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OS ESTUDANTES
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divulgadas na segunda-feira (8). Já os gabaritos estarão disponíveis na terça, às
18h, também no site do Enem.
No Estadão.com
MEC admite erro em impressão de gabarito
Na prova distribuída no câmpus número 3, da Unisa, em Santo Amaro, uma aluna relata
um problema grave. Nas provas rosa e azul, de 90 questões, da 1 a 45 os alunos tinham
que resolver ciências humanas e, da 46 até a 90, os alunos tinham que responder a prova
de ciências da natureza. Até aí, tudo bem.
O problema é que alguns alunos detectaram que o gabarito vinha na ordem invertida. Da 1
a 45, estava o gabarito de ciências da natureza e da 46 a 90, a prova de ciências humanas.
O Inep informou que o problema, de impressão gráfica, aconteceu em todo o País e que os
fiscais de prova foram orientados a passar a informação para os estudantes ignorarem o
que estava escrito no gabarito.
Mas em algumas salas, como na de Maria Maia Lopes, 16 anos, treineira, o fiscal só
avisou o problema uma hora depois do começo da prova. Ela conta que em sua sala houve
princípio de confusão. “Muitos já haviam preenchido o gabarito errado e não havia
gabarito extra para dar aos alunos.”
Já Mario Maluf, de 17 anos, que presta Engenharia e fez a prova rosa, diz que gerou um
pouco de confusão na sala. E Marina Mangold, de 17 anos, diz que em sua sala nenhum
fiscal entrou, em momento algum, para falar nada sobre a troca do gabarito com a prova.
Atualizado às 15h57
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APRESENTADORA CHRISTIANE PELAJO: Pois é. Mas os problemas nas provas
deixaram muitos inscritos confusos.
REPÓRTER LILIA TELES: Duas horas antes e os locais de prova já estavam lotados.
Chegar mais cedo teve sua vantagem.
ENTREVISTADA 2: Você fica mais ansioso para saber se falta muito, se falta pouco,
você olha o relógio, você quer saber a hora.
E foi só começar o exame para que aparecesse um problema nas provas. As questões
estavam divididas em duas partes no caderno de perguntas. De um a 45, ciências
humanas. De 46 a 90, ciências da natureza. Depois de ler a questão de múltipla
escolha, o aluno deveria marcar a resposta que julgasse adequada no cartão de
respostas, também dividido em duas partes. Aí estava o erro: a forma correta dos
cabeçalhos de ciências humanas e de ciências da natureza deveria ser esta, mas eles
estavam invertidos no cartão de resposta.
Já os campos para preenchimento das respostas estavam na ordem correta. Por exemplo: a
questão um, no caderno de perguntas, correspondia à resposta um no caderno de respostas.
De acordo com o Ministério da Educação, antes do começo da prova, os fiscais orientaram
os alunos sobre o problema no cartão de resposta.
REPÓRTER LILIA TELES: Mas, mesmo assim, os alunos dizem que ficaram muito
confusos.
ENTREVISTADO 1: Agora, eu não sei o que vai dar. Eu espero que eles tomem
alguma providência, porque eu não quero sair prejudicado. Eu estudei um ano para
isso.
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APRESENTADOR CHICO PINHEIRO: No início da noite, o presidente do Inep,
Joaquim José Soares Neto, falou dos problemas nas provas.
O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
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lugar, as questões de ciências humanas, cujas questões vinham numeradas de 1
a 45. Depois, vinham as perguntas de ciências da natureza, entre os números 46
e 90. No cabeçalho do cartão-resposta, porém, a ordem estava invertida. Na
parte correspondente às questões de número 1 a 45, estava escrito "ciências da
natureza" no topo. E, em cima do espaço para marcar as respostas de 46 a 90,
estava grafado "ciências humanas".
O erro, aparentemente simples, confundiu estudantes por todo o País. Alguns
perceberam o problema até antes dos fiscais, que ao serem alertados
procuraram o MEC. O MEC confirmou ter tido conhecimento do erro apenas no
decorrer da prova e disse que orientou todos os fiscais a explicarem o problema
aos alunos, pedindo que desconsiderassem o cabeçalho com a grafia trocada e
respondessem as perguntas na ordem de 1a 90.
Em algumas cidades, como no Recife, pais de alunos decidiram procurar o
Ministéro Público para se queixar. "Qualquer coisa que induza o aluno ao erro
pode dar margem ao aluno para pedir anulação", diz. A procuradora da
República Maria Luiza Grabner, do MPF em São Paulo, diz que "os alunos que
se sentirem lesados, na segunda-feira, podem fazer representação no órgão".
Essa representação, segundo a procuradora, pode servir de base para uma ação
coletiva contra o MEC, para anular a prova. Edson Bortolai, presidente da
Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB-SP, diz que o estudante pode
procurar o Procon ou mover uma ação de indenização individual.
EDUCADORES E ESPECIALISTAS
O Globo de 8/11/2010
Demétrio Weber, Gustavo Paul e Dandara Tinoco
Erros em série levam credibilidade à discussão
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cabeçalhos como um “erro artesanal”: — É um erro básico, artesanal, que não
pode acontecer. O Inep não está preparado para realizar uma prova dessa
envergadura.
O MEC tem que reestudar o Enem, principalmente na parte operacional. Os
alunos que querem vagas na universidade foram prejudicados por dois anos
seguidos.
Para Maria Thereza a realização de outra prova poderia levar algumas
universidades a descartarem o Enem, mas deve ser avaliada.
Já o advogado especialista em concursos Leonardo Carvalho defende a
anulação da prova: — Quando acontece um erro, é de bom-tom repará-lo. Caso
o próprio MEC não tome providências, os estudantes que se sentirem
prejudicados devem procurar o Ministério Público Federal.
Para especialista, exame “não fica desmoralizado” Já Cesar Callegari, que é
membro do Conselho Nacional de Educação, disse que não considera grave o
erro no cabeçalho do cartão de respostas. Ele observou que o ideal é que um
exame da magnitude do Enem não tenha esse tipo de falha: — O Enem é hoje
um patrimônio do sistema educacional brasileiro.
Não fica desmoralizado por conta disso. Mas é algo com que todos nós ficamos
chateados.
Qualquer marola num processo que envolve 3,5 milhões de pessoas sempre
pode ser aproveitado por quem não foi bem — disse Callegari.
A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maria Lúcia Cavalli
Neder, minimizou os problemas. Ela disse que os funcionários da UFMT
encarregados de supervisionar a aplicação do exame não fizeram contato para
tirar dúvidas: — Se eles não me ligaram é porque não houve problema.
A UFMT substituiu integralmente o vestibular pelo Enem, o que significa
que os 5.100 calouros de 2011 serão selecionados com base apenas nas
provas aplicadas ontem e anteontem.
DEFENSORIA PÚBLICA
Do G1, em Brasília
Débora Santos
Ministério da Educação terá 10 dias para anular prova do Enem, diz
DPU
Defensoria vai recomendar ao MEC que uma nova data seja marcada.
Segundo DPU, só prova aplicada no sábado (6) deve ser anulada.
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Segundo Salviano, em alguns locais de prova foi verificada que a comunicação
dos candidatos se deu após uma hora do início da prova. Para a DPU, isso fez
com que alguns candidato já tivessem respondido de forma errada.
“Ficou verificado efetivo prejuízo em virtude da quebra da isonomia entre os
candidato que preencheram o gabarito de forma errada e foram lesionados
porque, de acordo com o direito à informação, eles deveriam ser informados no
momento oportuno e da forma adequada”, disse.
A GRÁFICA
PODER JUDICIÁRIO
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No Estado de São Paulo de 9/11/2010:
Carmen Pompeu ESPECIAL PARA O ESTADO FORTALEZA
Justiça acata liminar e suspende prova do Enem; MEC admite erros
A juíza da 7.ª Vara Federal do Ceará, Karla de Almeida Miranda Maia, acatou
pedido de liminar do Ministério Público Federal do Ceará e suspendeu ontem o
Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), aplicado no final de semana em 3,3
milhões de estudantes, até o julgamento do mérito da representação do MPF-CE
- que pede a anulação das provas dos dois dias por causa de erros no cabeçalho
do cartão-resposta e em parte do caderno de perguntas da prova amarela de
sábado.
O Ministério da Educação (MEC) pode recorrer da decisão, válida para todo o
País. A medida, porém, deve abrir caminho para uma longa batalha jurídica.
Ainda ontem, a Defensoria Pública da União (DPU) recomendou ao MEC anular
o primeiro dia de prova de todos os candidatos.
O exame gerou confusão e reclamações de muitos estudantes - o que havia
levado o MEC a admitir, ainda no domingo, a possibilidade de aplicar outra prova
aos alunos que se sentiram prejudicados.
O ministro Fernando Haddad, da Educação, atribuiu ontem os problemas de
encadernação à gráfica RR Donnelley, encarregada de imprimir as provas, mas
admitiu que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep) - órgão do MEC responsável pelo Enem - falhou na troca dos
cabeçalhos do cartão-resposta (mais informações na pág. A19).
No despacho de três páginas, a juíza atribui ao Inep e ao consórcio Fundação
Cesgranrio e Fundação Universidade de Brasília a culpa por erros na aplicação
do Enem. A magistrada adverte que "a disponibilização de requerimento àqueles
estudantes prejudicados pela prova correspondente ao caderno amarelo e a
intenção de realizar provas apenas para os que reclamaram administrativamente
não resolvem o problema". Para a juíza, "novas provas poriam em desigualdade
todos os candidatos remanescentes".
O Inep alega que a Teoria da Resposta ao Item, modelo de correção que detecta
incoerências nas respostas - por exemplo, prejudica quem acertou questões
difíceis e errou fáceis, o que indica chute - garante a isonomia. Além disso,
sustenta que as falhas na prova amarela não justificam a anulação. Segundo o
órgão, dos 31 mil cadernos de prova amarela impressos com defeito, 21 mil
foram distribuídos - mas a maioria acabou trocada no próprio local do exame.
Assim, apenas entre 2 mil e 3 mil estudantes teriam sido prejudicados.
Isonomia. A Defensoria Pública da União entregou ao MEC uma recomendação
de anulação do primeiro dia da prova do Enem para todos os estudantes.
Segundo o defensor Ricardo Emílio Salviano, a demora ou a impossibilidade de
troca das provas amarelas com problemas, assim como as informações
divergentes sobre como preencher o cartão-resposta, feriram a isonomia do
exame. Segundo Salviano, a criação de um site para que os estudantes peçam a
correção invertida da prova de sábado é uma medida insuficiente, "tendo em
vista que foi quebrado o princípio da isonomia dos candidatos. Não vejo outra
alternativa a não ser a anulação dessa prova de sábado".
O defensor deu um prazo de dez dias para o MEC se manifestar. Caso o
ministério decida por manter o exame, Salviano deve entrar na Justiça Federal
com uma ação civil coletiva para obter a anulação. Estudantes que se sentiram
prejudicados devem enviar um e-mail para enem2010@dpu.gov.br. Os
depoimentos vão ajudar a montar o processo contra o ministério. /
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COLABORARAM LUCIANA ALVAREZ e RAFAEL MORAES MOURA
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PROBLEMAS NO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE SELEÇÃO
UNIFICADA (SISU): Os alunos de todo o Brasil que tentaram fazer a inscrição para
entrar na faculdade com a nota do ENEM sofreram com a lentidão do sistema e o MEC
admitiu que houve defeito no equipamento. O MEC recebeu mais de 745 mil
reclamações sobre o novo sistema até a data de 03/02/2010.
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responsabilidades deverão ser apuradas, com os devidos ressarcimentos aos cofres
públicos.
Pede Deferimento.
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