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De olho na pesquisa

A sustentabilidade bate à porta

Luiz Goes (lgoes@gsmd.com.br), sócio-sênior e diretor da GS&MD – Gouvêa de Souza

No final do ano passado a GS&MD - Gouvêa de Souza realizou uma ampla pesquisa mundial
sobre a Sustentabilidade, vista sob a ótica do consumidor global. Um dos pontos que mais
chamou a atenção foi o fato dos consumidores valorizarem empresas que transmitem suas
idéias e praticam a sustentabilidade no seu dia-a-dia, porém de uma forma genuína. O que isso
significa? Que o consumidor rejeita as empresas que adotam práticas ditas sustentáveis
apenas para surfar na onda dos temas atuais e não incorporam essas ações no seu DNA, na
sua estrutura, desde o CEO até o mais humilde dos colaboradores.

Esse fato enseja uma discussão que já começa a ocorrer em algumas empresas, mas que em
breve passará a ser quase uma exigência para qualquer uma, e que diz respeito à
internalização dos conceitos de sustentabilidade, também chamado de Endossustentabilidade.

A Endossustentabilidade é a alteração do composto genético das empresas no que diz respeito


à incorporação de práticas sustentáveis nas ações internas. De que vale uma empresa colocar-
se como incentivadora de ações culturais, por exemplo, se os seus funcionários não recebem
ou não são instados a ter a mesma postura? De que vale uma empresa adotar um processo
industrial ambientalmente correto se os seus funcionários são submetidos a uma carga
insuportável de trabalho?

Lidar com essas questões e promover uma ampla revisão em seus processos, e principalmente
na cultura da empresa, é a única forma de realizar mudanças estruturais. Por outro lado, é
importante ressaltar que essas modificações, que obviamente devem partir das esferas mais
altas de comando e assim serem refletidas para toda a organização, serão realizadas por todos
os colaboradores, que devem, portanto, ser sensibilizados, avaliados e treinados para que as
alterações ocorram a contento.

É preciso que as empresas passem a reservar uma parcela de seus budgets ao


aperfeiçoamento destes pontos. Inicialmente é preciso definir os responsáveis por essa gestão
sustentável e que irão checar e avaliar todos os processos e práticas da empresa, de forma a
adequá-los aos padrões definidos. Depois, é fundamental que os colaboradores sejam
avaliados através de uma pesquisa que determinará o grau de sensibilização ao tema e de
propensão à adesão das mudanças necessárias. Com os resultados em mãos, é hora de
identificar as necessidades de treinamento de pessoas, de reestruturação tecnológica e de
monitoramento e por fim redefinir os papéis de cada setor e, principalmente, de cada
colaborador na cadeia sustentável que se pretende criar.

Não é uma tarefa simples. Todas as modificações estruturais são lentas, especialmente em
organizações maiores e, portanto, mais burocráticas na tomada de decisão. Por outro lado, é
algo que não se pode deixar para depois. O consumidor irá, definitivamente, rejeitar as
empresas que assim não se portarem. Que fique aqui o aviso!

Essa é uma mudança no comportamento do ser humano que irá impactar toda a cadeia de
consumo, desde os produtores de insumos até a ponta do varejo ou do prestador de serviço
que está em contato com o consumidor. É importante colocar em letras garrafais no início da
agenda de cada ano: essas posturas vieram para ficar e não vão arrefecer ao longo dos
próximos anos. Quando falamos de Brasil, isso pode ser mais intenso ainda, considerando o
bom momento econômico, o crescimento do poder de compra e a capacidade de se informar
que o consumidor vem assumindo e cuja mudança não se desenha nos próximos anos.

É, portanto, fundamental definir a questão da sustentabilidade como um dos pontos mestres na


agenda empresarial. A velocidade das mudanças não permite que nos concedamos muito
tempo para pensar. É importante agir de forma planejada, mas isso não pode significar
hesitação na tomada dessa decisão. Algumas empresas poderão acordar muito tarde e
perceber que de nada adianta discutir sua estratégia de compras, de vendas e de novas lojas
se ela não se mostrar alinhada com os conceitos de sustentabilidade, especialmente aqueles
desenhados e percebidos pelos seus consumidores.

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