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BELO HORIZONTE
2010
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Resumo
Com a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas 2016 é evidente que
esse local será o alvo de importantes investimentos. Entretanto, é de conhecimento
geral, que a cidade do Rio de Janeiro enfrenta enormes problemas que precisam ser
solucionados, ou no mínimo, amenizados até o início dos jogos olímpicos. Sendo
assim, este artigo procurou identificar quais são as disfunções que a cidade possui,
verificar a capacitação profissional e as habilidades que serão desenvolvidas ou
aprimoradas, analisar o surgimento de novos negócios, e examinar a influência que
os jogos exercem sobre as relações internacionais. Pela impossibilidade de realizar
uma pesquisa in loco, foi feita uma pesquisa de caráter exploratório, por meio de
levantamento em fontes secundárias como o site oficial da organização das
Olimpíadas 2016, artigos e notícias publicados em portais de notícias, e informações
de orgãos que estarão envolvidos, como o Ministério do Turismo. Ao final da análise
feita pelo grupo foi possível observar que é real o propósito de transformar o Rio de
Janeiro no palco ideal para os jogos olímpicos, entretanto, quase todos os projetos
ainda estão na ordem do planejamento. Também se verificou que altos valores
serão investidos nos setores de turismo, infraestrutura e comunicação. Logo, é
importante que o acontecimento olímpico seja encarado de maneira mais séria e
responsável, para que assim, a cidade do Rio de Janeiro esteja preparada para a
recepção de outras culturas e que novos laços fortes de mercado sejam
estabelecidos.
Palavras-chave
Olímpiadas Rio 2016. Capacitação profissional. Turismo. Investimentos em
infraestrutura. Relações internacionais.
1 Introdução
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Graduando do curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda do
Centro Univeristário Newton Paiva. E-mail: brunoalmeida02@hotmail.com; dione_ptm@hotmail.com; :
lorrancoelho@hotmail.com; : lorrancoelho@hotmail.com; pedromgodoy@yahoo.com.br
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2.1 Transportes
2.2 Segurança
Para manter a imagem de paraíso natural que o Rio de Janeiro carrega no exterior,
o governo federal prevê um investimento de 4 bilhões de dólares para a despoluição
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das águas, e uma das ações é plantar 214 milhões de árvores no Estado do Rio de
Janeiro pra neutralizar as emissões de gases causadores do efeito estufa geradas
pelas obras dos Jogos Olímpicos. No entanto, o ponto mais focado para restauração
é a Baía de Guanabara, que está poluída há décadas, e precisa de todo cuidado
para atender os critérios estabelecidos pela organização. A Lagoa Rodrigo de
Freitas, outro cartão-postal da cidade que receberá provas durante os Jogos,
também precisa ser revitalizada, assim como as lagoas ao redor da eventual Vila
Olímpica, na Barra (REUTERS, apud, G1, 2010).
O Rio de Janeiro consome R$ 850 milhões com lixos por ano. A consequência é
vista nas ruas, a quantidade de lixo retirado das calçadas corresponde a 37% do
total recolhido. A retirada desse lixo da rua custa o triplo da coleta de porta em porta.
Entretanto, não retirar custa vidas nas enchentes.
O lixo que chega das casas é enterrado em valas enormes, em cima de mantas que
impedem a contaminação da terra. O chorume polui o meio ambiente. O custo é alto
e chega atingir R$ 300 mil ao dia. Até as Olimpíadas de 2016, o Rio de Janeiro tem
um compromisso: acabar com todos os aterros clandestinos espalhados pela cidade,
lugares onde o lixo proibido se multiplica (G1, 2010).
De acordo com o site oficial Rio 20163, o Brasil já esta incentivando projetos
hoteleiros. Foi investido R$ 1 bilhão em construção e modernização da rede
hoteleira no Brasil, suprindo a demanda de acomodações e a qualificação dos
funcionários. Além disso, o Ministério do Turismo vai atender cerca de 80% dos
projetos da rede hoteleira do país, focando também em projetos de sustentabilidade
ambiental como coleta seletiva de lixo, conforto acústico, racionalização do uso da
água e gestão de resíduos.
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http://www.sintrecesp.org.br/
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http://www.rio2016.com.br/
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Outro projeto que foi lançado pelo Presidente Lula, é a criação de benefícios para
profissionais de segurança dos jogos. O decreto “Bolsa Olímpica”, que oferece um
bônus de até R$ 1.200,00 para policiais civis e militares, bombeiros e guardas
municipais, foi assinado no dia 26 de janeiro de 2010, para incentivá-los a
participarem de cursos nas áreas de direitos humanos, segurança e cidadania. O
decreto entra em vigor a partir de junho desse ano.
A partir de o momento em que o país esteja sendo frequentado por pessoas com
culturas, linguagem e perfis diferentes, surge a necessidade de os anfitriões se
especializarem para melhor atendê-los e, obviamente, compreendê-los. Segundo
levantamento do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Instituto Imprendere4, 80% das
vagas que serão abertas em função dos eventos, exigirão inglês. O mercado
requisitará não só a capacitação do profissional como também o domínio de demais
idiomas. Embasadas a partir de tais fatos é que as escolas de idiomas investem
pesado no campo da educação em línguas. Segundo anúncio feito, no início de
2010, pela escola de idiomas “The Best” no site Dzaí5, do Portal Uai, foi criado
recentemente um curso específico de inglês em virtude das oportunidades de tais
eventos. O curso visa qualificar profissionais do setor gastronômico, taxistas,
recepcionistas e demais profissionais para lidar com a comunicação no segmento de
turismo.
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http://www.imprendere.org.br
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http://www.dzai.com.br/
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Para o diretor da escola, Gustavo Penido o que motivou a criação do curso foi o
entendimento que o idioma deve ser ensinado para fins e grupos específicos. “Esse
nicho de mercado deve ser tratado de forma especial (hotéis, restaurantes, taxistas,
locadoras de veículos, aeroportos, etc). A metodologia que utilizaremos no curso
será motivante e englobará o universo cultural e o vocabulário das atividades do
cotidiano dos alunos”.
4 Geração de Incentivos
Dados do governo federal indicam que os jogos podem gerar até R$ 90 bilhões em
renda, além de incentivar a criação de 120 mil empregos diretos e indiretos ao ano,
entre 2009 e 2016, e cerca de 130 mil, entre 2017 e 2027 (HOTELIÊR, 2010).
Também foi criado o Centro de Integração Esportiva da Rocinha, que atenderá uma
comunidade carente de 56 mil habitantes. “Dando acesso a esporte, educação, lazer
e cultura, teremos pessoas cada vez melhores para o nosso país. As crianças
poderão aprender a competir e, quem sabe, conquistarão medalhas nos Jogos de
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5 Turismo
Vale ressaltar que, mesmo que seja caro, para o governo carioca é necessário
investir nestes recursos, na qualidade receptiva, pois “é nesse tipo de turismo que
favorece a balança de pagamentos, pois os visitantes efetuam despesas neste
território aumentando a captação de recursos externos por parte do país visitado”
(Dias, 2003, p.44).
6 Relações Internacionais
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Faltam pouco menos de seis anos para o início do evento e já existem outras
nações que tem o Brasil como alvo prioritário em investimentos. Uma delas é a
Alemanha, que antes mesmo das Olímpiadas Rio 2016, já demonstra interesse pela
Copa do Mundo de 2014, que também será sediada em nosso país. O presidente da
Siemens, uma das mais importantes empresas alemãs no Brasil, Adilson Antonio
Primo, disse ao site Agência Brasil (2010), que os interesses existentes estão
direcionados nos setores relacionados à infraestrutura dos eventos, como ampliação
dos estádios, sistema de transportes e equipamentos de segurança. Além disso, o
ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, justificou,
também para o site Agência Brasil (2010) que a parceria com o Brasil tem valor
estratégico, graças ao peso que o país adquiriu no cenário internacional, em relação
aos quesitos política e economia. Uma parceria desse tipo é muito valiosa para
ambos, já que conhecimentos importantes para o desenvolvimento de uma
infraestrutura sustentável serão transferidos de um para outro.
Outra nação que carrega mais aspectos semelhantes com a brasileira e que também
está decidida em fazer parte dos beneficiados pelas Olimpíadas Rio 2016 é a
portuguesa. Por possuírem vantagens competitivas, como o idioma, e uma relação
cultural e histórica muito particular, existe um grande otimismo em relação a futuros
vínculos, como defendeu em entrevista à agência de notícias de Portugal Lusa
(2010), o ministro português de Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário
Lino. No Brasil já estão presentes empresas lusas nos setores de telecomunicações,
energia e obras, porém o evento proporcionará oportunidades para aprimorar novas
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áreas. Um exemplo é o projeto para o trem de alta velocidade entre Rio de Janeiro e
São Paulo, que já originou reuniões entre os dois governos.
Outra explicação para o Brasil ser alvo de tamanho interesse internacional também
se dá por ser a décima maior economia do mundo, com previsão de ser a quinta até
2016. Além disso, sua economia diversificada é o motor da América Latina e um dos
dez maiores mercados consumidores (HOTELIÊR, 2009). É importante lembrar que
antecedendo os jogos olímpicos, a Copa do Mundo de 2014 já motivará
investimentos importantes para o país. Setores que serão afetados de maneira mais
drástica, como de turismo e, consequentemente, de hotelaria, deverão estar
preparados para a grande demanda de turistas, como foi dito anteriormente.
Portanto, já existem negociações avançadas entre o Governo Federal e o BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento) para criar uma linha de crédito do
Prodetur (Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo). (HOTELIÊR, 2009)
7 Conclusão
Com o conteúdo adquirido e analisado foi possível verificar que não só a cidade do
Rio de Janeiro, mas também o Brasil será beneficiado com o acontecimento
olímpico de 2016. Mesmo quase seis anos antes do início do evento, já existem
grandes empresas montando planos para saber como agir e aproveitar todas as
oportunidades possíveis que o evento propiciará. Além das grandes organizações,
as pessoas envolvidas no sistema que engloba o evento também terão várias
opções de emprego. Entretanto, é importante ressaltar que daqui quatro anos já
acontecerá a Copa do Mundo de Futebol, outro evento mundial em nosso território
que amortecerá vários fatores para as Olimpíadas 2016. Sendo assim,
provavelmente o Rio de Janeiro e o Brasil estarão em melhores condições em 2016,
pois já terão vivenciado experiência semelhante.
8 Referências
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Marketing SIM, 2009. São Paulo. Disponível em:
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