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| Cipreste | 6 de Janeiro de 2011 | 1

“Nós, Macedo, poderíamos estar bem


melhor do que aquilo que está, se de-
terminadas opções, que foram tomadas,
fossem tomadas após ouvirem as pesso-
as, se conversassem com as instituições,
com as forças da terra” | Entrevista P10 e 11

1.00 €
II série nº 15 Mensal
6 de Janeiro de 2010
Director: Rui Miranda
Fundado em 1997
Cipreste
Solidariedade:
Um retrato da esperança Associação de Beneficiários
de Macedo de Cavaleiros
AZIBO RURAL
Nº 13 - Mensal - 29 de Dezembro de 2010 - Director: Helder Fernandes

“Que os políticos percebam a importância da


Agricultura, na criação de emprego, na fixação de
populações, na manutenção da paisagem rural,
Distribuíção gratuíta

no desenvolvimento económico das regiões no


contexto nacional, na balança comercial com o
exterior, na produção de riqueza, na importância
que as exportações do sector agrícola pode ter
nas contas nacionais.” Helder Fernandes pág. 5

Vaca Mirandesa para Azeite Porca Murça


mercado externo ganha prémio

A Cooperativa Agropecuária Mi- O Azeite Porca de Murça foi distin-


randesa (CAM) quer ser nos próximos guido como um dos melhores azeites
anos um dos principais produtores de do mundo, arrecadando a Prata no
carne bovinos de qualidade provenien- prestigiado Concurso Internacional
te de raças autóctones. de Azeites em Los Angeles.

EDITORIAL
Com o Ano 2010 terminado e sem
deixar saudades em muitos aspectos,
Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de
Murça que com menos de mil produtores Exportação
também transporta muito futuro incerto e 1.800 Toneladas transformadas, agi-
para 2011, em todas as áreas a qual não
é alheia a área agrícola, ao longo dos úl-
timos anos o Meio Rural tem sido ataca-
ganta-se, ganha prémios internacionais e
vende o Azeite de Murça com mais-valias
nos mercados como o Canadá, Japão,
de azeite
do pela desertificação, pelo aumento do
abandono das Explorações Agrícolas e
da área Agrícola, pelo aumento dos cus-
Macau, França, Estados Unidos, Alema-
nha, Holanda, Brasil, etc., marcando ter-
reno no Mercado e em novas economias
aumenta 20%
tos de produção (mão-de-obra, gasóleo, emergentes que aumentarão no futuro o
impostos, etc.) e sobretudo a dificuldade seu consumo, caso do Brasil, outro caso
no escoamento dos produtos agrícolas, idêntico é o da Cooperativa Agro-Pecuária
deixando os agricultores cada vez mais Mirandesa que com novas instalações
dependentes dos subsídios agrícolas ou pretende exportar Carne de Raça Miran-
seja da “esmola dos Governos”, ou des- desa, comercializá-la de diversas formas,
governo da aplicação da fraca Politica valorizando-a, criar emprego e desta forma
Agrícola Comum. promover o aumento do efectivo da raça
Mas nem tudo são más notícias, por Mirandesa com proveitos para os produto-
exemplo esta colheita 2010/2011 de azei- res e para a Agricultura da Região.
tona bate todos os recordes fruto do au- No futuro a Agricultura e sobretudo o As exportações na- estrangeiro cresceram
mento das plantações de novos olivais nosso Meio Rural dependerão cada vez cionais de azeite vão 120% no segmento
nas últimas décadas, o mesmo acontece mais da capacidade de Organização dos crescer este ano cerca do azeite virgem extra,
com a área de castanheiro que aumentou Produtores para produzir para o cada vez de 20%, ultrapassan- que fechou o ano pas-
muito nos últimos quinze anos trazendo mais exigente Mercado Nacional e Glo- do as 40 mil toneladas sado com um volume
aumentos de produção e exportação, já o bal e não perder terreno sabendo que a e atingindo um volu- de exportações de 18
ditado popular bem antigo diz “quem não ausência de estratégia tornará cada vez me de facturação de 969 toneladas. Um
semeia não colhe”, e o sector Olivícola já mais pobre a região onde estão inseridas 130 milhões de euros. crescimento notável
está a colher os frutos com o aumento de as Organizações de Produtores. Trata-se do dobro da para o sector que tem
20% na exportação de Azeite, e nalguns A Direcção e os Órgãos Sociais da quantidade exportada vindo a conquistar o
casos com organizações viradas para o AMBC, desejam a todos um Excelente em 2006. Entre 2006 reconhecimento inter-
Mercado Internacional como é o caso da 2011. A Direcção e 2009, as vendas ao nacional.

Os serviços locais da DGADR informam que


a rega de 2010 está em pagamento de
17 de Janeiro a 28 de Fevereiro de 2011

Em tempos difíceis há vontades positivas e Encontramos um concelho com necessidades


sinais de esperança. Tentamos saber o que se e também com muitas respostas, com muita
passa no campo da assistência social e da aju- gente que sem dar o rosto, deixa um sorriso,
da humanitária no concelho. As características com muita gente que contribuiu para melhorar
Igreja S Pedro foi
de quem ajuda e de quem precisa de ajuda. o natal de alguém. Reportagem |P 2 a 5 assaltada e está
fechada.

Orçamento Foi um mês com


muitos crimes.

cresce em
Macedo |P 9
Restaurante * Residencial

Avenida
almoços
jantares

2011
casamentos
batizados
Tel.: 278 421 236
festas
Av. D. Nuno Álvares Pereira
Macedo de Cavaleiros
Em ano de contenção de despesa o orçamento da euros. Há várias obras, de que há muito se fala, e poderão
autarquia macedense para o ano de 2011 teve um cres- começar este ano, como a Central de camionagem ou a
cimento de cerca de 10%, são cerca de 30 milhões de Biblioteca.
Macedo |P 20 quartos equipados: aquecimento central
ar condicionado - wc privativo - televisão

ORÇAMENTOS GRÁTIS
2 | 6 de Janeiro de 2011 | Cipreste |

O Natal é uma altura do ano em que a solidariedade está em destaque, por um lado pelo acentuar das carências de
algumas famílias, por outro pela maior disponibilidade das pessoas em ajudar. Em Macedo de Cavaleiros, são algumas as
entidades e instituíções que promovem acções e iniciativas que ajudam os mais necessitados, não só na ajuda alimentar,
mas também em eventos culturais e acompanhamento, incluindo novos e velhos, desde as crianças em risco aos idosos
em situações de solidão.

Reportagem
Centro Dom Abílio Vaz das Neves
A época do Natal pede-
nos uma maior atenção “ O nosso trabalho visa que a rein-
e solidariedade para tegração das crianças nas suas fa-
com os outros, sobre- mílias biológicas aconteça no me-
tudo os mais pobres.
nor espaço de tempo possível. “
Mas quem são estas
Cipreste - Quem são estas condições para que as crianças
pessoas? E quais são crianças e jovens? Porque ra- regressem ao ambiente familiar.
as suas carências? zões não vivem com as suas Quando se criaram estas condi-
famílias? ções as crianças são reintegra-
Que pobreza existe em Irmã Estela e Sónia Dou- das. Quando não há condições
tel - São crianças e jovens cujas familiares apoiamos as crianças
concelhos do interior
famílias são negligentes ao nível de modo a integrarem-se no
do país como o de dos cuidados básicos como são trabalho e a conseguirem a au-
a higiene, a alimentação, o acom- tonomia necessária para viver e
Macedo de Cavaleiros? panhamento escolar, a disciplina serem felizes.
Que privações mate- nos horários, etc. Outra das ra-
zões para aqui estarem prende- Que tipo de necessidades
riais e desigualdades se com as más condições físicas existem no Centro Dom Abílio
existem? E que institui- da habitação familiar. Vaz das Neves?
A instituição não é rica vive
ções e respostas há? Centro Dom Abílio Vaz das Neves Na sua opinião quais são dos apoios da Segurança Social
as principais causas, a raiz e como tal têm que ser bem ge-
O Centro Dom Abílio escolaridade, enfim todas as ne- ga Sónia Doutel. E foram estas
dos problemas de pobreza que ridos para responder às nossas
cessidades intrínsecas à pessoa responsáveis que descreveram
Vaz das Neves, em existem nesta região? despesas. Para reduzir estas
humana. a realidade desta instituição e o
Considero que a maior pobre- despesas é importante referir
Macedo de Cavaleiros é A instituição compreende dia-a-dia no cuidado e educação
za é a disfunção psíquica, assim que o trabalho das Irmãs é to-
também o Centro de Reabilita- destas crianças.
uma destas respostas. como as limitações no âmbito da talmente voluntário o que só por
ção Profissional para Jovens
economia doméstica nomeada- si evita a contratação de muitos
Esta instituição acolhe com Deficiência ao qual afluem O dia-a-dia das mente na gestão do dinheiro. funcionários e os respectivos en-
diariamente 28 jovens provenien- crianças cargos dos seus salários.
crianças e jovens pro- tes dos concelhos de Mirandela,
Como tem evoluído a pre- Relativamente às necessida-
venientes de famílias Bragança, Vila Flor e Macedo Às sete da manhã é a hora
sença do número de crianças des do Centro precisamos reno-
de Cavaleiros. Aí, estes jovens de acordar. Depois da higiene
aqui no Centro? var o sistema de detecção de in-
em que o desleixe e a de idades compreendidas entre pessoal e do pequeno-almoço
Tem-se mantido estável ao cêndios, e realizar a manutenção
os 16 e 35 anos têm formação as crianças preparam-se para ir
insuficiente formação longo dos anos, no entanto te- e restauro do exterior do edifício
em áreas como a jardinagem e para a escola. Algumas vão nos
mos registado nos últimos anos que está mesmo com necessida-
dos pais não favorece agricultura, lavandaria e limpeza, transportes públicos, e os mais
várias solicitações para a inte- des.
restauração e hotelaria e borda- pequenos são transportados
o desenvolvimento e a gração de crianças e jovens com
dos e malhas. pelo Centro. Todas as crianças
idades mais avançadas. E temos Para além das crianças e
educação destas crian- O Centro Dom Abílio Vaz das se integram nas actividades e na
recebido muitos pedidos do lito- jovens que outros grupos de
Neves foi confiado à responsa- comunidade escolar. O almoço é
ças e jovens. ral e sul do país, nomeadamente pessoas são mais vulneráveis
bilidade das Irmãs Franciscanas feito na escola ou aqui no Cen-
de Lisboa, Almada, etc. à Pobreza e à Exclusão So-
cujo carisma está também voca- tro. No regresso das aulas, as
Inaugurado a 25 de Julho de cial?
cionado para a juventude. Actual- crianças têm ainda estudo acom-
1996, o Centro Dom Abílio Vaz O que acontece às crianças O Centro Dom Abílio Vaz das
mente, no Centro Dom Abílio Vaz panhado por muitos voluntários
das Neves foi criado com a fina- quando crescem? Neves também atende muitos
das Neves trabalham dia e noite que se oferecem para lhes dar
lidade de dar resposta às neces- O nosso trabalho visa que a pobres que vêm pedir roupa e
sete Irmãs Franciscanas em es- explicações. Aos feriados e nos
sidades de várias crianças priva- reintegração das crianças nas géneros alimentares. São pesso-
treita colaboração com uma equi- fins-de-semana têm ainda a pos-
das do ambiente familiar. suas famílias biológicas aconte- as que trabalham sazonalmente
pa técnica constituída por três sibilidade de participar em ateliês
O Centro Dom Abílio Vaz das ça no menor espaço de tempo na apanha da castanha, da azei-
Educadores sociais, duas Assis- de música, ginástica, informática,
Neves acolhe crianças e jovens possível. Daí que enquanto as tona, etc., passam por dificulda-
tentes sociais e três Psicólogas, inglês, pintura, bordados, etc., de
em risco que são colocadas crianças estão connosco rea- des monetárias e vivem em ha-
a equipa educativa e a equipa de acordo com as suas aptidões e
pela Comissão de Protecção de lizamos também um trabalho bitações com poucas condições,
apoio. Desta vasta equipa fazem gostos.n
Crianças e Jovens e por ordem com as famílias de modo a criar etc. n
parte a Irmã Estela e a psicólo- Hugo Anes
dos tribunais. Segundo o regu-
lamento interno da instituição aí
podem viver crianças dos 3 aos
18 anos, contudo têm-se aberto
“Na nobre tarefa de educar, a criança deve crescer num ambiente
algumas excepções à perma- de amor e carinho”
nência de jovens com mais idade
de modo a que se concretize o Dom Abílio Vaz das Neves foi Bispo da Diocese de Bragança-Miranda e fundador da Congregação
projecto de vida que se define das Servas Franciscanas de Jesus Sacramentado. Natural da aldeia de Ifanes, Miranda do Douro, Dom
para cada uma delas. Abílio nasceu a 8 de Junho de 1895. Depois de intenso labor missionário, esteve na Índia, dá entrada
Neste momento vivem no na sua diocese de origem Bragança-Miranda onde exerceu enorme actividade ao longo de 27 anos de
Centro Dom Abílio Vaz das Ne- Episcopado. Viria a falecer em Macedo de Cavaleiros a 7 de Março de 1980. Dom Abílio desde sempre
ves 62 crianças e jovens. O Cen- se interessou pela educação e o bem-estar das crianças e dos jovens daí que esteja na memória como
tro proporciona-lhes a satisfação um educador e mestre e uma pessoa inteligente com um olhar muito clarividente. Como foi fundador
de todas as suas necessidades da Congregação das Servas Franciscanas a atribuição do seu nome a esta instituição foi uma home-
básicas como são a alimenta- nagem que se prestou ao saudoso senhor Bispo.
ção, os cuidados de saúde, a
Reportagem | Cipreste | 6 de Janeiro de 2011 | 3
Projecto C3 – Comigo, Contigo, Connosco

Alargar horizontes

Projecto C3 incentiva o convívio e a integração através da música

No passado dia 30 de Pires, o projecto C3 teve como cação e sobretudo muita vonta- E foi deste workshop que dias de feira de modo a facilitar
grande finalidade mostrar aos de de fazer alguma coisa dife- surgiu a ideia do projecto C3. o transporte e a participação de
Novembro, realizou-se participantes que “há algo mais rente. E para além disso, fazer Na altura, a intenção foi a de pessoas vindas das aldeias.
no Centro Cultural o do que o que as suas vidas artesanato pode muito bem ser criar em Macedo de Cavaleiros, Cada uma destas sessões
contêm.” E a técnica de Serviço um caminho de sobrevivência um projecto sem as regras e as teve como objectivo trabalhar
Fórum “Olhar a Pobre- Social explica “cada um de nós económica para a vida de cada formalidades típicas de outros o grupo de pessoas de modo
za com Olhos de Ver tem a sua vida com um deter- um de nós. E há em Macedo projectos. O objectivo foi então a oferecer-lhes perspectivas e
minado limite, mas penso que alguns artesãos que o podem o de lidar com a pobreza atra- horizontes mais abrangentes.
– Olhar a Pobreza em quanto mais lato for o nosso ho- afirmar – revelou. vés da informalidade. E esta E para tal, todas as sessões
Macedo de Cavaleiros”. rizonte mais capazes somos de informalidade começou desde incidiram na área da arte e da
Entre os participantes lá chegar. Inversamente, se o A génese do C3 logo pelo convite dirigido às cultura: na dança, no teatro,
nosso horizonte está muito pró- Comigo, Contigo, pessoas para participarem no na música, na pintura que teve
esteve a Cláudia Pires, ximo de nós a nossa ambição Connosco C3. É assim de realçar que as uma grande participação e na
também é curta e acabamos pessoas que aderiram ao pro- qual o grupo pintou mesmo
Técnica Superior de
por nos resignar”. E é esta re- O C3 nasceu de um semi- jecto C3 fizeram-no livremente uma tela – estas sessões do
Serviço Social do Cen- signação e apatia que mais pre- nário intitulado “Pessoas, Desa- já que não existiu nenhum sub- projecto C3 permitiram mos-
ocupam a assistente social “de fios e Solidariedades” realizado sídio económico pela adesão, trar às pessoas que ser pobre
tro Distrital de Seguran-
facto o que me preocupa mais é em 2009, sob a tutela do muni- nem nenhuma medida de políti- não é somente a ausência de
ça e Solidariedade So- o acomodamento das pessoas cípio de Macedo de Cavaleiros, ca social que obrigasse as pes- recursos económicos, é tam-
cial, a qual apresentou na pobreza, na inexistência de e mais concretamente da Rede soas a participar. O que existiu bém o impedimento ou a falta
rendimentos, na falta de uma Social. Ao longo deste seminá- foi um convite a cerca de 70 de iniciativa para participar em
os resultados finais de casa condigna e quente, na rio foram organizados vários pessoas do concelho de Mace- eventos culturais, em espectá-
um trabalho de comba- culos, etc.
O projecto C3 destacou-se
te à pobreza e exclusão ainda pelo original envolvimen-
Na sessão de pintura realizada to e a participação dos parcei-
social, o Projecto C3. no Centro de Arte Contemporânea de ros da rede social. Dadas as
Bragança, o grupo do projecto C3 vi- actuais dificuldades económi-
Há pobreza em Macedo de sualizou a exposição “Procissão” da cas das instituições públicas, as
Cavaleiros? Sim há, segundo pintora Graça Morais. A professora várias entidades da rede social
o diagnóstico e as palavras Inês Barrios explicou os símbolos, deram o seu contributo através
de Cláudia Pires “há de facto as cores, o traço e o tipo de pintura dos técnicos, por exemplo: na
pobreza material em Macedo, e de desenho dos vários trabalhos. aula de dança a Câmara Muni-
como em qualquer outra parte No final, o grupo desenhou e pintou cipal facultou uma sala e o bai-
do mundo, há portanto pessoas numa tela as várias impressões que larino Pedro Pires ministrou a
e famílias com carências eco- receberam da visita à exposição. aula; a professora Inês Barrios
nómicas para fazer face às des- Esta tela foi leiloada no passado foi a responsável pela activida-
pesas, e particularmente nos dia 30 de Novembro, aquando da realização do Fórum, e foi o Professor Roque Amaro quem de da pintura que se realizou
dias que correm. Mas também ofereceu mais dinheiro pela tela, tendo-a oferecido ao concelho de Macedo de Cavaleiros e de- no Centro de Arte Contempo-
há uma pobreza interior, que se volvendo-a ao projecto C3. O resultado final da tela foi tão bem recebido que deu origem a vários rânea de Bragança; na sessão
traduz na incapacidade de não produtos, como marcadores de livros, etc. E estes produtos estão à venda na rede social, sendo de artesanato, a Associação
saber gerir recursos e de que- que o valor da sua venda reverte a favor de actividades futuras. Também nesta iniciativa houve a dos Diabéticos disponibilizou
rer viver acima das suas pos- colaboração da gráfica que possibilitou o adiamento do pagamento da impressão para depois uma técnica; na música houve
sibilidades. E esta atitude cria da venda. a colaboração do Agrupamento
imensos conflitos e problemas, de Escolas e de alguns profes-
como são as dívidas”. Perante falta de refeições diárias e em workshops, entre os quais o do de Cavaleiros para a sessão sores; etc.; em suma, houve um
esta problemática a técnica de condições. Esta é a pobreza workshop da Acção Social or- de apresentação do projecto interesse e uma vontade por
Serviço Social está convicta de que me preocupa em Macedo ganizado e dinamizado pela que ocorreu no centro cultural. parte das pessoas em participar
que “as pessoas têm que ser de Cavaleiros” – indicou. Professora Hermínia Gonçal- Ao convite responderam com a e apoiar este projecto, não de
trabalhadas interiormente de No combate a esta resigna- ves, da UTAD. À docente uni- sua presença 54 pessoas, das um modo material, mas através
modo a encarar melhor a vida. ção e apatia o projecto C3 foi versitária juntaram-se também quais 14 decidiram participar do seu know-how.
Por exemplo, não há muita ofer- um instrumento muito útil para vários técnicos do Centro de activamente no projecto C3. O Fórum do dia 30 de No-
ta de emprego em Macedo. No alargar os horizontes e oferecer Emprego, da Segurança Social, Estes 14 homens e mulheres vembro foi a última actividade
entanto, ainda acontece que novas experiências e perspec- do Agrupamento de Escolas, tinham idades compreendidas do C3, e nesta data voltou a
pessoas que estão desempre- tivas a todas as pessoas parti- e também esteve presente um entre os 18 e os 64 anos. Ainda reunir todos os intervenientes
gadas recusam trabalhos” – re- cipantes. Concluiu-se também casal de beneficiários do Rendi- que fossem dirigidos convites a no projecto, desde os beneficiá-
velou. que quando o horizonte é alar- mento Social de inserção (RSI). determinadas pessoas, houve rios, os técnicos e os parceiros
E o tal trabalho interior que gado não aparecem só coisas A participação deste casal foi a preocupação de publicitar o sociais. No decorrer do fórum
urge fazer com as pessoas boas, também aparecerão obs- particularmente importante, projecto de modo a envolver e fez-se o balanço do projecto
pode muito bem começar com táculos e problemas, mas de na medida em que para além a chamar a comunidade mace- e das actividades realizadas e
projectos como o C3. Mas que acordo com Cláudia Pires “este da perspectiva dos técnicos, o dense a participar. ganhou especial relevo o tes-
projecto foi este, o C3 – Comi- é o caminho que vale a pena testemunho activo deste casal E assim nasceu o C3, que temunho dos participantes que
go, Contigo, Connosco? E como percorrer”. E indicou o exemplo permitiu ouvir a sua opinião decorreu de Janeiro de 2010 expressou o seu agrado e o de-
reduziu as situações de pobre- do artesanato “fazer artesanato pessoal sobre a raiz da pobreza a Novembro, e que consistiu sejo de continuidade de iniciati-
za existentes em Macedo de não é obra de nenhum génio, é e as medidas necessárias para numa sessão mensal, na tarde vas como o C3. n
Cavaleiros? Segundo Cláudia obra de quem tem alguma vo- combater este problema social. de um dia, realizada sempre em Hugo Anes
4 | 6 de Janeiro de 2011 | Cipreste | Reportagem
Conselho Local de Acção Social de Macedo de Cavaleiros (CLASMC)

“Damos a todos os parceiros


a possibilidade de participar,
tomar decisões e assumir
responsabilidades”
A ajuda às pessoas Sílvia Garcia - A ajuda às As pessoas mais carencia-
pessoas que vivem em situação das do concelho são as que
que vivem em situação de pobreza e exclusão social no estão a ser abrangidas pelo
concelho de Macedo de Cava- serviço de Acção Social da Câ-
de pobreza e exclusão
leiros está organizada em Rede, mara Municipal, pela Comissão
social no concelho de de modo que a maior parte das de Protecção de Crianças e Jo-
instituições públicas e privadas vens em Risco, pelo Programa
Macedo de Cavaleiros constituem o Conselho Local de de Respostas Integradas (de
Acção Social de Macedo de Ca- combate às toxicodependên-
está organizada em
valeiros (CLASMC). Através do cias), pelos programas da Se-
Rede. Deste modo, a CLASMC é elaborado um diag- gurança Social como é o Ren-
nóstico do concelho onde se in- dimento Social de Inserção, e
maior parte das institui- dicam os principais problemas, pelo Programa Comunitário de
bem como as potencialidades, Ajuda Alimentar a Carenciados.
ções públicas e priva-
e se organiza a actuação dos Os grupos mais vulneráveis
das unem esforços, serviços de um modo articula- a situações de pobreza são os
do. idosos com baixas pensões, as
ideias e recursos para Ao Município, por exemplo, crianças vítimas de negligên-
compete dar respostas que vi- cia e maus tratos, as pessoas
actuar sobre os proble-
sam o desenvolvimento local e com deficiência, as famílias de Apoio aos mais novos e aos mais velhos
mas sociais existentes, o apoio a estratos sociais mais fracos recursos e as minorias
desfavorecidos. Tais respostas étnicas. A estes grupos pode- to Trampolim, o Programa de e Inovação”; no campo da Ac-
como é a Pobreza. O incidem assim em áreas como a mos ainda juntar as pessoas Amas da Segurança Social, a ção Social realizaram-se dois
acção social escolar e os trans- que sofrem de dependências Cooperativa “Souto os Cavalei- projectos, o “Caminhar, Ca-
rosto deste trabalho
portes escolares, a habitação de substâncias psico-trópicas ros”, o Grupo de Teatro de Mo- minhando” e o “C3 – Comigo,
em conjunto é o Con- social, o apoio às associações e os imigrantes com dificuldade rais, o Projecto de Respostas Contigo, Connosco”, e uma ac-
locais e às instituições de soli- em conseguir emprego e obter Integradas (PRI) de Macedo de ção “CAFAP - Centro de Apoio
selho Local de Acção dariedade social, a construção o processo de legalização. Cavaleiros, e o projecto IN.TE. Familiar e Aconselhamento
e funcionamento de equipa- GRAR@AGORA.MAC. Parental”, o programa “EcoSo-
Social de Macedo de
mentos sociais. O CLASMC tem sido a De forma mais concreta: lidário”, o envelhecimento foi
Cavaleiros (CLASMC), A coordenação destas res- rampa de lançamento de vá- na área do Território e do Am- abordado pelo projecto “Enve-
postas está a cargo da Câmara rias iniciativas e projectos biente desenvolveu-se a “Feira lhecer Activo 2”, e houve uma
sendo presidido por Municipal de Macedo de Cava- sociais. Que actividades e Sustentável, Feira com Futu- acção intitulada “Estudo sobre
leiros, através dos respectivos projectos são estes? ro”, as acções “Rota do Papel as Respostas Sociais”; na área
Sílvia Ferreira Garcia,
serviços. Os apoios pecuniários e do Cartão” e a “Recolha de da Igualdade de Oportunidade
vereadora da autarquia são da competência da Segu- Desde 2000, ano de adesão Monstros Domésticos”, o pro- está ainda em curso a acção
rança Social, sendo que existe ao Programa Rede Social que jecto “Corredor Ecológico”; na “Integrar com Responsabili-
macedense. articulação entre as duas insti- o CLASMC desenvolve activi- área da Educação e Empre- dade”; noutro âmbito, o Asso-
tuições. dades, programas e projectos endorismo, decorrem actual- ciativismo e Dinâmicas Locais
Cipreste - Como está or- cuja finalidade é o combate à mente cinco actividades, sen- de Cidadania desenvolveu a
ganizada a ajuda aos mais Quem são as pessoas com pobreza e à exclusão, e assim do elas a “Escola Iniciativa”, acção “Fóruns Comunitários”;
desfavorecidos no concelho mais carências no concelho a promover o desenvolvimento “Presidência Empreendedora”, e finalmente, no campo das
de Macedo de Cavaleiros? macedense? E que carências social do concelho macedense. “Valor Associativo”, “Empreen- actividades económicas con-
A coordenação pertence ao são estas? Alimentares? De De então até hoje foram desen- dorismo Turístico”, “Saber ser cretizou-se o projecto “Mudar
município ou à Segurança habitação? Financeiras? De volvidas várias iniciativas, tais Empreendedor”, e uma acção as Práticas”. n
Social? emprego? como: a CERCIMAC, o projec- denominada “Empreendorismo Entrevista: Hugo Anes

Joaquim Seabra, presidente da Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros

“A pobreza que mais me preocupa é a espiritual”


As situações de desem- ros, na perspectiva de Joaquim uma progressiva degradação geis o autarca local avisa que Ainda que a situação econó-
Seabra, presidente da Junta da pessoa”. Segundo Joaquim a responsabilidade é de todos mica do país, e das autarquias,
prego, a incapacidade de Freguesia da cidade, não Seabra, estas pessoas são “as “este problema não é apenas não seja a mais favorável, Joa-
difere muito do cenário nacio- mais fragilizadas, não têm uma do Estado mas de toda a socie- quim Seabra reiterou a intenção
física ou psíquica, a
nal e internacional “como em retaguarda familiar e vivem, ou dade”. Cabe a todos denunciar de criar Serviços de Apoio Do-
idade avançada, bem qualquer parte do Mundo aqui melhor, sobrevivem, por de- as situações de carência e ne- miciliário às populações mais
há duas formas de pobreza: a trás de paredes frias e portas cessidade de modo não só a idosas e carenciadas da cidade.
como a incapacidade pobreza material que se traduz fechadas, espreitando de for- dar resposta a essa falta como Também neste âmbito do apoio
na falta de proventos, resultan- ma envergonhada através das também a combater o precon- aos idosos, o autarca informou
de gerir os recursos
te por um lado da dificuldade cortinas das janelas, aquilo que ceito da pobreza, que como que “está prevista a criação de
são, na opinião de na sua angariação (derivada acontece lá fora, no Mundo que refere o autarca macedense um espaço comunitário que visa
da situação de desemprego, já não é delas, em que pratica- “ser pobre não é defeito mas proporcionar um apoio e acom-
Joaquim Seabra, presi- de incapacidade física ou psí- mente não participam, ou com sim uma condição de vida, que panhamento promotor de um
quica, idade avançada, etc.), o qual têm um contacto muito pode ser revertida, em qualquer envelhecimento activo e sau-
dente da Junta de Fre-
e por outro lado, pela falta de distante”- descreveu. momento”. dável, com o intuito primordial
guesia de Macedo de capacidade de “gestão”daquilo E quem são concretamente Para Joaquim Seabra, o de retirar a população sénior de
que se tem ou obtêm”- referiu; estas pessoas para as quais é tempo de Natal é de facto uma um possível laxismo ou distan-
Cavaleiros, as princi- mas segundo o autarca mace- urgente olhar? E quem tem a bom momento para ajudar quem ciamento social em relação aos
dense “a pobreza também é es- responsabilidade de o fazer? passa por maiores dificuldades, demais, evitando ou atrasando,
pais causas da pobreza
piritual”. E é esta pobreza que Segundo o presidente da Jun- mas esta atitude na opinião do desta forma, uma institucionali-
que existe em Macedo mais preocupa o presidente da ta de Freguesia de Macedo de governante deveria ser perma- zação dos nossos idosos. Para
Junta de Freguesia de Macedo Cavaleiros, estas pessoas não nente “neste tempo aguçamos prosseguir a consecução des-
de Cavaleiros. de Cavaleiros pois trata-se de estão distantes e “são afinal os a nossa sensibilidade e mostra- tes objectivos, é imprescindível,
“uma realidade silenciosa que nossos pais, os nossos avós, mos aos outros uma disponibili- um meio de transporte ligeiro
A realidade social e econó- se caracteriza pelo isolamento os nossos amigos”. E nesta dade que não temos durante o de passageiros”. n
mica de Macedo de Cavalei- e a solidão, pela depressão e atenção e cuidado aos mais frá- resto do ano”, referiu. Hugo Anes
Reportagem | Cipreste | 6 de Janeiro de 2011 | 5
Padre Melo, Pároco de Macedo de Cavaleiros

O olhar e o papel da igreja


Nos últimos tempos os blema não atinge a fome mas “a
alimentação de muitas famílias
Bispos portugueses será certamente mais pobre”.
Também pobres serão as con-
têm apelado às comu-
dições da habitação de algumas
nidades paroquiais famílias, nomeadamente agora
no inverno ao nível do aqueci-
para que transmitam e mento, da lareira, dado o preço
elevado da lenha – referiu.
informem os párocos
Na opinião do Pe. Melo é
e a Caritas sobre as sobretudo na vida de muitos
idosos que vivem sós que se
situações de pobreza verificam os casos mais preo-
cupantes de pobreza. A solidão
que existam nas locali-
destas pessoas provocada pela
dades. Em Macedo de emigração dos filhos ou pela ir-
responsabilidade familiar priva
Cavaleiros a pobreza estas pessoas da felicidade.
Ainda que Macedo de Cava-
não tem a dimensão
leiros disponha hoje de vários
das grandes cidades é serviços de apoio aos idosos,
como os lares da terceira idade
certo, mas existe como ou as famílias de acolhimento
verifica-se no entanto que estes
nos revelou o Pe. Ma-
serviços são caros para as pos-
nuel Melo. sibilidades financeiras de mui-
tos idosos. O Pe. Melo informou
A falta de trabalho e a sub- ainda que os lares paroquiais e
sídio-dependência, o envelheci- da Santa casa da Misericórdia Cónego Melo
mento, e as actuais dificuldades comparativamente com os lares
económicas das famílias são os privados são mais baratos mas regresso dos portugueses re- Para esta época do Natal, a lhes um cabaz que proporcione
principais indicadores da po- estão cheios e há muita gente tornados de África. Hoje, esta Caritas programou uma distri- um Natal com mais alegria. Mas
breza que existe em Macedo de em lista de espera. equipa continua a trabalhar em buição de roupas, a realização não é só no Natal que se presta
Cavaleiros. Segundo o Pe. Melo rede informando sobre as situ- de colectas, a venda de estan- este auxílio. Também ao longo
a falta de trabalho é um tormen- A Cáritas de ações de maior necessidade e dartes e velas da paz, bem como do ano a paróquia e a Caritas
to pois “não havendo emprego Macedo de Cavaleiros dando resposta às famílias e a sensibilização da população estão atentas a quem tem mais
não há salários e daí resultam pessoas mais carenciadas na de Macedo de Cavaleiros junto dificuldades, ajudando, por
as dificuldades financeiras em Em Macedo de Cavaleiros cidade. E os mais carenciados das grandes superfícies com a exemplo, na compra dos medi-
casa das pessoas”. Segundo o existe uma equipa sócio-cari- são normalmente os idosos, os intenção de ajudar as famílias camentos nas farmácias. n
pároco a dimensão deste pro- tativa que se criou aquando do doentes e os desempregados. mais carenciadas oferecendo- Hugo Anes
6 | 6 de Janeiro de 2011 | Cipreste |

“partir em averiguações pelos desígnios dos astros e outros oráculos numa tentativa de encontrar laivos de es-
perança que nos rasguem a escuridão que se adivinha no novo ano não será de estranhar.”
Virginia do Carmo

EDITORIAL
Ideias & debate
O Horóscopo de
Portugal para 2011
Foram evidentes as dificuldades financeiras da au-
tarquia macedense no final de 2010. Aos empresários
era dito que “não estavam previstos pagamentos” e
um pouco por todo o lado se viram indícios de reten-
ção da despesa. n Virgínia do Carmo
Um dos sinais visíveis da contenção de despesa foi
a iluminação de Natal, este ano consideravelmente re- É sabido que em tempos de aflição e difi- ões “poderão contar com grandes alegrias e
duzida em relação a anos anteriores, e os presépios, culdades a busca de respostas e soluções na realizações e uma vontade enorme de fazer
que nos últimos anos decoravam o centro da cidade. esfera do esotérico aumenta. Não será à toa, mudanças, embora deva ter em atenção que a
Compreendo que se tenha diminuído à iluminação as perguntas crescem - agressivamente - na opinião dos outros também é importante”. (Pa-
medida proporcional à ausência de respos- trícia Bernardo). E aqui pensei: Esta senhora
de Natal, afinal, também Morais ou Mirandela ou Bra-
tas. deve saber que Portugal é leão.
gança ou Murça… têm iluminação natalícia nas suas Mas depois da diversidade das incursões,
E como estamos a chegar ao fim de mais
ruas, o que não têm é um conjunto de presépios, di- um ano, e se convencionou ser este um tempo percebi, em síntese, que não fiquei esclare-
versificado, com qualidade, imaginação e capazes de de balanços e planeamentos, partir em averi- cida. Aliás, das posteriores reflexões só me
atrair visitantes, como Macedo teve mas este ano per- guações pelos desígnios dos astros e outros nasceram perguntas:
deu. oráculos numa tentativa de encontrar laivos O país de hoje tem essa coisa a que cha-
Macedo não tem presépios por contenção de des- de esperança que nos rasguem a escuridão
pesas. Não conseguimos saber os montantes envol- que se adivinha no novo ano não será de es-
vidos e que a autarquia poderá ter poupado sem os tranhar.
presépios, mas conseguimos imaginar o que perdeu. Foi o que eu fiz, em nome do país.
A minha primeira dificuldade no arranque
O país de hoje tem essa
A qualidade dos presépios era notável, Macedo ti-
nha desenvolvido, à volta dos presépios de natal, uma
desta missão foi estabelecer a data de nas- coisa a que chamamos
cimento de Portugal para daí deduzir o seu
cultura de dedicação que resultava em alguns presé- signo astrológico. Isto porque, enfim… o que estrutura para suportar
pios cheios de imaginação, com o recurso a materiais,
técnicas e design que faziam dos presépios de Mace-
pode considerar-se o parto de um país? Terá
sido a batalha de Ourique, a 25 de Julho de
uma reestruturação? E
do uma referência. 1139, o momento em que Portugal pode dar- como vai expandir-se o
Há também a considerar que o facto de serem de- se por parido? Ou será que os pulmões da
senvolvidos pelas instituições do concelho, Juntas de nossa nação só se abriram com a assinatura país? Afundando-se no
freguesia, Associações… fazia com que se criassem, do tratado de Zamora, no dia 5 de Outubro de
Atlântico e fugindo de
ou estimulassem, dinâmicas de grupo e confraterniza- 1143?
ção dentro dessas instituições. Cercada pela urgência da decisão optei TGV para Espanha? E
pela primeira data e considerei a segunda
Só pelos presépios já valia a pena visitar Macedo
como correspondendo a uma espécie de re- quanto ao rigor, quem
na época natalícia, e isso foi conquistado paulatina-
mente, durante os últimos anos, pela actual autarquia
gisto de nascimento.
Sendo assim, Portugal é do signo Leão.
é que vai a Lisboa ex-
macedense. Fui então ver que augúrios marcam as previ- plicar o que isso é? E
Pelo facto de não ter implementado o concurso de sões para os nativos deste signo e a primeira
presépios em 2010 a autarquia não reconheceu o tra- consulta resultou nisto: “as palavras-chave quanto aos projectos
balho que ela própria tinha vindo a desenvolver, nem o são reestruturação e mudança: no primeiro
novos… será uma boa
esforço das associações que se tinham envolvido. semestre, acrescem impulsos de expansão,
Para 2011 os presépios são uma necessidade em de ousadia e do assumir da criatividade; no ideia? Quanto às ale-
segundo semestre, sobretudo manter e nutrir
Macedo. A região agradece. grias, será que Portugal
o que merece a pena manter. O que não será
Rui Miranda
possível é a acomodação, em nenhum nível.”
(Vera Faria Leal)
vai ganhar o euromi-

Cipreste Isto soou-me bem.


Mas depois não resisti e fui espreitar uma
previsão numerológica. Signos à parte, pare-
lhões?

Director: Rui Miranda Redacção: Paulo Nunes dos Santos; ce que a vibração do ano 2011 é o 4. “Significa
Hugo Anes que a essência do ano é o Rigor, a Ordem,
Colaboraram nesta edição: Virginia do Carmo, Raquel Mourão; a Estrutura, a Organização. (…) É um ano mamos estrutura para suportar uma reestrutu-
Ilustração: Fiachra Lennon
de «fazer», de colocar em prática, o que se ração? E como vai expandir-se o país? Afun-
Paginação: Edições Imaginarium, Lda.
Publicidade: Eduardo Brea aprendeu.” E também um ano de “organização dando-se no Atlântico e fugindo de TGV para
Impressão: Casa de Trabalho - Bragança; Tiragem: 1.000 ex. do caos” que sobrou de 2010 (Eva Veigas). Espanha? E quanto ao rigor, quem é que vai
Sede: Edificio Translande Loja, 49 Apartado 82 - 5340 219 Sábias sugestões, pensei. a Lisboa explicar o que isso é? E quanto aos
Macedo de cavaleiros Telf. /Fax 278 431 421 Mas depois a previsão do tarot cigano projectos novos… será uma boa ideia? Quan-
e-mail: geral@jornalcipreste.com estava mesmo ali à mão… e lá fui. Segundo to às alegrias, será que Portugal vai ganhar o
Sitio Internet: www.jornalcipreste.com esta arte mística “para o nativo de Leão este euromilhões?
Propriedade e editor: Rui Jorge Miranda da Silva; Macedo de
ano chegará cheio de novidades, depois de Pensando bem, a resposta pode estar na
Cavaleiros
Registado no ICS com o n.º 125688 alguns momentos menos bons em 2010. (…) organização do caos. Acho que é por aí. Mas
Novas propostas serão colocadas em cima da talvez seja preciso que tudo expluda. Pois não
mesa e projectos novos não irão faltar” Os le- é assim que nascem as estrelas? l
Opinião | Cipreste | 6 de Janeiro de 2011 | 7

Passagem Escorregadia
n Raquel Mourão

C
omeça um novo ano, e Segunda-feira quando o Domingo cações, 500 milhões de euros são
enquanto finalmente des- se desvanecer, e o mundo real me trocos. Para nós, é o abono dos
canso das festas e cele- atropelar. Afinal, sempre fui daque- nossos filhos.
brações próprias da época, depois las pessoas com manias dos prin- À Electricidade de À Electricidade de Portugal, po-
cípios, começar a dieta à Segun- brezinha, que aguentou nas costas
da-feira, fazer a partir de dia um do Portugal, pobrezi- os aumentos e não os aplicou na
mês tal, de manhã, para o ano. factura e agora vem surfar a onda
Mas, manias à parte, agrada-me nha, que aguentou da crise com incrementos no que
E este ano, como imenso a passagem de ano. Não já é ridiculamente caro, peço que
porque vá a uma qualquer festa nas costas os au- iluminem meu ano e poupem mas
em todos os ante- glamorosa e bombástica, que exis- é nos vossos lucros. Poupem nos
te apenas na minha imaginação e mentos e não os prémios, nos salários e represen-
riores, tenho alguns na qual provavelmente não saberia tações, nos grandes carros dos
o que fazer nem vestir, mas porque aplicou na factura e gestores e nos vencimentos milio-
pedidos a fazer ao estou sempre cheia de esperança. nários. Poupem nisso tudo, porque
E este ano, como em todos os agora vem surfar a o vosso monopólio é grande, e
universo, às entida- anteriores, tenho alguns pedidos pode. Porque estão inundando me-
a fazer ao universo, às entidades onda da crise com tade de Portugal em busca de mais
des cósmicas todas cósmicas todas e mais algumas, lucro, dando uma migalha a quem
as existentes e as que ainda nem incrementos no que afogam. Porque acredito que são
e mais algumas, as são adoradas, à pedra, ao sol, ao humanos, ainda que certamente
vento e aos céus, mas especial- já é ridiculamente deformados, e ainda há uma cen-
existentes e as que mente àquelas criaturinhas senta- telha de solidariedade em vós.
das no trono do poder nos mirando caro, peço que ilu- Aos bancos, do estado e priva-
ainda nem são ado- como gigantes e nós meras formi- dos, por favor travem o crescimen-
guinhas. minem meu ano e to dos vossos lucros. Eu percebo o
radas, à pedra, ao Excelentíssimos Senhores, te- vosso sofrimento com todos aque-
nho a certeza que estão no quen- poupem mas é nos les que acabam por não vos pagar,
sol, ao vento e aos tinho algures enquanto meu pés e os milhões perdidos em negócios
gelam, e que as vossas barrigas vossos lucros. Pou- da China (ou ganhos, nunca sabe-
céus, mas especial- estão cheias ao ponto de enfarta- remos…), e simpatizo. Mas será
mento quando a minha ronca de pem nos prémios, possível, nesta altura de crise, ao
mente àquelas cria- fome, e que vossas carteiras e menos pararem de cobrar mais,
contas bancárias transbordam fun- nos salários e re- em spreads gigantes para taxas
turinhas sentadas dos, inchando com o esvaziar da de juro baixinhas? Será que con-
minha. Apesar destas certezas, e presentações, nos seguem abdicar de 1 ou 2% dos
no trono do poder porque sou uma pessoa tão colori- vossos lucros?
da e positiva, decidi fazer a vós, ó grandes carros dos E a tantos outros, gananciosos,
nos mirando como grandezas que lucrais com a misé- estupidamente ricos, peço o mes-
ria alheia, este pequeno apelo. gestores e nos venci- mo, ou semelhante. Partilhem a
gigantes e nós me- À Portugal Telecom, coitadinha, crise.
que teve um ano tão mau, por fa- mentos milionários. Senão, tenho um pedido espe-
ras formiguinhas. vor juntem-se os sócios ganância e cial, que espero ser cumprido e
companhia e colectem os prémios Poupem nisso tudo, ouvido.
no ano que vem, optando por par- A estes senhores avarentos e
tilhar o fardo da raia miúda que vê porque o vosso mo- gananciosos ninguém apanhe o
tudo subindo, mais caro, mais im- lixo, nem sirva café, nem conserte
posto, menos abono, menos apoio. nopólio é grande, e carro, nem limpe casa de banho,
de muita cozinha, de gordura até Tentem lembrar-se que se essas nem faça ou disponha qualquer
aos cotovelos, enjoo e azia q.b., pessoas que vocês desprezam, pode. Porque estão serviço. Deixem-nos afogar em
ponho-me a pensar no que vem aí, nas vossas reuniões de cadeirões sua riqueza e morrer de fome nos
e no que acabou de passar. de cabedal e mesas polidas, são inundando meta- seus palacetes de mau gosto. Não
Honestamente, sinto alívio em quem vos enche o papo e fornece é pedir muito, pois não?
ver este tempo como passado. Não os lucros. Portanto tentem devol- de de Portugal em Para mim, apenas desejo mais
é que vá acabar a crise, a minha, ver um pouco do que vos foi dado, um ano respirando e sorrindo, com
pessoal, e a dos outros em geral, muitas vezes com esforço, suor, busca de mais lucro, meus amados ao lado. Que a mi-
mas simplesmente a passagem de baba e ranho, e até lágrimas. E já nha filhota chegue bem ao mundo
algo dá uma sensação de início, agora, deixem de fazer negócios dando uma migalha e que o meu rebento prospere no
de novas possibilidades, de renas- da treta em Holandas Offshore e seu crescimento. E que todos, os
cimento e renovação. outras iguais, e paguem os vossos a quem afogam. que amo e nem conheço, tirando
É claro que, se tudo correr impostos aqui onde são necessá- os senhores gananciosos mencio-
como o habitual, o mais provável rios. Afinal, para vós, entidade cor- nados em pedidos anteriores, te-
é o panorama estar na mesma, porativa, gigante das telecomuni- nham um ano melhor. l

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8 | 6 de Janeiro de 2011 | Cipreste |

Candeeiros retirados da Bela Vista


O Bairro da Bela Vista foi reurbanizado, as ruas foram calcetadas, foram instalados pontos de recolha de resíduos domésticos e
de separação de resíduos, e foi colocada nova iluminação. Que já foi retirada. A autarquia apresentou queixa à GNR pois foram
retirados da via pública uns candeeiros que iriam iluminar o bairro. Os postes dos novos candeeiros ficaram. Segundo as infor-
mações que conseguimos obter, foi a empresa que os instalou que os terá retirado por falta de pagamento do empreiteiro.

Lançamento de Biografia
Macedo
Adriano Moreira
homenageado em casa
N
o passado mês de junta de freguesia, de uma lápi-
Dezembro, Adriano de inscrita com o nome da mãe Adriano Moreira Nasceu em 1922, em Grijó,
Moreira foi homena- de Adriano Moreira, Leopoldi- no concelho de Macedo de Cavaleiros.
geado na sua terra Natal, Gri- na do Céu Alves. Esta decisão Foi um aluno brilhante, e licenciou-se em Di-
jó, tendo na mesma celebração baseia-se nas declarações de reito na Universidade de Lisboa em 1944, tendo
sido apresentada uma biografia Adriano Moreira, que afirmou posteriormente obtido o grau de Doutor na mes-
da autoria de Manuel Vieira Pin- serem em homenagem à mãe ma área pela Universidade Complutense de Ma-
to. as obras que ajudou realizar na drid.
A obra intitula-se “Adriano, capela, e pelas quais havia já Foi director da Escola superior Colonial, onde
Vida e Obra de um Grande Por- recebido uma lápide com o seu implementou o estudo da Sociologia, das Ciên-
tuguês”, e é o resultado de cinco nome e que entretanto desapa- cias Políticas e das Relações Internacionais. Em
anos de investigação, aglome- receu. Esta espécie de reposi- 1961 exerceu o cargo de Ministro do Ultramar, e
rados em quase 400 páginas, ção deixou o professor emocio- foi repudiado por tal durante a era PREC.
e uma imensidão de notas ex- nado e agradecido. Apenas em 1979 regressa à vida política ac-
plicativas e de rodapé. O autor Adriano Moreira, que acu- tiva, tendo sido eleito deputado da Assembleia
decidiu escrever sobre Adriano mula várias homenagens e da República pelo círculo eleitoral de Bragança
Moreira por o considerar um reconhecimentos, considerou e exercido funções de deputado até 1991, e de
grande Português, alguém que esta especial por se tratar da Vice-presidente da Assembleia até 1995. Em
soube ultrapassar as dificulda- sua aldeia, do local onde nas- 1986, e durante dois anos, foi presidente do en-
des e aproveitar oportunidades. ceu, e onde se encontra ainda a tão CDS.
Escolheu Grijó para apresentar sua família. Declarou ainda, so- Actualmente, goza a sua reforma tendo dedi-
a obra por Adriano Moreira con- bre a actualidade e a crise, que cado muitos anos da sua vida ao ensino e é consi-
siderar a sua terra natal o berço serão necessárias mais que derado um intelectual e estudioso português, com
do seu patriotismo. uma geração para a ultrapassar numerosas condecorações e cargos honorários
A homenagem incluiu a colo- e que o país deverá manter a em universidades nacionais e estrangeiras.
cação na capela da aldeia, pela esperança. n

Violência em Macedo Autarquia não patrocinou evento

Tentativa de Macedo sem o tradicional


sequestro
U m indivíduo da Arrifana, Mace-
do de Cavaleiros, de 46 anos
concurso de Presépios
de idade e de nome Agostinho, apare-
ceu no passado dia 4 na mala do seu
carro, nos Eixos, Mirandela, no que
parecia ter sido uma tentativa de se-
A cidade de Macedo
de Cavaleiros não
teve nesta quadra Natalícia
questro. o tradicional Concurso de
O indivíduo foi conduzido à unidade Presépios. Questionada so-
hospitalar de Mirandela onde não lhe bre a ausência do concurso,
foram detectados sinais de hipotermia a engenheira Sílvia F. Gar-
nem de violência. O que terá levado a cia, da Câmara Municipal,
polícia judiciária a afirmar que não se- alegou que “a actual situa-
ria uma tentativa de sequestro, como ção económica obriga-nos
chegou a ser noticiado, mas sim uma a fazer alguns ajustes or-
simulação de sequestro. çamentais e decidimos não
O indivíduo estava desaparecido realizar este ano o concurso
desde a madrugada do dia 2, domingo, de presépios”. Segundo Síl-
altura em que alegadamente se terá via F. Garcia, os encargos
deslocado à Zona Industrial de Mace- financeiros e materiais para
do de Cavaleiros para um encontro. apoiar as associações par-
Após o seu desaparecimento as ticipantes impossibilitaram a
autoridades chegaram a suspeitar de realização do concurso. “Foi
sequestro, tendo sido apresentado em com pena que não realiza-
alguma comunicação social, como mó- mos este concurso mas não
bil do crime um alegado ajuste de con- tínhamos orçamento para
tas que envolveria uma companheira isso. Certamente vamos re-
do desaparecido que se teria dedicado tomá-lo logo que possível”,
à prática de alterne. n afirmou. n Presépio de Corujas exposto em 2009 na Praça 1 de Maio
Macedo | Cipreste | 6 de Janeiro de 2011 | 9

Assalto à igreja de São Pedro Casos de GNR

Furtado Menino Agente insultado

Jesus do século XVII


Durante uma operação de controlo de tráfego
que decorreu no dia 1 de Janeiro, às 8 horas da ma-
nhã, os militares da GNR de Macedo interceptaram
um indivíduo que conduzia com excesso de álcool
no sangue. O indivíduo foi conduzido às instalações
da GNR para fazer um segundo teste. No local terá
injuriado os militares da GNR, pelo que foi detido e
tendo-lhe sido levantado um auto que decorre em
fase de inquérito.
Durante esse fim-de-semana houve em Freixo de
Espada-à-cinta, e também durante uma operação da
mesma natureza, um incidente com dois indivíduos
que terão agredido dois militares da GNR tendo es-
tes chegado a receber tratamento no Centro de Saú-
de local. Nessa altura chegou a ser noticiado que o
militar de Macedo também teria sido agredido, facto
que não se confirma. n

Tentativa de
homicídio
Quando passavam cerca de vinte minutos na
madrugada de 26 de Dezembro houve uma tentati-
va de homicídio, na rua Alexandre Herculano, perto
do quartel dos bombeiros Voluntários de Macedo de
Cavaleiros.
A vítima foi baleada com dois tiros no peito, tendo
Igreja de São Pedro encerrada por motivos de segurança sido transportado para o hospital de Bragança depois
de ter sido assistido em Macedo de Cavaleiros. Em
Bragança foi submetido a uma intervenção cirúrgica

F
oi roubada uma imagem nas gravações. saltadas por duas vezes. Das duas
do Menino Jesus, do sé- Segundo o cónego Melo, páro- houve identificação dos autores do e encontra-se fora de perigo.
culo XVII da igreja de S. co de Macedo, o sistema de vídeo crime por parte das forças policiais, Devido à sua natureza, o caso está entregue à
Pedro de Macedo de Cavaleiros. O vigilância deverá ser reforçado de após o recurso aos sistemas de vi- polícia judiciária, por enquanto ainda não são públi-
furto deverá ter ocorrido entre o dia modo a permitir o arquivo das ima- deovigilância. cos o motivo do crime nem o seu autor.
24 e o dia 30 de Dezembro. Que gens durante mais tempo. Este tipo de assalto é muito A vítima dedica-se à segurança privada, é de
são as datas entre a última vez que A imagem agora furtada faz mais frequente que o de obras de Bragança, e é conhecido pelo nome de Hulk. n
se confirma que a imagem estava parte de um conjunto de três ima- arte qaue podem indiciar a existên-
no local e a data em que foi dado gens que compõem a Sagrada cia de crime organizado já que há
o alarme pela pessoa responsável
pela limpeza do templo.
A igreja está protegida com
Família, o responsável pela igre-
ja informou o nossa reportagem
que deverão ser tomadas medidas
redes que se dedicam ao comércio
e recepção de obras de arte sacra.
A igreja de Santa Maria, embo-
Vários assaltos
um sistema de videovigilância que para prevenir o desaparecimento ra um templo novo, conta já com o O mês de Dezembro foi prolífico em casos que
guarda as imagens capturadas por das outras imagens que compõe o registo de um assalto às esmolas. envolveram desordem ou assalto. Registaram-se
um período de 72 horas. Ao que o conjunto. Neste assalto não foi possível iden- pelo menos o assalto de duas lojas no edifício Trans-
Cipreste conseguiu apurar o furto É a primeira vez que há regis- tificar os autores, devido, também, lande, no centro de Macedo de Cavaleiros, e o roubo
deverá ter acontecido antes desse to de furto de uma obra de arte da ao facto do sistema de videovigi- de uma carrinha de transporte de pão que foi furtada
período, portanto entre os dias 24 e igreja, já o mesmo não acontece lância só guardar as imagens por às 6.00 h da manhã e viria a aparecer no mesmo dia,
27, já que não há indícios do crime com as esmolas, que terão sido as- 72 horas. n sem combustível, perto da aldeia de Cortiços. n

Via Sul Natal cria apoios

Comerciantes da zona Vales-prenda


para o comércio
convivem
tradicional
no Natal
A Câmara Municipal de Macedo de Cavalei-
ros optou este Natal por oferecer aos filhos
dos funcionários vales-prenda no valor de 15 euros
O s comerciantes e empre-
sários da Via Sul reuni-
ram-se num convívio de Natal.
em vez das tradicionais prendas. Nestes cheques
constava o nome dos funcionários e dos seus filhos,
Manuela Seabra da empresa bem como o nome das lojas aderentes. Estes vales-
Macsoalho e Carlota Monteiro, da prenda são validos até 15 de Janeiro, período em
empresa Irmãos Monteiro, deram que os funcionários podem ir a qualquer loja ade-
corpo à ideia que reuniu, em vés- rente fazer a sua aquisição. Segundo a engenheira
peras de consoada, os comercian- Sílvia F. Garcia, da Câmara Municipal de Macedo
tes da zona Sul da Via Sul. de Cavaleiros, a finalidade desta iniciativa foi a de
Ao convívio compareceram apoiar o comércio tradicional e simultaneamente ir
grande parte dos comerciantes da de encontro às necessidades dos filhos dos funcio-
zona, que participaram cada um nários que puderam deste modo adquirir produtos
levando o seu próprio farnel que mais úteis às suas necessidades. Segundo Sílvia
foi partilhado por todos. Garcia, a adesão dos comerciantes foi livre e tive-
Esta não é a primeira vez que mos várias inscrições, como por exemplo: a nossa
comerciantes da zona se reúnem, livraria, a Botique If, a Casa Lopes Correia, a Ca-
por alturas do S. Martinho, houve traia, Diferentes e Atrevidos Lda, a livraria Contra-
um Magusto organizado pela Loja capa, a loja Alguma Coisa Será, Mimo do Lar, a Tal
Loja MacSoalho acolheu convivio e Shop, e Victor Escudeiro Lda. n
da Energia. n
10 | 6 de Janeiro de 2011 | Cipreste |
“Acho que foi um erro estratégico meter “Podíamos estar melhor se as políticas que
empresários a tomarem conta dos desígnios foram usadas fossem viradas mais para a
da Câmara” cidade do que para o concelho”

António Cunha - Presidente da ACIMC


Entrevista
Macedo poderia estar bem
melhor do que aquilo que está
Cipreste – Qual é o balan- tado mais ou menos, com um arranjem maneira de nos pagar,
ço que faz destes oito anos? pouco de prejuízo, mas também para nós pagarmos às empre-
António Cunha, Presidente é um serviço que prestamos aos sas que estão com bastante di-
da ACIMC - Nestes oito anos re- associados. ficuldade.
alizei o trabalho possível que se
poderia ter feito numa associa- Quais são as apostas para Esse atraso por parte da
ção comercial. As associações os próximos dois anos? Câmara, pode pôr em risco a
comerciais são complicadas de Estes próximos dois anos imagem da Associação peran-
gerir, não é como os associados queria ver se conseguia arran- te as empresas?
gostariam que fossem. jar protocolos mais fiáveis com Eu penso que não, porque
o centro de formação, a ver se isto já vem desde há muito tem-
É mais complicado hoje do trabalhamos em conjunto para po, tempo em que a Associação
que quatro anos atrás? conseguirmos alugar mais sa- e Câmara estão ligadas à orga-
Não é mais complicado, há las, apoiando-os a eles também nização da Feira, sendo a Câ-
menos para fazer. Há pouca na formação. Vou pedir uma mara quem põe o dinheiro e a
formação, a política do governo reunião com o director, a ver se Associação quem paga. Mas as
voltou-se para a formação esco- com o nosso apoio conseguimos empresas acreditam nas institui-
lar e para os centros de forma- pôr mais cursos a funcionar nas ções e penso que não haverá
ção, e era aí que íamos imputar nossas instalações. Passa um problema. Só que necessitam, e
parte das despesas. Tornou-se bocado por aí. têm dificuldades, nós empresá-
complicado… temos aguentado rios sabemos bem a dificuldade
porque temos gerido bem, em Ao falar da associação é que têm as empresas.
termos financeiros, a associa- obrigatório falar da Feira de
ção. Senão, não seria possível São Pedro. É para manter o Há dois anos atrás houve
manter os postos de trabalho figurino com tem vindo até eleições muito concorridas, e
que temos mantido. aqui? em alguns aspectos, por algu- não podemos estar a dizer que
Por nós mantemos a Feira mas pessoas, até tidas como não somos, e depois acabamos
sempre com a mesma qualida- polémicas. Agora só havia
Os interesses dos
por ser, ou por pressões ou por
de. Se a Câmara entender que uma lista. Será que associa- vontade. Mas nesta altura estou comerciantes não
Em termos de devemos reduzir muito às des- ção deixou de ter interesse, a pensar em deixar espaço para foram devidamen-
pesas, com certeza que se porá será porque há dois anos atrás outros fazerem outro tipo de tra-
futuro, penso que em causa a qualidade. Mas eu era véspera de eleições? balho, a ideia é esta. te assegurados
teremos de redu- penso que, por aquilo que eu te- Há dois anos disse a um nas decisões que
nho conversado com membros amigo nosso que era candidato, Nesta altura já se sente
zir os postos de da Câmara, e foi aliás o que que nesse ano era toda a gen- cansado? a autarquia to-
trabalho porque conversamos na apresentação te a apoiá-lo para ele se can- Não é a questão do cansa- mou
não há condições das contas, o nível da Feira é didatar, e disse-lhe que daí a ço. Para ser presidente de uma
para manter, tentando reduzir dois anos ninguém o ia apoiar. associação é preciso dar-se
para a associação nas despesas. Ou porque não o apoiaram, ou muito, ter muito tempo dispo- Nós, Macedo, poderíamos
os manter porque ele não tem interesse nível, e uma pessoa aparecer, estar bem melhor do que aqui-
E é compatível reduzir nas em ser candidato, a realidade é ir às reuniões, ir aos colóquios, lo que está, se determinadas
despesas e manter a qualida- que não houve candidatura. Eu às conferências, estar com opções, que foram tomadas,
de da Feira? já esperava que não houves- os amigos, com os colegas, e fossem tomadas após ouvirem
Até um determinado ponto é, sem candidatos, isto é um bo- requer disponibilidade. Nesta as pessoas, se conversassem
É uma estrutura pesada? a partir daí não, e não assumo cado pela parte política. Não é altura não há muito porque os com as instituições, com as for-
Sim, é bastante pesada. Era a responsabilidade, nem faria a aquela política de direita, ou de negócios também não andam ças da terra.
preciso torná-la mais leve, só Feira se deixasse aos próximos esquerda, PSD ou PS, mas sim muito bons, e a gente tem que
que é complicado porque põe directores uma Feira como algu- a política de dizer que o partido se concentrar mais neles, mas A Associação não é conve-
em causa postos de trabalho. mas feiras que há por aí, sem tal já ganhou esta associação, é não é só para uns é para todos. nientemente ouvida?
Mas em termos de futuro, pen- viabilidade nenhuma. mais fácil ganhar a outra, é mais Mas eu penso que não é uma Na minha opinião, não é
so que teremos de reduzir os fácil ganhar as eleições quando questão de cansaço, é uma convenientemente ouvida.
postos de trabalho porque não A Autarquia tem cumprido vem a seguir, penso que será questão de opção, ser candi-
há condições para a associação os seus compromissos finan- um bocado por aí. dato ou não ser. O que é que falta então, o
os manter. É a realidade. Já ve- ceiros com a Feira de São Pe- que é que não funciona bem?
nho a dizer isto há anos, não é dro? Talvez daqui a dois anos Como é que o presidente Nós podemos dizer que as
de agora. A não ser que a polí- Dentro do possível sim, só voltem a aparecer mais inte- da ACIMC vê Macedo, hoje? relações entre a Associação e a
tica do governo mude e dê para que primeiro, na fase inicial, ressados…
imputarmos ordenados à forma- pagavam-se as dívidas do ano Daqui a dois anos penso que
ção e voltarmos a ter receitas. corrente. Agora já se estão a vai haver mais do que uma lista,
Porque só assim se justifica ter pagar as dívidas, o diferencial, mais do que duas até.
o número de funcionários que no ano seguinte. E isso é um
temos actualmente. Temos três bocado complicado porque as E o António Cunha conti-
funcionários cujos ordenados empresas estão com dificulda- nua daqui a dois anos?
nos ficam na ordem dos quatro des. Vamos agora apresentar a Eu disse que não seria
mil euros, mais dois colaborado- nova direcção à Câmara e tentar candidato daqui a dois anos.
res e mais um a meio tempo no sensibilizá-los para isso, a ver E disse também que sairia um
jornal. O jornal tem-se aguen- se conseguimos fazer com que candidato da nossa lista. Mas
Entrevista | Cipreste | 6 de Janeiro de 2011 | 11

O nível da Feira é
para manter

Não assumo a
responsabilida-
de, nem faria a
Feira, se deixas-
se aos próximos
directores uma
Feira como algu-
mas feiras que
há por aí, sem
viabilidade ne-
nhuma.

Câmara são boas, e são boas


as relações de amizade, mas
não são boas as relações ins-
titucionais. Porque se há boas
relações institucionais tem que
se trabalhar mais em conjunto, termos institucionais temos mais em baixo. Eu sempre cola- se as políticas que foram usa- mos tê-las posto em outro lugar,
e não é o que acontece, por- que colaborar uns com os ou- borei com o Piaget, nós no nos- das fossem viradas mais para a tínhamos uma zona diferente,
que nunca fomos ouvidos, para tros. Mas, em termos pessoais so jornal fornecemos uma pági- cidade do que para o concelho, podíamos ter um parque de
nada, e fazem o que querem eu apoiei muito este executi- na gratuita para eles lá porem o podíamos. campismo, podíamos ter a cen-
sem falar connosco, em áreas vo, e acho que foi um erro es- que quiserem, só que eu penso Agora o que é que nos res- tral de camionagem a funcionar,
que nos dizem respeito. Uma tratégico meter empresários a que o Piaget não desempenhou ta? Resta-nos apoiar, já que podíamos ter uma avenida que
coisa é certa, foram eles que tomarem conta dos desígnios o papel que devia ter desempe- investimos nas aldeias, resta- nos desse dignidade da Via Sul,
foram eleitos para decidir da Câmara. nhado nos últimos quatro, cin- nos apoiar a agricultura que é podíamos ter a ligação ao Azi-
co anos. Tinham obrigação de para ver se temos alguma fon-
Não são ouvidos para ten- Que empresários é que fazer mais do que aquilo que te de receita da parte agrícola,
tar encontrar soluções, estra- há? fizeram. E nós também temos dos produtos agrícolas. No meu Desde que o
tégias? Não vou dizer nomes. Acho culpa nisso, pois quem manda ponto de vista devia haver pon-
Não, não somos ouvidos, que os empresários são para tem que estar atento a estas tos de venda em cada freguesia Pescadinha saiu
até porque a nossa maneira de tratar das empresas e os polí- coisas. para os turistas poderem com- da Câmara, nun-
pensar é um bocado diferente ticos para tratar da política. Os prar lá produtos regionais.
da maneira de pensar da Câ- políticos devem fazer política Têm que apresentar alter- ca mais se abriu
mara. Porque nós temos uma e os empresários gerir a par- nativas, soluções… Em Carrapatas havia um e uma rua em
visão mais comercial e eles têm te empresarial, e misturar as Os políticos têm que estar encerrou porque não dava…
uma visão mais política. duas não tem resultado nada atentos a este tipo de situações. Mas essas coisas têm que Macedo. Isto é
bem. Não vamos agora dizer Macedo estava dependente de ser apoiadas, não se podem grave.
Os comerciantes não es- que está mal apenas desde emigrantes e estudantes do deixar ao abandono. Não se
tão devidamente assegura- que este executivo lá está. Para Piaget. Os emigrantes, as pes- pode entregar a um presidente
dos nas opções que a autar- mim, a política já tem estado soas em Macedo envergonham- da Junta a gestão disso. Tem Uma Câmara tem
quia toma?
Os interesses dos comer-
mal desde a saída do Pescadi- se dos emigrantes, fazemos que ser gerido em rede. Não que definir linhas
nha. Desde que o Pescadinha a Festa dos Emigrantes e não podemos chegar ali a um pos-
ciantes não foram devidamen- saiu da Câmara, nunca mais se aparece lá ninguém. Aparecem to de venda e termos lá só um e dizer assim “va-
te assegurados nas decisões abriu uma rua em Macedo. Isto 15, 20 mil emigrantes, e se ca- saco de batatas, duas cenouras mos habitar aque-
que a autarquia tomou. No é grave. Não pode. Uma Câma- lhar mil que nada têm a ver com e duas cebolas, e ficamos por
tipo de investimento, nas op- ra tem que definir linhas e dizer emigrantes. Não damos valor aí. Já que querem que esta seja la rua para ali pôr
ções de investirem mais no assim “vamos habitar aquela aos emigrantes. Esta terra de- uma região de turismo é por aí esta estrutura”.
meio rural e menos no meio rua para ali pôr esta estrutura”. senvolveu-se com os emigran- que temos que ir. E poderíamos
urbano, na cidade. Desde a tes e o Piaget. Os emigrantes aproveitar a nossa zona indus-
ligação da barragem a Mace- Mas há loteamentos que caíram, é natural que tivesse trial e criar algum emprego, e já
do que foi sempre uma opção, foram feitos depois. deixado de emigrar tanta gente. devíamos estar ligados à bar- bo, tudo isso já o poderíamos
uma ideia que nós tivemos e Os loteamentos são dos O Piaget, em termos de ensino, ragem, e se calhar arranjarmos ter. Algumas coisas fizeram-se,
passamos ao executivo e nun- particulares, não têm nada a ver caiu, e estamos como estamos. alguma instituição para montar outras não se fizeram, e outras
ca fomos ouvidos. Desde o ur- com a Câmara. Os loteamentos Na Europa, os países periféri- um pólo universitário visto que fizeram-se devagar demais. O
banismo, nunca ninguém nos são do interesse de cada em- cos são os que estão mal. Mas está esgotado o modelo do Pia- problema de Macedo foi esse.
procurou para nada… sobre o presário. Um empresário inves- nós não somos nenhum país get. Podíamos então dar um E continuo a dizer, quem deve
desenvolvimento, para onde te onde lhe interessa investir. periférico. Nós estamos no cen- empurrão a Macedo, que está gerir são os políticos e não os
a cidade deveria ir em termos Não quer dizer que ali seja o sí- tro da região. bem situado em termos geográ- empresários.
urbanísticos para nós saber- tio ideal para construir, apenas ficos. Podem os de Mirandela
mos onde deveríamos investir. onde lhe interessa investir. Então Macedo está a per- ligar a estrada a Valpaços, ou Acha que pode haver in-
E até porque, e vou dizer aqui- Desde que eu me lembro os der terreno para Bragança e Vila flor, mas aqui do centro nin- compatibilidade, conflito de
lo que acho que nunca disse, empresários, os comerciantes, Mirandela? guém nos tira. E eu penso que interesses?
considero má política os polí- estão sempre contra o poder Nós nunca estivemos ao devíamos aproveitar isso. Há sempre. A realidade é
ticos serem empresários. Eu autárquico. O que é certo é que nível de Bragança e Mirandela. Macedo é o que é. Andou esta, há sempre. E às vezes
apoiei este executivo pesso- se calhar vão tendo razão pois Mirandela tem mais sete ou oito devagar demais. Tudo o que não são só directos, é com os
almente, na associação não isto cada vez está pior em ter- mil habitantes do que nós. E de fez, podia ter feito o dobro, e ti- pais, os avós, maridos, mu-
tinha nada que apoiar apenas mos empresariais, em termos Bragança nem se fala. Agora, nha feito o que fez em metade lheres e com os primos, há
colaborar com eles porque em comerciais, Macedo vai estando que nós podíamos estar melhor do tempo. As Piscinas podía- sempre. n
12 | 6 de Janeiro de 2011 | Cipreste |

Oficina: Ambiente com expressão


Decorre 15 de Janeiro no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros a oficina “Ambiente com
Expressão”, que explora a dramatização através de temas de carácter ambiental, destinado a
professores, animadores e técnicos na área do teatro. As inscrições são na biblioteca municipal.

Educação Ambiental
Cultura Novo livro de Fernando Mascarenhas

Livro “Energia em Vertigem


Sinfonia” D epois d’O
S a b o r
da Marmelada
Fresca (2008), e

N o passado dia 13 de De-


zembro, o Centro Cul-
tural de Macedo de Cavaleiros
Cafeína (2009),
Fernando Mas-
carenhas trouxe
foi o palco da apresentação do à estampa o livro
livro infantil “Energia em Sinfo- Vertigem, edita-
nia”. O livro, da autoria de Maria do pela recente
Helena Rodrigues e Maria José editora de Braga
Moreno com ilustrações de Ma- O Cão que Lê,
ria Campos pretende demons- apresentado em
trar o valor do aproveitamento Macedo de Ca-
energético para a sustentabili- valeiros em 4 de
dade da Terra. Dezembro e na
A Câmara Municipal de Ma- FNAC a 9 de De-
cedo de Cavaleiros, em conjun- zembro.
to com a Universidade de Coim- Vertigem é
bra, apoiou a edição deste livro um romance em
justificando que a educação que são contadas
ambiental continua a ser uma duas histórias, a
aposta do município maceden- primeira das quais
se. remete-nos para
O livro “Energia em Sinfo- os dois romances
nia” tem prefácio de Beraldino anteriores, o que
Pinto, presidente da Câmara dá a Vertigem o Vertigem de Fernando Mascarenhas
Municipal de Macedo de Cava- cariz de trilogia, ou mesmo se se dispensam um
leiros, e de Fernando Andersen que encerra, questionando ao outro”.
Guimarães, presidente da Co- “coisas tão importantes como A semelhança dos dois
Energia em Sinfonia de Maria Rodrigues e Maria Moreno
missão Nacional da UNESCO, a vida e a morte, e respectivos títulos anteriores, Vertigem
que também apoiou a publica- mecanismos de sustentação, o contou com a presença do
ção desta obra. alunos invisuais do ensino obri- Educação do Centro (DREC) e que é o corpo, o que é a alma, escritor A. M. Pires Cabral na
Este livro tem também uma gatório. Esta versão é co-edita- tem um prefácio da directora da se são complementares ou se apresentação em Macedo de
edição em Braille destinada aos da pela Direcção Regional de DREC. n pelo contrário são autónomos Cavaleiros. n

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Edições Imaginarium
comunicação com inovação
Cultura | Cipreste | 6 de Janeiro de 2011 | 13
Virginia do Carmo

A poesia cada vez


cativa mais pessoas
Cipreste - O que é o livro têm blogue, e existem blogues a nós, os estados de alma que
Sou e Sinto? fantásticos a nível de escrita, a tantas vezes atravessamos, são
Virgínia do Carmo - Sou e um nível geral, não só de poesia. comuns ao comum dos mortais,
Sinto é uma compilação de po- Alguns blogues que eu cito tam- portanto é normal que os leito-
esia. A maior parte foi publicada bém já têm obras publicadas. res se identifiquem com as situ-
no blogue Lugar dos Sentidos, ações, com os estados de espí-
que eu criei há um ano, mais ou Mas o processo de criação rito descritos nos poemas.
menos. É um livro de poesia, de um livro era, até bem pouco
basicamente e simplesmente, tempo, um processo solitário, E concretamente este livro
um livro de poesia. criado por apenas um indivíduo, o que é que retrata? Como é
o escritor. Embora ele pudesse que caracterizas o teu livro?
Qual é a diferença entre ser um personagem num mun- A estrutura do livro é diferente.
escrever para um livro e para do imenso, o processo de cria- Os poemas no blogue são publi- doem, é preciso que se diga. E altera-as?
um blogue? ção era muito pessoal. Agora é cados à medida que vou escre- aquilo que me dói, dói menos de- Sim, talvez. Ou seja, eu
O processo é o mesmo. Eu também interactivo. Isso muda vendo. Aqui foi-me sugerida uma pois de eu escrever. Mas enquan- quando falo em enredo é aquele
já disse isto mais vezes. O facto a maneira de escrever? estrutura interna para o livro, e eu to escrevo dói muito. Portanto é enredo burlesco. Normalmente
de eu escrever para um blogue, Falando por mim, no meu segmentei-o em vários temas a mais ou menos assim. É o que eu mesmo a literatura que eu pro-
faz-me sentir obrigada a escre- caso não muda a forma de es- que dei nome. Ou seja, analisei costumo dizer, e comigo funciona curo ler é a que tem uma carga
ver regularmente. Ou seja, eu crever. Mas enfim, não sei, pode os meus poemas e agrupei-os em assim, eu acho que dor supera-se emotiva maior e uma simbologia
tenho algum feedback no blo- eventualmente mudar pelo fe- temas. Do Nós e das Sombras, da através da sua vivência intensa. associada, do que propriamente
gue que me incentiva e obriga edback que eu recebo? Se me Noite, da Pele, da Dor e À Deriva. Nós não podemos ultrapassar a uma literatura burlesca com uma
a dar uma resposta que é publi- influenciam os comentários que Este À Deriva são sentimentos dor sem a consumir até à exaus- história engraçada de duas pes-
cada regularmente. Eu publico me deixam? Eu julgo que não, que não se agrupam, porque são tão, até ela se extinguir. Até por- soas que se conhecem e depois
mais ou menos um poema por que não influencia a forma como coisas, estados de espírito, mais que não sou nada adepta do con- no fim são felizes para sempre.
semana. É de certa forma uma eu escrevo. Mas motiva-nos a soltos, enquanto os outros são ceito de que para ultrapassar as Portanto é nesse sentido. Agora,
imposição pela positiva. escrever mais. Ou seja, nós à mais temáticos. Eu agrupei o livro coisas temos que fugir delas. a simbologia de situações e vi-
partida não escrevemos para ser desta forma, mas eles no blogue vências fascina-me mais do que
Esse feedback é por parte lidos. Eu não me considero uma não estão assim. Há pessoas que escrevem saber que duas pessoas estão
dos visitantes do blogue? escritora, como costumo dizer, poesia, e escrevem também no quarto, e a estante é verme-
Sim, é dos leitores do blogue, sou uma aprendiza de palavras. O tema do amor é uma cons- prosa. Mas a maioria ou es- lha, e a cama é amarela.
que deixam os seus comentários, Mas um escritor sente um efeito tante no teu livro. Porquê? creve poesia, ou escreve pro-
e cada vez mais. É claro que no positivo por ser lido. Aquilo que O amor é transversal às sa. Achas que é compatível Mas a maneira como des-
início eu tinha poucos visitantes. nossas vidas. É um sentimento escrever as duas? crevemos as pessoas que
que nos é transversal, as nos- Eu acho que é compatível. estão no quarto, pode alte-
O teu caso não é único. Há sas vivências acabam por ser Escrevo prosa também, e gosta- rar a percepção que o leitor
cada vez mais livros que nas- É bom sentir que afectadas pela maneira como va muito de investir nos contos. tem delas? Ou seja a maneira
ceram da blogosfera… Isto as pessoas se vivemos o nosso amor e afec- Tenho alguns contos que gosta- como escrevemos pode in-
indica que estamos perante tos em geral. Até porque muitos va de aperfeiçoar, que estou a fluenciar as emoções que o
processos de escrita diferen- identificam com o dos poemas não são de amor, trabalhar nesse sentido. Mas a leitor retira das palavras?
tes dos tradicionais? que escrevemos mas de afectos. minha prosa vai ter sempre um Eu acho que sim. E acho fas-
O processos da escrita, se bocado de poesia, porque eu cinantes os autores que conse-
calhar, é o mesmo, a divulgação
[quando escrevo] O facto de escreveres acho que a prosa de quem es- guem fazer isso, transportar-nos
é que é diferente. Eu acho que é exorcizo um bo- sobre sentimentos, faz com creve poesia é sempre um boca- para um cenário. Acho que nunca
positivo, porque no caso da po- que de alguma maneira os do diferente. É uma prosa com vou ser capaz de fazer isso. Eu
esia, por exemplo, eu cito e sou
cado aquilo que exorcizes, ou por outro lado, travo a poesia, não sei explicar ando ali às voltas, escrevo, mas
citada por muitos blogers da poe- me dói os intensifiques? Vives uma bem porquê. Tenho consciência, centro-me muito na carga emotiva
sia. Ao contrário do que se possa emoção de maneira diferente e se calhar é uma limitação mi- das personagens, e preocupo-me
imaginar, o que acontece é que a quando a escreves, e revives nha, que nunca serei capaz de muito com a descrição do estado
poesia é uma arte, uma activida- quando a voltas a ler? escrever muito descritivamente, de alma e do carácter idiossincrá-
de que cada vez cativa mais pes- escrevemos, que tem o efeito de No momento em que eu es- de fazer uma prosa descritiva e tico da personalidade das pesso-
soas. Eu vejo isso pelo blogue, pôr cá fora o que sentimos, que crevo, o sentimento que está no minuciosa, em termos de ela- as, isso é que me fascina. É uma
são imensas as pessoas que es- muitas vezes está a mais dentro poema fica completamente exa- boração de cenários. Portanto, escrita muito introspectiva. Se ca-
crevem poesia. É claro que não de nós e precisamos de pôr no cerbado naquele momento. É nunca vou poder ir muito por aí, lhar é uma coisa que eu também
vamos dizer que todos os blo- papel, é fruto de um processo como se crescesse imenso, fica não tenho esse talento digamos tenho de trabalhar, o fugir um bo-
gues de poesia são literalmente criativo. Para mim escrever é volumosíssimo, adquire uma in- assim. A mim fascina-me muito cadinho a isso.
bons ou sequer poesia. Alguns um pouco isso, tenho coisas que tensidade enorme. Depois, quan- mais o trabalhar as palavras em
blogues são apenas de desaba- preciso de dizer, e não vou an- do termino o processo de escrita, si, a construção a partir das pa- Então os teus leitores po-
fo. Mas existem blogues muito dar aí a dizer aos quatro ventos, fico mais leve. É como se a inten- lavras, mais do que propriamen- derão esperar um livro teu em
bons. Aliás a autora que prefa- portanto digo ao papel, escrevo. sidade do sentimento passasse te os enredos. É as palavras, as prosa, de contos, para breve?
ciou o meu livro, a Melo de Car- É bom sentir que as pessoas para o poema, e de facto exorci- emoções e os afectos. Para breve não. Não tenho
valho, tem um blogue muito bom. se identificam com o que es- zo um bocado aquilo que me dói, nada planeado. De facto, é uma
A Temas Originais tem publicado crevemos. Também porque os digamos assim. Eu gosto muito Então a maneira como coisa que eu gostava de con-
alguns autores interessantes que problemas que nos incomodam da palavra dor, porque as coisas nós descrevemos as coisas cretizar, agora vamos ver… n
14 | 6 de Janeiro de 2011 | Cipreste | Cultura

horóscopo ler ouvir


Capricórnio Sentirá alguma melancolia e
vontade de estar sozinho nes- O Tempo das The Platinum Collection
ta fase, mas é algo passageiro
22 de Dezembro
e que facilmente ultrapassará.
Crianças Alicia Keys
19 de Janeiro
Vários Colecção dos três álbuns
da consagrada compositora e
Aquário Nesta época deverá atribuir
cantora norte-americana. Em
maior importância aos que
primeiro, Songs In A Minor,
ama, e aos que em si depo-
20 de Janeiro de 2001, o grande álbum de
sitama a sua confiança. São
18 de Fevereiro estreia que foi antevisão da
eles que completam a vida.
qualidade da sua música. Em
Peixes Possível sucesso num empre- segundo, The Diary of Alicia
endimento ou negócio, portano Keys, de 2003, que superou
será uma boa altura para arris- o anterior e contou com várias
19 de Fevereiro colaborações de grandes artis-
car, ainda que de forma regra-
20 de Março da e mantendo garantias. tas. Por fim, a versão mais ma-
dura em As I Am de 2007. n
Carneiro Isole-se para ler e estudar, e
quando se sentir em pleno
avance para uma aventura, Vários autores juntaram a
21 de Março
20 de Abril
algo que lhe dê mais auto-co- sua mestria na escrita nesta Canta Vinicius de Moraes
nhecimento. antologia dedicada à infância, Eugénia Melo e Castro
no âmbito de um projecto de
Touro Poderá vir a sentir algumas apoio à organização SAVE
dificuldades financeiras, mas Magnífico álbum deste
THE CHILDREN, que se dedi-
não desespere pois a situação grande nome da arte portugue-
21 de Abril ca à erradicação da violência
é temporária. sa, da cantora, actriz e escrito-
20 de Maio contra crianças. Uma colec-
ra, nascida na Covilhã e que
ção de contos emocionantes
conta já com mais de 30 anos
Gémeos Aprofunde a relação com os e cheios de significância. n
de carreira. Neste álbum canta
outros e aproveite para em- a belíssima poesia e melodia
21 de Maio
barcar numa introspecção, e
conheça-se melhor.
Caderneta de do brasileiro Vinicius de Mora-
es, no seu registo muito próprio
20 de Junho Cromos e algo grave. Um álbum indis-
pensável para os fãs da poesia
Caranguejo Sentirá maior capacidade de Nuno Markl e da música ligeira. n
organização e terá melhores
resultados com menor esfor- Patrícia Furtado
21 de Junho

ver
ço. Aproveite para descansar
22 de Julho do ritmo mais acelerado.

Leão Encontra-se numa fase da sua


vida em que se vê a si e ao
que o rodeia de uma forma re-
Aniki Bóbó
23 de Julho
alista, prática e sem fantasias.
22 de Agosto Tente manter esse estado. Manuel de Oliveira

Virgem Disponha-se a analisar o seu


Finalmente em DVD a
passado e tente mudar em
primeira longa metragem
si aquilo que não gosta. Terá
23 de Agosto do centenário realizador
então mais calma e apciência
22 de Setembro Manoel de Oliveira, filmado
para o que o rodeia.
em 1942, considerado filme
Balança Nesta altura vai sentir vonta- Em papel, finalmente, de culto e uma das suas
de de fazer alfo mais, avan- a tão aclamada rúbrica de bras primas do. Baseado no
çar, abraçar novos projectos. Nuno Markl na Rádio Comer- conto Os Meninos Milioná-
23 de Setembro rios, de João Rodrigues de
Aproveite a energia para se cial, que incluí histórias várias
22 de Outubro debruçar sobre o trabalho. Freitas, uma históriua em
e muito divertidas do cresci-
mento nas décadas de 70 e torno dos amores de dois
Escorpião Não se isole, nem seja egoís- 80. Esta edição ilustrada por rapazes na cidade do Porto,
ta. Junte-se aos seus amigos Patrícia Furtado, esconde um e das peripécias naturais da
23 de Outubro e tente participar em mais acti- humor impossível de resistir idade. Uma visão nostálgica
vidades de grupo. e uma nostalgia deliciosa de do Porto da década de 50,
21 de Novembro algo contemplativa mas in-
sentir. n
teressante, algora em nova
Sagitário Maior capacidade para se versão digital. n
concentrar em si, nos assun-
tos pessoais, mas tente não
Ofício Cantante
22 de Novembro
21 de Dezembro
ignorar aqueles que precisam Herberto Helder
da sua ajuda. O Escritor Fantasma
visitar Roman Polansky
Roman Polansky de
regresso, ainda rodeado
XV Feira da Caça e Turismo a nível pessoal de intrigas
e acusações, mas profis-
27 a 30 de Janeiro, Macedo de Cavaleiros sionalmente irrepriensível.
Aproveite para visitar, de Continua a ter olho mágico,
27 a 30 de Janeiro de 2011, neste suspense político, re-
a XV Feira de Caça e Turis- cheado de intrigas, traições
mo, no Parque Municipal de e mistério. O filme conta a
Exposições de Macedo de hstória de uma escritor, in-
Cavaleiros. Recuperação do título dado terpretado por Ewan Mc-
O programa deste ano in- à antologia editada em 1967, Gregor, contratado para
clui montarias, a IV Copa Ibé- nesta nova edição que inclui terminar as memórias de
rica de Cetraria, o VI Prémio alguns poemas inéditos, ou- um ex-primeiro ministro bri-
Galaico-Português da Prova tros retrabalhados, para além tânico, interpretado por um
de St. Humberto, e o IV Raid dos poemas do já esgotado A muito sério Pierce Brosnan,
Turístico da Feira de Caça, Faca Não Corta Fogo, editado após a morte do seu escritor
entre outras actividades. em 2008. Uma colecção muito fantasma. Com a acusação
A feira contará com expo- completa deste autor recluso, do envolvimento do político
sitores portugueses e espa- mas que mantém o nível da em crimes de guerra, o tra-
nhóis. n poesia surreal e profunda. n balho torna-se perigoso. n
Publicidade | Cipreste | 6 de Janeiro de 2011 | 15

Pequenos electrodimésticos
Artigos de decoração

!
Loiças

r i u Vidros e cristais

Já ab Brinquedos
Artigos de papelaria
Artigos de limpesa
Calçado
Estacionamento Vestuário
Artigos de iluminação
Bricolage
Ferramentas

a maior loja de utilidades


da região
16 | 6 de Janeiro de 2011 | Cipreste |

Eleições Presidenciais 2011


As eleições presidenciais 2011 em Portugal estão agendadas para dia 23 de Janeiro, e O Presidente da República já con-
tactou os candidatos oficialmente apresentados sobre a data escolhida. Sabe-se também que a campanha arranca a 9 de
Janeiro e termina no dia 21.

Presidenciais 2011
Aníbal Cavaco Silva Defensor Oliveira Moura Fernando Nobre
Actual Presidente da República desde Candidato Independente Candidato Independente
2006, apoiado pelo Partido Social Demo- Deputado do PS
crata, pelo CDS – Partido Popular e pelo
Movimento Esperança Portugal

N asceu em 1939, e é o único líder partidário a


conquistar duas maiorias absolutas consecu-
tivas, tornando-se o Primeiro-Ministro português que
A os 64 anos Defensor Moura candidata-se pela pri-
meira vez à Presidência da República, contando
já com uma longa, ainda que polémica carreira política.
N asceu em Angola, em 1951 e formou-se em
Medicina na Universidade Livre de Bruxelas,
na Bélgica.
mais tempo permaneceu em funções, de 1985 a 1995. Licenciado em Medicina e Cirurgia, especializado Foi administrador dos Médicos Sem Fronteiras na
Nesses anos fez-se a reforma fiscal que introduziu em Medicina Interna, veio a tornar-se Director Clínico Bélgica, e é um dos fundadores da Assistência Médica
o IRS e o IRC, privatizaram-se empresas públicas, re- do Hospital de Viana do Castelo, bem como Membro Internacional (AMI), e através desta organização não-
formaram-se as leis laborais e agrárias e liberalizou-se Fundador da Federação Portuguesa de Dadores Bené- governamental, da qual é ainda presidente, participou
a comunicação social, criando-se a televisão privada volos de Sangue e Presidente do Conselho Distrital da em inúmeras investigações, cirurgias e expedições em
e permitindo mais liberdade de informação. Portugal Ordem dos Médicos de Viana do Castelo. mais de 70 destinos mundiais.
cresceu economicamente acima da média europeia, o Exerceu o cargo de Presidente da Câmara de Via- Mantém os seus cargos de Professor Catedrático
que tornou Cavaco Silva mais popular. na do Castelo de 1994 a 2009, e como autarca ganhou da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa,
Licenciado em Finanças, dedicou-se durante um protagonismo ao defender a demolição do prédio Cou- professor convidado na Universidade Autónoma de
período à investigação por bolsa de Fundação Ca- tinho, em Viana do Castelo, e ao rejeitar a adesão da Lisboa e no Instituto Superior de Ciências Policiais e
louste Gulbenkian, bem como ao ensino, e mais tarde cidade minhota à Comunidade Intermunicipal do Minho- Segurança Interna, bem como o de conferencista no
completou o Doutoramento em Economia Pública na Lima. Foi defensor acérrimo da abolição das touradas, Instituto de Estudos Superiores Militares.
Universidade de York, no Reino Unido, em 1971. e conseguiu tornar Viana do Castelo na primeira cidade Do seu reportório constam inúmeros reconheci-
Passou pelo Banco de Portugal, onde foi director do portuguesa anti-tourada. mentos, honras e medalhas, nacionais e internacio-
Departamento de Estatística e Estudos Económicos, Quanto a legislaturas, muitos anos passaram entre nais, muitas delas atribuídas por organizações ligadas
mas manteve-se sempre ligado ao ensino, até atingir o os dois mandatos, o de 1986, pelo Partido Renovador à prevenção da violência, da pobreza, bem como a ins-
grau de Professor Catedrático em 1979. Democrático, e o actual, iniciado em 2009, pelo Partido tituições de apoio a crianças e jovens.
É membro do Partido Social Democrata desde a Socialista. Quanto à sua vida política, não se encontra ligado a
sua fundação, e foi eleito para Presidente da República nenhum partido em particular, tendo participado numa
em 2006, cargo que ainda ocupa. Manifesto convenção do Partido Social Democrata em 2002, en-
quanto em 2006 foi membro da Comissão de Honra e
Manifesto O mote da sua campanha é “Contra a resignação”, da Comissão Política da candidatura de Mário Soares
e encontra-se disponível na sua página de internet à Presidência da República, e já em 2009 foi manda-
O mote da campanha é “Acredito nos Portugueses”, (www.defensormoura.com) o manifesto completo as- tário nacional da candidatura do Bloco de Esquerda às
e o seu manifesto encontra-se disponível na página de sociado à sua candidatura à presidência. eleições europeias.
internet associada à sua candidatura (www.cavacosil- Defende o mandato único para a Presidência da
va.pt). República, por achar que a possibilidade de um segun- Manifesto
Afirma que tem vindo a alertar para o caminhar para do mandato torna o cargo susceptível a “flexibilidade
uma “situação explosiva”, algo que a crise veio a con- táctica”, como o próprio descreve, o que afirma tem-se O seu mote é “Recomeçar Portugal”, e encontra-
firmar, e que se tivessem seguido o rumo por ele suge- verificado numa altura de crise como esta. se disponível na sua página internet e blogue (www.
rido, poderia ter-se evitado os agravamentos abruptos É um dos maiores apoiantes da descentralização fernandonobre2011.com) as ideias e acções que pre-
das contribuições das famílias portuguesas. do poder e autonomia administrativa das regiões portu- tende implementar caso seja eleito.
Considera que o Presidente da República deve ser guesas, considerando que a regionalização deveria ser Considera que a esperança está na mudança, e
um moderador de conflitos, e deve estar livre de pres- feita, e o seu aval obtido por referendo e não através não se encontra nem à esquerda, nem à direita, nem
sões partidárias, agindo apenas como um guia do rumo de decisão parlamentar. Considera que os custos, os ao centro, mas antes nas acções, na justiça, na liber-
a tomar, apontando opções estratégicas e desígnios desperdícios e a burocracia seriam menores se as de- dade, na ética, na solidariedade e na transparência na
nacionais. cisões fossem tomadas a nível local. vida pública. Por isso, desconsidera a retórica e defen-
É defensor de que o Estado exerce funções regu- Classifica como “um cancro maléfico” o clientelismo de que a obra demonstra o valor, e que Portugal preci-
lamentadoras que não podem ser postas em causa, e que afirma existir na administração pública e no sector sa de trabalho e honestidade para sair da crise.
que a recente crise económico-financeira tem origem empresarial do Estado, que descredibiliza o Estado e Ao longo da sua vida abriu inúmeros Centros So-
não nos mercados em si, mas na má regulamentação e desperdiça fundos e meios. ciais que apoiam milhares de portugueses, algo que
fiscalização que se fez dos mesmos. Portanto, defende Salienta nos seus discursos que tomou a decisão lhe serve de base de identificação com os portugueses
que é necessário encontrar mecanismos eficazes de de se candidatar sozinho, não é a “lebre” de Manuel em crise, permitindo-lhe conhecer a realidade do de-
detecção e punição de infracções nos mercados, conti- Alegre, como têm afirmado alguns comentadores e semprego e das dificuldades de muitas famílias, dos
nuando a defender o actual modelo económico global. membros da imprensa. Pensa que Manuel Alegre, o baixos salários e reduzidas reformas.
Nas suas inúmeras visitas pelo país, encontrou candidato do Partido socialista, porque se encontra Defende que o que Portugal precisa é da mobili-
jovens e projectos empreendedores, bem como em- demasiado à esquerda, e não se pode vencer sem ga- zação e coordenação de todos os sectores sociais e
presas inovadoras, e acredita que se Portugal mudar nhar o centro. Assim, com esta sua candidatura inde- produtivos, motivando e reconhecendo a excelência,
a sua orientação das políticas públicas, tem todas as pendente, pretende criar um obstáculo real a Cavaco fomentando a capacidade de trabalho e a capacidade
ferramentas para sair da crise. Silva, obrigando-o a disputar uma segunda volta. empreendedora, só assim podendo evoluir.
Presidenciais | Cipreste | 6 de Janeiro de 2011 | 17

Francisco Lopes José Manuel Coelho Manuel Alegre


Candidato apoiado pelo Partido Comu- Candidato apoiado pelo Partido da Nova Candidato apoiado pelo Partido Socialis-
nista Português e pelo Partido ecologista Democracia ta, pelo Bloco de Esquerda e pelo Partido
“Os Verdes” Democrático do Atlântico

T em 55 anos, é electricista formado pela Escola


Industrial Marquês de Pombal, e é membro do
Comité Central do PCP desde 1979, e membro do par-
N ascido em 1952, na Madeira, é deputado
pelo Partido Nacional Democrático (PND) à
Assembleia Regional da Madeira.
N asceu em 1936 e frequentou o curso de Direito,
na Universidade de Coimbra, tendo participado
activamente no movimento estudantil.
tido desde 1974. Membro do Partido Comunista Português até Após ter sido preso pela PIDE, em 1964, por tentativa
Participou na actividade associativa do movimento 1999, em 2007 decidiu integrar as listas do PND para de revolta militar em Luanda, acaba exilado em Argel onde
estudantil no Instituto Industrial de Lisboa, de 1972 a as eleições da Região Autónoma da Madeira. se torna dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacio-
1974, foi activista do Movimento Democrático, e par- O seu percurso político encontra-se marcado nal. É o locutor de A Voz da Liberdade, e lança dois livros
ticipou no III Congresso da Oposição Democrática em por polémicas, e por uma atitude, considerada por que apesar de censurados pelo regime, passam de mão
Aveiro e no Encontro da CDE em Santa Cruz. muitos, excessivamente populista. São muitas as si- em mão na clandestinidade. Poemas seus cantados por
Trabalhou na Applied Magnetics, onde foi membro tuações complicadas que têm criado na Assembleia Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e
da Comissão de Trabalhadores e dá célula do PCP da Legislativa Regional. Luís Cília, tornam-se hinos na luta pela liberdade.
empresa. Participou na acção sindical do Sindicato dos Foi julgado pelo crime de difamação de Savino É membro do Partido socialista desde a sua funda-
Electricistas do Distrito de Lisboa. Correia, deputado do PSD Madeira e condenado a ção, e participou na elaboração e aprovação da consti-
Foi eleito Deputado da Assembleia da República cumprir trabalho comunitário. tuição em 1976, de cujo preâmbulo é redactor. É Vice-
pelo Círculo Eleitoral de Setúbal. É um forte contestatário a Alberto João Jardim, presidente da Assembleia da República desde 1995 e é
muitas vezes mencionando o seu mandato como um membro do Conselho de Estado. Candidatou-se em 2004
Manifesto Regimento, e usando um relógio de parede ao pes- a Secretário-geral do PS, e em 2005 a Presidente da Re-
coço como forma de protesto. pública, como candidato independente, tendo ficado em
É o candidato do Partido Comunista Português, e Em 2008, como protesto pela ausência de co- segundo lugar.Em 2009, após 34 anos, deixou o seu lu-
afirma-se como tal na sua declaração de candidaturas, memorações do 25 de Abril na Assembleia Regio- gar de Deputado.
que se encontra publicada na secção “Razões” da sua nal, apresentou ao plenário uma bandeira Nazi, que É escritor e poeta e tem inúmeras obras publicadas,
página internet (www.franciscolopes.pt). depois ofereceu a Jaime Ramos, líder parlamentar. em mais de dez idiomas.
Considera que Portugal se encontra num rumo de Por este acto foi impedido no dia seguinte, por segu-
declínio, de descaracterização do regime e de ataque ranças privados, de entrar na Assembleia, situação Manifesto
à soberania e independência nacionais, e que é neces- que gerou controvérsia e obrigou a Assembleia da
sário mudar de direcção. República a interromper a discussão do Orçamen- Defende que será “Um Presidente Justo e Solidário”,
Para si, a situação em que nos encontramos é to para 2009, para discutir o estado da democracia e o seu manifesto encontra-se publicado na sua página
produto de três décadas de governação alternada do na Madeira. A decisão da Assembleia Regional foi de internet (www.manuelalegre.com).
Partido Socialista e do Partido Social Democrata, com considerada inconstitucional e José Manuel Coelho É contra a entrada do FMI em Portugal, e considera
ou sem o CDS - Partido Popular, que fomentaram o voltou a ocupar o seu lugar. ser esta a altura de lutar e mudar.
retrocesso e criaram desigualdades sociais, com os Considera que o défice, além das contas públicas, é
aumentos dos preços e impostos, diminuição de poder também social, de emprego, de saúde e de cultura, mas
de compra, cortes salariais, e galopante precariedade acima de tudo, de confiança e esperança. E para voltarmos
laboral, tudo isto acentuando o panorama de injustiça Manifesto a uma Europa democrática, diz ser necessário libertar o
social. Não aprova os cortes nas prestações sociais, e país das instituições financeiras que estão a pôr em causa
acha escandaloso o contraste desta realidade com os direitos fundamenteis e a desmantelar serviços públicos.
apoios dados às grandes empresas e capitais. Não tem mote, mas garante que está na corrida Para ele a crise é uma de desorganização política,
Considera que o país estagnou e está mal apro- para a Presidência de forma séria e que acima de que deu força aos poderes financeiros e especulativos,
veitado, com o declínio da agricultura, das pescas e tudo pretende combater a corrupção e reformular a retirando soberania aos valores do trabalho e da produ-
da indústria, da degradação florestal e do não aprovei- justiça, não apenas a nível local, mas nacional. ção. Por isso a mudança tem de ocorrer, diz, a nível polí-
tamento dos recursos marítimos. Por isso, vê poucas Diz que a sua campanha, que tem sido feita num tico e não apenas económico.
opções para os jovens, cujas capacidades ficam assim carro funerário com a inscrição “Candidatura Presi- Acusa o actual presidente de ser ambíguo e de se
subaproveitadas. dencial – Coelho ao poleiro”, não é contra Alberto esconder atrás de silêncios, e de nada ter feito para evitar
Defende que para corrigir esta situação de crise, João Jardim, apesar de querer denunciar as situa- a crise, ou gerar uma verdadeira discussão em torno dos
é necessária uma dissociação do capitalismo imposto ções anti-democráticas que ocorrem na Madeira, problemas que eram evidentes. Promete, caso seja elei-
pelas grandes potências, e das privatizações de bens mas antes contra todos os candidatos à presidên- to, exercer o cargo como um regulador, um moderador
e sistemas públicos, e que é necessário regressar à cia. político, capaz de mobilizar e inspirar o debate em torno
Constituição de Abril onde, considera, se defendia o Garante que vai queixar-se à Comissão Nacional de grandes temas. Não será neutro em relação ao cliente-
verdadeiro interesse da sociedade, dos trabalhadores de eleições por ter ficado de fora dos debates tele- lismo, à necessidade de reformar a justiça, na defesa dos
e da justiça. visivos. direitos sociais, nem na transparência na vida pública.
18 | 6 de Janeiro de 2011 | Cipreste |

Ano novo, vida nova


http://noticias.sapo.pt/cartoon/

A solta na net
Impressão digital Factura da EDP: Contribui- de 3 milhões de Euros… Reencaminhar para toda a
ção Audiovisual??! Mas isso Onde anda esse dinhei- lista e também para:

Prendas e subornos é afinal exatamente o quê??!! ro???


Eu quero saber… e se me
DECO – Associação Portu-
guesa Defesa do Consumidor
Factura EDP disserem que é para a RTP eu - decolx@deco.pt
Enquanto autarca Já toda a gente reparou na exijo a devolução do dinheiro. Recebi esta informação por
factura da EDP que recebe em Afinal pago a TVCabo para ter e-mail, mas a ser verdade é re-
aceitarei prendas que casa? TV, outros pagam a TVTel, ou- almente uma grande vergonha.
Contribuição Audiovisual tros a Cabovisão, etc. Gostaría de ouvir a vossa opi-
possam ser encami- pelo valor de 3.42 Euros??? Vamos a reencaminhar, an- nião e se de facto, concordam
E porque temos nós, portu- damos a ser comidos por par- ou sabem se isto corresponde
nhadas para o Banco guesinhos, de pagar isto??? vos e ninguém faz nada… à verdade.
Eu não pedi nada de Audio-
Alimentar contra a visual… estou a pagar porquê e
para quem??? http://nunoconde8.wordpress.com/2008/01/12/
Fome. E para onde vai esse dinhei- factura-da-edpcontribuicao-audiovisualmas-isso-e-
ro??? afinal-exatamente-o-que/
1 milhão de facturas dá mais
Por:Francisco Moita Flores,
Professor Universitário

Quando tomei posse como enviam numa escala inimaginá-


presidente da Câmara de San- vel. Acabei com essa tradição.
tarém fui confrontado com a Não existe tempo para apre-
quantidade de prendas que ciar um cartão de boas--festas
chegavam ao meu gabinete. quando se recebe milhares e se Consultas à Delegação valor da contribuição não varia cará:
Era a véspera de Natal. Para expede milhares. em função do volume de con- - A comunicação do seu pe-
Regional da DECO -
um velho polícia, desconfiado e sumo de electricidade, sendo o dido de recusa para a RDP.
vivido, a hecatombe de presun- Quanto às restantes pren-
Associação Portuguesa valor igual para todos os consu- - O pagamento dos duodé-
tos, leitões, garrafas de vinho das, por não conseguir acabar para a Defesa do midores. cimos em falta em dobro.
muito caro, cabazes luxuosos com o hábito, alterei-o. Foi en- Consumidor no Algarve As receitas obtidas através - A RDP mandará proceder
e dezenas de bolos-rei cheirou- viada nova carta em que infor- desta contribuição destinam-se à execução fiscal dos valores
me a esturro. Também chega- mámos que agradecíamos to- “Contribuição Audiovisual” a financiar o serviço público de não pagos.
ram coisas menores. E coisas das as prendas que enviassem. “Uma vez que tenho aces- rádio (RDP) e o segundo canal - Aos valores em dívida se-
nobres: recebi vários ramos de Porém, pedíamos que fosse em so a televisão, internet e te- da televisão pública (A:2) já que rão acrescidos juros de mora á
flores, a única prenda que não géneros de longa duração para lefone pela TV Cabo posso nenhum deles beneficia de re- taxa anual em vigor.
consigo recusar. serem ofertados ao Banco Ali- solicitar á EDP que deixe de ceitas publicitárias. Assim e pelo exposto, o pa-
mentar contra a Fome. Teve um me cobrar a Contribuição Au- Assim, deverá ser desconsi- gamento do valor da contribui-
Decidi que todas as pren- duplo efeito: aumentou a quan- diovisual?” derado o email que actualmente ção audiovisual, que não mais
das seriam distribuídas por tidade de dádivas que agora se encontra a circular na Inter- é do que um imposto, é devido
instituições de solidariedade têm um destino merecido. E as- A DECO informa … net, que incita os consumidores pelos consumidores, que de-
social, com excepção das flo- sim, nos últimos dois Natais re- A Contribuição Audiovisual a reclamarem junto da EDP o verão proceder ao pagamento,
res. No segundo Natal a coisa cebemos cerca de 8 toneladas (antiga taxa de radiodifusão) cancelamento do pagamento aquando a recepção da factura
repetiu-se. E então percebi que de alimentos. serve para financiar o serviço da contribuição audiovisual. de electricidade .
as prendas se distribuíam por público de radiodifusão e televi- Este e-mail traz, inclusivamen-
três grupos. O primeiro clara- Conto isto a propósito da são e é cobrada indirectamente te, em anexo, uma minuta para
mente sedutor e manhoso que proposta drástica que o PS quer através da factura da electrici- os consumidores enviarem por A DECO reserva-se do di-
oferecia um chouriço para nos levar ao Parlamento que consi- dade. fax para a EDP. reito de sintetizar as questões
pedir um porco. O segundo, dera suborno qualquer oferta A lei começou por restringir Chamamos, finalmente, a para melhor compreensão. As
menos provocador, resultava feita a funcionário público. Se o pagamento aos consumidores atenção aos consumidores de respostas são efectuadas em
de listas que grandes empre- ao menos lhe pusessem um va- domésticos. Mas, logo no Orça- que a recusa do pagamento da função da natureza da questão
sas ligadas a fornecimento de lor máximo de 20 ou 30 euros, mento para 2004, a Assembleia contribuição audiovisual, impli- em causa.
produtos, mesmo sem relação ainda se compreendia e seria da República autorizou o Go-
directa com o município, que razoável. Em vários países do verno a estender tal pagamento http://www.regiao-sul.pt/informa.
enviam como se quisessem mundo é assim. Aqui não. Quer a todos os consumidores, do-
recordar que existem. O tercei- passar-se do 8 para o 80. O php?refnoticia=468
mésticos e não domésticos.
ro grupo é aquele que decorre que significa que nada vai mu- Actualmente a lei apenas
dos afectos, sem valor material dar. Por isso, fica já claro que permite a isenção da aplicação
mas com significado simbólico:
flores, pequenos objectos sem
valor comercial, lembranças de
não cumprirei essa lei enquanto
funcionário público. Enquanto
autarca aceitarei prendas que
deste imposto aos consumi-
dores que não atinjam os 400
kWh por ano, o que implica que
O Mundo
Natal. Além de tudo isto, o cor-
reio é encharcado com milhares
de postais de boas-festas que
possam ser encaminhadas para
o Banco Alimentar. E jamais de-
volverei uma flor que me seja
apenas uma pequena percenta-
gem dos consumidores o possa
fazer.
ao Leu
instituições públicas e privadas oferecida. O valor da contribuição au-
diovisual é determinado anual-
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/ mente. Para 2009 esse valor foi http://noticias.
f-moita-flores/prendas-e-subornos fixado em 1,75 euros por mês sapo.pt/cartoon/
(acresce IVA a 5%). Assim, o
| Cipreste | 6 de Janeiro de 2011 | 19

Cavaleirada Ó Maria, então este ano


não fizeste presépio?
E por este andar, se calhar não
Pois. A Câmara decidiu temos feira de São Pedro!
cortar a despesa do
concurso.
!?!
!?

Juliano Silva

Suaves
Sabia que... Macedo no seu melhor

… Apenas ¼ das pessoas que geralmente iam à ceia


de Natal da autarquia marcaram presença este ano? Era
necessário pagar 5 euros e era só para funcionários.

… A assembleia municipal custa 61.500 euros?

… Os doentes que tenham rendimentos superiores ao


ordenado mínimo vão ter de pagar o transporte de ambu-
lância em situações que não sejam consideradas urgen-
tes.

… A Cercimac tem ideias criativas para obter financia-


mento? Foram os únicos a conseguir um presépio, ou pai
natal…, nas ruas da cidade.

… Os bombeiros de Macedo tem um novo limpa-neves.


É o segundo e tem vários acessórios para além de es- Iluminação de Natal em Morais
palhar sal e limpar a neve das estradas. Custou 60.000
euros.

…O artigo 37 da constituição Portuguesa fala da liber-


dade de expressão?
Artigo 37.ºLiberdade de expressão e informação
1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremen-
te o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por
qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de
se informar e de ser informados, sem impedimentos nem
discriminações.

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5340 Macedo de Cavaleiros Iluminação de Natal em Macedo de Cavaleiros

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20 | 6 de Janeiro de 2011 | Cipreste | Macedo

Apesar dos cortes do Estado

Orçamento cresce 10%

Central de camionagem pode ser uma realidade em 2011

D
ia 16 de Dezembro em que há um aumento de cer- humanos continuam a aumen-
foi aprovado o or-
çamento municipal
ca de 3 milhões de euros devido
à participação em programas
tar. Há em relação a 2010 um
aumento de 4.5%; no ano pas-
Para o ano 2011 a autarquia
para 2011, em Assembleia mu- comunitários co-financiados. sado, ano seguinte às eleições, destaca os seguintes investimentos:
nicipal interrompida para um Ainda sobre a receita, o o aumento foi mais evidente, já
jantar de Natal. executivo de Beraldino Pinto que o aumento de 2010 em re-
Para Beraldino Pinto, “com tem expectativas de recolher lação a 2009 é de 10.7%, que Biblioteca e arquivo Requalificação urbana de
este orçamento, e apesar das mais 67% em rendas do que o representa cerca de 500.000 municipal Macedo de Cavaleiros
limitações impostas pelo Or- ano passado, a que correspon- euros a mais. 329.000 euros 2.285.000 euros
çamento de Estado de 2011, de um aumento de 1.0 milhões Em relação às despesas fi-
através da redução de transfe- de euros em 2010 para 1.65 nanceiras, o valor previsto para Pavilhão gimnodesportivo de Beneficiação do troço urbano
rências, há uma aposta clara milhões em 2011. Para este au- 2011 é 1.82 milhões de euros, Morais da EN 102
no investimento de proximidade mento contribui essencilamen- semelhante ao valor orçamen- 300.000 euros 670.000 euros
de forma a que o investimento te um aumento da renda paga tado em 2010, 1.86 milhões de
público seja um estimulo e uma pelo parque eólico instalado na euros. Requalificação do pavilhão Criação de parques de esta-
alavanca da economia do con- serra de Bornes, que passa de Segundo o documento de municipal de Macedo de cionamento
celho.” 226.000 euros, para 400.000 orçamento e plano, a autar- Cavaleiros 630.000 euros
euros e pelas águas de Trás- quia prevê um endividamento 375.000 euros
Receita os-Montes, com um aumento de cerca de 11.700 milhões de Infra-estruturas na Zona
que passa de 60.000 euros em euros em 31/12/2011, o que é Requalificação e Beneficia- industrial de Macedo de
O documento que conden- 2010 para 250.000 em 2011. inferior ao limite previsto na lei ção das piscinas municipais Cavaleiros
sa todas as opções de investi- As expectativas da autar- das finanças locais, meta que 98.000 euros 347.000 euros
mento e de fontes de receita do quia são também o encaixe fi- não foi alcançada em 2010.
município para o ano de 2011 é nanceiro de 3.5 milhões de eu- Beneficiação de edifícios no Construção da Central de
caracterizado por um aumento ros pela venda de terrenos. Já Investimentos âmbito do projecto “sitio de Camionagem
da receita em cerca de 10%, no plano e orçamento de 2010 Morais”
em relação ao ano anterior, que a rubrica tinha uma dotação de São os investimentos os 281.000 euros Beneficiação da Casa dos
passa de 27,7 milhões de euros 4.4 milhões de euros, mas, pelo responsáveis por grande parte Magistrados
para 30,3 milhões em 2011. que o Cipreste conseguiu apu- da despesa orçamentada para Equipamentos de informa-
Apesar dos tão falados cor- rar, recentemente a autarquia o ano 2011. Como já foi dito ção no âmbito do projecto Centro Ambiental de Macedo
tes orçamentais, mesmo por pôs em hasta pública a venda atrás, grande parte do financia- “Macedo Natura” de Cavaleiros
parte da administração central, de alguns terrenos mas não mento para as obras previstas 125.000 euros
o orçamento apresentado por apareceram interessados em para este ano tem origem em
Beraldino Pinto reflecte um au- consumar negócio. programas co-financiados. Na
mento das transferências cor- caixa do texto estão os princi-
rentes por parte do estado, que Despesa pais investimentos que a au- três razões para justificar esse se como deve ser” e por ultimo
passa de 7,7 milhões de euros tarquia se propõe realizar em voto: “A primeira, é que mais “é vergonhoso o tratamento
para 8,3 milhões em 2011 o Apesar do Estado ter dimi- 2011. uma vez e como vem sendo dado às Freguesias do Partido
que se deve essencialmente a nuído o salário aos funcionários hábito, a oposição não foi tida Socialista,o que não está cor-
participação em programas co- públicos com vencimentos su- Voto contra nem achada na elaboração recto sendo uma atitude anti-
munitários co-financiados. O periores a 1.500 euros mensais, deste documento”, por outro democrática e de falta de res-
mesmo acontece em relação em cortes que podem variar en- O partido socialista votou lado, “o documento foi entregue peito para com as populações
às transferências de capital por tre 3.5% e 10%, as despesas contra a aprovação do orça- para análise em cima da hora, das freguesias que estão em
parte da Administração Central da autarquia com os recursos mento. Foram apresentadas não sendo possível uma análi- causa”. n

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