A gestão de negócio é ato Jurídico unilateral em que alguém, sem autorização do
interessado, intervém na gestão na gestão do negócio alheio, dirigindo-o conforme o interesse e a vontade presumível do seu dono. É, portanto, conforme a leitura que se pode fazer do artigo 861, a atuação feita por uma pessoa que, espontaneamente e sem mandato, cuida do negócio de outrem. Assim, de suma importância que estejam presentes os seguintes pressupostos: que o negócio (interesse) seja alheio: que o interessado não tenha autorização à atuação do gestor; que o gestor atue segundo o interesse e a vontade presumida do dono, que a ação se limite a atos de natureza patrimonial; que a intervenção seja motivada por necessidade imperiosa ou por utilidade, com a intenção de trazer proveito ao dono. Além de aplicar toda a sua diligencia habitual na administração do negócio alheio, o gestor tem o dever, assim que puder, de comunicar a gestão assumida ao dono do negócio, aguardando deste a resposta, para que continue com as providencias tomadas ou para que as suste desde que da espera não resulte qualquer perigo. Por um lado , quando o dono do negócio providenciar a resposta, se esta for pelo fim da gestão, e se o negócio tiver sido utilmente administrado, conforme o artigo 869 fica mais do que claro que o bom gestor deverá ser reembolsado pelas despesas que fez em relação ao objeto da gestão, bem como pelos prejuízos que teve com a gestão. Por outro lado, quando o dono do negócio providenciar a resposta, de modo que esta seja pela continuação da gestão, entendemos que o interessado estará dando autorização expressa ao gestor, de modo que até a resposta havia efetivamente uma gestão de negócios (porque o gestor não tinha a obrigação de cuidar dos interesses alheios, cuidava por mero ato espontâneo e improvisado); entretanto, após a resposta haverá a configuração de mandato. Ora, a distinção entre o mandato e a gestão de negócios tange ao prévio acordo de vontades existentes nos mandatos em geral, o que inexiste na gestão de negócios. O gestor deve também atuar no interesse e na vontade presumidos do dono do negócio. Se assim não agir, estabelece o artigo 862 que o gestor responderá até pelos atos fortuitos, salvo se comprovar que tais danos adviriam mesmo que não tivesse agido em interesse alheio. Do exposto, ficam estabelecidos os dois últimos pressupostos da gestão de negócios: que o interessado não tenha dado autorização expressa ao gestor fundamente-se na necessidade imperiosa ou por utilidade, com o intuito de trazer proveito para o dono.