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TOXOPLASMOSE

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TOXOPLASMOSE

Trabalho apresentado como avaliação


parcial da disciplina de Saúde Ambiental
do Curso de Enfermagem da FASIPE –
Sinop – Mato Grosso.

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4

1 TOXOPLASMOSE ................................................................................................... 5

1.1 Zoonoses ................................................................................................................. 5

1.1.1 Aspectos das Zoonoses ........................................................................................ 6

1.1.2 Cassificação das Zoonoses .................................................................................. 6

1.1.3 Controle de Zoonoses .......................................................................................... 8

1.2 Definição de Toxoplasmose ................................................................................... 8

1.2 Principais Causas e Transmissão da Toxoplasmose ............................................... 9

1.4 Sintomas ............................................................................................................... 12

1.5 Diagnostico ........................................................................................................... 13

1.6 Tratamento ............................................................................................................ 14

1.7 Prevenção.............................................................................................................. 15

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 16

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 17

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INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da história, o homem começou a perceber que ele era


possível de adquirir doenças dos animais. Os hebreus da época de Moisés por exemplo,
já conheciam a raiva e sabe-se que existia entre eles um dito popular que dizia:
"Ninguém acreditará no homem que disser ter sido mordido por um cão raivoso e ainda
esteja vivo".
Existem também referências da sua transmissão ao homem nos escritos de
Aristóteles e Hipócrates, que viveram no século IV a.C. dentre outras referencias mais
sobre doenças de animais transmissíveis ao homem. Todavia, foi somente após a
descoberta das características de certas bactérias e outros organismos interiores, que se
puderam estabelecer analogias entre muitas doenças contagiosas do homem e dos
animais. E no século XIX foi citado pela primeira vez a palavra zoonoses que se refere
a doenças animais transmisseis ao homem.
Desde então passou-se a estudar melhor essas doenças como forma de se
proteger dela. Das zoonoses mais conhecidas destaca-se a toxoplasmose. Que
trataremos nesse trabalho bem como suas formas de transmissão, tratamento e controle
da doença.

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1 TOXOPLASMOSE

1.1 Zoonoses

As Zoonoses são infecções e doenças que podem ser adquiridas em contato com
animais de estimação como cachorro, gato e passarinho, ou ainda, pela ingestão de
carne contaminada de animais como o gado ou o porco. Outras doenças podem ser
contraídas através do contato não desejado com ratos, moscas e baratas, principalmente
através da ingestão de água ou alimentos contaminados.
O palavra zoonoses foi introduzido na literatura médica pelo Médico Alemão
Rudolf’ Wirchow, no século XIX, para caracterizar as doenças animais que podiam ser
transmitidas ao homem. Etmologicamente a palavra é originária do grego, sendo que
seu prefixo "zoon" significa animal e o sufixo "nosos", doenças, traduzindo-se
literalmente por doenças animal. Embora a palavra não reflita bem este sentido, o
vocábulo ficou consagrado pelo uso, passando a ser, naturalmente, utilizada nas ciências
médicas.
A amplitude do termo gerou inúmeras discussões com a finalidade de conceituar
de uma maneira mais racional e significativa, as zoonoses. Assim, em 1966, durante a
realização do "3o Encontro de Peritos em Zoonoses da Oganização Mundial da Saúde",
conseguiu-se chegar a um consenso, definindo-se as zoonoses como: "as doenças e
infecções naturalmente transmissíveis entre os hospedeiros vertebrados e o homem".
As infecções e doenças que podem ser adquiridas em contato com animais de
estimação como cachorro, gato e passarinho, ou ainda, pela ingestão de carne
contaminada de animais como o gado ou o porco são chamadas de zoonoses. Outras
doenças podem ser contraídas através do contato não desejado com ratos, moscas e
baratas, principalmente através da ingestão de água ou alimentos contaminados.

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1.1.1 Aspectos das Zoonoses

As zoonoses na atualidade constituem os riscos mais freqüentes e mais temíveis


a que a humanidade está exposta, relacionando-se neste contexto cerca de 150 doenças
até 180. A Demanda cada vez maior de alimentos de origem animal, provoca de certa
forma o incremento das indústrias zootécnicas através, principalmente, dos aumentos
substanciais dos rebanhos, constitui fator decisivo para aumentar os riscos de exposição
às zoonoses. Outro fator a ser ponderado diz respeito à urbanização dos centros mais
desenvolvidos da esfera industrial e ao hábito de criar em casa e apartamento "animais
de estimação" tais como cães, gatos, aves ornamentais, quelônios, hamsters e até
pequenos símios, contribuindo para aumentar ainda mais este tipo de risco.
Por outro lado, os modernos meios de transporte rodoviário, ferroviário,
marítimo e aeroviário favorecem a disseminação destas doenças através da condução
acidental de vertebrados (reservatórios) ou invertebrados (vetores) de uma região
endêmica a outra indene. Da mesma forma a comercialização de animais (importação
ou exportação) ou a sua deslocação para feiras ou exposições aumenta a probabilidade
de transmissão destas infecções. De acordo com a gravidade dos sintomas, podemos
dividi-la, teoricamente, em três grandes grupos:
l) igualmente graves para o homem e para os animais: Carbúnculo hemático,
Raiva e Tuberculose bovina;
2) graves para o homem e raramente (ou ligeiramente) prejudiciais à saúde
animal: Brucelose, Febre Q, Hidatidose.
3) que raramente afetam ao homem, mas provocam graves epizootias (epidemias
animais): Febre Aftosa, Pasteurelose, Pseudo raiva.
A maior ou menor gravidade de cada uma das zoonoses em particular, pode
diferir de acordo com a região considerada e com a época de ocorrência.

1.1.2 Cassificação das Zoonoses

Várias tem sido as classificações propostas para as zoonoses, porém, a


apresentada por SCHWABE, 1984, é a mais adotada por ser considerada a mais
completa e fundamentalmente, baseia-se no ciclo de vida do agente etiológico.
1) ZOONOSES DIRETAS: A transmissão se dá de um hospedeiro vertebrado

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infectado a um vertebrado suscetível, por contato, veiculação ou vetor mecânico. Ex.:
Raiva, Brucelose.
2) CICLOZOONOSES: Há a participação de mais de umaespécie de hospedeiro
vertebrado na cadeia de transmissão.Ex.: Cisticercose, Hidatidose.
3) METAZOONOSES:São transmitidas biologicamente através de vetores
invertebrados. No interior do organismo do hospedeiro invertebrado, o parasita realiza
uma fase do seu ciclo biológico durante um determinado intervalo de tempo, ao qual se
denomina "período extrínseco de incubação", que precede a transmissão a outro
hospedeiro vertebrado.
Na dependência dos hospedeiros necessários para a formação da cadeia de
transmissão, as metazoonoses se dividem em quatro tipos:
a) requerem um hospedeiro vertebrado e outro invertebrado. Ex.: Febre amarela.
b) requerem um hospedeiro vertebrado e dois invertebrados. Ex.: paragonimíase.
c) requerem dois hospedeiros vertebrados e um invertebrado. Ex.: clonorquíase.
d) representam a transmissão transovariana. Ex.: encefalite dos carneiros
(Lomping-ill).
4) SAPROZOONOES: Há a participação de um hospedeiro vertebrado e de um
elemento não pertencente ao reino animal, tais como o solo, matéria orgânica e plantas.
Ex.: Histoplasmose e Ancilostomíase (solo), Fasciolose (plantas).
Além dessa classificação, hoje também começa a ser levada em consideração
aquela que relaciona as zoonoses com os agentes etiológicos. Assim, é que, em 1978,
em Genebra, o grupo de Expertos da OMS discutiram exclusivamente as zoonoses
parasitárias; em 1981, em Genebra, os expertos discutiram as zoonoses bacterianas e
viricas e já se está estudando a possibilidade de reunião dos expertos para o estudo das
zoonoses micóticas.
Hoje, em dia, as duas classificações são aceitas, e uma complementa a outra.
A transmissão das zoonoses pode ocorrer através das seguintes vias:
1) TRANSMISSÃO DIRETA: Um hospedeiro vertebrado infectado transmite o
parasita a outro hospedeiro vertebrado suscetível através do contato direto. Ex.: a raiva,
brucelose, carbúnculo hemático, sarnas, microsporidioses, tricofitoses.
2) TRANSMISSÃO INDIRETA: Pode ocorrer através de diferentes vias:
2.1) Alimentos - Ex.: leptospirose, botulismo, carbúnculo hemático, brucelose,
tuberculose, salmoneloses, teníases, triquinelose.
2.2) Secreções - Ex.: Raiva, brucelose.

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2.3) Vômitos - Ex.: leptospirose, peste, sarna, brucelose.
2.4) Artrópodes - Ex.: febre amarela, encefalomielite equina, tifo e peste.

1.1.3 Controle de Zoonoses

Em decorrência da importância das zoonoses, tanto do ponto de vista social


quanto do ponto de vista econômico, é necessária a adoção de medidas capazes de
minimizar estes transtornos através de aplicação de métodos adequados para a
prevenção, controle ou erradicação destas doenças.
Para que a aplicação destes métodos possa ser bem sucedida, é de suma
importância o conhecimento de prevalência de cada uma das zoonoses. Assim, é
necessário proceder-se a minuciosos inquéritos epidemiológicos, utilizando-se para
tanto dos registros dos serviços de saúde pública e saúde animal, dos dados obtidos nas
propriedades rurais das informações dos médicos veterinários e dos relatórios das
indústrias de laticínios e matadouros. Conhecida a magnitude de cada um dos
problemas, são estabelecidas as prioridades de ação, adotando-se programas eficientes
com a finalidade de interromper a cadeia de transmissão destas zoonoses, seja pela
atuação sobre as fontes de infecção, vias de transmissão ou suscetíveis.
O combate às zoonoses pode ser realizado ao nível de cooperação internacional
e dentro de uma mesma ação, ao nível central, regional ou local.
No entanto, qualquer que seja o programa de controle adotado, é de fundamental
importância que ao mesmo seja dado continuidade e que os procedimentos de vigilância
sanitária sejam adequadamente aplicados, caso contrário, aos prejuízos econômicos já
decorrentes de incidência de uma determinada zoonose, somar-se-ão os de uma
campanha mal sucedida.

1.2 Definição de Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma doença provocada por um protozoário chamado


Toxoplasma Gondii, que pode infectar o homem e diversas espécies de animais, como
cães, gatos, aves, porcos, carneiros e bovinos.
A forma mais comum de contrair a doença é pela ingestão de água e alimentos
contaminados. A ingestão de carne crua ou mal passada, por exemplo, é um grande
risco tanto para o homem como para os animais domésticos carnívoros, como os cães e

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os gatos. Por isso, não alimente seu amigão com crua ou pouco cozida. Dê preferência à
ração.
Geralmente e erroneamente, costuma-se atribuir aos gatos a culpa pela
transmissão da toxoplasmose ao homem. No entanto, sabe-se que é pouco provável que
os animais domésticos sejam os culpados, na maioria das vezes.
O Toxoplasma gondii. É uma das mais comuns parasitoses, por afetar
praticamente todos os animais homeotérmicos, em todo o mundo, inclusive o homem,
representa uma importante zoonose. Trata-se de sério problema para as criações de
suínos e pequenos ruminantes, nas quais causa prejuízos pelos abortos, infertilidade,
além de diminuir a produção dos animais infectados pela via congênita. No homem, é a
principal causa de encefalite nos indivíduos afetados pela síndrome da imunodeficiência
imunológica adquirida (SIDA), causando também lesões neurológicas e oftálmicas em
crianças expostas durante a vida intra-uterina, e em indivíduos imunodeprimidos.
O Toxoplasma gondii apresenta três formas infectantes: os taquizoítos (taqui
vem da palavra rápido), que são as formas de proliferação rápida, e estão presentes em
grande número, nas infecções agudas. No animal afetado, o parasito pode estar no
sangue, excreções e secreções. Neste estágio sobrevive no meio ambiente ou na carcaça
por poucas horas. Os bradizoítos (bradi significa lento) são formas de reprodução lenta
do Toxoplasma gondii, e estão presentes nas infecções congênitas e crônicas.
Organizam-se aos milhares em cistos teciduais, particularmente em músculos e
tecido nervoso. Neste estágio pode sobreviver em tecidos por alguns dias depois da
morte, mas é destruído pelo congelamento a –12°C por 24 horas ou cocção a 58°C por
dez minutos. Os oocistos são as formas resultantes do ciclo sexuado do parasita, que
ocorre apenas no trato gastrointestinal dos felídeos. Os oocistos são eliminados nas
fezes ainda não esporulados, tornando-se infectantes após a esporulação no meio-
ambiente, que ocorre entre três e cinco dias de acordo com as condições ambientais. O
oocisto esporulado pode permanecer viável no meio ambiente por até um ano e meio.

1.2 Principais Causas e Transmissão da Toxoplasmose

Os animal se infectam principalmente pela ingestão dos microrganismos


encistados presentes nos tecidos dos hospedeiros intermediários, tais como os roedores,
entre outros. A parede dos cistos é digerida, liberando organismos infectantes na luz
intestinal, que penetram pela parede intestinal e rapidamente multiplicam-se, formando

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taquizoítos que espalham-se por todos os órgãos do animal. Simultaneamente o parasito
reproduz-se nas células da parede intestinal, denominando-se ciclo entero-epitelial,
culminando na formação de oocistos, que são excretados com as fezes. Na medida que
se produz a resposta imune no animal, a eliminação de oocistos é detida e os taquizoítos
reproduzem-se cada vez mais lentamente, modulando-se em bradizoítos que se
organizam em cistos teciduais, localizados nos mais diversos tecidos do corpo dos
animais.
Os felídeos são o ponto-chave da epidemiologia da toxoplasmose, sendo os
únicos hospedeiros da forma sexuada do parasita e, por eliminarem oocistos nas fezes,
são a única fonte de infecção dos animais herbívoros. Nestes animais como suínos,
caprinos, ovinos, roedores e outros mais, ocorre apenas o ciclo extraintestinal, com
proliferação de taquizoítos nos órgãos e, com a resposta imune, desenvolvem-se os
cistos teciduais. Estes permanecem viáveis e são infectantes para os gatos e para os
outros hospedeiros intermediários como o homem e o cão. Nestes últimos, a infecção
geralmente pode acontecer pela ingestão de oocistos, presentes no solo ou alimentos de
origem vegetal, ou de carne com cistos tissulares.
A transmissão congênita do T. gondii pode ocorrer quando a infecção aguda
coincide com a prenhez, com conseqüências mais sérias aos fetos, no primeiro terço ou
metade da gestação, embora quanto mais adiantada a gestação, maior é a probabilidade
da infecção fetal, porém com menos riscos de fetopatias graves. O Toxoplasma gondii
multiplica-se na placenta e, então difundem-se para os tecidos fetais. Embora a infecção
possa se desenvolver durante qualquer estágio da gestação, o feto é afetado mais
severamente quando a fêmea gestante se infecta durante a primeira metade da gestação.
Nos EUA, estima-se que a cada ano nascem cerca de 3 mil crianças com
toxoplasmose congênita e que o custo anual por estas concepções seja de US$ 31
milhões a US$ 40 milhões.
De acordo com a tabela abaixo que apresenta os resultados de inquéritos
sorológicos nas espécies canina e felina realizados no Brasil. Do ponto de vista de
Saúde Pública, a infecção na população canina significa que a área envolvida representa
um nicho ecológico para o parasita e, conseqüentemente, um risco para a população
humana.

Tabela 1 - Prevalência de anticorpos anti-Toxoplasma em cães e gatos, registrada em


diversos inquéritos sorológicos no Brasil.

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Cães

Estado Teste No de % Referência


sorológico animais Positivos

São Paulo RIFI 276 46,1 Domingues et al (1996)

Goiás SF 35 57,1 Fernandes & Barbosa (1972)

São Paulo RIFI 47 63,8 Salata et al (1985)

Minas Gerais RIFI 40 35,0 Silva et al (1997)

São Paulo RIFI 80 94,0 Ishizuka et al (1974)

Rio de Janeiro SF 101 79,2 Coutinho (1968)

Paraná SF 66 51,5 Giovanoni (1958)

Minas Gerais HAI 218 52,7 Duran et al (1996)

Amapá/Rondônia HAI 19 68,4 Ferrarone & Marzochi (1978)

Rio Grande do Sul HAI 43 21,0 Chaplin & Silva (1984)

São Paulo RIFI 1256 63,8 Ishizuka & Yasuda (1981)

Rio Grande do Sul HAI 64 3,1 Chaplin et al (1980)

São Paulo SF 20 90,0 Sogorb et al (1976)

São Paulo RIFI 657 91,0 Germano et al (1985)

Gatos

Localidade Teste No de animais % Positivos Referência


sorológico

São Paulo SF 130 50,8 Sogorb et al (1972)

Amapá/Rondônia HAI 32 90,6 Ferrarone &


Marzochi (1978)

Rio Grande do Sul HAI 100 24,0 Mendez (1983)

Rio Grande do Sul HAI 27 40,7 Chaplin & Silva


(1984)

São Paulo RIFI 27 25,9 Rosa et al (1987)

São Paulo RIFI 350 37,7 Camargo et al


(1998)

São Paulo e Paraná RIFI 191 19,4 Langoni et al


(1998)

Fonte: http://www.bichoonline.com.br/artigos/gcao0010.htm

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O Toxoplasma gondii é transmitido ao homem por diversas maneiras: através da
ingestão de carne mal cozida contendo cistos de Toxoplasma; pela ingestão de oocistos
provenientes de mão contaminada por fezes ou alimento e água; transmissão
transplacentária; inoculação acidental de traquizoítos ou pela ingestão de oocistos
infectantes na água ou alimento contaminado com fezes de gato. Pode ocorrer
transmissão através da inalação de oocistos esporulados. As fezes de cabras e vacas
infectadas podem conter traquizoítos. A infecção por transfusão de sangue e transplante
de órgãos de um doador infectado é rara, porém pode ocorrer.

1.4 Sintomas

Para identificar os sintomas da toxoplasmose precisamos fazer distinção entre


pessoas “imunocompetentes“ (com imunidade normal), e pessoas “imunodeprimidos“
(com a imunidade diminuída).
Naquelas pessoas que possuem a imunidade preservada ocorrem sintomas
somente em 10% dos casos. Nestes casos a principal manifestação é a presença de
linfonodos ou gânglios linfáticos aumentados : são as chamadas ínguas, que podem
ocorrer em qualquer lugar do corpo onde existam gânglios (regiões inguinal, axilar,
pescoço, etc), mas mais freqüentemente acometem o pescoço. Os gânglios ficam
perceptíveis a simples visualização ou a palpação e são indolores. As manifestações
podem ficar restritas a isto e são auto-limitadas, isto é, desaparecem espontaneamente.
No entanto alguns pacientes podem apresentar febre, dores nos músculos e
articulações, cansaço, dores de cabeça e alterações visuais, quando ocorre
comprometimento da retina (camada que reveste a face interna e posterior do olho que é
rica em terminações nervosas sensíveis a luz), dor de garganta, surgimento de pontos
avermelhados difusos por todo o corpo - como uma alergia, urticária e aumento do
fígado e do baço; menos comumente ocorre inflamação do músculo do coração. Dores
abdominais podem ocorrer quando houver comprometimento dos gânglios da região
posterior do abdômen. Apesar de, na maioria das vezes estes gânglios desaparecerem
espontaneamente, em alguns casos podem durar meses, bem como o cansaço e a fadiga.
Uma forma menos benigna de acometimento dos pacientes com imunidade
normal é a já citada inflamação da retina (corioretinite). Ela acontece no mais das vezes
como decorrência da contaminação na vida fetal, manifestando-se na adolescência ou

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quando adulto jovem, raramente após os quarenta, mas pode - com muito menos
freqüência - ocorrer na infecção aguda.
As pessoas com estes quadros apresentam visão borrada e pontos cegos no
campo visual que podem permanecer ou até levar à cegueira do olho comprometido se
não adequadamente tratado.
Após uma fase aguda de infecção, seja com manifestações mínimas (ínguas) ou
não, a doença fica latente, como se estivesse “adormecida” assim permanecendo para
sempre ou podendo reapresentar-se mais adiante espontaneamente ou como decorrência
de uma queda do nível de imunidade.
A apresentação desta doença naqueles com imunidade diminuída, como já se
poderia imaginar é muito mais agressiva. Particularmente mais comum neste grupo são
os pacientes contaminados pelo vírus HIV-1 (vírus que causa a síndrome da
imunodeficiência adquirida, SIDA ou AIDS em inglês). Em geral também ocorre por
reativação de infecção latente.
Os sintomas nestes casos são manifestações de comprometimento do cérebro,
pulmões, olhos e coração.
A apresentação mais comum decorre do comprometimento cerebral manifesta
por dores de cabeça, febre, sonolência, diminuição de força generalizada ou de parte do
corpo (metade direita ou esquerda) evoluindo para diminuição progressiva da lucidez
até o estado de coma. Se não tratados, estes casos evoluem para uma rápida progressão
e morte.

1.5 Diagnostico

Por se tratar de doença com sintomas muito inespecíficos e comuns a muitas


outras, o diagnóstico geralmente é feito por médicos com experiência na área. A
confirmação do diagnóstico é feito por diversos testes sangüíneos, Os mais comuns são
os que detectam a presença de anticorpos no sangue contra o Toxoplasma gondii.
O diagnóstico da toxoplasmose em cães e gatos baseia-se em métodos diretos,
que consistem na identificação do parasita em materiais dos animais infectados, e
métodos indiretos, baseados na identificação de anticorpos específicos contra o
Toxoplasma. Entre os métodos diretos, a identificação do parasita pode ser realizada em
esfregaços de secreção ocular corados pela técnica de Giemsa, em que se pesquisa a
presença dos taquizoítos, com sua característica forma em meia-lua. O exame citológico

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pelo método de Giemsa também é útil em material de biópsia, principalmente punções
de linfonodo e fígado, assim como nos lavados traqueobrônquicos, principalmente nos
gatos. O exame histopatológico é limitado, uma vez que nos cortes teciduais o parasita
se confunde com as células do hospedeiro. Neste caso é indicada a utilização de técnicas
de imunohistoquímica, como a da peroxidase-anti-peroxidase e da streptavidina-
peroxidase, que identificam de forma muito sensível e específica, os microrganismos
nas lesões.

1.6 Tratamento

A necessidade e o tempo de tratamento serão determinados pelas manifestações,


locais de acometimento e principalmente estado imunológico da pessoa que está doente.
São três as situações:
Imunocompetentes com infecção aguda:
- Somente comprometimento gânglionar: em geral não requer tratamento.
- Infecções adquiridas por transfusão com sangue contaminado ou acidentes com
materiais contaminados, em geral são quadros severos e devem ser tratados.
- Infecção da retina (corioretinite): devem ser tratados.
Infecções agudas em gestantes:
- Devem ser tratadas pois há comprovação de que assim diminui a chance de
contaminação fetal
- Com comprovação de contaminação fetal: necessita tratamento e o regime de
tratamento pode ser danoso ao feto, por isso especial vigilância deve ser mantida neste
sentido.
Infecções em imunocomprometidos:
- Estas pessoas sempre devem ser tratadas e alguns grupos, como os contaminados pelo
vírus HIV-1, devem permanecer tomando uma dose um pouco menor da medicação que
usaram para tratar a doença por tempo indeterminado. Discute-se, neste último caso a
possibilidade de interromper esta manutenção do tratamento naqueles que conseguem
recuperação imunológica com os chamados coquetéis contra a AIDS.
Os quimioterápicos utilizados mais comumente no tratamento da toxoplasmose
canina e felina são as sulfonamidas, pirimetamina e clindamicina, lembrando-se que
estas drogas são utilizadas em sua maioria próximo às doses tóxicas para que sejam
efetivas, devendo ser utilizado tratamento de apoio, de acordo com os sinais

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apresentados pelos animais, como mostra a tabela 2. Embora se tenha relatado a
utilização da clindamicina, que tem sucesso para o tratamento da miosite provocada
pelo agente, a mesma não alcança concentrações terapêuticas, no sistema nervoso
central.
A toxoplasmose ocular felina deve ser tratada com clindamicina na dose de 12
mg/kg, duas vezes ao dia, durante um período de quatro semanas, ou sulfa-trimetoprim
na dose de 15 mg/kg, duas vezes ao dia durante quatro semanas.

1.7 Prevenção

Como a principal forma de contaminação humana é via oral, de uma forma geral
a prevenção deve ser feita: pela não ingestão de carnes cruas ou mal-cozidas, comer
apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente bem como evitar contato com
fezes de gato.
As gestantes, além de evitar o contato com gatos, devem submeter-se a
adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países obtiveram sucesso na
prevenção da contaminação intra-uterina fazendo testes laboratoriais em todas as
gestantes.
Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o
uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso.
á no caso dos animais a prevenção da infecção de cães e gatos baseia-se
principalmente em cuidados com a alimentação destes animais, não permitindo o
consumo de carne crua ou mal-cozida por estes animais, prevenindo assim a exposição a
cistos teciduais. Os animais devem ser mantidos domiciliados e bem alimentados,
prevenindo que venham a caçar roedores e aves, que possam estar infectados.
Nem as pessoas que criam gatos, bem como os veterinários possuem um risco
significante maior de adquirir a toxoplasmose do que a população em geral, o mesmo
valendo-se para gestantes e pacientes imunodeprimidos. Assim, esta população não
deve ser afastada dos seus animais. Há de se tomar precauções, removendo as fezes dos
felinos diariamente, prevenindo a esporulação de possíveis oocistos no convívio
humano, tarefa que não deve ser realizada por gestantes e pacientes com
imunodepressão. Devem ser utilizadas luvas sempre que sejam manipuladas as fezes
dos gatos, assim como nos procedimentos de jardinagem.

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CONCLUSÃO

Toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário denominado Toxoplasma


Gondii. O parasita pode infectar o homem e os animais: aves, suínos, gatos, carneiros e
bovinos. Também pode afetar os cães que se infectam mas, muito raramente, estes
transmitem a doença.
As formas de transmissão são: congênita (nascida com o indivíduo) ou adquirida
e podem afetar várias partes do organismo, tanto no homem como nos animais com
sinais de febre, aumento dos gânglios e comprometimento do sistema nervoso.
Estima-se que 50%da população já tenha se infectado com o Toxoplasma, mas
somente uma pequena poecentagem desenvolveu a doença.
A maioria da população brasileira tem anticorpos contra a Toxoplasmose. De
alguma maneira, 70 a 80% das pessoas, principlamente as mulheres gestantes, podem
estar "vacinadas"contra a infecção. O grande problema é quando a mulher com teste
negativo adquire a doença na gravidez (1o. trimestre), podendo assim ocorrer sérios
riscos de comprometimento fetal.
A transmissão da Toxoplasmose para o homem se faz, principalmente, por
ingestão de carne crua ou mal cozida, ou por alimentos contaminados com fezes de
animais que eliminam as formas infectantes da doenças (oocistos).
Pelas estatísticas, os animais domesticos, entre eles o cão e o gato, muito raramente
podem trasmitir a doença para o homem.
Existem vários métodos de controle e prevenção da doença:
 através de testes laboratoriais - pré natal em gestantes;
 Através de exames do sôro sanguíneo dos animais suspeito;
 evitando a ingestão de carnes cruas ou mal cozidas;
 lavando legumes, frutas e verduras;
 evitando o contato com fezes de animais que porventura possam estar
contaminados, no campo ou na cidade;
 lavando as mãos após o manuseio de carnes;
 usando luvas ao manusear terra e areia.

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Uma vez diagnosticada, existe tratamento para a toxoplasmose através de
antibióticos e quimioterápicos, conforme orientação médica.

REFERÊNCIAS

“Toxoplasmose” disponível em:


http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?417
Acesso em 10/06/2009

“Toxoplasmose - Transmissão, sintomas e tratamento” disponível em:


http://www.copacabanarunners.net/toxoplasmose.html
Acesso em 10/06/2009

“Zoonoses” disponível em:


http://www.saudeanimal.com.br/zoonose.htm
Acesso em 09/06/2009

“Toxoplasmose” disponível em:


http://www.vidadecao.com.br/cao/index2.asp?menu=toxo.htm
Acesso em 11/06/2009

“Toxoplasmose” disponível em:


http://drauziovarella.ig.com.br/entrevistas/toxoplasmose.asp
Acesso em 10/06/2009

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