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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – FACISA

COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA

Bruno Almeida Pimentel


Dione Petterson Taveira Moreira
Lorran Coelho Ribeiro de Faria
Ludmilla Lara Gusmão
Pedro Martins Godoy

OS IMPACTOS DAS OLIMPÍADAS RIO 2016 NO MERCADO


BRASILEIRO

BELO HORIZONTE

2010
2

Os impactos das Olimpíadas Rio 2016 no mercado brasileiro

Bruno Almeida Pimentel1


Dione Petterson Taveira Moreira
Lorran Coelho Ribeiro de Faria
Ludmilla Lara Gusmão
Pedro Martins Godoy

Resumo

Com a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas 2016 é evidente que
esse local será o alvo de importantes investimentos. Entretanto, é de conhecimento
geral, que a cidade do Rio de Janeiro enfrenta enormes problemas que precisam ser
solucionados, ou no mínimo, amenizados até o início dos jogos olímpicos. Sendo
assim, este artigo procurou identificar quais são as disfunções que a cidade possui,
verificar a capacitação profissional e as habilidades que serão desenvolvidas ou
aprimoradas, analisar o surgimento de novos negócios, e examinar a influência que
os jogos exercem sobre as relações internacionais. Pela impossibilidade de realizar
uma pesquisa in loco, foi feita uma pesquisa de caráter exploratório, por meio de
levantamento em fontes secundárias como o site oficial da organização das
Olimpíadas 2016, artigos e notícias publicados em portais de notícias, e informações
de orgãos que estarão envolvidos, como o Ministério do Turismo. Ao final da análise
feita pelo grupo foi possível observar que é real o propósito de transformar o Rio de
Janeiro no palco ideal para os jogos olímpicos, entretanto, quase todos os projetos
ainda estão na ordem do planejamento. Também se verificou que altos valores
serão investidos nos setores de turismo, infraestrutura e comunicação. Logo, é
importante que o acontecimento olímpico seja encarado de maneira mais séria e
responsável, para que assim, a cidade do Rio de Janeiro esteja preparada para a
recepção de outras culturas e que novos laços fortes de mercado sejam
estabelecidos.

Palavras-chave
Olímpiadas Rio 2016. Capacitação profissional. Turismo. Investimentos em
infraestrutura. Relações internacionais.

1 Introdução
1
Graduando do curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda do
Centro Univeristário Newton Paiva. E-mail: brunoalmeida02@hotmail.com; dione_ptm@hotmail.com; :
lorrancoelho@hotmail.com; : lorrancoelho@hotmail.com; pedromgodoy@yahoo.com.br
3

A realização de um evento com o porte de uma Olimpíada traz para um país


benefícios e desafios, levando-o a uma reflexão acerca de problemas a serem
solucionados. A melhoria de estádios, segurança, patrimônios públicos, turismo e
sua rede hoteleira, lazer e entretenimento tornam-se necessárias. É a oportunidade
que o país tem de mostrar mundialmente seu potencial. No último ano, o Brasil foi
contemplado com a escolha para tornar-se sede das Olimpíadas de 2016, na cidade
do Rio de Janeiro. Com essa decisão, surgem novos planos de negócios e uma
gama de oportunidades que aqui serão discutidas. Entretanto, para que possamos,
efetiv amente, aproveitar dessas circunstâncias, diversos obstáculos devem ser
vencidos.

2 Investimentos, Custos e Estimativas

O Rio de Janeiro passará por intensas mudanças para atender os critérios de


organização para realizar uma Olimpíada. Sejam em reformas nos estádios, um
planejamento para garantir o fluxo adequado de veículos, investimentos em
Segurança Pública, tratamento, manutenção e revitalização do meio ambiente, e
demais investimentos em acomodações para os atletas. Entretanto, toda a estrutura
dos Jogos Pan - Americanos 2007 será aproveitada. De acordo com o portal de
notícias G1 (2010), 29% das instalações exigidas para os Jogos de 2016 já estão
toltamentes concluídos, graças ao evento ocorrido em 2007, enquanto outros 24 por
cento são necessário reformados (REUTERS, apud, G1, 2010).

A previsão de investimento para os jogos olímpicos no Rio é de mais de R$ 23


bilhões, a partir desse total, a estimativa do governo é que ao menos R$ 11 bilhões
sejam investidos diretamente na estrutura de jogos olimpícos. Pelo menos, R$ 2
bilhões serão investidos em portos e aeroportos na capital fluminense. O setor
público vai arcar com mais de R$ 7 bilhões, enfatizando ao menos R$ 2 bilhões em
vias públicas, R$ 890 milhões no setor ambiental e R$ 730 milhões em segurança.
Já o setor privado entrará com mais de R$ 4 bilhões, divididos em R$ 1.624 bilhão
da vila de mídia, R$ 1.540 bilhão da infra-estrutura de energia elétrica e R$ 854
milhões da vila olímpica (VALOR ONLINE, 2010).
4

2.1 Transportes

A preocupação na área de transportes é garantir o fluxo dos envolvidos nos jogos


olímpicos sem causar transtornos no trânsito da cidade do Rio de Janeiro.
Provavelmente, a área de transporte vai ser a mais cara para os Jogos Olímpicos de
2016. Uma das maiores preocupações para o evento é o sistema de Metrô com
limite de 37 quilômetros, que não alcança a região da Barra da Tijuca, onde se
concentrará a maior parte das arenas esportivas. No total, será feito um investimento
em transportes de 5 bilhões de dólares, e a promessa dos organizadores é garantir
que o público chegue ao local dos jogos em menos de 25 minutos. Atualmente, uma
viagem da região sul até os hóteis principais, gasta pelo menos 1 hora até a Barra
da Tijuca, e os visitantes que desembarcarem no Aeroporto Internacional Tom Jobim
são obrigados a circular por vias expressas cercadas de favelas que leva a
organização do evento a se preocupar com o setor de segurança (REUTERS, apud,
G1, 2010).

2.2 Segurança

A segurança é o setor que precisará de maior atenção dos organizadores do evento,


já que algumas instalações se encontraram perto de grandes favelas. Dois grandes
ícones do esporte encontram-se em áreas de risco, o Estádio Olímpico João
Havelange, localizado no subúrbio do Engenho de Dentro, e o Maracanã, alguns
quilômetros da Favela da Mangueira onde acontece intensas operações da polícia
contra traficantes. Porém, a comissão do Rio 2016 acredita na tradição pacífica dos
grandes eventos internacional na cidade, como o Pan - 2007 e a cúpula ambiental
Rio - 1992, que não foram registrados incidentes violentes na capital fluminense
(REUTERS, apud, G1, 2010).

2.3 Meio Ambiente

Para manter a imagem de paraíso natural que o Rio de Janeiro carrega no exterior,
o governo federal prevê um investimento de 4 bilhões de dólares para a despoluição
5

das águas, e uma das ações é plantar 214 milhões de árvores no Estado do Rio de
Janeiro pra neutralizar as emissões de gases causadores do efeito estufa geradas
pelas obras dos Jogos Olímpicos. No entanto, o ponto mais focado para restauração
é a Baía de Guanabara, que está poluída há décadas, e precisa de todo cuidado
para atender os critérios estabelecidos pela organização. A Lagoa Rodrigo de
Freitas, outro cartão-postal da cidade que receberá provas durante os Jogos,
também precisa ser revitalizada, assim como as lagoas ao redor da eventual Vila
Olímpica, na Barra (REUTERS, apud, G1, 2010).

O Rio de Janeiro consome R$ 850 milhões com lixos por ano. A consequência é
vista nas ruas, a quantidade de lixo retirado das calçadas corresponde a 37% do
total recolhido. A retirada desse lixo da rua custa o triplo da coleta de porta em porta.
Entretanto, não retirar custa vidas nas enchentes.

O lixo que chega das casas é enterrado em valas enormes, em cima de mantas que
impedem a contaminação da terra. O chorume polui o meio ambiente. O custo é alto
e chega atingir R$ 300 mil ao dia. Até as Olimpíadas de 2016, o Rio de Janeiro tem
um compromisso: acabar com todos os aterros clandestinos espalhados pela cidade,
lugares onde o lixo proibido se multiplica (G1, 2010).

3 Capacitação Profissional, Competências E Habilidades Desenvolvidas

A preocupação em se preparar para conseguir suprir todas as necessidades de um


evento do porte de uma Olimpíada, envolve a preparação das pessoas que estarão
diretamente envolvidas com o projeto. Para isso, é de suma importância que existam
profissionais competentes para atender com eficiência os turistas que virão para
acompanhar as competições.

Temos que entender que o homem desde os primórdios da civilização vem


buscando cultura, lazer, descanso, novos lugares, eventos que venham lhe
proporcionar certa satisfação, tornado-se clientes cada vez mais exigentes, fazendo
com que as atividades turísticas e de hospitalidades no mundo se desenvolvessem
(KUAZAQUI, 2000, p. 02).
6

O papel do atendente no mercado turístico é de grande importância, pois ele que


realiza a intermediação do produto turístico com o cliente. Podemos ver esse
conceito no livro “Qualidade de Atendimentos nas Agências de Viagens” do autor
José Carlos De Souza Dantas, onde ele diz que a qualidade de serviço de uma
agência depende principalmente do atendente, pois eles que atuam diretamente
com o cliente informando e vendendo os produtos. Um fator que está agregado ao
atendente é a estrutura organizacional da empresa que irá proporcionar o
treinamento desse cargo, proporcionando a competência individual, contribuindo
assim com o crescimento da empresa, também citado por Dantas em seu livro.

Nas organizações de serviços, a mão-de-obra é frequentemente o recurso


determinante da eficácia da organização (...) e o funcionário prestador de
serviços deve, muitas vezes, adequar o serviço ás necessidades especificas
de cada cliente, exercendo, por conseqüência, alto grau de julgamento
pessoal. Essa característica tem implicação na gestão dos recursos
humanos (GIANESI E CORRÊA, 1994, apud DANTAS, 2008, p. 58).

O Ministério do Trabalho e Emprego está investindo em Planos Setoriais de


Qualificação (Planseq), buscando realizar cursos de qualificação voltados ao
turismo, foram divulgadas no site da SINTRECESP2 que este ano será qualificado
4.231 pessoas no setor de turismo, que passarão por cursos de cozinheiro, padeiro,
confeiteiro, garçom, barman, recepcionista, mensageiro, camareira e arrumador,
atendente de agência de viagem e auxiliar operacional em eventos. Estima-se que
só no estado do Rio sejam capacitados 29 mil trabalhadores até o período da
olimpíada.

De acordo com o site oficial Rio 20163, o Brasil já esta incentivando projetos
hoteleiros. Foi investido R$ 1 bilhão em construção e modernização da rede
hoteleira no Brasil, suprindo a demanda de acomodações e a qualificação dos
funcionários. Além disso, o Ministério do Turismo vai atender cerca de 80% dos
projetos da rede hoteleira do país, focando também em projetos de sustentabilidade
ambiental como coleta seletiva de lixo, conforto acústico, racionalização do uso da
água e gestão de resíduos.
2
http://www.sintrecesp.org.br/
3
http://www.rio2016.com.br/
7

Outro projeto que foi lançado pelo Presidente Lula, é a criação de benefícios para
profissionais de segurança dos jogos. O decreto “Bolsa Olímpica”, que oferece um
bônus de até R$ 1.200,00 para policiais civis e militares, bombeiros e guardas
municipais, foi assinado no dia 26 de janeiro de 2010, para incentivá-los a
participarem de cursos nas áreas de direitos humanos, segurança e cidadania. O
decreto entra em vigor a partir de junho desse ano.

3.1 Oportunidades Mercado De Escola De Idiomas

A partir de o momento em que o país esteja sendo frequentado por pessoas com
culturas, linguagem e perfis diferentes, surge a necessidade de os anfitriões se
especializarem para melhor atendê-los e, obviamente, compreendê-los. Segundo
levantamento do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Instituto Imprendere4, 80% das
vagas que serão abertas em função dos eventos, exigirão inglês. O mercado
requisitará não só a capacitação do profissional como também o domínio de demais
idiomas. Embasadas a partir de tais fatos é que as escolas de idiomas investem
pesado no campo da educação em línguas. Segundo anúncio feito, no início de
2010, pela escola de idiomas “The Best” no site Dzaí5, do Portal Uai, foi criado
recentemente um curso específico de inglês em virtude das oportunidades de tais
eventos. O curso visa qualificar profissionais do setor gastronômico, taxistas,
recepcionistas e demais profissionais para lidar com a comunicação no segmento de
turismo.

A ideia é trabalhar o aluno para que ele possa desenvolver habilidades de


comunicação no trato com o turista estrangeiro utilizando jargões específicos do
turismo e materiais didáticos específicos do campo de atuação do profissional. A
ideia é qualificar e ensinar o idioma inglês para os interessados de forma que eles
possam entender os pedidos e necessidades de seus clientes. Ensinar com base na
necessidade do cliente. Um garçom, por exemplo, tem que entender o pedido, saber
lidar com nomes de comidas, números, etc.

4
http://www.imprendere.org.br
5
http://www.dzai.com.br/
8

Para o diretor da escola, Gustavo Penido o que motivou a criação do curso foi o
entendimento que o idioma deve ser ensinado para fins e grupos específicos. “Esse
nicho de mercado deve ser tratado de forma especial (hotéis, restaurantes, taxistas,
locadoras de veículos, aeroportos, etc). A metodologia que utilizaremos no curso
será motivante e englobará o universo cultural e o vocabulário das atividades do
cotidiano dos alunos”.

Com atitudes assim, surgirá concorrência desencadeando a vontade de mais


instituições entrarem nesta fatia do mercado. Aumentará, por parte das próprias
escolas, o número de vagas para contratações de professores de línguas
estrangeiras. Com isso o mercado brasileiro abre mais espaço para aqueles que
dominam demais idiomas.

4 Geração de Incentivos

Não foram somente os brasileiros que aprovaram a decisão do Comitê Olímpico


Internacional em escolher o Rio de Janeiro como sede. Empresários de grandes
organizações também comemoram a escolha, assim como Paulo Okamotto,
presidente do Sebrae Nacional. Ele defende que o Brasil terá a chance de aprimorar
e agregar muito valor à “marca Brasil” e, consequentemente, aos produtos, serviços,
cultura, hospitalidade e destinos turísticos. Para o superintendente do Sebrae no Rio
de Janeiro, Sérgio Malta, “a vitória do Rio na votação da cidade sede dos Jogos
Olímpicos 2016 reflete a confiança no amadurecimento e no crescimento da
economia brasileira, a admiração pela nossa diversidade e a aposta num futuro com
mais qualidade de vida e dignidade”.

A responsabilidade de se adequar às exigências de um evento do porte de uma


olimpíada representa um grande desafio para qualquer país. Para arcar com os
devidos compromissos, o estado do Rio de Janeiro planeja um pacote de incentivos,
dentre eles fiscais, inicialmente para cumprir algumas exigências estabelecidas pela
FIFA para a Copa de 2014, a fim de acelerar a construção e ampliação de algumas
redes hoteleiras, segundo Alfredo Lopes de Souza Junior, presidente da Associação
Brasileira da Indústria de Hotéis, no Rio de Janeiro.
9

Dados do governo federal indicam que os jogos podem gerar até R$ 90 bilhões em
renda, além de incentivar a criação de 120 mil empregos diretos e indiretos ao ano,
entre 2009 e 2016, e cerca de 130 mil, entre 2017 e 2027 (HOTELIÊR, 2010).

Os dois megaeventos no Brasil, Copa Do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016,


beneficiarão a imensa cadeia de negócios do país, segundo o diretor-técnico do
Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barboza. Setores como o de transportes,
hospedagem, cultura, entretenimento, gastronomia, artesanato, comércio varejista e
diversos segmentos de serviços terão grande oportunidade, demonstrando sua
qualidade, eficiência e maturidade. Esses eventos deixarão como legado desde a
maior profissionalização de serviços de turismo receptivo até a melhor qualificação
da mão-de-obra do setor, hotelaria e eventos, passando por tecnologia de shows e
iluminação, infraestrutura de transportes, comunicação, serviços, entre outros
(HOTELIÊR, 2010).

O ensino de idiomas nas escolas, reforma de escolas e formação de novos atletas,


ajudarão a melhorar o nível da educação na cidade do Rio de Janeiro. Segundo
Claudia Costin, secretária municipal de Educação, o ensino de idiomas estrangeiros
já deve estar presente nas escolas cariocas. O aluno poderá, a partir da 6ª série do
ensino fundamental, escolher a língua que quer estudar (inglês, espanhol ou
francês).. O principal objetivo é fazer com que estes jovens cheguem bem
preparados a 2016 e disputem as boas vagas no mercado de trabalho que vão
surgir.

Os alunos da rede pública de ensino serão estimulados a prática esportiva, sendo


realizadas seleções periódicas para se descobrir novos talentos. O jovem que for
selecionado será encaminhado a centros especializados para ser treinado, com o
objetivo de atingirem o índice olímpico. Quem for para os centros de treinamento
receberá orientação esportiva, orientação psicológica, ajuda de custo e alimentação
adequada (GUIA DA CARREIRA, 2010).

Também foi criado o Centro de Integração Esportiva da Rocinha, que atenderá uma
comunidade carente de 56 mil habitantes. “Dando acesso a esporte, educação, lazer
e cultura, teremos pessoas cada vez melhores para o nosso país. As crianças
poderão aprender a competir e, quem sabe, conquistarão medalhas nos Jogos de
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2016. Hoje, a Rocinha é motivo de orgulho para o Brasil”, disse o Presidente do


Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

A realização da olimpíada representa, portanto, uma perspectiva e tanto no que se


refere à geração de riqueza e emprego e de aumento de arrecadação, que se
estenderá pelos próximos sete anos. Os jovens terão mais chance de conseguir seu
primeiro posto de trabalho, os empreendedores encontrarão terreno fértil para lançar
as sementes de um novo negócio e os administradores públicos serão desafiados a
mostrar o melhor de sua competência. (PARANÁ ONLINE, 2010)

5 Turismo

No campo do turismo, o Brasil terá o desafio de atender a múltiplas culturas de


forma com que os estrangeiros sintam-se confortáveis em uma nação diferente. O
planejamento é um importante instrumento de ação dos governos em todos os
níveis, para promover o desenvolvimento econômico, em bases sustentáveis. O
setor, mesmo sendo considerado hoje, uma das principais atividades econômicas
mundiais, só recentemente tem sido visto como parte fundamental de qualquer
processo de desenvolvimento, “cada vez mais incorporado como um componente da
qualidade de vida do ser humano, atividade essencial de aproximação dos povos”
(Dias, 2003, p.29) e de superação de barreiras raciais e étnicas existentes. No
entanto:

Há problemas que devem ser contornados e que podem trazer graves


conseqüências para qualquer localidade, e que só poderão ser evitados
com o rigoroso planejamento da atividade e participação ativa de amplo
leque de atores, destacando-se: a comunidade receptora, órgãos da
administração pública, empresários do ramo, visitantes e organizações do
terceiro setor. (Dias, 2003, p.31)

A imagem de uma cidade em relação ao meio internacional é fundamental para


manter fluente sua confiança. Se existe uma guerra entre polícia e bandidos, afasta
o desejo de muitos turistas conhecerem a cidade. A escassez da rede hoteleira de
qualidade faz com que um visitante reflita sobre o quanto lhe será oferecido em
termos de conforto e luxo.
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Vale ressaltar que, mesmo que seja caro, para o governo carioca é necessário
investir nestes recursos, na qualidade receptiva, pois “é nesse tipo de turismo que
favorece a balança de pagamentos, pois os visitantes efetuam despesas neste
território aumentando a captação de recursos externos por parte do país visitado”
(Dias, 2003, p.44).

O país está inovando com a criação de um veículo automotor para o transporte de


cadeirantes. Com isso, revolucionará na questão da inclusão e da acessibilidade, tal
invento é inédito em demais sociedades. E isso faz parte de uma implantação de
uma política inovadora na história da população brasileira. Esse tipo de implantação

É a espinha dorsal do “formular” (planejamento), do “pensar” (plano), do


“fazer” (projetos, programas), do “executar” (preservação, conservação) (...),
do “reprogramar” (estratégia) e do “fomentar” (investimentos e vendas) o
desenvolvimento turístico de um país ou de uma região e seus produtos
finais. (BENI, 2001, p.77 apud DIAS, 2001, p.120)

Até agora o que temos de informações para início do planejamento do turismo no


Rio é que, segundo Marcus Lauro do site Viaje Aqui, a Embratur espera um aumento
de turistas no Brasil na ordem de 10% a 15% em relação ao ano anterior aos Jogos
Olímpicos. Atualmente, o Brasil é o 7º destino preferido em viagens internacionais,
segundo o ranking da International Congress and Convention Association (ICCA). O
Rio de Janeiro é o lugar mais procurado por estrangeiros quando o assunto é lazer
(30,2%) e o segundo para negócios, eventos e convenções (24,7%).

O turismo movimenta a economia do estado de forma muito relevante. Com o


aumento do turismo, aumentam-se também as oportunidades de emprego na busca
de profissionais especializados e capacitados para atender de forma agradável
às necessidades dos diferentes perfis de turistas. Se os americanos preferem
hambúrguer, surge então a oportunidade de investir no negócio. Se o francês
aprecia uma requintada culinária, o brasileiro tende a aproveitar a ocasião

6 Relações Internacionais
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Os jogos olímpicos, além do objetivo primário de unir diferentes nações em um só


evento que prestigie o esporte, também são responsáveis por transformarem seu
país sede em uma espécie de vitrine. Todos aqueles que acompanharem a
competição, além de apreciarem as disputas esportivas, avaliarão como o país e a
cidade sede têm se comportado. A preocupação dos governantes brasileiros em
resolver os problemas de infraestrutura é consequência dessa vigilância mundial. No
entanto, a solução de alguns desses problemas poderão vir do exterior. Isso não
quer dizer que há uma carência de profissionais qualificados para exercerem tais
funções em nosso país, porém, é vantajoso para o governo brasileiro fortalecer ou
criar relações com outros países.

Faltam pouco menos de seis anos para o início do evento e já existem outras
nações que tem o Brasil como alvo prioritário em investimentos. Uma delas é a
Alemanha, que antes mesmo das Olímpiadas Rio 2016, já demonstra interesse pela
Copa do Mundo de 2014, que também será sediada em nosso país. O presidente da
Siemens, uma das mais importantes empresas alemãs no Brasil, Adilson Antonio
Primo, disse ao site Agência Brasil (2010), que os interesses existentes estão
direcionados nos setores relacionados à infraestrutura dos eventos, como ampliação
dos estádios, sistema de transportes e equipamentos de segurança. Além disso, o
ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, justificou,
também para o site Agência Brasil (2010) que a parceria com o Brasil tem valor
estratégico, graças ao peso que o país adquiriu no cenário internacional, em relação
aos quesitos política e economia. Uma parceria desse tipo é muito valiosa para
ambos, já que conhecimentos importantes para o desenvolvimento de uma
infraestrutura sustentável serão transferidos de um para outro.

Outra nação que carrega mais aspectos semelhantes com a brasileira e que também
está decidida em fazer parte dos beneficiados pelas Olimpíadas Rio 2016 é a
portuguesa. Por possuírem vantagens competitivas, como o idioma, e uma relação
cultural e histórica muito particular, existe um grande otimismo em relação a futuros
vínculos, como defendeu em entrevista à agência de notícias de Portugal Lusa
(2010), o ministro português de Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário
Lino. No Brasil já estão presentes empresas lusas nos setores de telecomunicações,
energia e obras, porém o evento proporcionará oportunidades para aprimorar novas
13

áreas. Um exemplo é o projeto para o trem de alta velocidade entre Rio de Janeiro e
São Paulo, que já originou reuniões entre os dois governos.

Outra explicação para o Brasil ser alvo de tamanho interesse internacional também
se dá por ser a décima maior economia do mundo, com previsão de ser a quinta até
2016. Além disso, sua economia diversificada é o motor da América Latina e um dos
dez maiores mercados consumidores (HOTELIÊR, 2009). É importante lembrar que
antecedendo os jogos olímpicos, a Copa do Mundo de 2014 já motivará
investimentos importantes para o país. Setores que serão afetados de maneira mais
drástica, como de turismo e, consequentemente, de hotelaria, deverão estar
preparados para a grande demanda de turistas, como foi dito anteriormente.
Portanto, já existem negociações avançadas entre o Governo Federal e o BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento) para criar uma linha de crédito do
Prodetur (Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo). (HOTELIÊR, 2009)

7 Conclusão

Com o conteúdo adquirido e analisado foi possível verificar que não só a cidade do
Rio de Janeiro, mas também o Brasil será beneficiado com o acontecimento
olímpico de 2016. Mesmo quase seis anos antes do início do evento, já existem
grandes empresas montando planos para saber como agir e aproveitar todas as
oportunidades possíveis que o evento propiciará. Além das grandes organizações,
as pessoas envolvidas no sistema que engloba o evento também terão várias
opções de emprego. Entretanto, é importante ressaltar que daqui quatro anos já
acontecerá a Copa do Mundo de Futebol, outro evento mundial em nosso território
que amortecerá vários fatores para as Olimpíadas 2016. Sendo assim,
provavelmente o Rio de Janeiro e o Brasil estarão em melhores condições em 2016,
pois já terão vivenciado experiência semelhante.

8 Referências
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<http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/200910024.html>. Acesso
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MOTTA, Daniel Augusto. Sócio e Diretor Executivo da BMI. CEO da BMI Educação
Executiva. Doutor em economia pelo IPE-USP. Professor da FDC, INSPER, FGV-
EAESP, PUC-SP e ESPM. Em entrevista concedida à BBC Brasil. 2 de Outubro
de 2009.
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já em 2010. Desenvolvido por Infoglobo Comunicação e Participação S.A.
Disponível em: <http://oglobo.globo.com/rio/rio2016/mat/2009/10/05/estimativa-que-
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Online. Disponível em: <http://www.parana-online.com.br/colunistas/3/71068/?
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