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Nos termos do art. 499 do Código Civil, em face de BELTRANO CRUEL, Brasileiro, Casado,
Produtor Rural, Portador da cédula de identidade n° 555555, inscrito no CPF 547.587.587-87,
residente e domiciliado na GO-060, Fazenda Galinhas Penosas, Zona Rural da Cidade de Acreúna,
no Estado de Goiás, e sua cônjuge, MERETRIZ PENOSA, Brasileira, Casada, Do Lar, Portadora da
cédula de identidade n° 44444, inscrita no CPF 574.877.544-45, residente e domiciliado na GO-
060, Fazenda Galinhas Penosas, Zona Rural da Cidade de Acreúna, no Estado de Goiás, pelos fatos
e fundamentos de direito a seguir expostos:
DOS FATOS
DO DIREITO
Da turbação
Meritíssimo Juiz, pelos fatos expostos, não resta dúvidas na violação pelo requerido no direito de
posse do requerente, sendo que este foi nitidamente turbado em sua posse com a invasão dos
animais do requerido.
"Art. 499 O possuidor tem direito a ser mantido na posse, em caso de turbação, e restituído, no
de esbulho."
É importante ressaltar que o requerente tentou de forma amigável resolver o inconveniente com o
requerido antes do prejuízo, porém, o mesmo ...........
Diz a lei que o possuidor tem o direito de ser mantido na posse em caso de turbação.
A turbação da posse consiste em atos praticados pelo opositor que, sem retirar o possuidor, pratica
atos que impedem a fruição total do bem. Para estes prevê a legislação processual civil o uso da
Ação de Manutenção de posse, que está regulada nos artigos 926 e seguintes do Código de Processo
Civil, onde constam os requisitos necessários ao ajuizamento da ação.
A turbação não implica perda, mas perturbação da posse, como no caso do requerido que, por
negligência, deixa que seus animais ultrapassem as cercas. Turbação é todo ato que embaraça o livre exercício da
posse.
Do ato Ilícito
O Código Civil pátrio normatiza a reparabilidade de quaisquer danos, sejam morais, sejam materiais,
causados por ato ilícito, ex vi o art. 186, que trata da reparação do dano causado por ação, omissão,
imprudência ou negligência do agente:
"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito".
Cotejando o supracitado dispositivo normativo com o caso em baila, fica notório que o requerido cometeu
um ato ilícito – ao negligenciar a entrada de seus animais na propriedade vizinha – fato que culminou em
dano material e em uma imensurável lesão à honra objetiva e, por que não, à honra subjetiva do
demandante.
Da Responsabilidade Civil
Não obstante o art. 186 do novo Código definir o que é ato ilícito, observa-se que não disciplina o dever de
indenizar, ou seja, a responsabilidade civil, matéria extremamente bem tratada no art. 927 do mesmo
Código, que assim determina:
"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo."
Da indenização
1. Neste item, tratar-se-á de um dispositivo sepulcral para a quantificação do valor da indenização, a saber:
2. Em geral, toda reparação deve ser mensurada proporcionalmente ao agravo infligido. Dessa maneira, é
possível efetuar os devidos cálculos, os quais permitirão o justo alvitre do excelentíssimo magistrado.
3. Nesse diapasão, embasado em tudo que foi nitidamente exposto acima, passa-se à pormenorização dos
danos.
Dano Moral
1. Vale destacar, ainda, o que reza nossa Magna Carta de 1988 nos incisos V e X do exemplar artigo 5º:
"Art. 5º ..........................................
..........................................
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem;
..........................................
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
.........................................."
2. Com o advento da Constituição de 88, que normatizou a possibilidade da reparação do dano moral,
inúmeras leis vêm sendo produzidas em nosso país, ampliando, dessa forma, a gama de possibilidades
para o cultivo, isto é, para a propositura de ações nesse campo.
3. O ser humano é imbuído por um conjunto de valores que compõem o seu patrimônio, e que podem vir a
ser objeto de lesões, em decorrência de atos ilícitos (já citado artigo 186, CC). Há, sem dúvida, a existência
de um patrimônio moral e a necessidade de sua reparação, caso fique constatado o dano. Desta feita,
existem circunstâncias em que o ato lesivo afeta a personalidade do indivíduo, sua honra, seu bem-estar
íntimo, seu brio, seu amor próprio, enfim, sua individualidade. Dessa forma, a reparação, em tais casos,
reside no pagamento de uma pecúnia, alvitrada pelo juiz, que possibilite ao lesado uma tentativa de
satisfação compensatória da sua dor íntima.
4. Confrontando o caso em tela com o exposto no item acima, observa-se que os efeitos do ato ilícito
praticado pelo REQUERIDO alcançaram a vida privada do REQUERENTE, quebrando a paz, a
tranqüilidade e a harmonia do lar conjugal, algo que com certeza agravou ainda mais sua perturbação
interior.
5. Evidencia-se, pois, que seu patrimônio moral foi realmente ofendido e merece reparação, pelo que não é
fácil para ninguém ficar com sua credibilidade e honestidade em xeque, mormente sabendo que se trata de
uma injustiça. Embora a indenização não consiga desfazer o ato ilícito, não resta dúvida de que possui um
caráter paliativo e consolador, visto que amenizará, ao menos um pouco, o constrangimento sentido pelo
REQUERENTE.
Dano Patrimonial
1. Nessa espécie de indenização, prima-se pela reparação dos danos emergentes – tudo aquilo que se
perdeu – bem como o que, devido ao incidente, foi impossibilitado de ganhar – lucros cessantes. A fim de
tratar a matéria o legislador editou o seguinte dispositivo civil:
"Art. 402. Salvo as disposições expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor
abrangem, além do que efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar."
2. Neste diapasão, entende-se que o REQUERENTE não deixou de auferir quaisquer lucros ou frutos com a
compensação do cheque, mas é evidente que experimentou considerável dano emergente. É sepulcral citar,
também, que o REQUERENTE ficou cerca de (xxx) meses com suas despesas totalmente desreguladas,
chegando a sobrestar o adimplemento de algumas.
3. Assim, referidos gastos totalizam, de forma aproximada, um valor de R$ (xxx) (valor expresso) –
entendidos aqui, a diferença no valor do cheque compensado, a saber, R$ (xxx) (valor expresso), os valores
das multas pelo atraso acarretado às demais prestações, cerca de R$ (xxx) (valor expresso), bem como
seus juros de mora, aproximadamente R$ (xxx) (valor expresso).
4. Isso posto, requer que seja o REQUERIDO obrigado, por via judicial, a restabelecer os ditos valores, em
razão do fato de o REQUERENTE ter sido vítima de completa e total imprudência, imperícia e negligência
do demandado.
5. Os fatos articulados são à evidência caso de turbação, merecedor do remédio que o direito
material e processual asseguram ao possuidor.
a) que lhe seja concedido mandado liminar sem audiência da parte, salvo de V. Exª achar
necessário justificar o fato, para o que oferece, de logo, rol de testemunhas;
b) a citação do Requerido para os termos da ação, que espera seja a final julgada procedente,
condenado-lhe nas custas e honorários de advogado.
c) Provar o alegado por todos os demais meio de prova admitidos em direito, notadamente a
pericial, inspeção judicial e documental.
Termos que
Pede deferimento.
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Nota:
1. Por versar sobre direitos reais imobiliários, consoante o disposto no art. 10 do CPC, há a
necessidade do consentimento do cônjuge para a proposição da presente ação, bem como haverão
de ser citados os cônjuges dos opostos, na forma do inciso I do § 1º do art. 10 do CPC.
2. O Rito observado nas Ações Possessórias será aquele estabelecido no artigo 523 do Código
Civil
DOS PEDIDOS
II. Os Benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, de acordo com a Lei 1.060/50, em seu art. 4º, por não
poder arcar com as custas processuais sem prejuízo da própria subsistência;
III. A citação do REQUERIDO, na pessoa de seu representante legal, conforme indicado no preâmbulo, no
endereço ali também indicado, para que querendo e podendo, conteste a presente peça exordial, sob pena
de revelia e de confissão quanto à matéria de fato, de acordo com os arts. 285 e 319 do Código de
Processo Civil.
Pretende provar o alegado, mediante prova documental, testemunhal, realização de perícia técnica, e
demais meios de prova em Direito admitidos, nos termos do art. 332 do Código de Processo Civil.
Termos que
Pede deferimento.