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EXCELENTÍSSIMO SENHOR PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA

JOÃO ALMEIDA, brasileiro, deputado federal, Líder do PSDB na Câmara


dos Deputados, com endereço funcional no Gabinete nº 652 do Anexo IV, da Câmara
dos Deputados, em Brasília/DF, telefone: (61) 32155652 e GUSTAVO FRUET,
brasileiro, deputado federal, Líder da Minoria, na Câmara dos Deputados, com
endereço funcional no Gabinete nº 821 do Anexo IV, da Câmara dos Deputados, em
Brasília/DF, telefone: (61) 32155821 vêm, respeitosamente, com fundamento no art. 5º,
inciso XII; na alínea “a”, do inciso XXXIV, do art. 5º e art. 37, caput, da Constituição
Federal, bem como no inciso V do art. 4º da Lei nº 1.079, de 10/04/1950 e na Lei 8.429
de 02/06/1992, solicitar a Vossa Excelência a investigação dos fatos e responsáveis
com adoção das providências cabíveis a respeito da realização do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem), nos dias 6 e 7 de novembro de 2010, conforme divulgado pela
imprensa nacional, no último fim de semana, e que transcrevemos a seguir:

OS ESTUDANTES

07/11/2010 - 00h34 - na Folha de SP


Erro de impressão em prova de cor amarela prejudica estudantes do
Enem
SIDNEY GONÇALVES DO CARMO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Estudantes de todo o país relataram problemas com a prova de cor amarela no
primeiro dia do Enem 2010 (Exame Nacional do Ensino Médio) realizada na tarde
deste sábado.
Muitos candidatos reclamaram à Folha.com do despreparo dos fiscais em
relação aos erros nos enunciados dos gabaritos das provas de ciências humanas
e ciências da natureza.
De acordo com Osvaldo Querino de Souza Filho, 17, estudante do 3° ano do
Ensino Médio do colégio Energia, em Florianópolis (SC), o problema da inversão
do cabeçalho foi informado bem no começo do exame pelo coordenador do
colégio EEB Simão José Hess, no bairro Trindade, local onde o candidato
realizou a prova. "Após cerca de 20 minutos, o coordenador nos comunicou que
o cabeçalho estava trocado e que as respostas deveriam ser passadas de acordo
com o número da questão e não do cabeçalho", disse Souza.
O presidente do Inep, José Joaquim Soares Neto, informou que o problema nas
folhas de respostas foi detectado na hora em que as provas foram abertas, às
13h. Ele afirmou também que já houve uma checagem e o erro não se repetirá
no exame que acontece no domingo. Negou também que o problema possa
atrasar a divulgação dos resultados do exame e afirmou que vai apurar a
responsabilidade pelo erro.
Veja os erros apontados apenas na Prova Amarela:
1- Existiam duas questões 23, uma na frente e outra no verso da página. A
primeira questão 23 era igual à questão 29 e a outra era idêntica à questão 21.
Ambas as perguntas pertenciam à ciência humana.
2- A questão 33 era igual a 38; a 50 igual a 48; a 54 igual a 51.
3- As questões 34, 61 e 74 estavam replicadas em duas páginas.
4- As questões 35 e 73 estavam duplicadas, mas o conteúdo era diferente. Uma
das questões 73 era igual a 75.
5- A questão 49 estava duplicada, mas o conteúdo era igual.
6- A questão 73 estava duplicada, mas o conteúdo era diferente.
7- A questão 81 estava duplicada e uma delas era igual a 80.
8- Da página 29 pulava para a 32; da 52 para 54; da 63 para 65 e da 75 para 78.
9- Até a página 5, o caderno era amarelo; 6-7 era branco; 8 amarelo; 9 era
branco; 10-13 amarelo; 14 era branco; 15-16 amarelo; 17 branco; 18-21 amarelo;
22 branca; 23-24 amarelo; 25 branco; 26-28 amarelo.
Já a candidata curitibana, Raquel Mariano, não teve o mesmo problema que
Souza. Mas ela ressalta que vários estudantes de sua sala que estavam com a
cor amarela da prova tiveram o mesmo problema de Souza. Segundo ela, os
monitores eram muito grossos, e não davam assistência e não fizeram o aviso
geral para todos na sala, apenas quem percebia recebia a instrução de como
proceder".
Neto também confirmou a existência de questões repetidas em algumas provas
amarelas. De acordo com ele, havia duas páginas com as mesmas perguntas.
Ele disse ainda não ter informações sobre a dimensão do problema e afirmou
que nesses casos a prova foi trocada por outra que não apresentava o mesmo
defeito. No entanto, o estudante Souza afirma que não conseguiu trocar sua
prova, pois as demais provas amarelas também apresentavam o mesmo erro.
Apesar dos incidentes, o presidente do Inep fez um balanço positivo do primeiro
dia do Enem. "Tudo ocorreu de forma tranquila e a realização do exame foi um
sucesso", disse. Segundo o MEC (Ministério da Educação), as provas serão

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divulgadas na segunda-feira (8). Já os gabaritos estarão disponíveis na terça, às
18h, também no site do Enem.

No Estadão.com
MEC admite erro em impressão de gabarito
Na prova distribuída no câmpus número 3, da Unisa, em Santo Amaro, uma aluna relata
um problema grave. Nas provas rosa e azul, de 90 questões, da 1 a 45 os alunos tinham
que resolver ciências humanas e, da 46 até a 90, os alunos tinham que responder a prova
de ciências da natureza. Até aí, tudo bem.
O problema é que alguns alunos detectaram que o gabarito vinha na ordem invertida. Da 1
a 45, estava o gabarito de ciências da natureza e da 46 a 90, a prova de ciências humanas.
O Inep informou que o problema, de impressão gráfica, aconteceu em todo o País e que os
fiscais de prova foram orientados a passar a informação para os estudantes ignorarem o
que estava escrito no gabarito.
Mas em algumas salas, como na de Maria Maia Lopes, 16 anos, treineira, o fiscal só
avisou o problema uma hora depois do começo da prova. Ela conta que em sua sala houve
princípio de confusão. “Muitos já haviam preenchido o gabarito errado e não havia
gabarito extra para dar aos alunos.”
Já Mario Maluf, de 17 anos, que presta Engenharia e fez a prova rosa, diz que gerou um
pouco de confusão na sala. E Marina Mangold, de 17 anos, diz que em sua sala nenhum
fiscal entrou, em momento algum, para falar nada sobre a troca do gabarito com a prova.
Atualizado às 15h57

No “site” do MEC, os alunos reclamaram de ameaças a eventual


movimento dos estudantes abordando a desorganização do ENEM:
http://twitter.com/MEC_Comunicacao

Posteriormente, na mesma página, o MEC disse que as “ameaças” diziam


respeito a estudantes que haviam utilizado o celular...

O JORNAL NACIONAL (GLOBO)

JORNAL NACIONAL, 6/11/10 – ENEM: ABSTENÇÃO NO PRIMEIRO


DIA FOI DE 27%

APRESENTADOR CHICO PINHEIRO: Três milhões e meio de brasileiros fizeram hoje


a primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Segundo o Ministério da
Educação, a abstenção foi de 27%.

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APRESENTADORA CHRISTIANE PELAJO: Pois é. Mas os problemas nas provas
deixaram muitos inscritos confusos.

REPÓRTER LILIA TELES: Duas horas antes e os locais de prova já estavam lotados.
Chegar mais cedo teve sua vantagem.

ENTREVISTADA 1: Estou estudando biologia.

REPÓRTER LILIA TELES: A proibição do lápis, da borracha e do relógio, provocou


reclamações.

ENTREVISTADA 2: Você fica mais ansioso para saber se falta muito, se falta pouco,
você olha o relógio, você quer saber a hora.

REPÓRTER LILIA TELES: Os portões deveriam fechar às 12h55, horário de Brasília,


mas no Rio, demorou mais um pouquinho. Os portões se fecharam às 13 horas, com cinco
minutos de tolerância. E aí não teve jeito, não houve choro que sensibilizasse os
organizadores do Enem. Em São Paulo, mais choro de quem ficou de fora. "Moço, por
favor!".

E foi só começar o exame para que aparecesse um problema nas provas. As questões
estavam divididas em duas partes no caderno de perguntas. De um a 45, ciências
humanas. De 46 a 90, ciências da natureza. Depois de ler a questão de múltipla
escolha, o aluno deveria marcar a resposta que julgasse adequada no cartão de
respostas, também dividido em duas partes. Aí estava o erro: a forma correta dos
cabeçalhos de ciências humanas e de ciências da natureza deveria ser esta, mas eles
estavam invertidos no cartão de resposta.

Já os campos para preenchimento das respostas estavam na ordem correta. Por exemplo: a
questão um, no caderno de perguntas, correspondia à resposta um no caderno de respostas.
De acordo com o Ministério da Educação, antes do começo da prova, os fiscais orientaram
os alunos sobre o problema no cartão de resposta.

ENTREVISTADA 3: Era só ignorar o nome e preencher normal, com os números.

REPÓRTER LILIA TELES: Mas, mesmo assim, os alunos dizem que ficaram muito
confusos.

ENTREVISTADA 4: Os fiscais de cada sala tiveram uma orientação diferente na forma


de responder no gabarito.

REPÓRTER LILIA TELES: E em muitos estados mais problemas. Alunos reclamaram


que no caderno de perguntas da prova amarela faltavam questões, pulando a numeração.

ENTREVISTADA 5: Tinham algumas questões que estavam repetidas e tinham outras


questões, assim, também, que estavam faltando.

ENTREVISTADO 1: Agora, eu não sei o que vai dar. Eu espero que eles tomem
alguma providência, porque eu não quero sair prejudicado. Eu estudei um ano para
isso.

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APRESENTADOR CHICO PINHEIRO: No início da noite, o presidente do Inep,
Joaquim José Soares Neto, falou dos problemas nas provas.

APRESENTADORA CHRISTIANE PELAJO: Vamos falar, ao vivo, com o repórter


Guilherme Portanova, em Brasília. Guilherme, qual a explicação do MEC sobre essa troca
do cabeçalho?

REPÓRTER GUILHERME PORTANOVA: Olha, Christiane, a explicação do MEC é que


houve um problema na impressão dos cadernos de prova, e que esse problema já está
sendo investigado. Confirmou, também, que todos os alunos foram orientados sobre a
forma correta de preencher a folha de respostas. Logo depois que o problema foi
detectado, o MEC convocou uma entrevista coletiva para prestar esclarecimentos. Vamos
ver o que ele disse.

PRESIDENTE DO INEP/JOAQUIM JOSÉ SOARES NETO: Nós passamos a orientação


para todos os coordenadores de estado, que, por sua vez, como eu falei, é um processo de
cascata. Se, por acaso, alguma sala ou algum estudante não recebeu a orientação, nós
estamos abrindo a possibilidade de um requerimento para que se ele, por acaso, não seguir
a informação que nós demos, ele tenha condição de requerer e não ser prejudicado.

REPÓRTER GUILHERME PORTANOVA: Alguns estudantes de Minas Gerais e


também de Santa Catarina reclamaram em relação ao caderno amarelo, da repetição de
questões ou problemas com a numeração dessas questões. Isso teria prejudicado na hora
de passar a resposta do caderno de perguntas para a folha definitiva. O presidente do Inep
disse que os estudantes que se sentiram prejudicados podem reclamar, via internet,
durante a próxima semana.

O ministro da Educação se disse muito satisfeito com a queda na abstenção em relação à


prova do ano passado e, também, com as medidas tomadas até agora. O calendário está
mantido. A prova deste domingo começa às 13 horas, pelo horário de Brasília.

APRESENTADOR CHICO PINHEIRO: Obrigado, Guilherme. E o Inep informou,


também, que os requerimentos para reclamação só estarão disponíveis ao longo da
próxima semana.

O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Estadão.edu, em 06 de novembro de 2010 | 17h 30


MEC vai criar site para candidatos prejudicados por erro no Enem
Procuradora do MPF em São Paulo acha ser possível anular a prova
em ação coletiva

O Ministério da Educação (MEC) confirmou na tarde deste sábado que houve um


erro na impressão do cartão-resposta da prova distribuída hoje a 4,6 milhões de
estudantes em todo o País. O órgão também afirmou que criará um "ambiente
virtual" para os alunos prejudicados pelo problema.
A confusão foi no cabeçalho do cartão-resposta, onde os alunos anotaram o
gabarito. No caderno de prova, os alunos tinham que responder, em primeiro

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lugar, as questões de ciências humanas, cujas questões vinham numeradas de 1
a 45. Depois, vinham as perguntas de ciências da natureza, entre os números 46
e 90. No cabeçalho do cartão-resposta, porém, a ordem estava invertida. Na
parte correspondente às questões de número 1 a 45, estava escrito "ciências da
natureza" no topo. E, em cima do espaço para marcar as respostas de 46 a 90,
estava grafado "ciências humanas".
O erro, aparentemente simples, confundiu estudantes por todo o País. Alguns
perceberam o problema até antes dos fiscais, que ao serem alertados
procuraram o MEC. O MEC confirmou ter tido conhecimento do erro apenas no
decorrer da prova e disse que orientou todos os fiscais a explicarem o problema
aos alunos, pedindo que desconsiderassem o cabeçalho com a grafia trocada e
respondessem as perguntas na ordem de 1a 90.
Em algumas cidades, como no Recife, pais de alunos decidiram procurar o
Ministéro Público para se queixar. "Qualquer coisa que induza o aluno ao erro
pode dar margem ao aluno para pedir anulação", diz. A procuradora da
República Maria Luiza Grabner, do MPF em São Paulo, diz que "os alunos que
se sentirem lesados, na segunda-feira, podem fazer representação no órgão".
Essa representação, segundo a procuradora, pode servir de base para uma ação
coletiva contra o MEC, para anular a prova. Edson Bortolai, presidente da
Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB-SP, diz que o estudante pode
procurar o Procon ou mover uma ação de indenização individual.

EDUCADORES E ESPECIALISTAS

O Globo de 8/11/2010
Demétrio Weber, Gustavo Paul e Dandara Tinoco
Erros em série levam credibilidade à discussão

Especialistas lamentam falhas, mas afirmam que é preciso manter e aperfeiçoar


atual formato do Enem
BRASÍLIA e RIO. Reitores, educadores e parlamentares ligados à área do
ensino, além de especialistas em concurso, lamentaram ontem as falhas na
prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Um ano após ser cancelada
por conta de um vazamento, a prova teve novos problemas.
Apesar dos tropeços, especialistas manifestaram a preocupação de manter e
aperfeiçoar o atual formato do Enem, cujo objetivo é substituir os vestibulares nas
universidades federais.
O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior (Andifes), Edward Madureira Brasil, disse que falhas abalam a
credibilidade do exame: — Acredito que compromete.
Já ganhou uma dimensão na mídia, e os próprios candidatos vão se sentir menos
seguros.
Mas tudo vai depender de como será a reação do MEC — disse Edward,
ponderando que o problema em 2010 foi menos grave do que em 2009, quando
houve vazamento da prova.
Diretora executiva da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos
(Anpac), a advogada e professora, Maria Thereza Sombra, classifica a troca nos

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cabeçalhos como um “erro artesanal”: — É um erro básico, artesanal, que não
pode acontecer. O Inep não está preparado para realizar uma prova dessa
envergadura.
O MEC tem que reestudar o Enem, principalmente na parte operacional. Os
alunos que querem vagas na universidade foram prejudicados por dois anos
seguidos.
Para Maria Thereza a realização de outra prova poderia levar algumas
universidades a descartarem o Enem, mas deve ser avaliada.
Já o advogado especialista em concursos Leonardo Carvalho defende a
anulação da prova: — Quando acontece um erro, é de bom-tom repará-lo. Caso
o próprio MEC não tome providências, os estudantes que se sentirem
prejudicados devem procurar o Ministério Público Federal.
Para especialista, exame “não fica desmoralizado” Já Cesar Callegari, que é
membro do Conselho Nacional de Educação, disse que não considera grave o
erro no cabeçalho do cartão de respostas. Ele observou que o ideal é que um
exame da magnitude do Enem não tenha esse tipo de falha: — O Enem é hoje
um patrimônio do sistema educacional brasileiro.
Não fica desmoralizado por conta disso. Mas é algo com que todos nós ficamos
chateados.
Qualquer marola num processo que envolve 3,5 milhões de pessoas sempre
pode ser aproveitado por quem não foi bem — disse Callegari.
A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maria Lúcia Cavalli
Neder, minimizou os problemas. Ela disse que os funcionários da UFMT
encarregados de supervisionar a aplicação do exame não fizeram contato para
tirar dúvidas: — Se eles não me ligaram é porque não houve problema.
A UFMT substituiu integralmente o vestibular pelo Enem, o que significa
que os 5.100 calouros de 2011 serão selecionados com base apenas nas
provas aplicadas ontem e anteontem.

DEFENSORIA PÚBLICA

Do G1, em Brasília
Débora Santos
Ministério da Educação terá 10 dias para anular prova do Enem, diz
DPU
Defensoria vai recomendar ao MEC que uma nova data seja marcada.
Segundo DPU, só prova aplicada no sábado (6) deve ser anulada.

A Defensoria Pública da União (DPU) informou nesta segunda-feira (8) que o


Ministério da Educação (MEC) terá 10 dias para decidir se vai anular apenas a
prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aplicada no último sábado
(6). Para a DPU, não há necessidade de anular a prova aplicada neste domingo
(7) porque não foram verificadas irregularidades.
Caso a decisão não seja tomada neste prazo a DPU vai entrar com uma ação
coletiva na Justiça Federal, pedindo a anulação e a marcação de uma nova data.
O defensor público da União, Ricardo Emílio Salviano, disse que a falha na
impressão dos cabeçalhos dos gabaritos da prova de sábado feriram o “princípio
da isonomia” entre os candidatos.

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Segundo Salviano, em alguns locais de prova foi verificada que a comunicação
dos candidatos se deu após uma hora do início da prova. Para a DPU, isso fez
com que alguns candidato já tivessem respondido de forma errada.
“Ficou verificado efetivo prejuízo em virtude da quebra da isonomia entre os
candidato que preencheram o gabarito de forma errada e foram lesionados
porque, de acordo com o direito à informação, eles deveriam ser informados no
momento oportuno e da forma adequada”, disse.

A GRÁFICA

Agência Estado, 08 de novembro de 2010 | 13h 38


Manutenção de sigilo impediu revisão de provas, diz gráfica
Para gráfica que imprimiu Enem, erros estavam dentro de margem
comum em processo industrial

Carolina Stanisci e Leandro Colon - Estadão.edu e O Estado de S.Paulo


A gráfica RR Donnelley divulgou, em carta direcionada ao Inep, que a impressão
das provas do Enem ocorreu "segundo previsão contratual, dentro dos mais
rigorosos critérios de segurança e sigilo". E que, "nesse contexto, todos os
materiais foram impressos rigorosamente dentro do cronograma pactuado e
nenhum conteúdo foi desviado".
Segundo a gráfica, essa manutenção do sigilo do conteúdo é que impediu que
fossem "feitas revisões", como a leitura do material impresso. O Inep, porém,
teria, segundo o edital que rege o Enem 2010, que ter revisado todo o conteúdo.
Segundo o texto do edital, revelado pelo Estado, coube ao MEC, por meio Inep,
entregar à gráfica a arte final para a impressão e indicar servidores públicos
federais para checar, pessoalmente, as provas pré-impressas e, depois, a
impressão final dos cadernos de questões e de respostas.
É isso que está escrito em um dos artigos do edital: "O procedimento de pré-
impressão e aprovação das provas impressas ocorrerá em até 15 (quinze) dias
úteis após o recebimento da Ordem de Serviço e dos meios magnéticos/ópticos,
e se dará com a presença física de servidores do Inep, previamente designados
para este fim, durante todo o tempo de produção das provas, e deverá ser feito
em equipamento dedicado, exclusivo para tal fim, envolvendo computadores e
equipamentos de impressão".
Segundo a gráfica, foi percebido, no processo, que 33 mil cadernos amarelos
tiveram defeitos - dos quais 21 mil foram distribuídos. Mesmo assim, justifica a
gráfica, o número de erros está dentro da margem de erro comum em gráficas,
representando 0,003 sobre os quase 10 milhões de cadernos impressos.
A gráfica também afirmou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação, tinha 1 milhão de
cadernos para substituir, durante a aplicação do exame, o material com falhas.

PODER JUDICIÁRIO

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No Estado de São Paulo de 9/11/2010:
Carmen Pompeu ESPECIAL PARA O ESTADO FORTALEZA
Justiça acata liminar e suspende prova do Enem; MEC admite erros

A juíza da 7.ª Vara Federal do Ceará, Karla de Almeida Miranda Maia, acatou
pedido de liminar do Ministério Público Federal do Ceará e suspendeu ontem o
Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), aplicado no final de semana em 3,3
milhões de estudantes, até o julgamento do mérito da representação do MPF-CE
- que pede a anulação das provas dos dois dias por causa de erros no cabeçalho
do cartão-resposta e em parte do caderno de perguntas da prova amarela de
sábado.
O Ministério da Educação (MEC) pode recorrer da decisão, válida para todo o
País. A medida, porém, deve abrir caminho para uma longa batalha jurídica.
Ainda ontem, a Defensoria Pública da União (DPU) recomendou ao MEC anular
o primeiro dia de prova de todos os candidatos.
O exame gerou confusão e reclamações de muitos estudantes - o que havia
levado o MEC a admitir, ainda no domingo, a possibilidade de aplicar outra prova
aos alunos que se sentiram prejudicados.
O ministro Fernando Haddad, da Educação, atribuiu ontem os problemas de
encadernação à gráfica RR Donnelley, encarregada de imprimir as provas, mas
admitiu que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep) - órgão do MEC responsável pelo Enem - falhou na troca dos
cabeçalhos do cartão-resposta (mais informações na pág. A19).
No despacho de três páginas, a juíza atribui ao Inep e ao consórcio Fundação
Cesgranrio e Fundação Universidade de Brasília a culpa por erros na aplicação
do Enem. A magistrada adverte que "a disponibilização de requerimento àqueles
estudantes prejudicados pela prova correspondente ao caderno amarelo e a
intenção de realizar provas apenas para os que reclamaram administrativamente
não resolvem o problema". Para a juíza, "novas provas poriam em desigualdade
todos os candidatos remanescentes".
O Inep alega que a Teoria da Resposta ao Item, modelo de correção que detecta
incoerências nas respostas - por exemplo, prejudica quem acertou questões
difíceis e errou fáceis, o que indica chute - garante a isonomia. Além disso,
sustenta que as falhas na prova amarela não justificam a anulação. Segundo o
órgão, dos 31 mil cadernos de prova amarela impressos com defeito, 21 mil
foram distribuídos - mas a maioria acabou trocada no próprio local do exame.
Assim, apenas entre 2 mil e 3 mil estudantes teriam sido prejudicados.
Isonomia. A Defensoria Pública da União entregou ao MEC uma recomendação
de anulação do primeiro dia da prova do Enem para todos os estudantes.
Segundo o defensor Ricardo Emílio Salviano, a demora ou a impossibilidade de
troca das provas amarelas com problemas, assim como as informações
divergentes sobre como preencher o cartão-resposta, feriram a isonomia do
exame. Segundo Salviano, a criação de um site para que os estudantes peçam a
correção invertida da prova de sábado é uma medida insuficiente, "tendo em
vista que foi quebrado o princípio da isonomia dos candidatos. Não vejo outra
alternativa a não ser a anulação dessa prova de sábado".
O defensor deu um prazo de dez dias para o MEC se manifestar. Caso o
ministério decida por manter o exame, Salviano deve entrar na Justiça Federal
com uma ação civil coletiva para obter a anulação. Estudantes que se sentiram
prejudicados devem enviar um e-mail para enem2010@dpu.gov.br. Os
depoimentos vão ajudar a montar o processo contra o ministério. /

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COLABORARAM LUCIANA ALVAREZ e RAFAEL MORAES MOURA

Não é a primeira vez que a responsabilidade do agente público falta e


causa prejuízo a milhares de cidadãos brasileiros, conforme pode ser acompanhado em
restrospectiva:

CANCELAMENTO DAS PROVAS EM OUTUBRO DE 2009: Em outubro


de 2009, o MEC cancelou a prova do ENEM, que estava programada para ser aplicada
nos dias 3 e 4 de outubro, devido a suspeitas de vazamento das questões. O fato gerou
o rompimento do contrato do MEC com o Connasel (consórcio então responsável pela
execução do ENEM). A prova após a suspensão do contrato, foi operacionalizada, sem
licitação, pelo CESPE. A falta de fiscalização gerou pagamento duplicado.

CHOQUE DE DATAS: O exame foi remarcado para os dias 5 e 6 de


dezembro 2009, mas a data escolhida coincidiu com o vestibular de pelo menos seis
federais e com a segunda fase de outras outras instituições, com prejuízos para as
universidades e para os estudantes.

ERROS NO GABARITO: Após a aplicação da prova (2009), o Instituto


Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) reconheceu erros no gabarito
das provas. O gabarito publicado no site foi retirado do ar, gerando a desconfiança no
sistema.

ALTA ABSTENÇÃO: A abstenção na prova (2009) chegou a 1,5 milhão


de pessoas. Foi um recorde de ausência de estudantes.

FALHA NO PLANEJAMENTO (PROVA MUITO LONGA): Os estudantes


apontaram grande dificuldade para responder a 45 questões de matemática e 90
perguntas sobre outras matérias com alto grau de dificuldade de interpretação e, ao
final, ainda ter de redigir uma redação.

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PROBLEMAS NO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE SELEÇÃO
UNIFICADA (SISU): Os alunos de todo o Brasil que tentaram fazer a inscrição para
entrar na faculdade com a nota do ENEM sofreram com a lentidão do sistema e o MEC
admitiu que houve defeito no equipamento. O MEC recebeu mais de 745 mil
reclamações sobre o novo sistema até a data de 03/02/2010.

OS CUSTOS DO ENEM EM 2009: Os custos de impressão do Enem


(Exame Nacional do Ensino Médio) 2009 foram da ordem de R$ 30 milhões, segundo o
ministro da Educação, Fernando Haddad.

VAZAMENTO DE DADOS NA INTERNET: Dados de 12 milhões de


inscritos no Enem desde 2007 vazam na internet: Uma falha do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) permitiu acesso livre aos dados pessoais de
12 milhões de inscritos nas últimas três edições do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem). Os estudantes cadastrados tiveram informações como nome, RG, CPF, data
de nascimento e nome da mãe expostos em links abertos no site do Inep. As listas
eram de uso interno do Inep, responsável pela organização do Enem, e não deveriam
estar disponíveis livremente. O documento que traça as diretrizes do Enem garante o
sigilo dos dados e ressalta que os resultados só poderiam ser divulgados "mediante a
autorização expressa do participante".

FALHAS NA IMPRESSÃO DAS PROVAS: Agora, em novembro de 2010,


as falhas na impressão e revisão das provas causam prejuízo a milhares de estudantes.

O exame Nacional do Ensino Médio contou em novembro de 2010 com a


participação de Três milhões e meio de brasileiros. Já se sabe que, independentemente
da solução adotada (anulação geral ou parcial de provas ou provas complementares)
os prejuízos material e moral causados aos estudantes são irreversíveis. Há ainda os
prejuízos causados ao Estado brasileiro que arcou e arcará com todos os custos da
realização incompetente e desastrosa desse exame de nível nacional. Todas essas

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responsabilidades deverão ser apuradas, com os devidos ressarcimentos aos cofres
públicos.

Por essa razão, levamos ao conhecimento de Vossa Excelência os fatos


ora narrados, esperando que da ação do Ministério Público possa a sociedade ter uma
resposta imediata sobre as condutas praticadas em desfavor dos jovens candidatos do
Enem.

Pede Deferimento.

Brasília, 9 de novembro de 2010.

Deputado JOÃO ALMEIDA Deputado GUSTAVO FRUET

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