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AVES EXÓTICAS
3º MDV
Santarém – Pa
2010
GILDO GABRIEL SCOTTI
AVES EXÓTICAS
Santarém
2010
INTRODUÇÃO
Uma fazenda na região de Ribeirão Preto trocou a produção de leite pela criação
de aves nobres e exóticas, cujas matrizes são importadas da Europa, da Ásia. Ao todo,
são criadas cerca de 22 mil aves ornamentais de 230 raças diferentes e mias 70 mil
faisões, perdizes e codornas gigantes francesas para corte. As aves de corte são vendidas
a supermercados e restaurantes, além das agroindústrias, principalmente a Perdigão, que
desde 1989 comercializa essa linha de aves raras. (Folha de São Paulo,1997).
Nos sistemas mais evoluídos de produção, quer de ovos, quer de carne, a criação é
exercida por empresas inteiramente especializadas, constituindo uma verdadeira
indústria com todos os seus requisitos e aparatos industriais. Assim, certas empresas
encarregam-se de manter os núcleos selecionados dos progenitores, procedem à
incubação dos ovos e vendem os chamados pintos do dia; compete-lhes selecionar bem
as aves progenitoras (matrizes), para poderem garantir boas produções a partir dos
pintos que vendem. No Brasil, a avicultura atingiu elevado grau de desenvolvimento,
exportando milhares de toneladas. Nas áreas rurais, onde a agricultura familiar e de
subsistência, incluem criações de aves, com instalações simples, que contribuem com
um percentual considerável na questão comercial, pois, rolam receitas em suas regiões,
tais como: compra de rações, medicamentos, equipamentos diversos e de assistência
técnica.
Para os que incluem em suas criações ou que pretende iniciar, a aves consideradas
exóticas ou ornamentais é sempre importante salientar que estão sujeitas a legislação
específica e sob a fiscalização do IBAMA, órgão ao qual compete autorizar as criação e
comercialização, por isso todos os interessados devem solicitar autorização daquele
órgão federal, é o melhor caminho para atingir seus objetivos e não ter problemas com a
lei, um dos caminhos é filiando-se a um clube de criadores, ou preferencialmente, as
federações de abrangência nacional ou até mesmo cooperativas.
Dessas, uma das mais atrativas, sem duvidas, é a criação de Faisão (Phasianus
colchicus L.), por sua beleza na plumagem e seu alto valor comercial, tanto para abate
(pela apreciação do sabor da carne), tanto para exposições. Das 49 espécies de faisões,
das quais 46 são criadas em cativeiro e mais de 165 variedades, o Faisão dourado é o
mais adorado, por sua imponência nas cores e sua característica, pois muitos o apelidam
de Faraó.
1 – AVES EXÓTICAS ORNAMENTAIS
As pessoas que habitam os grandes centros urbanos têm uma necessidade cada
vez maior de se aproximar do campo e da natureza,
muitas vezes como hobby em suas horas vagas. A criação de aves ornamentais é
uma alternativa para favorecer este processo.
Aspectos como a grande variedade das espécies e suas diferenças nas cores,
tamanhos e formas, acabam gerando um senso de competição entre os criadores, sejam
eles admiradores que se dedicam a cuidar de poucas aves, ou mesmo os criadores em
escala, que buscam aperfeiçoamento constante das técnicas de manejo e reprodução das
espécies. E esta competição acaba promovendo eventos em que os animais são expostos
e cativam a atenção e interesse de novos adeptos, tornando o negócio de criação de aves
ornamentais interessante sob o aspecto financeiro.
1.2 – Mercado
O principal mercado associado à demanda por animais deste tipo está relacionado
a outro mercado que se apresenta em franca expansão, que é a grande quantidade de
pequenas chácaras que vem sendo criadas próximas aos centros urbanos.
De preferência deve ser uma pequena chácara, com acesso facilitado, que possa
ser visitada pelos clientes a qualquer dia e hora.
Um fato que deve ser levado em conta no momento da escolha do local diz
respeito à vizinhança, pois locais muito barulhentos tendem a dificultar a realização de
diversas práticas fundamentadas na criação dos animais.
Outro aspecto que diz respeito à localização da empresa é que, se não estiver de
acordo com as normas da prefeitura quanto ao que rege o plano diretor para o exercício
da atividade econômica, acaba inviabilizando seu registro.
-IBAMA;
-Junta Comercial;
b) Visita a prefeitura da cidade onde pretende montar a sua criação para fazer a
consulta de local e emissão das certidões de Uso do Solo e Número Oficial.
Além do registro da empresa que pode ou não adotar o regime da lei geral das
micro e pequenas empresas, qualquer atividade econômica deve respeitar o código de
defesa do consumidor (CDC - Lei nº 9.870/1999), pois ele estabelece uma série de
direitos e obrigações ao fornecedor e ao consumidor.
1.6 – Da Mão-de-obra
1.7 - Equipamentos
• Alimentadores;
• Bebedouros;
• Incubadoras e estufas;
• Gaiolas e viveiros;
1.8 – Matéria-prima/mercadoria
• Pavão (5 espécies);
Além das aves, os insumos para o preparo da ração devem ser de ótima qualidade
e balanceados de acordo com a técnica de criação de cada espécie.
Cada espécie a ser criada pela empresa vai apresentar os detalhes técnicos
específicos, e o produtor deve estudar e dominar estas informações para depois iniciar a
criação.
• Fase do acasalamento (cada ave tem seu período e seu comportamento próprio
de acasalamento);
• Seleção dos ovos para incubação ou preparação das condições para a criação
natural dos filhotes. Cada variedade de ave tem um período diferente de chocagem, que
pode variar de 21 a 35 dias.
• No período de incubação as aves são levadas para as criadeiras, que são gaiolas
com aquecimento, onde receberão alimentação balanceada apropriada e muita água
fresca. Também serão vacinadas contra a Bouba Aviária, New Castle, além de serem
vermifugadas.
• Período de passagem para as recrias (acontece em média três meses após a fase
de crescimento) o qual se caracteriza por ambientes parecidos com o habitat natural,
sem aquecimento e com parte coberta e parte ensolarada;
O transporte correto dos animais até estes locais é condição imposta pelas
portarias do IBAMA (citadas anteriormente), e deve ser realizado de forma a causar o
mínimo de stress às aves. Sua comercialização deve seguir os mesmos princípios.
Além destes, a venda direta na propriedade acaba sendo a preferida pelos clientes,
uma vez que é sempre prazeroso visitar estes locais e poder escolher as aves que se
pretende comprar.
1.11 - Investimentos
• Alimentadores – R$ 1.000,00;
• Bebedouros – R$ 4.000,00;
2.1 - Avestruz
O avestruz, Struthio camelus, é a maior das aves vivas, com uma altura de 2,4m e
150kg. É originário da África (Namíbia Botswana, África do Sul), e também em certas
zonas da Arábia. É a única que pertence à família Struthioniformes. São aves polígonas
e não migratórias. Adapta-se com facilidade e vive em áreas montanhosas, savanas ou
planícies arenosas desérticas. Seus hábitos alimentares são onívoros, o avestruz come
ervas, folhagem de árvores, arbustos e todo pequeno vertebrado e invertebrado que
consiga capturar.
Embora não voe, por ter asas atrofiadas, as longas, fortes e ágeis pernas, permitem
que ele atinja até a velocidade de 120 km/h com vento favorável (média de 65 km/h),
pois em uma só passada cobre 4 a 5 metros. Tem o pescoço longo, a cabeça pequena, e
tem dois dedos muito grandes (em cada pata) que se assemelham a cascos.
2.1.1 - Produtividade
O avestruz alcança o peso de abate por volta de 12 meses. São muito resistentes a
doenças, e têm uma ótima capacidade de adaptação (criados com sucesso no Canadá,
Estados Unidos, Europa e Israel), suportando altas e baixas temperaturas. Alimenta-se
de ração (1,5 kg/dia) e pasto verde (2 a 5 kg/dia).
Cada fêmea põe de 40 a 100 ovos por ano, e os ovos pesam de 1.200 a 1.800 g e
são incubados por 42 dias.
2.1.2 - O Mercado
Pena;
Couro;
Carne.
2.1.3 - Plumas
2.2 - Codornas
A comercialização dos ovos ocorre até hoje por algumas razões interessantes. Em
primeiro lugar, seu sabor semelhante ao da galinha; em segundo devido à produção
elevada ao mês de 23 a 25 ovos, (desde que as aves sejam bem alimentadas com ração
balanceada), e em terceiro; pelo grande número de pessoas curiosas em consumir um
produto que poucos tem a oportunidade de apreciar.
Desde 1963, quando foi lançada uma marchinha carnavalesca, com o nome "Ovo
de Codorna", de Severino Ramos de Oliveira, houve um grande impulso no consumo de
ovos que continuou após a regravação da canção, pelo rei do Baião, Luiz Gonzaga, que
exaltou e muito as qualidades afrodisíacas do produto. Na verdade, houve um grande
impulso no consumo e anos mais tarde calcula-se que a produção de ovo de codornas
em 1992 tenha sido algo próximo a 34 milhões de dúzias, o que significa quase 3% da
produção da avicultura industrial no mesmo período.
As codornas conhecidas cientificamente como Coturnix coturnix japonica, são
pequenas aves originárias da Europa e da Ásia. Os primeiros dados históricos sobre a
procedência da codorna datam do século XI, porém, a criação das aves para a produção
de carne e ovos teve início em 1910 no Japão, China e Coréia.
A criação pode ser iniciada com apenas 100 aves, para o consumo familiar. "Com
mil ou duas mil aves, a lucratividade é pequena, mas é um bom número para começar e
é a quantidade recomendada para uma pequena granja. Neste caso, é aconselhável
formar uma pequena clientela na região antes de comprar as aves, para não haver
encalhe dos ovos. É possível também adquirir aves ainda pequenas (a partir de um dia)
fazer a recria até ficarem prontas para a postura.
Ao longo dos anos, a granja vem investindo muito em tecnologia e sanidade para
melhorar a qualidade, aperfeiçoando-se, principalmente no fornecimento de codorna de
um dia.
A ave é precoce, inicia a postura por volta dos 40 dias de idade. Também é
bastante produtiva. Um lote de cem aves, por exemplo, rende aproximadamente 95 ovos
por dia. Comercialmente, as codornas ficam em postura por um ano. Depois são
descartadas.
"Qualquer das atividades dentro da coturnicultura pode dar bons lucros desde que,
na criação, sejam adotados manejos adequados e que as aves (pintinhos de um dia)
sejam adquiridos somente de criadores idôneos", dizem os especialistas. Sem estes
requisitos, todos os esforços no sentido de obter uma boa produção poderão resultar em
desperdício de recursos financeiros. Hoje no mercado é possível encontrar criadores
com longa experiência no ramo e especializados em cada uma das atividades.
"O mercado também está aberto para todos. Porém, o sucesso da coturnicultura
dependerá, por exemplo, por quanto o criador poderá vender seu produto. No passado, o
que mais se encontrou foram pessoas desesperadas para comercializar a produção e não
encontrando baixaram os preços. Outras preocupações do mercado são: o preço e as
crises pelas quais passam as commodities. Anos atrás muitos criadores tiveram
problemas com o abastecimento, com isto alguns não conseguiram se recuperar e
terminaram 'quebrando'.
Recriar a codorna para vender a produtores é uma alternativa que muitas vezes se
torna mais rentável que a produção de ovos. É uma atividade que exige muita
responsabilidade e experiência, pois a garantia de cliente fixo é justamente o bom
desempenho dos lotes recriados.
2.2.3 - Comercialização
Os ovos são, sem dúvida, o objetivo mais visado dentro de uma criação de
codorna. Ele é um produto muito apreciado e apresenta características muito
interessantes. Possui as vitaminas A, D, F as vitaminas do Complexo B e a vitamina C,
que não existe no ovo de galinha. Além disso, são ricos em proteínas e os níveis de
colesterol são baixos.
2.3 – Faisão
Bonitos e exóticos, os faisões nunca deixaram de ser uma das aves mais cobiçadas
por criadores experientes e até por curiosos. Eles se adaptam a qualquer tipo de clima,
dos mais quentes aos mais gélidos do mundo. Seu nome foi dado em homenagem ao
Rio Fases, na Rússia. Não foi por acaso que variadas espécies desta ave se espalharam
pelos continentes causando confusão quanto aos seus países de origem.
Originários do Tibete e da Índia, o faisão foi levado aos Estados Unidos e Europa
para ser usado como caça. Porém, a ave se proliferou de tal forma que hoje existem
mais de 20 milhões de faisões soltos nessas regiões e já é considerado uma ave nativa
do local. Em todo o mundo há aproximadamente 49 espécies do animal. Dessas, 46 são
criadas em cativeiros e possuem mais 100 variedades, e é a ave com maior número de
espécies domesticadas.
Assim como o pavão, os faisões têm uma diferenciação sexual muito grande que
pode ser notada aos 90 dias de vida quando a ave troca sua plumagem. Os machos são
maiores, com penas bem mais coloridas e brilhantes que a fêmea. Na época do
acasalamento, os machos realizam grandes exibições para chamar a atenção da faisoa e
neste período, geralmente, apresentam um comportamento agressivo e polígamo.
Classificados como aves de grande valor comercial, principalmente quando são
destinados ao ornamento, alguns casais de faisões chegam a custar US$ 2.500. Assim já
dá para Ter uma idéia de como este tipo de criação pode se tornar uma atividade
altamente lucrativa para o produtor rural.
Obs. Alimentação: um faisão de porte médio consome até os 150 dias de vida
cerca de 10,5 quilos de ração ou, em media 70 gramas diárias. Já a faisoa, consome até
os 180 dias 12,6 quilos e pesa 200 gramas a menos que o macho. Aos 5 meses, o macho
pesa 1,2 quilo, enquanto a fêmea, aos 6 meses de idade peso apenas 1 quilo.
2.3.1 - Abate
Se tratadas adequadamente, as espécies para abate atingem em 7 meses o peso
ideal, que é de 900 a 1200 gramas, limpo.
O depenamento dos faisões é feito da mesma forma que o dos frangos. As penas
mais longas da cauda devem ser retiradas com a mão, com cuidado para não arrancar a
pele, e guardadas, pois têm valor comercial.
- com cera
Existe no Brasil uma grande demanda por faisões, tanto os destinados para o abate
( hotéis, restaurantes e particulares), quanto os destinados à ornamentação ou ao
mercado rendoso de reprodutores.
No Brasil, é comum a venda por unidade, e não por peso, que deve ficar entre 900
e 1200 gramas.
Os preços podem variar de acordo com a época do ano e maior oferta ou procura.
E essa pluriatividade (de atividades), tanto agrícolas como não agrícolas, tem
mudado a paisagem do país, tornando a economia rural mais dinâmica e diversificada,
criando alternativas de sobrevivência, para que o homem do campo permaneça no meio
rural, sem ter que migrar para a cidade e viver na periferia sem emprego e fazer parte
saturação dos centros urbanos.
PERIÓDICOS
FOLHA DE S.PAULO. “Fazenda troca leite por aves nobres”. São Paulo, 24/04/96,
Cad. Agrofolha, p.1.
SITES
http://www.criareplantar.com.br/pecuaria/lerTexto.php?categoria=98&id=208
acessado em novembro de 2010
http://www.revistarural.com.br/Edicoes/2005/artigos/rev90_codorna.htm acessado em
novembro de 2010