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Editorial EMMANUEL
Há solução para o conflito entre Israel e palestinos?
O Estado israelense fez uma nova pelo menos a três décadas. Sabemos, aproveita tais ocasiões para que delas
No serviço cristão
ofensiva à faixa de Gaza nos últimos no entanto, que o povo que sofreu a surjam conseqüências benéficas para “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal do
dias, onde já se contam centenas de insânia de Hitler não é o mesmo que o futuro. Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver
mortos. O objetivo é claramente en- construiu o Estado de Israel, exceção Esse ensinamento é daqueles que, feito, estando no corpo, o bem ou o mal.” — Paulo. (2ª
fraquecer militarmente o grupo islâ- de alguns poucos. E a afirmativa faz- isoladamente, aparenta ser desprovi- Epístola aos Coríntios, Cap. 5, versículo 10.)
mico Hamas, que há anos agride a nos lembrar o discurso antissemita, do de razão. No entanto, inúmeros Não falta quem veja no Espiritis- serviço e edificação.
população civil do Estado de Israel com que se tenta justificar uma atro- ensinamentos trazidos até nós pelo mo mero campo de experimentação Não adianta guardar a certeza na
com ataques terroristas. As motiva- cidade com outra. Espiritismo só podem ser compreen- fenomênica, sem qualquer significa- sobrevivência da alma, além da mor-
ções do conflito são políticas, econô- É preciso cuidado com juízos de didos quando se levam em conta ou- ção de ordem moral para as criaturas. te, sem o preparo terrestre na direção
micas e ideológico-religiosas, mas há valor aparentemente lógicos, em que tros conceitos espíritas, como a fina- Muitos aprendizes da Consolado- da vida espiritual. E nesse esforço de
uma série de obscuridades que não é se comparam situações desconexas lidade da existência humana, a idéia ra Doutrina, desse modo, limitam-se habilitação, não dispomos de outro
possível examinar nestas poucas li- como validação da verdade. Especi- de progresso espiritual e a lei da reen- às investigações de laboratório ou se guia mais sábio e mais amoroso que o
nhas, o que também não seria nosso almente no mundo cristão, existe um carnação. limitam a discussões filosóficas. Cristo.
objetivo. antissemitismo arraigado que só espe- Diante da complexidade da cha- É imperioso reconhecer, todavia, Somente à luz de suas lições su-
que há tantas categorias de homens blimes, é possível reajustar o caminho,
Lembremos inicialmente que para ra uma pequena oportunidade para se mada questão palestina, é de pergun-
desencarnados, quantas são as dos renovar a mente e purificar o coração.
Israel o problema é uma questão de manifestar, do qual é exemplo concre- tar como tal conflito poderá um dia
encarnados. Nem tudo o que é admirável é di-
Estado, acima de qualquer outro. Is- to a Inquisição. ser resolvido.
Entidades discutidoras, levianas, vino.
rael é um país cercado de países hos- Importante lembrar o ensinamen- Como ensinam os Espíritos supe- rebeldes e inconstantes transitam em Nem tudo o que é grande é res-
tis que o teriam destruído se não fos- to espírita de que a motivação primá- riores, Deus sabe esperar. Cremos, toda parte. Além disso, incógnitas e peitável.
se sua superioridade militar e a posse ria das guerras é o egoísmo. pois, que neste caso somente a reen- problemas surgem para os habitantes Nem tudo o que é belo é santo.
de armas nucleares. Por outro lado, faz É claro que, como assinalam os carnação dos litigantes será capaz de dos dois planos. Nem tudo o que é agradável é útil.
muito tempo que o povo palestino so- analistas políticos, parte expressiva dos fornecer os meios de solução do con- Em vista de semelhantes razões, O problema não é apenas de sa-
fre retaliações econômicas e militares israelenses não aprova a beligerância flito – um recurso lento mas de efeito os adeptos do progresso efetivo do ber. É o de reformar-se cada um para
por parte dos israelenses. do Estado, embora sonhe com o fim do permanente. Judeus reencarnando mundo, distanciados da vida física, a extensão do bem.
A questão religiosa, parece-nos, é terrorismo, da mesma maneira que como palestinos e palestinos reencar- pugnam pelo Espiritismo com Jesus, Afeiçoemo-nos, pois, ao Evange-
a menos importante, embora tenha grande parte dos palestinos não apóia nando como judeus, eis um fato já ve- convertendo-nos o intercâmbio em lho sentido e vivido, compreendendo
sido colocada em primeiro plano pe- o terrorismo do Hamas, conquanto de- rificado em outra situação e com ou- fator de espiritualidade santificante. o imperativo de nossa iluminação in-
los próprios litigantes, que alegam ter seje firmemente a existência de um tros povos, conforme expressamente Acreditamos que não se deve ata- terior, porque, segundo a palavra opor-
razões fortes para suas bandeiras e Estado palestino viável e independen- Emmanuel disse certa vez, referindo- car outro círculo de vida, quando não tuna e sábia do Apóstolo, “todos de-
queixas. te. Mas as representações populares de se a personalidades da antiga Grécia nos encontramos interessados em vemos comparecer ante o tribunal do
Dias atrás, em um programa de ambos os povos, apoiadas por um nú- e da Roma imperial. melhorar a personalidade naquele em Cristo, a fim de recebermos, de acor-
TV, um comentarista afirmou que os mero considerável de cidadãos, alimen- Essa, talvez, seja uma das formas que respiramos. do com o que realizamos, estando no
judeus tinham as mãos sujas e não tam-se do orgulho religioso e, por as- – se não for a única – para resolver Não vale pesquisar recursos que corpo, o bem ou o mal”.
poderiam apontar para Hitler impune- sim dizer, étnico. E, impulsionadas por impasses que nenhum acordo huma- não nos dignifiquem. EMMANUEL, que foi o mentor
mente. esse orgulho, defendem egoisticamente no tem sido capaz de solucionar, uma Eis por que para nós outros, que espiritual de Francisco Cândido
Realmente, diante do sofrimento seus interesses. vez que, independentemente da região supomos trazer o coração acordado Xavier e coordenador da obra mediú-
que o povo judeu experimentou com O Espiritismo ensina que das geográfica em que nascemos, somos para a responsabilidade de viver, Es- nica do saudoso médium mineiro, é
piritismo não expressa simples con- autor, entre outros livros, de Pão Nos-
o Holocausto, causa-nos estranheza guerras surgem grandes avanços para todos Espíritos imortais, filhos do
vicção de imortalidade: é clima de so, do qual foi extraído o texto acima.
seu comportamento beligerante, que a humanidade. Deus não fomenta as mesmo Pai e a caminho do mesmo
não se manifestou agora mas remonta guerras – ensinam os imortais –, mas objetivo, que é a evolução.
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O desejo, que leva ao prazer, pode Como sede implacável, não se sa- fiadoras, propensão à realização
originar-se no instinto, em forma de
necessidade violenta e insopitável,
cia, porque é devoradora, mantendo-
se a nível de sensação periférica na
enobrecedora.
Dir-se-á que as duas formas con-
a divulgar o Espiritismo
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tornando-se um impulso que se sobre- área dos sentimentos que se não dei- fundem-se em uma única, o que, para ou renová-la, basta enviar seu pedido Grupo Espírita de que faça parte.
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tureza humana, quando ainda primiti- mentoso, especialmente na área minamos a função sexual e o desejo do – Cambé-PR, ou então valer-se do tele- al para os Grupos e Centros Espíritas
va na sua forma de expressão. Nesse genésica, expressando-se como erotis- belo, do nobre, do harmonioso, em fone número (0xx43) 3254-3261. Se pre- interessados na melhor divulgação do
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espiritual de Divaldo P. Franco, é au- Município..............................................Estado....................CEP .................................
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JANEIRO/2009 O IMORTAL PÁGINA 3
Ano Novo
ÉDO MARIANI outras crises são resolvidos pela a exprimir-se no perdão puro e na condição de espíritos frágeis e mos sugerir: disposição firme e
edo@edomariani.com.br capacidade do homem, cada vez simples. endividados que ainda somos qua- constante para a prática do bem;
De Matão, SP mais empenhado em solucionar os O perdão é o único antibiótico se todos, ou a nossa agressividade prática da resistência voluntária ao
males sociais. mental suscetível de extinguir as acabará expulsando a civilização arrastamento das más tendências;
“Quem teve a idéia de cortar o Ensina-nos EMMANUEL, o infecções do ressentimento no or- dos cenários terrestres. sacrifício voluntário do interesse
tempo em fatias, a que se deu o nosso sábio instrutor espiritual, ganismo do mundo. Perdão entre Eis porque Jesus, há quase vin- pessoal, renunciando pelo bem do
nome de ano, foi um indivíduo através de psicografia de Francis- dirigentes e dirigidos, sábios e ig- te séculos, nos exortou perdoar- próximo: abnegação; prática da
genial. Industrializou a esperança, co Cândido Xavier: “Existe, po- norantes, instrutores e aprendizes, mos, aos que nos ofendam, seten- caridade desinteressada, emprega-
fazendo-o chegar ao limite da rém, uma crise estranha – e das que benevolência entre o pensamento ta vezes sete, ou melhor, quatro- da com discernimento para o pro-
exaustão. Doze meses dá para mais afligem os povos – franca- que governa e o braço que traba- centas e noventa vezes. veito dos que dela necessitam; de-
qualquer ser humano cansar e en- mente inacessível à intervenção lha, entre a chefia e a subalterni- Tão só nessa operação aritmé- dicação com sentimento espontâ-
tregar os pontos. dos poderes públicos, tanto quan- dade. tica do Senhor, resolveremos a cri- neo, natural, por hábito, sem esfor-
Aí entra o milagre da renova- to aos recursos da ciência nas con- Consulte-se nos foros – autên- se da intolerância, sempre grave ço ou dificuldade.
ção e tudo começa outra vez, com quistas modernas. ticos hospitais de relações huma- em todos os tempos. Repitamos, no Dessa forma estaremos, sem
outro número e outra vontade de Referimo-nos à crise da into- nas – os processos por demandas, entanto, que a preciosidade do per- dúvida, experimentando o nasci-
acreditar que daqui pra frente será lerância que, desde o travo de questões salariais, divórcios e des- dão não se adquire nos armazéns, mento de uma etapa de conteúdo
tudo diferente”. amargura, que sugere o desânimo, quites baseados na intransigência porque, na essência, o perdão é renovador e não apenas um novo
Assim escreveu CARLOS à violência do ódio, que impele ao doméstica ou na incompatibilida- uma luz que irradia, começando de período calcado em velhos erros.
DRUMMOND DE ANDRADE, crime, vai minando as melhores de de sentimentos, reclamações, nós”. Para quem quer experimentar algo
nosso genial literato. reservas morais do Planeta, com a indenizações e reivindicações de No início de mais um ano, será realmente revolucionário, eis aí a
Na verdade, é bem assim que destruição conseqüente de muitos toda ordem, e observe-se, para um grande passo se conseguirmos proposta de transformar em vida,
acontece. O mundo tem-se apre- dos mais belos empreendimentos além dos tribunais de justiça, a nos dispor para as algumas atitu- nos próximos 365 dias, esta real
sentado repleto de estranhas crises, humanos. animosidade entre pais e filhos, a des práticas, entre as quais pode- RECEITA DE ANO NOVO.
mas os homens criam soluções Para a liquidação do proble- luta de classes, as greves de múlti-
para aquelas que o atormentam.
A falta do pão é suprida, de
imediato, pelo incremento da pro-
ma que assume tremendo vulto
em todas as coletividades terres-
tres, o remédio não se forma de
plas procedências, as queixas de
parentela, os duelos de opiniões
entre a juventude e a madureza, as
A ventura do presente
EUGÊNIA PICKINA gerir algo novo – milagre da ma-
dução, resultado de maior plantio. quaisquer ingredientes políticos divergências raciais e os conflitos nhã, embora a escuridão da noite
eugeniamva@yahoo.com.br
A epidemia é sustada pela va- e financeiros, por ser encontrado de guerra, e verificaremos que, ou anterior...
De Londrina
cina. A inflação, o desemprego e tão somente na farmácia da alma, nos desculpamos uns aos outros, E esqueçamos a apatia, a gas-
Agora me parece que o ho- ta preguiça – frutos impuros que
Crônicas de Além-Mar
Doloroso remédio
Naquele dia, ao fazermos a visi- os de vida, ainda não comprometi- Na questão 132 de “O Livro dos pedistes lutar de corpo e alma con-
JANE MARTINS VILELA
ta, o pai estava lúcido e é ele que dos em sua expressão, demonstran- Espíritos”, vemos a resposta dada tra o mal moral e físico, é porque
limb@sercomtel.com.br
está cuidando do filho, porque a mãe do lucidez no olhar, apesar da por eles a Kardec, de que a sabíeis que quanto mais a prova se-
De Cambé
realmente não tem condição emoci- microcefalia e da epilepsia. encarnação é imposta com a finali- ria dura, tanto mais a vitória seria
Uma casa miserável, num lugar onal alguma para isso. O pai quei- Os cílios, magníficos, enormes, dade de se alcançar a perfeição. Para gloriosa, e que se dela saísseis triun-
onde quase todas são assim, no meio xou-se de que não pode se ausentar sobressaindo, mais altos do que as uns, é expiação, para outros, missão. fantes, devesse vossa carne ser
do sofrimento econômico-social in- de casa por nenhum instante desde sobrancelhas. Mas, para alcançarem essa perfei- lançada sobre um monturo, em sua
tenso, e no meio destes, também, o que o bebê saiu da internação hos- Naquela família... chances de ção, têm que sofrer todas as vicissi- morte, ela deixaria escapar uma
sofrimento moral. pitalar, porque simplesmente ela sobrevivência difíceis, chance de tudes da matéria (da existência cor- alma brilhante de brancura e torna-
Nossa equipe adentrou aquela entra em desespero, não sabe o que recuperação mais difícil ainda. Ou- poral). da pura pelo batismo da expiação e
casa para visitar um bebê de qua- fazer com a criança. vimos que o juiz tinha ficado na dú- Na questão 133-a, respondem do sofrimento...”
tro meses. Lá, a mãe encontrava- Ela repetia mesmo: “Eu não sei vida se punha numa Casa Abrigo ou que as aflições da vida são, muitas Delfine de Girardin, nesse
se num estado de desequilíbrio cuidar, não consigo”, completamen- se deixaria com a família. Optou pela vezes, a conseqüência da imperfei- mesmo capítulo, em “A Infelici-
emocional intenso, simplesmente te em desequilíbrio. segunda situação. Até quando, não ção do espírito. Quanto menos im- dade Real”, comenta que “a infe-
porque o bebê havia engasgado. É O bebê, com microcefalia, ou sabemos. perfeições, tanto menos tormentos. licidade é a alegria, é o prazer, é
pessoa, a mãe, portadora de doen- seja, cabeça muito pequena, epilép- Um leigo teria problemas para Na questão 258, comentam que a fama, é a agitação vã, é a louca
ça psiquiátrica grave, e o juiz da tico, usando sonda nasogástrica, por- entender tudo isso. é o próprio espírito que escolhe o satisfação da vaidade, que fazem
Vara da Família já lhe tinha retira- que, aos quatro meses, ainda não Ao vermos tudo aquilo, pensa- gênero de provas porque há de pas- calar a consciência, que compri-
do quatro filhos anteriores, fica- aprendeu a sugar. mos na justiça da reencarnação. sar, e nisso consiste o seu livre-ar- mem a ação do pensamento, que
mos sabendo. O pai, de comporta- A despeito de todas essas difi- Uma escolha do espírito? Um bítrio. atordoam o homem sobre seu fu-
mento difícil, agressivo, violento culdades, quando olhamos, verifica- imposição? Uma necessidade, pois Dando ao espírito a liberdade de turo; a infelicidade é o ópio do es-
e usuário de drogas. mos o olhar. Que olhos lindos, chei- nada ocorre por acaso. escolha, Deus lhe deixa a responsa- quecimento que reclamais arden-
bilidade de seus atos e suas conse- temente... Que o Espiritismo vos
do, sinal de que todos já tinham sa- ônibus está chegando. Boa sorte! vez mais. Sou bom em matemática,
ído. De cabeça baixa, ele tomou o Bentinho ainda acenou para por exemplo, e posso ajudar outras
rumo de sua casa. Mateus, e continuou seu trajeto com crianças com dificuldades!
Ao passar perto do ponto de novas idéias na cabeça. — Isso mesmo, meu filho! Sabe
ônibus, viu o garoto sentado no ban- Chegando a casa, contou para por quê? A gente faz com amor
co, lendo um livro. Aproximou-se, sua mãe que tinha conversado com aquilo que verdadeiramente gosta.
mais animado, e falou-lhe: seu ídolo e relatou o que o novo Pense bem!
— Olá, Mateus! Você não me amigo lhe dissera. — Vou pensar. Mas uma coisa
conhece, mas eu o admiro muito. — Mamãe, ele é um cara bom. eu tenho certeza: quero ser um cara
Caramba! Você joga muito bem! Pensei que fosse me esnobar, mas legal como o Mateus, seja como jo-
O rapazinho ergueu os olhos e ao contrário. Tratou-me muito bem. gador de futebol ou não. Percebi que
sorriu: Cheguei à conclusão de que eu, na ele é bom, porque não pensa só em
— Conheço você do colégio. verdade, queria ser um bom joga- si mesmo.
Não está na terceira série? dor de futebol por um passe de má- Entusiasmado, Bentinho agora
— Isso mesmo. Meu nome é gica. Não me esforcei o suficiente. era outro menino. Entendera que, se
Bentinho. Gostaria de jogar assim Além disso, não sei se desejo trei- ele estudasse e aprendesse bem al-
como você, Mateus. Há quanto tem- nar futebol todos os dias! guma coisa, poderia ser o melhor
po você joga? — Você é bom em tênis de naquela área.
Jogador de sucesso
Bentinho gostava muito de fu- — Meu filho, entendo sua tris-
O rapazinho fechou o livro e
passou a dar atenção ao menino:
— Há muitos anos, Bentinho.
mesa, em ciclismo, em xadrez...
— É verdade, mamãe. Mas ele
fez-me entender que não é só isso.
Naquele dia, pediu à sua mãe:
— Mamãe, preciso acordar bem
cedo no domingo. Vou me encon-
tebol e desejava se tornar um joga- teza. No entanto, Bentinho, para Quando comecei, era mais novo que Tenho que valorizar a escola, os es- trar com Mateus na periferia.
dor de sucesso como aqueles que conquistar algo que queremos, é você e treinava quase todos os dias. tudos, as leituras, para aprender cada Tia Célia
ele via pela televisão. preciso não esquecer do esforço Sempre me dediquei muito ao fute-
Aos sábados, ele vestia o uni-
forme, colocava as meias, as chu-
próprio. Toda vitória é resultado de
muito trabalho e dedicação. Vou lhe
bol, mas sem esquecer as outras coi-
sas: a escola, a leitura, os estudos, Feliz Ano Novo!
teiras e ia para o campinho, onde dar uma sugestão: converse com o relacionamento com os outros. Olá, meu amiguinho! material de escola novinho que vai
seus amigos treinavam. esse Mateus que você admira. Pro- Além disso, ainda colaboro com um Estamos num ano novinho em chegar.
De tanto Bentinho insistir, aca- cure saber como ele chegou a ser o grupinho do bairro onde moro. São folha! — Separar os livros escolares
bavam por colocá-lo no jogo, po- jogador que é hoje. garotos pequenos, muito pobres e, Que 2009 seja muito feliz para que já usou, doando a alguém que
rém em posição nenhuma dava cer- Os olhos do menino brilharam: nas manhãs de domingo, treino fu- todos. vá precisar de-
to. Até que, para não atrapalhar mais — Boa idéia, mamãe! Vou ten- tebol com eles. Afinal, temos que É hora de pla- les.
o grupo, os amigos o tiravam do tar falar com ele na segunda-feira. nos ajudar uns aos outros, não é? nejar o que va- — Separar
jogo. O capitão do time lhe disse E, assim, mais animado, Benti- Tudo é importante. mos fazer duran- roupas, calçados
um dia: nho passou o final de semana. Vendo Mateus falar, Bentinho te todo este ano. e brinquedos
— Bentinho, você precisa Na segunda-feira logo cedo, di- ficou pensativo. Como ele perma- Então, mãos à que não lhe sir-
aprender as regras do futebol e trei- necesse calado, Mateus perguntou: obra! Pense! vam mais.
nar mais! — E você, Bentinho, treina Como gosta- — Dividir
Nesse dia, particularmente, ele quantas vezes por semana? ria que fosse esse com outras cri-
ficou muito triste. Desejava jogar, — Só no sábado, quando dei- ano? anças mais ne-
mas os amigos não deixavam! Ben- xam — respondeu, constrangido. O que gosta- cessitadas um
tinho voltou desanimado para casa. — Então, quem sabe você pre- ria de fazer, de pouco dos doces
Como chegaria a ser um jogador de cisa treinar mais para aprender mais?
aprender, de co- que você ga-
sucesso se não o deixavam partici- E, o que é importante, saber se você
nhecer? nhou.
par do jogo? realmente tem talento para o futebol.
Lembrar de — Ler um li-
Com os olhos úmidos, contou à Porque às vezes não temos jeito para
tudo o que plane- vro interessante.
mãe o que tinha acontecido, depois uma coisa e somos muito bons em
jamos para o ano — E, natu-
completou: outra coisa. Entendeu?
— Quero ser como o Mateus, rigiu-se ao colégio. No recreio, es- — Entendi, Mateus. Obrigado. passado e que ralmente, brin-
que joga muito bem; em todos os perou um momento que Mateus es- Gostaria de participar desse time não consegui- car muito, pas-
jogos ele marca um gol. Algum dia tivesse sozinho para falar com ele. que você ajuda no domingo. mos realizar. sear e se diver-
serei como ele, mamãe! Mas, qual! Ele era o ídolo da escola — Seria ótimo. Vá nos visitar! Este é o mo- tir!
Mateus, um rapazinho da oitava e estava sempre cercado de amigos. Verá que os garotos ficarão conten- mento de agir! Essas e mui-
série e que jogava no time dos mais Quando acabou a aula, Benti- tes em ver que mais alguém se in- Você está de tas outras coisas
velhos, era o ídolo da garotada. nho estava um pouco decepciona- teressa por eles. férias e bem que você pode fazer
A mãe, compreensiva e amoro- do, mas ainda com esperança de Mateus explicou para Bentinho a merece um des- e vai se sentir
sa, aconchegou Bentinho ao peito, falar com Mateus antes que ele fos- localização do bairro e da pracinha canso. Porém, muito bem!
passando a mão pelos seus cabelos. se embora. Assim, ficou esperando, onde se reuniam. Depois, concluiu: muita coisa útil pode ser feita nas Que Jesus ampare a você e sua
Deixou que o filho colocasse para fora do portão, enquanto os alunos — Se precisar de mim, estou à férias. Por exemplo: família, dando a todos um novo
fora o que tinha dentro de si, de- saíam em alvoroço. sua disposição, Bentinho. Conte — Arrumar o seu armário, lim- ano de muita alegria, paz e amor.
pois ponderou: De repente, o portão foi fecha- comigo. Bem, agora devo ir. Meu pando as gavetas para receber o FELIZ ANO NOVO!
JANEIRO/2009 O IMORTAL PÁGINA 15
O IMORTAL
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