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Acoplamento estrutural em Maturana e Varela

O acoplamento estrutural é uma forma de interação entre o


sistema e o meio caracterizada pelo fato de que a interação entre
esses elementos gera fenômenos que são particularmente
recorrentes ou repetitivos (p. 87) e que são relevantes para a
manutenção da organização do sistema. Assim, o acoplamento
estrutural é “condição de existência” dos sistemas.
Essa recorrência evidencia um padrão estável de interação, que
somente se torna possível porque as estruturas do sistema e do meio
se encontram acopladas de um modo específico, e que esse ajuste é
necessário para que o sistema vivo mantenha a sua diferenciação.
O exemplo utilizado por M&V é o do acoplamento entre a célula e
o meio, que permite uma troca de íons através da membrana celular,
sem a qual a célula não pode manter a sua autopoiese. Assim, a
membrana não é o acoplamento, já que ela é uma parte específica da
célula. O acoplamento existe na medida em que a sobreposição das
estruturas permite alterações estruturas repetitivas e recorrentes,
que são também mútias e concordantes, e que possibilitam a
manutenção da diferenciação entre sistema e meio.
Cada tipo específico de célula somente consegue manter a sua
autopoiese quando o seu acoplamento com o meio permite a
repetição de determinadas interações, de tal modo que podemos
dizer que ela está estruturalmente acoplada ao meio. E a deriva
celular das células vivas somente é possível quando o acoplamento
estrutural é mantido, dado que o seu rompimento inviabiliza a
continuidade da vida.
Também podemos falar de um acoplamento estrutural entre
sistemas imersos no mesmo meio. Nesse caso, o acoplamento
estrutural existe quando a organização desses sistemas desencadeia
uma série de fenômenos que são necessários para a manutenção da
autopoiese de ambos. Esse é o tipo de acoplamento existente entre
as diversas células que compõem os nossos organismos. Cada uma
delas tem uma estrutura individual e uma organização peculiar, e a
autopoiese de cada uma delas (e também a do organismo) é baseada
no fato de que essas várias células têm comportamentos que,
somados, permitem que cada uma delas continue mantendo a sua
diferenciação.
De um modo amplo, podemos afirmar que esse tipo de
acoplamento entre sistemas pode ser interpretado como um
comportamento coordenado, na medida em que ambos os sistemas
terminam por formar uma unidade complexa e interdependente.
Isoladamente, ao menos um deles não poderia manter a sua
autopoiese.
Porém, essa coordenação não deve ser lida como uma
intencionalidade, dado que ela não deriva de uma escolha. Ela deve
ser lida como o reconhecimento de que (ao menos) um determinado
sistema somente podem manter a sua autopoiese devido ao fato de
que outro sistema realiza uma série de comportamentos que,
somados aos seus, possibilita a sua vida.
Quando dois sistemas estão reciprocamente acoplados, que é o
caso das células de um organismo, a vida de uma célula depende da
estrutura na qual elas estão inseridas. Como as demais células são
sempre meio com relação a um indivíduo, podemos afirmar que o
acoplamento estrutural dá-se com o meio. Do ponto de vista interno
da célula, é só isso o que sempre ocorre.
Porém, nós que observamos de fora, vemos a célula como um
sistema que atua integrado com outros, podemos afirmar que existe
um acoplamento intersistemático. E, de toda forma, mesmo quando
identificamos uma combinação como essa, o que identificamos é uma
espécie de unidade coordenada de sistemas, que pode ser vista como
um sistema coordenado, com um acoplamento estrutural definido
com o meio.
Quando a coordenação se desintegra, o sistema se desdiferencia,
perdendo a sua própria organização. Assim, enquanto existe um
sistema dinâmico (um sistema que envolve uma organização que se
projeta no tempo como um série estruturada de movimentos), existe
acoplamento estrutural.

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