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ndursky. ~ Sio Carlos ideo, org, f wm claratuz" ae \ PARUE - Visitando Fre ivo um exemple POwsp.__ Ad 37 Historia, meméria ¢ interpretagio Epoax DeDucea__ 2 Discurso e sintoma: a incidén ideologias Ma 57 Ideologia ¢ Linguagem: Ontem ¢ Hoje Danio Matcontus,_73 ito, o real € 0 social Bax 83 O feminino e suas dobrag, 5 = Dewsr Mamano__(94 SEGUNDA PARTE - Mapeando Conceitos Sujeito, Discurso, Formagio Discursiva A trama enfitica do sujeito Manta Crisrya Leanro RX__ 99) espago enunciativo Vans Cazamn 209 pritica da analise de discurso, pela diversificados: corpus de discursos_civilizadores, instituintes, instuidos, em contacto, em contfto, academias, as universidades, a escola, a rua, em. ‘que sio 0s manuais, as gramética, e dividida, em portgués, em bi todos os regioralismos que con: A revista Langages 130 (1998), visio da grande variedade dessas produsacs, pensar um lugar do sujeito, na dificil (mposs localizagao e de posigio.” Devo fazer duas observacies a respeito desta referencia. Primeizo, que as anilises com seus objetos quando se trata da andlise de discurso sio cfetivamente cepazes de trazer- fazer emergir eoricamente — descobertas, novos elementos, novos modos de compreensio em andlise de discurso. Segundo, que no era propriamente a questio do sujeito que eu visavi mas é-verdade que zo aprofuundar nas anilises me foi recorrente a questio sobre sujeito. Dai a necessidade que senti, em um dado momento de minhas Pesquisas ereflexdes, de fazer uma sintese de como eu via a questi do sujcito ‘na anélise de discurso. Refiro-me a0 meu texto Do sujeito no historico e no simbélico,200%,p.65), de que farei aqui uma ripida mengio. ‘Como diz M. Pécheux o individuo é interpelado em ideologia. Bu diria que a0 inscrever-se na lingua o individuo é interpelado em sujeito pela ideologia, daf resultando uma forma sujeito histérica. No ‘Rosso caso, 0 svjcito do capitalismo.Na figura da interpelacio estio criticadss dduas formas de evidéncia: a da constituigio do sujeto e a do sentido. Critica feita pela teoria materialista do discurso a filosofia idealista da linguagem que " ista da otigem em si mesmo po livre © responsivel, determinador a meu ver no des-conhecimento de um Segundo 0 que tenho exp movimento dessa compreensio: Em um primeiro nfomento temos a interpelagio do individuo em sujeito pela ideologia. Essa & a forma de assujeitamento que, em qualquer poce, mesmo que modulada de maneicas diferentes, é 0 passo para que 0 ividuo, afetado pelo simbéico, na historia, sea sujeto, se subjetve. E assim que podemos dizer que o sujeito é ao mesmo tempo despossuido e mestre do que diz. Expressio de uma teoria da matetialidade do sentido que procura levas em conta a necessitia ilusio do sujeito de ser mestre de sie de sua fala, fonte de seu dizer. Femos acesso assim ao modo como, pela ideologia, afetado pelo simbélico o individuo é intezpelado em sujeito. A forma sujeito, que resulta dessa interpelagio pela ideologia € uma forma-sujeito histtice com sua ‘materialidade. A pattit dai, com essa forma sujeito jé constituida podemos observat outro momento desse processc. Se pensamos a relagio do sujeito com a linguagem como parte de sua relagio com o mundo, em termos socia’se politicos, uma nova perspectiva um segundo momento teérico: nesse passo, 0) do estacuto do sujeto corresponde x0 stabelecimento (e a trans 12 diante do constituic 0, pela ideologia, caracterizado pelo percurso bio-psic em sujeito. E esta da pragmatica compreendem a partir de sua Ao con:titio, penso que é de maneira satio poderia ser livre € $6 nio 0 é por falta de vontade. Hi, pois, o cariver irrecorrivel do assujeitamento ¢ a possivel ressténcia do sueito aos modos pelos quais o Estado 0 indivicualiza Esses dois momentos do processo nio estio separados de mo estanque, mas sio distintos. E a pergunta que nos fazemos & pode 0 suj a0 resistir aos processos de sua individualizagio afetar a Forma-histdriga do sujeito e por ai chegar até mesmo a atingir seu modo de interpelagio?Ou de maneira talvez menos indirets: como a reiteracio da resisténcia do sujeito a0 Estado pode aferar a forma-sueito questio da contradicio na constinucio do Para responder a estas questdes vou dar dois exemplos, um em ‘que com toda clareza hi submissio do sujeito a0 modo como 0 Estado 0 individualizae outro exemplo em que parece haver um trab a0 Estado. ‘A questio da lingua nacional é uma questio que faz parte de qualquer Estado, Ter um Estado soberano ¢ poder representar na variedade concreta da lingua, uma unicade imaginétia que dé identidade aos sujeitos desse Estado. IE em se tratando de formas de controle da subjetividade, a normalizasio da de resisténcia B ‘que deve se rela ‘lingua. Sujeito em que a caracteristica forte do individualismo ¢ do humanismo estio presentes. Lingua de que a ‘gramatica pode prover o conhe desta forma, o dominio. Ai esto pois expressas as caracteristi 10 da gramatica: o sujeito pragmatico. orma de representagio da lingca. Dai seu modo de funcionar como norma acessivel pelo ensino no modo de funcionamento da sociedade Durguesa capitalisa Assim, pod processo de produc: r agora de mode lo geral, que a gramética em seu 3 : ’ ramos na era pés-industrial, A anilise em cermos de classes Petmite mais, por si s6, dar conta da organizacio da sociedade © de seus conflitos Com efeito, a desarticulagio das relagies de producio e de reprodugao ger novas desigualdades e novas formas de dominacio que deslocam as finhas de clivagem. te de classes” (a lura de classes) da lugar a “lutte de places” (a luta pelos lugares). Processo ligado a um processo profundo de“des-institucionalizagio”. Bao desenvolvimento de uma “cultura hherdiea do sujeito” que remete cada um & construcio ¢ a responsabilidade de seu proprio destino, As relacdes sociais sio assim sentidas como uma série de provas (ou provagdes) individuais. Citando Touraine, A,1991), Schaller (idem) diz: “Ontem ainda nés procurivamos definic, para compreender ‘uma sociedadz, suas relagdes de produgio, seus confitos, seus métodos de falavamos de dominacio, de exploracio, de reforma ou de revolugio. Nés, hoje, s6 falamos em globalizacio ou em exclusio, em distincia social exescente ou, a0 contririo, em concentragio do capital ou da capacidade de difundir mensagens ¢ formas de consumo. Nés tinhamos © habito de situarmo-nos uns em relasio aos outros sobre escalas sociais, de qualificagio, de salirio, de educacio e de autoridade; nés substituimos esta visio vertical por uma visio horizontal: nds estamos no centro ou na periferia, dentro ou fora, na luz ov na sombict Nesse esquema o individuo que est * no tem mais, como no caso de uma sociedade de integragio piramidal, a possibilidade de imaginar ‘que ele pode subis os degraus de uma escala, ue ele pode progeedir, que cle pode sair de sua situagio. © fosso aparece como quase intransponivel © 0 ‘edo difundido ¢ cair do lado ruim. Segundo Touraine (idem) nds es ‘numa sociedade de descriminacio, nés nos corns sepreyagio. uma sociedade de Is significa que atrs da descrigiv dos processos de integragio-exclusio, a violéncia da dominagio deve ser desmascarada”. Nao se deve pois s6 pensar 48 conseqiiéncias individuais que produzem suas dificuldades mas também os farores de producio de suas condigses sodas gue tomamos, como exemplo do jets da pichagio e © modo como ele lzagio, Vejamos. le referéncia € 0 espago urbano e, nele, a escrita ss nos tecnologias de linguagem e as novas formas. de se escrever/grafar/inscrever-se no simholo fazem parte do modo como a cidade se significa, ou seja, de como o socal se constitu, na medida em que, no mundo contemporineo, o social é significado predominantemente pelo imagindrio urbano. Nesse espago situo 0 sujeito e seus modos de significar(- se). Refletimos pois sobre a escrita, pensando 0 desenho atual do espaco Urbano com os loteamentos fechados ¢ condominios que tém redistribuido o ‘espago da cidade, rarefazendo a pritica da sociabilidade, zedesenhando o que piiblico em bolsdes ¢ corredores, edefinindo os tersit6rios que se tornam ‘muito rar0s e muito cheios. no) a este expago social A forn dela, pmo se ela estivesse separada ac It eM que aparece. sentido. Indecifevel Nos ano: 60 éramos pichadores alfabetizados, Nossas se faziam com lewras tadicionais de uma es stagio da reivindicacto ¢ da contest [A pichagio de 60 ¢ a atial aio s anda que ej ‘conteiido” transmitido por uma “mensayem’ mntém” a reivindicacio. E sua forma mesma de estabelecer-se como letra outra: como, onde, quem. O suijeito pichadcr de hoje no manda mensagens, ele se significa na eriagio Nio reconhece/ndo se reconhece no regime da alfabetizacio, tras distribuidas pela escola, na ortogeafia do certo/errado. O pichador clabora seu sistema c nao se submete a0 parimetzo do certo /errado, da norma escolar. Ele resist: com sua letra indecifrével, fazendo deslizar sua escritura, produzindo um efeito metaférico da letra, produzindo um sistema de escrita uurbano, Sua ilegitimidade & entio constrida em outro lugar: o diseito de usar {ujat) ou nao os muros. Quando as condigdes sio favoraveis, os sujeitos tém sua pagina em branco, na Escola, no modo como o Estado os individualiza como sujeitos capitalistas de diteitos ¢ deveres, sujeitos ‘do conhecimento, letrados. Na itos tém no muro recém pintado, a pagina em branco histéica, a do Se enquanto representagdes_psiquicas podem ser objetos de identificacio, no wad preciso entio atentar para a desigualdade que oe ate arent co oie so dade jogando sobre os outtus mas sobretudo sobre 0 proptio suieito, em seus procesosdeidentfiago, em rmos de rotor da nogers seg 8 Pessoa: que retorno acolhe aquele que enuncia “eu sou pesiferia”? Como podemos ver, hi uma relacio complexs ideologieamente na identifeasio, ue afasta © que aproxima, Que cria distincia e que cria vinculo, Sao esseq Processos que vemos mobilizados na pichagio. Nas metiforas das lewas, Escrita. Grafsmo, Ha no gesto da pichacio um desejo, uma necessidade que vai além, Ha um gesto que se engata na relacio com um outro. Sio sinais elaborados. ira como querem os que estio do tora € que a Para escrever pelo signo, pela grafia. E produz as condicdes de um sempre permitido, no residuo, na beirada, no muro. Isso que ele esté votado, A isso que chamam ruido na comunieagao chamo palavras desorganizadas. As que se encontram um sentido que desorganiza 0 que a sociedade, ao organizar-se, silencia, E este gesto ecoa na nossa histéria em sentidos mais longinquos em que era o brasileiro como tal que era silenciado, dito pelas palavras de “outros”, em uma lingua que ele falava mas que lhe eta rnegada no colonialismo lingiistico imposto pela politica. Mas agora, entte brasileros e brasileiros, sio as nossas institugdes que segregam, que poem para fora, para o nio-lugar social. De onde esse sujeito resist Essa € uma forma de sesisténcia entre outras. E nossa quest ‘como colocamos mais acima, &: até que ponto essas formas de resisténci ‘apazes de afetara forma histérica do sujeto? Certamente esse gesto em si pode apenas afetar a forma de individualizagio do sujeito e nao atingir a forma histérica do sujeito. Para isso € preciso que ecoe na historia e deixe de ser apenas uma repeticdo para ser ‘uma ruprura, (0 que diz Joel Birman sobre o sujeito desejante coatemporineo, em ‘ua participaciono II SEAD, pode ser elucidativo, Falando da impossbilidade vezes encontrada por esse sueito em sua relacio com o real, ele diz { repetigio do mesmo, no chegando a simbolizar. ‘vida, quando pensamos © sujeito da pichagio - em que a 19 0 de tetrenos problematicos E € com a ideologia que, na anise de tratamos de qyestdes como a falta € 0 resto (0 a-mais, o que excede), derivando do faro de que hi verses, de que a diferenca faz sentido ‘na tepcticio, de que nfo existe uma se ambos aracio estanque € inequivoca entre Dai pensarmos o sujeito, @ linguagem, a histéria, em, rrupturas e em seus deslocamentos. parifrase e pol BIpuiocraria iére (2008) L “Anahse du Discous, PUR, Patis. heux (1981) Maténialinés Discursives , PUL, Lille. 998) Ieualdade « Divvrsitade — 0 Sujito Demoonitico, Eduse, SP. lo. lienne, Longeges NA CONTEMPORAN DADE! De OLMOs BEM FECHADOS ga e Se teee em narrativa cinematografica do sonar para a constugio lima exempl oa contemporineidade que se pretende au uma festa como se sentiu provocativamente olhada yum hotel em que a familia passava as suas férias, ou fascinada pelo desejo que o marinheiro Ihe provocou, lego. Em decorréncia disso, teve um sonho erdtico com 0 1 revirou de ponta-cabega. Afirmou, logo em seguida, que aque Ihe trou tal homem que iro, naquele dia, the convidasse para ir embora com ele no pestanejaria um s6 instante. xo isso foi dito numa conversa bem insinuante na intimidade do casal, regada a muitas baforadas de maconha e molhada & Alcool, na qual interpelava frontalmente o desejo do marido. Perguntava-the, exfio, 0 que sentia quando examinava as suas pacientes mulheres e prineipalmente quando palpava os seus seios. Indagava assim de forma desafiadora: “Vocé nio sente nada? Nao gostaria de transar com elas, ali mesmo, na hora da consulta? “Nio consigo acreditar”, parecia dizer, enfim, a mulher no seu siléncio provocante © marido, entre perturbado e perpleso, nio entendia nada sobre se passava, Incitado @ falar pela radicalidade do discurso da esposa, ralmente com declaragdes de amor eterno 4 mulher. Por isse ‘ivamente, como ocorrera na festa, Dizia, além disso, que ela era inte, no querendo saber de outras na sua vida, mas apenas

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