Sie sind auf Seite 1von 41

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA - UERR

LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

LUDICIDADE NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

JOSIMAR MATIAS SANTOS

Rorainópolis – RR
2010
JOSIMAR MATIAS SANTOS

LUDICIDADE NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Estadual
de Roraima – UERR, Campus
Rorainópolis, como requisito parcial a
obtenção do título de Graduação em
Licenciatura Plena em Pedagogia.

Orientadora: Professora Ana Cristina


Nunes Piuco.

Rorainópolis – RR

2010
JOSIMAR MATIAS SANTOS

LUDICIDADE NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Estadual
de Roraima – UERR, Campus
Rorainópolis, como requisito parcial a
obtenção do título de graduação em
Licenciatura Plena em Pedagogia.

Aprovado em:_____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________
Ana Cristina Nunes Piuco (Orientadora)

________________________________________________________
Examinador

________________________________________________________
Examinador
CESSÃO DE DIREIT0

Todos os direitos reservados – Está autorizada a reprodução total ou


parcial deste Trabalho de Conclusão de curso, devendo incluir fonte:

SANTOS, Josimar Matias.


Ludicidade no processo de
alfabetização. / por Josimar Matias
Santos. Rorainópolis-RR: UERR,
2010.
Orientadora: Profª. Ana Cristina
Nunes Piuco.
Monografia (graduação)
Universidade Estadual de Roraima-
RR.
Curso Licenciatura em Pedagogia
Dedicatória

A Deus por ter me guiado nessa conquista, A minha mamãe Eva Matias que,
Sempre acreditou e me acompanhou auxiliando nessa jornada acadêmica e de
vida, A minha esposa Magna Maria e ao meu filho Mikaeel José, por ter me
dado força e acreditado na concretização desse sonho, A minha amiga, a
professora Odete Campos e aos demais que de forma direta ou indiretamente
contribuíram na realização deste trabalho. A minha orientadora Ana Piúco, pela
disposição, paciência e o profissionalismo que estiveram presente em cada
ensinamento.
Agradecimentos

Ao criador de todas as coisas e do universo, por estar sempre


iluminando meu caminho, e que me conduziu até o momento me dando, saúde,
força e sabedoria, concedendo-me condições para realizar este trabalho.
A minha mãe que deu - me a oportunidade de nascer, educando-me
com amor, respeitando e valorizando sempre os conceitos morais e por
acreditar na minha capacidade.
A minha esposa, por se mostrar companheira, paciente e amiga durante
toda essa trajetória.
Aos meus professores e amigos que sempre demonstraram amizade e
companheirismo durante toda a jornada acadêmica.
Agradeço ainda à minha orientadora, a Prof.ª Ana Cristina Nunes Piuco
pela atenção, compreensão e determinação durante a orientação.
“O sucesso surge quando você se mantém firme em seus propósitos”

(autor desconhecido)
RESUMO

Esta pesquisa objetivou coletar dados que demonstrassem as possíveis


dificuldades encontradas pelos professores da Escola Municipal Professor
Hidelmar Pereira de Figueiredo ao trabalharem com o lúdico no processo de
alfabetização dos alunos do 1º ao 5º ano.
Para a realização do trabalho realizou-se uma pesquisa de campo do tipo
qualitativa descritiva. Foram coletados, através da aplicação de questionários e
entrevista, dados sobre a utilização do lúdico no processo de alfabetização.
A pesquisa foi respaldada por expressivos referenciais teóricos, permitindo
afirmar que a prática do lúdico quando, bem aplicadas, certamente ajudarão no
desenvolvimento da educação psicomotora e consequentemente, no processo
escolar, assim como na alfabetização.
A importância das atividades lúdicas na alfabetização, visto que jogos e
brincadeiras são, conforme os estudiosos, experiências afetivas que se
correlacionam ao ambiente e devem ser aplicadas nas crianças em fase
escolar.
A conclusão final permitiu ressaltar os principais aspectos da pesquisa que
certamente farão com que os professores motivem-se para a realização de
novos estudos sobre o tema abordado além de se dedicar mais quanto a
elaboração de suas metodologias voltadas para a ludicidade.

Palavras-Chaves: Atividades lúdicas; alfabetização; jogos e brincadeiras;


processo escolar; professores.
ABSTRACT

This survey aimed to collect data to demonstrate the possible difficulties


encountered by teachers of the Municipal School Professor Hildemar Pereira de
Figueiredo to work with the play in the process of literacy of students from 1st to
5th year. To carry out the work we carried out a field survey of the qualitative
descriptive type. Were collected through questionnaires and interviews, data on
the use of play in the literacy process.
The research was supported by significant theoretical, allowing us to conclude
that the practice of entertaining when well implemented, will certainly help in the
development of psychomotor education and consequently the school process,
as well as in literacy.
The importance of play activities in literacy, as are games and activities, as
scholars, affective experiences that correlate to the environment and should be
applied in children at school age.
The final conclusion allowed to highlight the main aspects of research that will
certainly motivate the teachers to the new studies about the subject than to
spend more on the development of methodologies aimed at their playfulness.

Key Words: Recreational activities, literacy games, and games to school


process; teachers.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10
1 A NATUREZA DO OBJETO DA PESQUISA ....................................................... 11
1.2 Problema da Pesquisa ....................................................................................... 11
1.3 Justificativa ........................................................................................................... 12
1.4 Objetivos ............................................................................................................... 12
1.4.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 12
1.4.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 12
2 MARCO TEÓRICO ................................................................................................... 13
2.1 Ludicidade no processo de alfabetização ...................................................... 13
2.2 O lúdico na prática pedagógica ........................................................................ 15
2.3 A Criança e o Lúdico........................................................................................... 18
2.4 Brincadeiras e os Jogos na Alfabetização ..................................................... 20
3 O PERCURSO DA PESQUISA ............................................................................... 23
3.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................. 23
3.2 Tipo de Método .................................................................................................... 24
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ........................................................ 24
3.3.1 Questionário ..................................................................................................... 24
3.3.2 Entrevista ........................................................................................................... 25
3.4 Questões Norteadoras da Pesquisa ................................................................ 25
3.5 Participantes da pesquisa ...................................................................................... 25
3.6 Momentos da pesquisa ...................................................................................... 25
3.7 População ............................................................................................................. 26
3.8 Amostra ................................................................................................................. 26
3.8.1 Critérios de seleção da amostra.................................................................... 26
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ............................................................... 27
4.1 Análise dos Questionários dos Professores ................................................ 27
4.2 Análise da entrevista com o Coordenador Pedagógico .............................. 30
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 32
6 RECOMENDAÇÕES ................................................................................................ 33
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 34
APÊNDICES ................................................................................................................. 36
INTRODUÇÃO

O termo “lúdico” tem sido muito discutido na atualidade entre


pesquisadores e estudiosos de diversas áreas do conhecimento. Considerando
as resistências inovadoras no processo de ensino aprendizagem e também a
faixa etária dos alunos no ambiente pesquisado, a pesquisa foi desenvolvida
para analisar a ludicidade no processo de alfabetização, assim como detectar
as possíveis dificuldades encontradas pelos professores para trabalharem com
o lúdico no processo de alfabetização dos alunos do 1º ao 5º ano.
O trabalho foi estruturado em quatro capítulos, sendo que o primeiro
explana a natureza do objeto de pesquisa (contextualização, problema da
pesquisa, justificativa e objetivos).
O segundo capítulo discorre sobre os pressupostos teóricos, embasando
os argumentos citados em vários autores que enfatizam e defendem a prática
do lúdico.
O terceiro capítulo aborda o percurso da pesquisa, o tipo e o método da
pesquisa, os instrumentos de coleta de dados, assim como a descrição dos
instrumentos, as questões norteadoras da pesquisa, os participantes, o
momento da pesquisa, a população, a amostra e os critérios de seleção de
amostra.
O quarto capítulo expõe a análise e discussão dos dados, a conclusão e
ainda as recomendações, referencias e apêndices.
1. NATUREZA DO OBJETO DA PESQUISA

Esta pesquisa objetivou coletar dados que demonstrassem a importância


das atividades lúdicas na alfabetização e as possíveis dificuldades encontradas
pelos docentes ao utilizar essas atividades no processo de alfabetização. Para
tanto é importante o resgate do lúdico como processo educativo e demonstrar
que ao se trabalhar ludicamente não se está abandonando a seriedade e a
importância dos conteúdos a serem apresentados à criança, pois as atividades
lúdicas são indispensáveis para o seu desenvolvimento sadio e para a
apreensão dos conhecimentos, uma vez que possibilitam o desenvolvimento da
percepção, da imaginação, da fantasia e dos sentimentos. Por meio das
atividades lúdicas, a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo,
aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói
conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente.

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA

A presente pesquisa sobre Ludicidade no processo de alfabetização


analisou as principais dificuldades que os professores da Escola Municipal
Professor Hidelmar Pereira de Figueiredo encontram ao utilizar o lúdico na
alfabetização dos alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Os
fundamentos teóricos que deram sustentação a pesquisa encontram respaldos
nos estudos de vários autores que enfatizam sobre a importância das
atividades lúdicas para o desenvolvimento da criança. A pesquisa foi do tipo
qualitativa descritiva e foi realizada em 2010, participando da pesquisa um
coordenador pedagógico e dez professores da referida instituição. Foram
aplicados questionários para os professores e para o coordenador foi
direcionado uma entrevista.

1.2 PROBLEMA DA PESQUISA

Quais as possíveis dificuldades encontradas pelos professores do


Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano da Escola Municipal Professor Hidelmar
Pereira de Figueiredo ao trabalharem com o lúdico no processo de
alfabetização?
1.3 JUSTIFICATIVA

Devido às constantes resistências inovadoras no processo de ensino-


aprendizagem e considerando também a faixa etária dos alunos no período de
alfabetização é que surgiu a necessidade de detectar as possíveis dificuldades
encontradas pelos professores nesse processo, intencionando assim contribuir
qualitativamente para a educação das crianças da Escola Municipal Professor
Hidelmar Pereira de Figueiredo. Além de ser pré-requisito para o trabalho de
conclusão de curso de Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade
Estadual de Roraima.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1. OBJETIVO GERAL

Detectar as possíveis dificuldades encontradas pelos professores da


Escola Municipal Professor Hidelmar Pereira de Figueiredo ao trabalharem com
o lúdico no processo de alfabetização dos alunos do 1º ao 5º ano.

1.4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Analisar através de questionário qual a visão dos professores da Escola


Municipal Professor Hidelmar Pereira de Figueiredo a respeito do lúdico como
ferramenta educativa para a alfabetização;
 Identificar através de questionário as principais dificuldades dos professores
ao utilizar o lúdico durante o processo de alfabetização;
 Verificar através de entrevista com os coordenadores pedagógicos da
Escola Municipal Hidelmar Pereira Figueiredo se o lúdico é considerado
recurso metodológico durante o planejamento dos professores;
2. MARCO TEÓRICO

A perspectiva teórica que dará base a esta pesquisa está amparada no


pressuposto de que as dificuldades da prática docente, quanto a aprendizagem
e o desenvolvimento dos alunos podem ser construídos e influenciados por um
contexto histórico, social e cultural.
Para tanto serão utilizados construtos teóricos fornecidos por vários
autores, fazendo-se necessário, em primeiro lugar, discutir as diversas
concepções existentes sobre a definição do termo lúdico.

2.1. LUDICIDADE NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo” e
se a palavra se achasse estruturada a sua origem, o termo lúdico estaria se
referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. A evolução
semântica da palavra "lúdico", entretanto, não parou apenas nas suas origens
e acompanhou as pesquisas de Psicomotricidade. O lúdico passou a ser
reconhecido como traço essencial do comportamento humano. De modo que a
definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da
necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo.
Com o pensamento obsessivo de que a alfabetização se limita às quatro
paredes da sala de aula e o método adequado dá ao professor o controle da
alfabetização de seus alunos, o próprio professor entra em conflito frente à
situação de que o número de crianças com acesso à alfabetização aumentou e
trouxe como conseqüência, o fracasso escolar notável. Tradicionalmente, as
investigações sobre as questões de alfabetização giram em torno de uma única
pergunta: “como ensinar a ler e escrever?”.
Segundo Popovic (1968), “a prontidão para alfabetização significa ter
um nível suficiente sob determinados aspectos para iniciar o processo da
função simbólica que é a leitura e a sua transposição gráfica que é a escrita”.
Como a escrita é uma função culturalmente mediada, a criança se
desenvolve numa cultura letrada e está exposto aos diferentes usos da
linguagem escrita e ao seu formato, tendo diferentes concepções a respeito
desse objetivo cultural ao longo de seu desenvolvimento. A principal condição
necessária para que uma criança seja capaz de compreender adequadamente
o funcionamento da língua escrita, é que essa criança descubra que a língua
escrita é um sistema de signos que não tem significado em si. Os signos
representam outra realidade, isto é, o que se escreve, tem uma função
instrumental, funcionando como suporte para a memória e a transmissão de
idéias e conceitos.

[...] A criança que cresce em um meio “letrado” está exposta à


influência de uma série de ações. E quando dizemos ações, neste
contexto, queremos dizer interações. Através das interações adulto-
adulto, adulto-criança e crianças entre si, criam-se as condições para
a inteligilidade dos símbolos. A experiência com leitores de textos
informa sobre a possibilidade de interpretação dos mesmos, sobre as
exigências desta interpretação e sobre as ações pertinentes,
convencionalmente estabelecidas [...]. A criança se vê continuamente
envolvida, como agente e observador, no mundo “letrado”. Os adultos
lhe dão a possibilidade de agir como se fosse leitor – ou escritor -,
oferecendo múltiplas oportunidades para sua realização (livros de
histórias, periódicos, papel e lápis, tintas, etc.). O fato de poder
comportar-se como leitor antes de sê-lo, faz com que se aprenda
precocemente o essencial das práticas sociais ligadas à escrita.
(FERREIRO, 2001, p. 59-60).

Portanto, a criança ao crescer em volta de adultos letrados que fazem


uso cotidianamente de uma diversidade de materiais escritos, tem sua
curiosidade aguçada a respeito deste objeto de conhecimento, e assim, da
mesma forma como acontece com a linguagem falada, a criança sente a
necessidade de conhecer este objeto cultural do qual os adultos tanto se
utilizam. Nesse processo de descoberta a criança obtém informações das mais
diversas formas como, por exemplo, quando a mãe recebe uma
correspondência de uma pessoa, quando esta presencia um ato de leitura, a
escrita de um bilhete, todos esses elementos vão sendo reunidos pela criança,
viabilizando a elaboração de hipóteses acerca deste mundo ainda
desconhecido para ela, o do ler e do escrever. E durante esse processo de
descobertas a utilização de atividades lúdicas utilizando os conhecimentos que
a criança tem no ambiente familiar é fundamental.
Entretanto, muitas vezes, esta criança ao chegar à escola, não tem
esses conhecimentos reconhecidos como válidos, passando então a ser
analisada tendo como parâmetro uma série de pré-requisitos, tais como as
habilidades motoras, perceptíveis e visuais.
Com relação a estes aspectos Bolzan argumenta:

Os pré-requisitos não podem ser entendidos como habilidades


que a criança deve ter desenvolvido para ingressar em certo nível na
escola. Precisam ser entendidas, sim, como aquelas hipóteses,
conceitos, relações, que a criança já construiu antes de ingressar em
uma instituição formal de ensino. (2007, p.25).

Nessa perspectiva, as hipóteses infantis necessitam ser consideradas


pelo professor, pois este conhecimento que a criança já traz de casa, somado
ao conhecimento que o professor alcança na sala de aula, possibilitará que a
criança confronte os conhecimentos e tire suas conclusões. Desta forma, ela
estará construindo seu conhecimento.

2.2. O LÚDICO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA

A maioria das escolas tem didatizado a atividade lúdica das crianças


restringindo-as a exercícios repetidos de discriminação viso- motora e auditiva,
através do uso de brinquedos, desenhos coloridos, músicas ritmadas. Ao fazer
isso, ao mesmo tempo em que bloqueia a organização independente das
crianças para a brincadeira, essas práticas pré- escolares, através do trabalho
lúdico didatizado, enfatizam os alunos, como se sua ação simbólica servisse
apenas para exercitar e facilitar para o professor, a transmissão de
determinada visão do mundo, definida a priori pela escola.

É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para


que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz
de formar a base sólida para a criatividade e a participação cultural e,
sobretudo para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a
canção... como se fora brincadeira de roda...
(MARCELINO,1996.p.38).

É papel da educação é formar pessoas criticas e criativas, que criem,


inventem, descubram, que sejam capazes de construir conhecimento.
Não devendo aceitar simplesmente o que os outros já fizeram, aceitando
tudo o que lhe é oferecido. Daí a importância de se ter alunos que sejam ativos,
que cedo aprendem a descobrir, adotando assim uma atitude mais de iniciativa
do que de expectativa.
Considera-se função da educação infantil promover o desenvolvimento
global da criança; para tanto é preciso considerar os conhecimentos que ela já
possui e proporcionar a criança vivenciar seu mundo, explorando, respeitando
e reconstruindo. Nesse sentido a educação infantil deve trabalhar a criança,
tomando como ponto de partida que está é um ser com características
individuais e que precisa de estímulos, para crescer criativa, inventiva e acima
de tudo crítica.
Quando o aluno chega à escola traz consigo uma gama de
conhecimento oriundo da própria atividade lúdica. A escola, porém, não
aproveita esses conhecimentos, criando uma separação entre a realidade
vivida por ela na escola e seus conhecimentos.
A escola agindo desta forma estará comprometendo a própria
espontaneidade da criança, que não se sentirá tão à vontade em sala de aula a
ponto de deixar fluir naturalmente sua imaginação e emoção.
A ação de brincar é algo bem natural da criança e por não ser
considerada uma atividade sistematizada e estruturada e sim espontânea,
acaba se tornando expressão de vida de cada criança. Rizzi e Haydt
convergem para a mesma perspectiva quando afirmam:
“O brincar corresponde a um impulso da criança, e este sentido, satisfaz
uma necessidade interior, pois, o ser humano apresenta uma tendência lúdica”
(1987 p. 14).
Nessa perspectiva o professor precisa está atento pra perceber esse
impulso que faz bem essa criança, ou seja, descobrir quais as brincadeiras que
ela mais gosta e assim direcioná-las para que satisfaçam as necessidades das
mesmas na medida do possível dentro das atividades de ensino aprendizagem.
O lúdico aplicado à prática pedagógica não apenas contribui para a
aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais
dinâmicas e prazerosas.
Cunha (1994) ressalta que a brincadeira oferece uma “situação de
aprendizagem delicada”, isto é, o educador precisa ser capaz de respeitar e
nutrir o interesse da criança, dando-lhe possibilidades para que envolva em seu
processo, ou do contrário perde-se a riqueza que o lúdico representa.
Neste sentido é responsabilidade do educador, na educação infantil, ajudar a
criança a ampliar de fato, as suas possibilidades de ação.
Proporcionando à criança brincadeiras que possam contribuir para o seu
desenvolvimento psicossocial e conseqüentemente para a sua educação.
O lúdico enquanto recurso pedagógico deve ser encarado de forma séria
e usado de maneira correta, pois a funcionalidade da educação lúdica só
estará garantida se o educador estiver motivado e preparado profissionalmente
para realizá-lo.
Sendo que o papel do educador é, intervir de forma adequada, deixando
que o aluno adquira conhecimentos e habilidades, suas atividades visam
sempre um resultado, e uma ação dirigida para a busca de finalidades
pedagógicas que contribua na aprendizagem.
É fundamental que a escola ofereça a criança ambiente agradáveis
onde se sinta bem e a vontade, pois a criança deverá se sentir como integrante
do meio em que está inserida.
A criança aprende através da atividade lúdica a encontrar na própria
vida, nas pessoas reais, a complementação para suas necessidades. Nesse
sentido, Oliveira afirma: “Privar a criança de agir, é incapacitá-la para própria
vida” (1998, p.112).
Conceber o lúdico como atividade apenas de prazer e diversão, negando
seu caráter educativo é uma concepção ingênua e sem fundamento. A
educação lúdica é uma ação inerente na criança e no adulto aparece sempre,
como uma forma transacional em direção a algum conhecimento.
Os professores das escolas infantis precisam manter um comportamento
ético para com as crianças durante as atividades lúdicas e fazer o possível pra
que as crianças nãos sejam expostas ao ridículo ou que passem por situações
constrangedoras. Intimidar as crianças na tentativa de fazer com que elas
sejam obedientes transmite pra elas sentimentos de insegurança e desamparo,
além de fazê-las se sentirem temerosas e perder o afeto, a proteção e a
confiança dos adultos.
O professor precisa estar atento à idade e às capacidades de seus
alunos para selecionar e deixar à disposição materiais adequados. O material
deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como pela diversidade, pelo
interesse que despertam pelo material de que são feitos. Lembrando sempre
da importância de respeitar e propiciar elementos que favoreçam a criatividade
das crianças.
Uma observação atenta pode indicar o professor que sua participação
seria interessante para enriquecer a atividade desenvolvida, introduzindo novos
personagens ou novas situações que tornem o jogo mais rico e interessante
para as crianças, aumentando suas possibilidades de aprendizagem.

Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um


caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto,
mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros
e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros.
É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher
entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores,
sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um
irá encontrar. Educar é preparar para a vida. (KAMI, 1991, 125).

As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo,


aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e
moralidade. A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais
da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa.
Portanto a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de
atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador para favorecer o
processo de aquisição de autonomia de aprendizagem. Para tanto o saber
escolar dever ser valorizado socialmente e a alfabetização deve ser um
processo dinâmico e criativo através de jogos, brinquedos, brincadeiras e
musicabilidade.

2.3. A CRIANÇA E O LÚDICO


A brincadeira é uma linguagem natural da criança e é importante que
esteja presente na escola desde a educação infantil para que o aluno possa se
colocar e se expressar através de atividades lúdicas – considerando-se como
lúdicas as brincadeiras, os jogos, a música, a arte, a expressão corporal, ou
seja, atividades que mantenham a espontaneidade das crianças.
Para oliveira (1990), “as atividades lúdicas é a essência da infância”. Por
isso, ao abordar este tema não podemos deixar de nos referir também à
criança. Ao retornar a história e a evolução do homem na sociedade, vamos
perceber que a criança nem sempre foi considerada como é hoje. Antigamente,
ela não tinha existência social, era considerada miniatura do adulto, ou quase
adulto, ou adulto em miniatura. Seu valor era relativo, nas classes altas era
educada para o futuro e nas classes baixas o valor da criança iniciava quando
ela podia ser útil ao trabalho, colaborando na geração da renda familiar.
A criança não é um adulto que ainda não cresceu. Ela tem
características próprias e para se tornar um adulto, ela precisa percorrer todas
as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Por
isso, foi preciso que houvesse uma profunda mudança da imagem da criança
na sociedade para que se pudesse associar uma visão positiva a suas
atividades espontâneas, sugerindo como decorrência à valorização dos jogos e
brinquedos.

É na brincadeira que a criança se comporta além do comportamento


habitual de sua idade, além de seu comportamento diário. A criança
vivência uma experiência no brinquedo como se ela fosse maior do
que a realidade, o brinquedo fornece estrutura básica para mudanças
das necessidades e da consciência da criança. VYGOTSKY (1992,
p.117).

Com a brincadeira a criança ultrapassa seu comportamento do dia-a-dia,


desenvolvendo habilidades a cada necessidade e experiências vividas em cada
brincadeira. Nesse processo de desenvolvimento se inicia na família,
posteriormente, esse grupo se amplia com os colegas de brincadeiras e a
escola.
Na escola a intervenção do professor é necessária para que as
crianças possam, em situações de interação social ou sozinhas, ampliar suas
capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das
diferentes linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e
idéias adquiridos durante as brincadeiras. Para isso, o educador deve conhecer
e considerar as singularidades das crianças de diferentes idades, com as quais
trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização.

A educação lúdica contribui e influencia na formação da


criança,possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento
permanente,integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto
investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige
a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação
social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e
modificação do meio (Almeida 1995, p.41)

Com esta compreensão podemos entender que a escola necessita


repensar quem ela está educando, considerando a vivência, o repertório e a
individualidade do mesmo, pois se não considerar, dificilmente estará
contribuindo para mudança e produtividade de seus alunos.

O aparecimento do jogo e do brinquedo como fator do desenvolvimento


infantil proporcionou um campo amplo de estudos e pesquisas e hoje é questão
de consenso a importância do lúdico. Dentre as contribuições mais importantes
destes estudos, segundo Negrine (1994, p. 41), podemos destacar:

 As atividades lúdicas possibilitam fomentar a "resiliência", pois


permitem a formação do autoconceito positivo;
 As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da

criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente,


convive socialmente e opera mental-mente.
 O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a

inserção da criança na sociedade;


 Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde,

a habitação e a educação;
 Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo,

intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma


conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a
expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade,
integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento.
Brincando a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa,
nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua e cria.
O brinquedo e a brincadeira traduzem o mundo para a realidade infantil,
possibilitando a criança a desenvolver a sua inteligência, sua sensibilidade,
habilidades e criatividade, além de aprender a socializar-se com outras
crianças e com os adultos.

2.4. AS BRINCADEIRAS E OS JOGOS NA ALFABETIZAÇÃO


A alfabetização se constitui numa etapa necessária para o início do
processo de escolarização e também uma etapa do desenvolvimento do
indivíduo que está incluindo em sua formação global, sendo também um
instrumento político de conscientização e politização que possibilitará
oportunidades aos indivíduos de refletirem criticamente acerca de suas
condições de vida e assim saber viver com outrem, com respeito entre
autonomias distintas, condição indispensável para o fortalecimento da justiça,
direitos e liberdades fundamentais. Nessa perspectiva as brincadeiras o os
jogos podem influenciar contribuindo nesse processo.
Com brincadeiras e jogos o espaço escolar pode-se transformar em um
espaço agradável, prazeroso, de forma a permitir que o educador alcance
sucesso em sala de aula. Os educadores têm que ser multifuncionais, ou seja,
não apenas educadores, mas filósofos, sociólogos, psicólogos,
psicopedagogos, recreacionistas e muito mais, para que se possa desenvolver
as habilidades e a confiança necessária ao educandos.
Vygotsky (1998, p. 137) afirma: “A essência do brinquedo é a criação de
uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual,
ou seja, entre situações no pensamento e situações reais”. Essas relações irão
permear toda a atividade lúdica da criança. Será também importante indicado
do desenvolvimento da mesma, influenciando sua forma de encarar o mundo.
Acredito que as brincadeiras devem acompanhar a criança da educação
infantil, pois nesse período da vida da criança, são relevantes em todos os
aspectos de sua formação.
Negrine (1994), em estudos realizados sobre aprendizagem e
desenvolvimento infantil, afirma que "quando a criança chega à escola, traz
consigo toda uma pré-história, construída a partir de suas vivências, grande
parte delas através da atividade lúdica". Segundo esse autor, é fundamental
que os professores tenham conhecimento do saber que a criança construiu na
interação com o ambiente familiar e sociocultural, para formular sua proposta
pedagógica.
A criação de espaços e tempos para os jogos e brincadeiras é uma das
tarefas mais importantes do professor. Cabe ao professores organizar os
espaços de modo a permitir as diferentes formas de brincadeiras, de forma, por
exemplo, que as crianças que estejam realizando um jogo mais sedentário não
sejam atrapalhadas por aquelas que realizam uma atividade que exige mais
mobilidade e expansão de movimentos, ou seja, observando e respeitando as
diferenças de cada um.
Nos tempos atuais, as propostas de educação infantil dividem-se entre
as que reproduzem a escola elementar com ênfase na alfabetização e números
(escolarização) e as que introduzem a brincadeira valorizando a socialização e
a re-criação de experiências. Relembrando que brincar é um direito
fundamental de todas as crianças no mundo inteiro, cada criança deve estar
em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para
satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem.
Portanto a escola deve oferecer oportunidades para a construção do
conhecimento através da descoberta, invenção, brincadeiras e criatividade,
elementos estes indispensáveis para a participação e aprendizagem ativa da
criança no seu meio.
3. O PERCUSSO DA PESQUISA

Para essa pesquisa acerca da construção do conhecimento sobre a


ludicidade no processo de alfabetização será aplicado um questionário para os
professores da Escola Municipal Professor Hildelmar Pereira de Figueiredo,
para identificar qual a visão dos mesmos a respeito do lúdico como ferramenta
educativa durante a alfabetização e quais as principais dificuldades
encontradas ao trabalharem com o lúdico. Pra reforçar, realizar entrevista com
os coordenadores pedagógicos da escola pra saber se o lúdico é considerado
recurso metodológico durante o planejamento dos professores.

3.1. TIPO DA PESQUISA

A pesquisa de campo procura o aprofundamento de uma realidade


específica. É basicamente realizada por meio da observação direta das
atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as
explicações e interpretações do ocorre naquela realidade.

De acordo com os autores Bastos e Keller, a pesquisa de campo:

“(...) visa diminuir dúvidas, ou obter informações e conhecimentos a


respeito de problemas para os quais se procura respostas, ou busca
de confirmação para hipóteses levantadas ou, finalmente, a
descoberta de relações entre fenômenos ou os próprios fatos novos e
suas respectivas explicações.” (1991, p.55).

Exige também a determinação das técnicas de coleta de dados mais


apropriadas à natureza do tema e, ainda, a definição das técnicas que serão
empregadas para o registro e análise. Dependendo das técnicas de coleta,
análise e interpretação dos dados, a pesquisa de campo poderá ser
classificada como de abordagem predominantemente quantitativa ou
qualitativa. Nessa pesquisa a técnica de coleta de dados será a entrevista e o
questionário, utilizando uma abordagem qualitativa seguido da analise e
interpretação dos dados coletados.

3.2. TIPO DE MÉTODO

O tipo de método utilizado nessa pesquisa é de natureza qualitativa


descritiva, onde os dados coletados serão analisados e comparados com a
teoria de vários autores, buscando assim uma reflexão sobre a problemática da
pesquisa.
“O termo qualitativo implica uma partilha densa com pessoas, fatos e
locais que constituem objetos de pesquisa, para extrair desse convívio os
significados visíveis e latentes que somente são perceptíveis a uma atenção
sensível” (CHIZZOTTI, 2006).

3.3. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

“De acordo com o tipo de informações que se deseja obter, há uma


variedade de instrumentos que podem ser utilizados e maneiras diferentes de
operá-lo” (RUDIO, 1986).
Portanto nesta pesquisa a técnica de coleta de dados foi a entrevista e o
questionário, utilizando uma abordagem qualitativa seguido da analise e
interpretação dos dados coletados, instrumentos esses que tem em comum o
fato de serem constituídos por uma lista de indagações que ao serem
respondidas pretende atingir a meta das informações pretendida.

3.3.1. QUESTIONÁRIO
O questionário foi umas das estratégias utilizadas para obter
informações acerca da problemática da pesquisa. Foram formuladas perguntas
do tipo aberta, ou seja, não estruturada para que os respondentes pudessem
responder por escrito de acordo com suas opiniões.
Marconi e Lakatos (2006, p. 203) em sua visão definem o questionário
como “um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada
de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do
entrevistador”.

3.3.2 ENTREVISTA

A entrevista foi um dos instrumentos de coletas de dados utilizados


nessa pesquisa. Foi designada apenas uma questão com o objetivo de reforçar
as informações sobre a utilização do lúdico como recurso metodológico durante
a alfabetização.
A entrevista é definida por Haguette como um “processo de interação
social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por objetivo
a obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado”. (1997, p.86). A
entrevista como coleta de dados sobre um determinado tema científico é a
técnica mais utilizada no processo de trabalho de campo.

3.4. QUESTÕES NORTEADORAS DA PESQUISA

Durante o planejamento os docentes priorizam as atividades lúdicas


para dinamizar as aulas e contribuir na alfabetização?
As atividades lúdicas são capazes de contribuir na maturação da criança
durante o processo de alfabetização?
Quais as dificuldades que os docentes enfrentam ao utilizar o lúdico
durante a alfabetização?

3.5. PARTICIPANTES DA PESQUISA


O campo utilizado para a pesquisa foi a Escola Municipal Professor
Hildelmar Pereira de Figueiredo localizada no município de Rorainópolis, sendo
intencionalmente investigados dez professores e um coordenador pedagógico
da referida instituição.

3.6. MOMENTOS DA PESQUISA

Com a elaboração do tema e a delimitação do problema a ser estudado


na melhor forma possível, procurei ter acesso a escola e assim ao coordenador
e aos professores.
Quanto à coleta de dados a mesma foi realizada em dois momentos,
sendo uma com a entrevista ao coordenador e o outro com o questionário ao
professores.
A entrevista constou com apenas uma questão, que admitiu levantar
dados referentes ao planejamento dos professores quanto à utilização do
lúdico como ferramenta durante a alfabetização. Aplicando a mesma em
momento oportuno para obter maior rendimento, sendo respondida oralmente e
feito as anotações manuscrito.
O questionário foi destinado aos professores constando de cinco
questões teve por finalidade identificar as principais dificuldades encontradas
pelos docentes da Escola Municipal Professor Hidelmar Pereira de Figueiredo
ao trabalharem com o lúdico no processo de alfabetização dos alunos do 1º ao
5º ano.

3.7. POPULAÇÃO

A população da pesquisa esteve composta pelos seguintes sujeitos:


a) Professores da Escola Municipal Professor Hidelmar Pereira de
Figueiredo.
b) Coordenador da Escola Municipal Professor Hidelmar Pereira de
Figueiredo.

3.8. AMOSTRA
A amostra da pesquisa constituiu-se de cinco professores e de um
coordenador.

3.8.1 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE AMOSTRA

Nesse critério considerou-se para execução desta pesquisa:


1. Os professores do Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano;
2. Os coordenadores da escola.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Com base no que foi pesquisado, o atual capítulo discorre sobre o


processamento dos dados coletados, a análise e discussão dos mesmos.
Após o processamento dos dados, a leitura e a verificação de questão
por questão foi iniciada a analise tanto do questionário quanto da entrevista.
“Após os dados, o pesquisador terá diante de si um amontoado de
respostas, que precisam ser ordenadas e organizadas, para que possam ser
analisadas e interpretadas”. (RUDIO, 1986).
A leitura dos instrumentos foi muito significativa, pois me ofereceu uma
visão ampla sobre os dados coletados em cada aspecto da pesquisa,
contribuindo assim para a organização e a analise dos mesmos.

4.1. ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO COM OS PROFESSORES

Através de análises dos dados emitidos pelos professores registrei os


relatos de cada um referente à visão dos mesmos a respeito da utilização do
lúdico como ferramenta educativa na alfabetização, assim como as possíveis
dificuldades encontradas ao utilizar o lúdico no processo de alfabetização.
Como resposta obteve-se quatro professores A, B, C e D:
QUESTÕES E RESPOSTAS DOS PROFESSORES A, B, C e D:

1. Você utiliza a prática do lúdico para alfabetização? Comente.


PROFESSOR A: Sim. Porque o lúdico obriga o aluno a raciocinar e
usar a criatividade.
PROFESSOR B: Sim. O lúdico faz com que a criança se interesse mais
nas atividades.
PROFESSOR C: Sim. Pois as atividades lúdicas contribuem para o
desenvolvimento da criança em vários aspectos.
PROFESSOR D: Sim. Porque o lúdico motiva a criança a participar das
aulas, facilitando assim a aprendizagem.

2. No seu entendimento, que atividades lúdicas são capazes de


contribuir na maturação da criança na alfabetização? Dê exemplos.
PROFESSOR A: O jogo de dominó ajuda na matemática. O quebra-
cabeça auxilia o raciocínio.
PROFESSOR B: Sim. Jogos, músicas, atividades que façam com que a
criança construa o seu modo de aprender.
PROFESSOR C: Atividades que possam desenvolver as habilidades das
crianças, tanto mental quanto corporal. Como jogo da memória, dança e
música.
PROFESSOR D:
Jogo da memória quebra cabeça, músicas, dança, ou seja, atividades
que despertam a criatividade e incentiva o aluno no seu processo de
maturação.
3- Quais as dificuldades que você enfrenta ao trabalhar com a
ludicidade?
PROFESSOR A: Falta de material para confeccionar o material
adequado.
PROFESSOR B: A falta de material para a confecção do material
pedagógico que será utilizado no desenvolvimento das atividades e espaço.
PROFESSOR C: A falta de material adequado para confeccionar os
jogos brinquedos para os alunos.
PROFESSOR D: A falta de material para a realização das atividades.
4- Como se planeja para desenvolver as atividades lúdicas?
PROFESSOR A: O planejamento é como qualquer outro planejamento,
as atividades lúdicas são inseridas como atividades normais.
PROFESSOR B: Antecipadamente no plano de aula, se planeja a partir
do conteúdo a ser trabalhado, depois o material pedagógico. Quando tudo
pronto desenvolve-e na sala.
PROFESSOR C: No próprio plano de aula, definindo as atividades a
serem utilizadas.
PROFESSOR D: No plano de aula.
5- Como você avalia seus alunos durante o desenvolvimento das
atividades lúdicas?
PROFESSOR A: Através do esforço e da atenção de cada aluno.
PROFESSOR B: Continuamente, observando participação,
desenvolvimento em grupo ou individual. Às vezes escrito de como se
construiu o aprendizado a partir daquele material.
PROFESSOR C: A avaliação é continua, de acordo com a participação
dos alunos nas atividades.
PROFESSOR D: De forma continua, observando a participação dos
alunos durante as atividades.
De acordo com as respostas dos professores A, B, C, e D é possível
notar que os professores possuem conhecimento sobre o lúdico, no entanto
não realizam com freqüência atividades lúdicas com seus alunos. Pois afirmam
que a principal dificuldade ao utilizar o lúdico é a falta de material pra
confeccionar os jogos pedagógicos. Porém vale ressaltar que há várias
atividades lúdicas que podem ser desenvolvidas sem o uso de material
concreto, atividades envolvendo movimentos corporais como: dançar, correr,
pular, enfim que dependendo da forma de organização com certeza influencia
na aprendizagem da criança.
Segundo Feijó (1992 p. 61) “O lúdico é uma necessidade básica da
personalidade, do corpo e da mente, faz parte das atividades essenciais da
dinâmica humana”.
Os professores não podem negligenciar a infância de seus alunos
privando-os do direito de brincar, pois brincar é indispensável para a saúde
física, emocional e intelectual, brincar não é passa tempo, mas sim uma forma
de interagir com o mundo adulto proporcionando lhe desafios e motivação.
O que acontece é que muitos professores têm noção da importância da
brincadeira para o desenvolvimento integral da criança, no entanto acham que
o brincar é um passa tempo sem função que só serve para entreter, divertir. O
que é grave, pois não percebem que o ato de brincar, seja só ou em grupo,
favorece a aquisição de alguns princípios da vida como: colaboração, diálogo,
partilha, liderança, aceitação de regras e também desenvolve a linguagem e
habilidades motoras.
De acordo com (Kishimoto, 2002, p.146), “por ser uma ação iniciada e
mantida pela criança, a brincadeira possibilita a busca de meios, pela
exploração ainda que desordenada, e exerce papel fundamental na construção
de saber fazer”.
Portanto as brincadeiras são formas mais originais que a criança tem de
se relacionar e de se apropriar do mundo. É brincando que ela se relaciona
com as pessoas e objetos ao seu redor, aprendendo o tempo todo com as
experiências que pode ter.
São essas vivências, na interação com as pessoas de seu grupo social,
que possibilitam a apropriação da realidade, da vida e toda sua plenitude,
contribuindo para o seu desenvolvimento pleno no processo de ensino-
aprendizagem.

4.2. ANÁLISE DA ENTREVISTA COM O COORDENADOR PEDAGÓGICO

O objetivo da entrevista com o coordenador é apenas levantar dados


referentes ao planejamento dos professores quanto à utilização do lúdico como
ferramenta durante a alfabetização dos alunos do 1º ao 5º ano da Escola de
Ensino fundamental Professor Hildemar Pereira de Figueiredo.

Portanto foi elaborada apenas a seguinte pergunta: Durante o


planejamento das aulas os professores oferecem espaço, ou seja,
disponibilizam em suas metodologias momentos para as atividades
lúdicas? Por quê?
A resposta da coordenadora foi a seguinte: Sim, embora não
disponibilizando de um espaço físico adequado para a realização de
brincadeiras ou até mesmo o uso de brinquedos, os professores inserem algum
tipo de brinquedo, brincadeiras no seu planejamento diário escolar, porque
acreditamos que o lúdico favorece o processo ensino-aprendizagem além de
proporcionar a inserção do aluno no convívio social grupal, o que é de
fundamental importância para o contexto social existente.
A coordenadora afirma a utilização da ludicidade nas práticas
metodológicas dos professores, mostrando pleno conhecimento sobre a prática
pedagógica. Para confirmar Friedman considera que:

Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperativa


e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando
regras do jogo e ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de
cooperação e interação que estimulam a convivência em grupo.
(1996, p. 41).

Nessa perspectiva, faz-se necessário que a escola amplie sua


concepção de ludicidade, pra motivar a aprendizagem significativa através de
estratégias lúdicas.
Portanto enfatizar o lúdico no contexto educacional nas primeiras séries
é fundamental, uma vez que o enfoque sobre essa prática tem ocorrido com
freqüência na atualidade, pois é considerado por muitos pesquisadores e
autores como uma estratégia usada no estímulo a construção do conhecimento
e na progressão das diferentes habilidades operatórias.
CONCLUSÃO

Ao concluir esta pesquisa foi possível identificar as facilidades e


dificuldades na incorporação do lúdico na prática docente e descrever os
benefícios que o lúdico traz para o processo ensino-aprendizagem dos alunos
do ensino fundamental menor.
A Atividade lúdica, representada por jogos e brincadeiras, pode
desenvolver o aprendizado da criança dentro e fora da sala de aula: o lúdico se
apresenta como uma ferramenta de ensino para o desempenho e
desenvolvimento integral dos alunos. O jogo na escola traz benefícios a todas
as crianças, proporcionando momentos únicos de alegria, diversão,
comprometimento com o aprender e responsabilidade.
A ludicidade é uma necessidade na vida do ser humano em todas as
idades; e não deve ser vista apenas como diversão ou momentos de prazer,
mas momentos de desenvolver a criatividade, a socialização com o próximo, o
raciocínio, a coordenação motora, os domínios cognitivos, afetivos e
psicomotores. Assim sendo, as aulas não precisam ser desenvolvidas somente
na quadra, mas dentro da sala de aula, no aprendizado integrado às outras
disciplinas.
Usar a interdisciplinaridade é possível, os professores podem trabalhar a
prática com a teoria, desenvolvendo as inteligências múltiplas e a participação
efetiva dos alunos no processo pedagógico. A ludicidade apresenta benefícios
para o desenvolvimento da criança: a vontade da criança em aprender cresce,
seu interesse aumenta, pois desta maneira ela realmente aprende o que está
sendo ensinado.
Para tanto para a incorporação do lúdico de forma eficiente no âmbito
escolar faz-se necessário uma política educacional que garanta além de
formação profissional, recursos e condições de trabalho.
RECOMENDAÇÕES

Ao concluir este trabalho, recomendo aos professores e coordenadores


pedagógicos a necessidade de aprofundamento em estudos permanentes
sobre a prática docente, pois eles se deparam com transformações constantes
no contexto educacional, sendo necessárias reflexões contínuas sobre a
realidade, para que na prática continue desempenhando a função educacional
social e política com profissionalismo e qualidade.
Nas reflexões e análises feitas sobre a visão dos professores a respeito
do lúdico no processo de alfabetização da referida escola, percebemos que
estes ainda encontram certas dificuldades com relação à prática do lúdico, pois
se encontram presos apenas em trabalhos com material concreto. Ficou
evidente a atuação destes profissionais sobre prática do lúdico, portanto
recomendo também trabalhos com projetos e a efetiva participação de toda
comunidade escolar, assim como a criação de uma brinquedoteca com o
auxílio dos alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica: Técnicas e Jogos


Pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1995.

BASTOS, C; KELLER,V. Aprendendo a aprender. Rio de Janeiro:


Vozes, 1991 3º cap.

BOLZAN. D. P. V. Leitura e Escrita: Ensaios sobre Alfabetização.


Santa Maria: Ed. Da UFSM, 2007.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa qualitativa em Ciências Humanas e Sociais.


Petrópolis: Vozes, 2006. 144p.

CUNHA, Nylse Helena. “Brinquedoteca: um mergulho no brincar”.


São Paulo: Matese, 1994. Edição. Petrópolis: Vozes, 1997.

FEIJÓ, O. G. Corpo e Movimento: Uma Psicologia para o Esporte,


Rio de Janeiro: Shape, 1992.

FERREIRO, E. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez,


2001.

FRIEDMANN, Adriana. Brincar, crescer e aprender: o resgate do jogo


infantil. São Paulo: Moderna, 1996.

HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na


Sociologia. 5ª edição. Petrópolis: Vozes, 1997.
KAMI, Constance. DEURIES, Rheta. Piaget para educação pré-
escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. (org.). O brincar e suas teorias.


SÃOPAULO: Pioneirathonson Learning, 2002.

MARCELINO, Nelson Carvalho. “Estudos do lazer: uma introdução”.


Campinas. São Paulo: Autores Associados, 1996.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos


da Metodologia Científica. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 203.

NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto


Alegre: Prodil, 1994.

OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos. Educação infantil: muitos


olhares. 4.ed. São Paulo: Cortez, 1990.

POPOVIC, A. M. Alfabetização: Disfunções psiconeurológicas. São


Paulo: Vetor, 1968.

RIZZI, Leonor & HAYDT, Regina Célia. “Atividades Lúdicas na


educação da criança”. São Paulo: Ática, 1987.

RUDIO, Franz Victor, introdução ao projeto de pesquisa científica/


Franz Victor Rudio. Petrópolis, vozes, 1986.

VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. 6. ed. São


Paulo: Martins Fontes, 1998.
_________. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo:
Ícone,1992.
APÊNDICES
APÊNDICE 1 – Instrumento de coleta de dados

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA

Curso: Licenciatura Plena em Pedagogia


Questionário para os professores

Roteiro do questionário

1. Você utiliza a prática do lúdico para alfabetização? Comente.

2. No seu entendimento, que atividades lúdicas são capazes de contribuir na

maturação da criança na alfabetização? Dê exemplos:

3- Quais as dificuldades que você enfrenta ao trabalhar com a ludicidade?

4- Como se planeja para desenvolver as atividades lúdicas?

5- Como você avalia seus alunos durante o desenvolvimento das atividades

lúdicas?
APÊNDICE 2 – Instrumento de coleta de dados

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA


Curso: Licenciatura Plena em Pedagogia
Entrevista para a coordenadora

Roteiro da entrevista

1. Durante o planejamento das aulas os professores oferecem espaço, ou


seja, disponibilizam em suas metodologias momentos para as atividades
lúdicas? Por quê?

Das könnte Ihnen auch gefallen