
reais e doze centavos).

O salário-família será pago:


1. pela empresa - ao empregado, com o respectivo salário, devendo
deduzir as cotas quando do recolhimento das contribuições sobre a
folha de salário.
2. pelo sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, mediante convênio –
ao trabalhador avulso.
3. pelo INSS - ao empregado e trabalhador avulso aposentados por
idade, por invalidez ou em gozo de auxílio-doença, juntamente com
o benefício.

As cotas do salário-família, pagas pela empresa, deverão ser deduzidas


quando do recolhimento das contribuições sobre a folha de salário. A
empresa deverá conservar, durante dez anos, os comprovantes dos
pagamentos e as cópias das certidões correspondentes, para exame pela
fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social.

O pagamento do salário-família será devido a partir da data da apresentação


da certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao
equiparado, estando condicionado à apresentação anual de atestado de
vacinação obrigatória, até seis anos de idade, e de comprovação semestral
de freqüência à escola do filho ou equiparado, a partir dos sete anos de
idade, sob pena de suspensão do benefício. Não é devido salário-família no
período entre a suspensão do benefício motivada pela falta de comprovação
da freqüência escolar e o seu reativamento, salvo se provada a freqüência
escolar regular no período.

29
Tendo havido divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, ou em caso
de abandono legalmente caracterizado ou perda do poder familiar, o
salário-família passará a ser pago diretamente àquele a cujo cargo ficar o
sustento do menor, ou a outra pessoa, se houver determinação judicial
nesse sentido.

O salário-família cessa automaticamente por morte do filho ou equiparado,


a contar do mês seguinte ao do óbito; quando o filho ou equiparado
completar quatorze anos de idade, salvo se inválido, a contar do mês
seguinte ao da data do aniversário; pela recuperação da capacidade do filho
ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da
incapacidade; ou pelo desemprego do segurado.

As cotas do salário-família não serão incorporadas, para qualquer efeito, ao


salário ou ao benefício.

8. Salário-Maternidade - é devido à segurada da previdência social,


durante cento e vinte dias, com início vinte e oito dias antes e término
noventa e um dias depois do parto, podendo ser prorrogado, em casos
excepcionais, de mais duas semanas, mediante atestado médico específico.

Em caso de parto antecipado ou não, a segurada tem direito aos cento e


vinte dias e em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante
atestado médico, a segurada terá direito ao salário-maternidade
correspondente a duas semanas.

É devido à segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda


judicial para fins de adoção de criança, independentemente de a mãe
biológica ter recebido o mesmo benefício quando do nascimento da
criança, cujo prazo varia de acordo com a idade da criança: até um ano
completo, por cento e vinte dias; a partir de um ano até quatro anos
completos, por sessenta dias; ou a partir de quatro anos até completar oito
anos, por trinta dias.

Renda Mensal:
- para a segurada empregada consiste numa renda mensal igual à sua
remuneração integral e será pago pela empresa;
- para a segurada empregada doméstica será o valor correspondente ao
do seu último salário de contribuição;
- para a trabalhadora avulsa consiste numa renda mensal igual à sua
remuneração integral equivalente a um mês de trabalho;
- para a segurada especial será um salário mínimo.

30
- para as seguradas contribuinte individual, facultativa e a
desempregada que mantém a qualidade de segurada, em um doze
avos da soma dos doze últimos salários de contribuição, apurados em
período não superior a quinze meses.

Nos meses de início e término do salário-maternidade da segurada


empregada, o salário-maternidade será proporcional aos dias de
afastamento do trabalho.

No caso de empregos concomitantes, a segurada fará jus ao salário-


maternidade relativo a cada emprego.

O salário-maternidade não pode ser acumulado com benefício por


incapacidade. Quando ocorrer incapacidade em concomitância com o
período de pagamento do salário-maternidade, o benefício por
incapacidade, conforme o caso, deverá ser suspenso enquanto perdurar o
referido pagamento, ou terá sua data de início adiada para o primeiro dia
seguinte ao término do período de cento e vinte dias.

A segurada aposentada que retornar à atividade fará jus ao pagamento do


salário-maternidade.

9. Pensão por Morte – será devida ao conjunto dos dependentes do


segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data:
- do óbito, quando o dependente maior de dezesseis anos de idade, requerer
até trinta dias depois deste;
- do óbito, quando o dependente menor até dezesseis anos de idade,
requerer até trinta dias após completar essa idade;
- da data do requerimento, quando requerida após esses prazos;
- da emissão da sentença declaratória de ausência;
- da data do desaparecimento do segurado por motivo de catástrofe,
acidente ou desastre, a contar da data da ocorrência, mediante prova hábil.

Cessa o benefício:
- pela morte do pensionista;
- para o pensionista menor de idade, ao completar vinte e um anos, salvo se
for inválido, ou pela emancipação, ainda que inválido, exceto, neste caso,
se a emancipação for decorrente de colação de grau científico em curso de
ensino superior;
- para o pensionista inválido, pela cessação da invalidez, verificada em
exame médico-pericial a cargo da previdência social.

31
- pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais
biológicos.

- pelo reaparecimento do segurado, ficando os dependentes desobrigados


da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé.

10. Auxílio-Reclusão – Aplicam-se ao auxílio-reclusão as mesmas regras


da pensão, no que couber. Será devido aos dependentes do segurado
recolhido à prisão que não receber remuneração da empresa nem estiver em
gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em
serviço, desde que o seu último salário de contribuição seja inferior ou
igual a R$ 752,12 (setecentos e cinqüenta e dois reais e doze centavos).

É devido auxílio-reclusão aos dependentes do segurado quando não houver


salário de contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde
que mantida a qualidade de segurado e será pago apenas durante o período
em que o segurado estiver recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-
aberto. É vedada a concessão do auxílio-reclusão após a soltura do
segurado.

A data de início do benefício será fixada na data do efetivo recolhimento do


segurado à prisão, quando o dependente maior de dezesseis anos de idade
requerer até trinta dias depois desta, ou na data do requerimento, se
posterior, observado, no que couber, ou quando o dependente menor até
dezesseis anos de idade, requerer até trinta dias após completar essa idade
ou ainda da data do requerimento, quando requerida após esses prazos.

O beneficiário deverá apresentar trimestralmente atestado de que o


segurado continua detido ou recluso, firmado pela autoridade competente.
No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do
segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde
que esteja ainda mantida a qualidade de segurado.

Falecendo o segurado detido ou recluso, o auxílio-reclusão que estiver


sendo pago será automaticamente convertido em pensão por morte.

Acumulação de benefícios - Salvo no caso de direito adquirido, não é


permitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios da previdência
social, inclusive quando decorrentes de acidente do trabalho:
1. aposentadoria com auxílio-doença;

32
2. mais de uma aposentadoria;
3. aposentadoria com abono de permanência em serviço;
4. salário-maternidade com auxílio-doença;~
5. mais de um auxílio-acidente;
6. mais de uma pensão deixada por cônjuge;
7. mais de uma pensão deixada por companheiro ou companheira;
8. mais de uma pensão deixada por cônjuge e companheiro ou
companheira; e
9. auxílio-acidente com qualquer aposentadoria.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4ª PARTE

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

• Receitas da Seguridade Social – artigos 16 ao 28 da Lei 8.212/91 e


artigos 196 ao 213 do Decreto 3.048/99.

Receitas da Seguridade Social – A seguridade social é financiada por toda


a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
de contribuições sociais.

Receitas da União - A contribuição da União é constituída de recursos


adicionais do Orçamento Fiscal, fixados obrigatoriamente na Lei
Orçamentária anual. A União é responsável pela cobertura de eventuais
insuficiências financeiras da seguridade social, quando decorrentes do
pagamento de benefícios de prestação continuada da previdência social, na
forma da Lei Orçamentária anual.

Receitas de outras fontes – Constituem outras receitas da seguridade


social:

1. as multas, a atualização monetária e os juros moratórios;


2. a remuneração recebida pela prestação de serviços de arrecadação,
fiscalização e cobrança prestados a terceiros;

33
3. as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de
fornecimento ou arrendamento de bens;
4. as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras;
5. as doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais;
6. cinqüenta por cento da receita obtida na forma do parágrafo único do
art. 243 da Constituição Federal, repassados pelo Instituto Nacional
do Seguro Social (atualmente SRFB) aos órgãos responsáveis pelas
ações de proteção à saúde e a ser aplicada no tratamento e
recuperação de viciados em entorpecentes e drogas afins;
7. quarenta por cento do resultado dos leilões dos bens apreendidos
pela Secretaria da Receita Federal;
8. outras receitas previstas em legislação específica; e
9. As companhias seguradoras que mantém seguro obrigatório de danos
pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres, de que
trata a Lei n. 6.194, de 19 de dezembro de 1974, deverão repassar à
seguridade social cinqüenta por cento do valor total do prêmio
recolhido, destinados ao Sistema Único de Saúde, para custeio da
assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados em acidentes
de trânsito.

Receitas das Contribuições Sociais – dividem-se em:

I - Empregado, Trabalhador Avulso e Empregado Doméstico:

Salário-de-contribuição Alíquota em %
até 965,67 8,00
de 965,68 até 1.609,45 9,00
de 1.609,46 até 3.218,90 11,00

Nota: esses valores foram estabelecidos na Portaria Interministerial


MPS/MF nº 48, de 12.02.2009, publicada no DOU de 13.02.2009.

Salário de Contribuição para empregado e trabalhador avulso é para o


empregado e o trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais
empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou
creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo

34
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho
ou sentença normativa;. Para empregado doméstico é a remuneração
registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e/ou na Carteira
Profissional.
Limites: o mínimo é piso salarial legal ou normativo da categoria ou,
inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou
horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.
O máximo é o estabelecido em portaria do Ministério da Previdência
Social.

Parcelas que integram o salário de contribuição:

1. A gratificação natalina - décimo terceiro salário - integra o salário-


de-contribuição, exceto para o cálculo do salário-de-benefício, sendo
devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da última
parcela ou na rescisão do contrato de trabalho.

2. O salário-maternidade.

3. O valor das diárias para viagens, quando excedente a cinqüenta por


cento da remuneração mensal do empregado, integra o salário-de-
contribuição pelo seu valor total.

II – Contribuinte Individual e Facultativo:

A alíquota de contribuição dos segurados contribuinte individual e


facultativo é de vinte por cento aplicada sobre o respectivo salário de
contribuição, cujo limite mínimo é o salário mínimo e máximo é o
estabelecido em Portaria Ministerial.

A partir da competência em que o segurado fizer a opção pela exclusão do


direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, é de onze
por cento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário
de contribuição, a alíquota de contribuição:
I - do segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta própria, sem
relação de trabalho com empresa ou equiparado;
II - do segurado facultativo; e
III - especificamente quanto às contribuições relativas à sua participação na
sociedade, do sócio de sociedade empresária que tenha tido receita bruta
anual, no ano-calendário anterior, de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil
reais).

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Salário de contribuição do segurado facultativo é o valor por ele declarado
e do contribuinte individual é a remuneração auferida em uma ou mais
empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o
mês.

III – Empregador Doméstico:

é de doze por cento do salário de contribuição do empregado doméstico a


seu serviço.

IV – Empresa – sobre a folha de salários:

Empresa urbana:
- vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou
creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados
empregado e trabalhador avulso;

- vinte por cento sobre o total das remunerações ou retribuições pagas


ou creditadas no decorrer do mês ao segurado contribuinte
individual;

- quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de


prestação de serviços, relativamente a serviços que lhes são
prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de
trabalho;

- um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco


de acidente do trabalho seja considerado leve; dois por cento para a
empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do
trabalho seja considerado médio; ou três por cento para a empresa
em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja
considerado grave, incidentes sobre o total da remuneração paga,
devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao
segurado empregado e trabalhador avulso.

- se a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa ensejar a


concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e
cinco anos de contribuição, a s alíquotas serão acrescidas de doze,
nove ou seis pontos percentuais, respectivamente, incidente
exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

36
Empresa rural:

- dois vírgula cinco por cento sobre o total da receita bruta proveniente
da comercialização da produção rural, quando se tratar de pessoa
jurídica que tenha como fim apenas a atividade de produção rural.

- zero vírgula um por cento incidente sobre a receita bruta proveniente


da comercialização de sua produção, quando se tratar de produtor
rural pessoa jurídica.

V – Produtor rural pessoa física e segurado especial:

- dois por cento para a seguridade social; e

- zero vírgula um por cento para o financiamento dos benefícios


concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho.

VI – Associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional:

é de cinco por cento da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos


de que participe em todo território nacional, em qualquer modalidade
desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de
patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade,
propaganda e transmissão de espetáculos desportivos.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

5ª PARTE

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

• Isenção de Contribuições – artigos 206 ao 210 do Decreto 3.048/99.


• Vencimento. Contribuições Devidas e não recolhidas até o
vencimento - artigos 216, 239 do Decreto 3.048/99.

37
• Prova de Inexistência de Débito – CND - artigos 257 ao 265 do
Decreto 3.048/99.
• Restituição e Compensação - artigos 247 ao 254 do Decreto
3.048/99.
• Reembolso - artigo 255 do Decreto 3.048/99.

Isenção de Contribuições – a pessoa jurídica de direito privado


beneficente de assistência social fica isenta das contribuições referentes ao
aporte patronal desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes
requisitos:
- seja reconhecida como de utilidade pública federal;
- seja reconhecida como de utilidade pública pelo respectivo Estado,
Distrito Federal ou Município onde se encontre a sua sede;
- seja portadora do Registro e do Certificado de Entidade Beneficente de
Assistência Social fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistência
Social, renovado a cada três anos;
- promova, gratuitamente e em caráter exclusivo, a assistência social
beneficente a pessoas carentes, em especial a crianças, adolescentes, idosos
e portadores de deficiência;
- aplique integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e
desenvolvimento de seus objetivos institucionais, apresentando,
anualmente, relatório circunstanciado de suas atividades ao Instituto
Nacional do Seguro Social (atualmente SRFB); e
- não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores,
benfeitores, ou equivalentes, remuneração, vantagens ou benefícios, por
qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades
que lhes são atribuídas pelo respectivo estatuto social.
- esteja em situação regular em relação às contribuições sociais.
Entende-se por assistência social beneficente a prestação gratuita de
benefícios e serviços a quem destes necessitar. Considera-se pessoa carente
a que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção, nem tê-
la provida por sua família, bem como ser destinatária da Política Nacional
de Assistência Social, aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência
Social.

A isenção das contribuições é extensiva a todas as entidades mantidas, suas


dependências, estabelecimentos e obras de construção civil da pessoa
jurídica de direito privado beneficente, quando por ela executadas e
destinadas a uso próprio. A isenção concedida a uma pessoa jurídica não é
extensiva e nem abrange outra pessoa jurídica, ainda que esta seja mantida
por aquela, ou por ela controlada.

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Será cancelada a isenção da pessoa jurídica de direito privado beneficente
que não atender aos requisitos, a partir da data em que se a fiscalização do
Instituto Nacional do Seguro Social (atualmente SRFB) verificar que a
pessoa jurídica a que se refere este artigo deixou de cumprir os requisitos
nele previstos, emitindo Informação Fiscal na qual relatará os fatos que
determinaram a perda da isenção. A pessoa jurídica de direito privado
beneficente será cientificada do inteiro teor da Informação Fiscal, sugestões
e conclusões emitidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social e terá o
prazo de quinze dias para apresentação de defesa e produção de provas.
Apresentada a defesa ou decorrido o prazo sem manifestação da parte
interessada, o Instituto Nacional do Seguro Social decidirá acerca do
cancelamento da isenção, emitindo Ato Cancelatório, se for o caso.
Cancelada a isenção, a pessoa jurídica de direito privado beneficente terá o
prazo de trinta dias contados da ciência da decisão, para interpor recurso
com efeito suspensivo ao Conselho de Recursos da Previdência Social.
deixar de atendê-los.

A pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, que exerce


atividade educacional ou que atenda ao Sistema Único de Saúde, mas não
pratique de forma exclusiva e gratuita atendimento a pessoas carentes,
gozará da isenção das contribuições, na proporção do valor das vagas
cedidas, integral e gratuitamente, a carentes ou do valor do atendimento à
saúde de caráter assistencial, desde que satisfaçam os requisitos constantes
dos incisos I, II, III, V e VI do caput do art. 206 do RPS.

A pessoa jurídica de direito privado beneficiada com a isenção é obrigada a


apresentar, anualmente, até 30 de abril, relatório circunstanciado de suas
atividades no exercício anterior.

Prazo de Vencimento – o prazo para cumprimento da obrigação principal


é:

- até dois dias úteis: associação desportiva que mantém equipe de


futebol profissional quando da realização dos espetáculos
desportivos.

- Até o dia 15 do mês seguinte:


o Contribuinte individual
o Segurado facultativo
o Empregador doméstico
o Entidade sindical que remunera dirigente que mantém a
qualidade de contribuinte individual

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Não havendo expediente bancário no dia 15, o vencimento será prorrogado
para o dia útil posterior.

- Até o dia 20 do mês seguinte:


o Vencem todas as demais contribuições.

Não havendo expediente bancário no dia 20, o vencimento será antecipado


para o dia útil anterior.

- Até o dia 20 de dezembro:


o O décimo-terceiro salário. Relativamente aos que recebem
salário variável, o recolhimento da contribuição decorrente de
eventual diferença da gratificação natalina (13º salário) deverá
ser efetuado juntamente com a competência dezembro do
mesmo ano.
o O empregador doméstico poderá recolher a competência
novembro juntamente com o décimo-terceiro.

Não havendo expediente bancário no dia 20 de dezembro, o vencimento


será antecipado para o dia útil anterior.

Recolhimento Trimestral - É facultado aos segurados contribuinte


individual e facultativo, cujos salários de contribuição sejam iguais ao valor
de um salário mínimo, optarem pelo recolhimento trimestral das
contribuições previdenciárias, com vencimento no dia quinze do mês
seguinte ao de cada trimestre civil, prorrogando-se o vencimento para o dia
útil subseqüente quando não houver expediente bancário no dia quinze.
Aplica-se também a mesma regra ao empregador doméstico relativamente
aos empregados a seu serviço, cujos salários de contribuição sejam iguais
ao valor de um salário mínimo, ou inferiores nos casos de admissão,
dispensa ou fração do salário em razão de gozo de benefício.

Recolhimento Presumido - O desconto da contribuição e da consignação


legalmente determinado sempre se presumirá feito, oportuna e
regularmente, pela empresa, pelo empregador doméstico, pelo adquirente,
consignatário e cooperativa a isso obrigados, não lhes sendo lícito alegarem
qualquer omissão para se eximirem do recolhimento, ficando os mesmos
diretamente responsáveis pelas importâncias que deixarem de descontar ou
tiverem descontado em desacordo com este Regulamento.

Contribuições Devidas e não recolhidas até o vencimento – Os débitos


com a União decorrentes das contribuições sociais das empresas, incidentes
sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço, dos

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empregadores domésticos, dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário
de contribuição, das instituídas a título de substituição e das contribuições
devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos
nos prazos previstos na lei, serão acrescidos de multa de mora e juros de
mora.
A multa de mora será calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento,
por dia de atraso, a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do
prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em
que ocorrer o seu pagamento e limitado a vinte por cento.
Os juros de mora serão calculados pela taxa referencial do Sistema Especial
de Liquidação e Custódia - SELIC, acumulada mensalmente, calculados a
partir do primeiro dia do segundo mês subseqüente ao do encerramento do
período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de
um por cento no mês do pagamento.

Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas:

I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de


imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento,
de falta de declaração e nos de declaração inexata. Esse percentual será
duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30
de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades
administrativas ou criminais cabíveis. Será aumentado da metade no caso
de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação
para prestar esclarecimentos, apresentar arquivos ou sistemas e apresentar a
documentação técnica definida na lei.

II - de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do


pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de
dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido
apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física;
b) na forma do art. 2o da Lei nº 9.430/96, que deixar de ser efetuado, ainda
que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a
contribuição social sobre o lucro líquido, no ano-calendário
correspondente, no caso de pessoa jurídica.

Prova de Inexistência de Débito – o documento hábil é a Certidão


Negativa de Débito – CND.

Casos em que se exige:

1. do proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de construção civil,


quando de sua averbação no Registro de Imóveis.

41
2. do incorporador, na ocasião da inscrição de memorial de
incorporação no Registro de Imóveis.
3. do produtor rural pessoa física e do segurado especial, quando da
constituição de garantia para concessão de crédito rural e qualquer de
suas modalidades, por instituição de créditos pública ou privada,
desde que comercializem a sua produção com o adquirente
domiciliado no exterior ou diretamente no varejo a consumidor
pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado
especial.
4. da empresa:
a) na licitação, na contratação com o poder público e no
recebimento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício
concedidos por ele;
b) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou
direito a ele relativo;
c) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel de
valor superior a R$ 33.228,88 (trinta e três mil duzentos e
vinte e oito reais e oienta e oito centavos) incorporado ao ativo
permanente da empresa; e
d) no registro ou arquivamento, no órgão próprio, de ato relativo
a baixa ou redução de capital de firma individual, redução de
capital social, cisão total ou parcial, transformação ou extinção
de entidade ou sociedade comercial ou civil e transferência de
controle de cotas de sociedades de responsabilidade limitada,
suprida a exigência pela informação de inexistência de débito
a ser prestada pelos órgãos competentes;
e) na contratação de operações de crédito com instituições
financeiras, assim entendidas as pessoas jurídicas públicas ou
privadas que tenham como atividade principal ou acessória a
intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios
ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, autorizadas
pelo Banco Central do Brasil ou por decreto do Poder
Executivo a funcionar no Território Nacional, que envolvam
recursos públicos, bem como na liberação de eventuais
parcelas previstas nos contratos.

Independe da apresentação de documento comprobatório de inexistência de


débito:
1. a lavratura ou assinatura de instrumento, ato ou contrato que
constitua retificação, ratificação ou efetivação de outro anterior para
o qual já foi feita a prova;

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2. a constituição de garantia para concessão de crédito rural, em
qualquer de suas modalidades, por instituição de crédito pública ou
privada ao produtor rural pessoa física e ao segurado especial desde
que estes não comercializem a sua produção com o adquirente
domiciliado no exterior nem diretamente no varejo a consumidor
pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado
especial;

3. a averbação da obra de construção civil, relativa a imóvel cuja


construção tenha sido concluída antes de 22 de novembro de 1966;

4. a transação imobiliária que envolva empresa que explore


exclusivamente atividade de compra e venda de imóveis, locação,
desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação
imobiliária ou construção de imóveis destinados à venda, desde que
o imóvel objeto da transação esteja contabilmente lançado no ativo
circulante e não conste, nem tenha constado, do ativo permanente da
empresa.

5. da microempresa e empresa de pequeno porte quando do


arquivamento de seus atos constitutivos nas juntas comerciais,
inclusive de suas alterações, salvo no caso de extinção de firma
individual ou sociedade.

Restituição e Compensação - Somente poderá ser restituída ou


compensada contribuição para a seguridade social, na hipótese de
pagamento ou recolhimento indevido. A contribuição será atualizada
monetariamente, nos períodos em que a legislação assim determinar, a
contar da data do pagamento ou recolhimento até a da efetiva restituição ou
compensação, utilizando-se os mesmos critérios aplicáveis à cobrança da
própria contribuição em atraso, na forma da legislação de regência. É
facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição.

A restituição de contribuição indevidamente descontada do segurado


somente poderá ser feita ao próprio segurado, ou ao seu procurador, salvo
se comprovado que o responsável pelo recolhimento já lhe fez a devolução.

A compensação, independentemente da data do recolhimento, não pode ser


superior a trinta por cento do valor a ser recolhido em cada competência,
devendo o saldo remanescente em favor do contribuinte, ser compensado
nas competências subseqüentes.

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A compensação somente poderá ser efetuada com parcelas de contribuição
da mesma espécie.

Da decisão sobre pedido de restituição de contribuições ou de outras


importâncias, cabe recurso de ofício à autoridade administrativa
imediatamente superior.

Reembolso – A empresa será reembolsada pelo pagamento do valor bruto


do salário-maternidade, incluída a gratificação natalina proporcional ao
período da correspondente licença, e das cotas do salário-família pago aos
segurados a seu serviço, mediante dedução do respectivo valor, no ato do
recolhimento das contribuições devidas.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

6ª PARTE

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

• Créditos da Seguridade Social.


• Notificação Fiscal de Lançamento de Débito
• Exame da Contabilidade. Lançamento de Ofício e Aferição Indireta.
• Auto-de-Infração. Circunstâncias agravantes.
• Outras penalidades.
• Obrigações Acessórias.
• Retenção e Responsabilidade Solidária.
• Recursos Administrativos.

Créditos da Seguridade Social - O crédito da seguridade social é


constituído por meio de notificação fiscal de lançamento, auto de infração e
de confissão de valores devidos e não recolhidos pelo contribuinte.

Notificação Fiscal de Lançamento de Débito - Constatada a falta de


recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida, bem
como em caso de falta de pagamento de benefício reembolsado ou em caso
de pagamento desse benefício sem observância das normas pertinentes
estabelecidas, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de

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lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das
contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as
normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Será lavrada, portanto,
quando houver o descumprimento da obrigação principal.

Recebida a notificação, o empregador doméstico, a empresa ou o segurado


terão o prazo de trinta dias para efetuar o pagamento ou apresentar
impugnação. Decorrido esse prazo, será automaticamente declarada a
revelia, considerado, de plano, procedente o lançamento, permanecendo o
processo no órgão jurisdicionante, pelo prazo de trinta dias, para cobrança
amigável. Após esse prazo, o crédito será inscrito em Dívida Ativa.

Apresentada a defesa, o processo formado a partir da notificação fiscal de


lançamento será submetido à autoridade competente, que decidirá sobre a
procedência ou não do lançamento, cabendo recurso ao 2º Conselho de
Contribuintes do Ministério da Fazenda.

Exame da Contabilidade - É prerrogativa da Secretaria da Receita Federal


do Brasil, por força dos artigos 2º e 3º da Lei 11.457, de 16.03.2007, o
exame da contabilidade da empresa, não prevalecendo para esse efeito a
alegação de sigilo comercial, ficando obrigados a empresa e o segurado a
prestarem todos os esclarecimentos e informações solicitados.

A empresa, o servidor de órgão público da administração direta e indireta,


o segurado da previdência social, o serventuário da Justiça, o síndico ou
seu representante legal, o comissário e o liquidante de empresa em
liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os
documentos e livros relacionados com as contribuições previstas neste
Regulamento.

Lançamento de ofício - ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer


documento ou informação, ou sua apresentação deficiente (não preencha as
formalidades legais), ou ainda quando a fiscalização constatar que a
contabilidade não registra o movimento real da remuneração dos segurados
a seu serviço, da receita ou do faturamento e do lucro, a Secretaria da
Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível nas
esferas de sua competência, lançar de ofício importância que reputarem
devida, cabendo à empresa, ao empregador doméstico ou ao segurado o
ônus da prova em contrário.

Na falta de prova regular e formalizada, o montante dos salários pagos pela


execução de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da
mão-de-obra empregada, proporcional à área construída e ao padrão de

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execução da obra, de acordo com critérios estabelecidos pelo Instituto
Nacional do Seguro Social, cabendo ao proprietário, dono da obra,
incorporador, condômino da unidade imobiliária ou empresa co-
responsável o ônus da prova em contrário.

Auto-de-Infração – é a multa com natureza de sanção, aplicada pelo


descumprimento de obrigação acessória. Constatada a ocorrência de
infração a dispositivo do Regulamento, será lavrado auto-de-infração com
discriminação clara e precisa da infração e das circunstâncias em que foi
praticada, contendo o dispositivo legal infringido, a penalidade aplicada e
os critérios de gradação, e indicando local, dia e hora de sua lavratura,
observadas as normas fixadas pelos órgãos competentes.

Recebido o auto-de-infração, o autuado terá o prazo de trinta dias, a contar


da ciência, para efetuar o pagamento da multa de ofício com redução de
cinqüenta por cento ou impugnar a autuação. Impugnada a autuação, o
autuado, após a ciência da decisão de primeira instância, poderá efetuar o
pagamento da multa de ofício com redução de vinte e cinco por cento, até a
data limite para interposição de recurso. O recolhimento do valor da multa,
com redução, implica renúncia ao direito de impugnar ou de recorrer.
Apresentada impugnação, o processo será submetido à autoridade
competente, que decidirá sobre a autuação, cabendo recurso ao Segundo
Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazzenda.

Circunstâncias agravantes – são aquelas que podem aumentar ou


diminuir a multa. Consideram-se circunstâncias agravantes da infração, das
quais dependerá a gradação da multa, ter o infrator tentado subornar
servidor dos órgãos competentes, agido com dolo, fraude ou má-fé,
desacatado, no ato da ação fiscal, o agente da fiscalização, obstado a ação
da fiscalização ou incorrido em reincidência, caracterizando-se como tal a
prática de nova infração a dispositivo da legislação por uma mesma pessoa
ou por seu sucessor, dentro de cinco anos da data em que se tornar
irrecorrível administrativamente a decisão condenatória, da data do
pagamento ou da data em que se configurou a revelia, referentes à autuação
anterior.

Outras penalidades - A empresa que transgredir as normas deste


Regulamento, além de outras sanções previstas, sujeitar-se-á às seguintes
restrições:
1. suspensão de empréstimos e financiamentos, por instituições
financeiras oficiais;
2. revisão de incentivo fiscal de tratamento tributário especial;

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3. inabilitação para licitar e contratar com qualquer órgão ou entidade
da administração pública direta ou indireta federal, estadual, do
Distrito Federal ou municipal;
4. interdição para o exercício do comércio, se for sociedade mercantil
ou comerciante individual;
5. desqualificação para impetrar concordata; e
6. cassação de autorização para funcionar no País, quando for o caso.

A empresa em débito para com a seguridade social não pode:


1. distribuir bonificação ou dividendo a acionista; e
2. dar ou atribuir cota ou participação nos lucros a sócio cotista, diretor
ou outro membro de órgão dirigente, fiscal ou consultivo, ainda que
a título de adiantamento.

Obrigações Acessórias Específicas –

1. do Município - por intermédio do órgão competente, fornecerá ao


Instituto Nacional do Seguro Social, para fins de fiscalização,
mensalmente, relação de todos os alvarás para construção civil e
documentos de habite-se concedidos, de acordo com critérios
estabelecidos pelo referido Instituto, até o dia dez do mês seguinte
àquele a que se referirem os documentos.
2. do titular de cartório de registro civil e de pessoas naturais –
comunicar o Instituto Nacional do Seguro Social, até o dia dez de
cada mês, o registro dos óbitos ocorridos no mês imediatamente
anterior, devendo da comunicação constar o nome, a filiação, a data
e o local de nascimento da pessoa falecida, ainda que não tenha sido
registrado nenhum óbito.
3. das instituições financeiras mencionadas - verificar, por meio da
internet, a autenticidade da Certidão Negativa de Débito - CND
apresentadas pelas empresas com as quais tenham efetuado
operações de crédito com recursos públicos.
4. da empresa – preparar folha de pagamento da remuneração paga,
devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo
manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e
recibos de pagamentos; lançar mensalmente em títulos próprios de
sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas
as contribuições, o montante das quantias descontadas, as
contribuições da empresa e os totais recolhidos; prestar ao Instituto
Nacional do Seguro Social e à Secretaria da Receita Federal todas as
informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse dos
mesmos, na forma por eles estabelecida, bem como os
esclarecimentos necessários à fiscalização; informar mensalmente à

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Secretaria da Receita Federal do Brasil, por intermédio da Guia de
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
Informações à Previdência Social, na forma por ela estabelecida,
dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição
previdenciária e outras informações; encaminhar ao sindicato
representativo da categoria profissional mais numerosa entre seus
empregados, até o dia dez de cada mês, cópia da Guia da Previdência
Social relativamente à competência anterior; e afixar cópia da Guia
da Previdência Social, relativamente à competência anterior, durante
o período de um mês, no quadro de horário de que trata o art. 74 da
Consolidação das Leis do Trabalho.

Retenção e Responsabilidade Solidária - A empresa contratante de


serviços executados mediante cessão ou empreitada de mão-de-obra,
inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do
valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e
recolher a importância retida em nome da empresa contratada. Esse
percentual será acrescido de quatro, três ou dois pontos percentuais,
relativamente aos serviços prestados pelos segurados empregado, cuja
atividade permita a concessão de aposentadoria especial, após quinze, vinte
ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.

Entende-se como cessão de mão-de-obra a colocação à disposição do


contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que
realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade fim da
empresa, independentemente da natureza e da forma de contratação,
inclusive por meio de trabalho temporário.

A empresa contratante do serviço deverá manter em boa guarda, em ordem


cronológica e por contratada, as correspondentes notas fiscais, faturas ou
recibos de prestação de serviços, Guias da Previdência Social e Guias de
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
Previdência Social com comprovante de entrega.

O contratado deverá elaborar folha de pagamento e Guia de Recolhimento


do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência
Social distintas para cada estabelecimento ou obra de construção civil da
empresa contratante do serviço.

As empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza, bem


como os produtores rurais integrantes do consórcio simplificado,
respondem entre si, solidariamente pelas obrigações previstas no
Regulamento da Previdência Social.

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O operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra são solidariamente
responsáveis pelo pagamento das contribuições previdenciárias e demais
obrigações, inclusive acessórias, devidas à seguridade social, relativamente
à requisição de mão-de-obra de trabalhador avulso, vedada a invocação do
benefício de ordem.

Não existe responsabilidade solidária na contratação pela empresa de


serviços de cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho.

Na obra de construção civil, o proprietário, o incorporador, o dono da obra


ou condômino da unidade imobiliária cuja contratação da construção,
reforma ou acréscimo não envolva cessão de mão-de-obra, são solidários
com o construtor, e este e aqueles com a subempreiteira, pelo cumprimento
das obrigações para com a seguridade social, ressalvado o seu direito
regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção
de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas
obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem.
Exclui-se da responsabilidade solidária perante a seguridade social o
adquirente de prédio ou unidade imobiliária que realize a operação com
empresa de comercialização ou com incorporador de imóveis definido na
Lei n. 4.591, de 1964, ficando estes solidariamente responsáveis com o
construtor.

Recursos Administrativos - Das decisões do Instituto Nacional do Seguro


Social nos processos de interesse dos beneficiários, caberá recurso para o
Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), e nos processos de
interesse dos contribuintes da seguridade social, caberá recurso para o 2º
Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda. É de trinta dias o
prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contra-razões,
contados da ciência da decisão e da interposição do recurso,
respectivamente.

Em se tratando de processo que tenha por objeto a discussão de crédito


previdenciário, o recurso somente terá seguimento se o recorrente pessoa
jurídica ou sócio desta instruí-lo com prova de depósito, de valor
correspondente a trinta por cento da exigência fiscal definida na decisão.
Sendo o recorrente for pessoa física, independe de garantia de instância,
facultada a realização de depósito.

A propositura, pelo beneficiário ou contribuinte, de ação que tenha por


objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processo administrativo importa

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renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do
recurso interposto.

Os recursos tempestivos contra decisões das Juntas de Recursos do


Conselho de Recursos da Previdência Social têm efeito suspensivo e
devolutivo.

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