qualquer estágio de vida é particularmente importante nos dois períodos polares: no período educativo propriamente dito, ou seja, infância e adolescência e na velhice. A população idosa é proveniente de uma época com marcados valores culturais, nos quais a família ampliada exercia um importante papel. A convivência com avós tios primos fazia parte do quotidiano e respondia ás necessidades de apoio dos seus membros A família como formadora de estruturas sociais Há algumas décadas, em certos sectores, se prevê o desaparecimento da família como estrutura válida para a sociedade de futuro.
Nas sociedades avançadas existem
instituições, que substituem a família nas funções “históricas”. Qual a função que é verdadeiramente própria da família? - Cabe à família realizar o nascer, viver e morrer segundo exigências de amor radical, incondicional e devido. A família como centro de intimidade
No meio familiar cria-se um ambiente
intimo onde se partilham vivências O membro idoso tem muito a contribuir aos demais membros da comunidade familiar, pois tem uma maior história pessoal para partilhar e representa a história da estrutura familiar.Isto faz com que a pessoa mais velha se sinta útil na família. A família como centro de abertura
É importante que dentro da família os jovens
convivam com idosos, que reconheçam as diferenças entre as pessoas e consequentemente as diferentes necessidades de cada um. Toda a perspectiva do desenvolvimento cultural de uma determinada época passa lentamente pela convivência entre gerações A família e a saúde do idoso
O conceito de saúde, segundo a
organização mundial de saúde, é o estado de bem estar físico, psíquico e social, logo é necessário caracterizar a situação familiar para saber se se trata de um idoso sadio ou doente. A família como elemento diagnóstico
O paciente idoso frequentemente
apresenta uma multiplicidade de sintomas e sinais, que geralmente correspondem a uma multiplicidade de doenças. O conhecimento das condições de apoio familiar, ambiente físico e psíquico do idoso é fundamental para o diagnóstico e programação terapêutica. A família como elemento terapêutico
A velhice traz consigo uma queda de
capacidade de adaptação, tanto ao nível dos sistemas orgânicos, bem como nas suas características psicossociais (ainda mais evidentes). Esta incapacidade de adaptação justifica a dependência ao ambiente familiar e a dificuldade que muitas vezes os idosos sentem para se integrarem num lar. O idoso é muito dependente do ambiente familiar(onde considera ter mais estabilidade e protecção) e por isso aceita melhor qualquer acção diagnostica ou terapeuta que tenha em conta a ligação idoso/ família A mudança de perfil social de família (de família alargada para família nuclear) diminui as possibilidades desta ser um elemento terapêutico. Por vezes é exigida a institucionalização do idoso. No caso de institucionalização é importante:
Manter dentro da instituição um
ambiente familiar A instituição facilitar os horários das visitas familiares, estimulando o apoio destas ao idoso Considerar possibilidades intermediárias à institucionalização (centros de convivência, centros de dia) Os cuidadores informais
Alguém que sem formação profissional
se dispõe a dar aos doentes os cuidados indispensáveis. Como na maioria das vezes os cuidadores informais são membros da família, é importante estudar este ambiente para saber quem vai prestar os cuidados necessários ao idoso. As síndromes de insuficiência familiar no idoso
Dada a importância da família como órgão de
apoio e de saúde, a impossibilidade do idoso dispor destes recursos, poderá levá-lo a revelar problemas a nível físico social e psíquico A falta de apoio familiar poderá levar o idoso a situações de agressão (potencial ou efectiva) Síndrome do filho único
A representação mais comum:
Um idoso dependente nas suas actividades de vida diária, depende de um só filho, que trabalha e não pode dar a atenção em tempo integral que a situação exige. Nestes casos, muitas vezes os idosos acabam por ser institucionalizados. È importante ressaltar que não se trata de uma rejeição por parte da família mas de uma verdadeira incapacidade. Síndrome de maus tratos ao idoso
O idoso sofre de maus tratos físicos ou
psíquicos por parte dos cuidadores, o que vai comprometer a qualidade de vida do paciente. O idoso e a institucionalização
A decisão de viver numa instituição não
é fácil, e nunca deve ser tomada de ânimo leve. Existem muitos factores que devem ser ponderados no sentido de tentar saber o que é melhor para o idoso. Motivos que levam o idoso a entrar para um lar:
Problemas de incapacidade ou dependência
física Falta de recursos económicos para manter a sua casa Viuvez Mau relacionamento com a família Não querer dar trabalho à família Solidão outros Resposta do idoso face à sua entrada para um lar
Estudos realizados demonstram haver
dois tipos principais de respostas: -o surgimento de sintomas negativos nos estados físicos e psicológicos do idoso, acompanhados por um aumento de taxas de mortalidade -Resultados positivos, tais como o sentimento de pertença a um grupo, o desenvolvimento de novas amizades e relações sociais. A transição de um modo de vida independente para um modo de vida dependente - num lar- coloca em jogo a resistência de qualquer idoso, uma vez que, implica a passagem de um ser autónomo- residente na comunidade – para um ser institucionalizado, que tem de abdicar dos seus objectivos pessoais e adaptar-se a uma situação que gostaria de ter evitado. Uma das actuais grandes problemáticas em relação aos idosos é, a opção entre o isolamento dos idosos em ambientes institucionais, ou tentar que permaneçam no ambiente familiar ou ainda a criação de novas alternativas(apoio domiciliário 24h,centros de dia e convívio...) que permitam ao idoso envelhecer nos seus ambientes residenciais. Não será preferível, manter o idoso em sua casa, onde tem tudo aquilo que o satisfaz, mantendo a sua autonomia, e integrando-o na sociedade, dando-lhe a possibilidade de poder contar com ajuda externa para tudo aquilo que ele definir como necessário?