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Por que se debita? Por que se credita?

Por qual razão as contas ativas têm saldos


devedores, e as passivas têm saldos credores? Como se chega ao balanço? São perguntas desse
tipo que esta apostila tentará responder.
O fim destas lições é mostrar a lógica da Contabilidade. Não se desce, para isso, a aspectos
formais ou legais da questão. Diálogos inseridos em cada capítulo tentam reforçar o transmitido.
Usou-se neles a figura fictícia do bancário Silva, a ensinar a colegas seus de banco. Os principais
tópicos e um diálogo são vistos aqui.
Lógica dos registros

Função

Pode-se dizer que a expressão X = 3Y - 10 é uma função explícita de "X" e implícita


de "Y", porque o valor de “X” está claro, e o de “Y” precisa ser deduzido. Por analogia, os registros
contábeis são uma função clara de terceiros do tipo terceiros-entidade. Terceiros são as contas
que guardam coisas da entidade ou com ela se relacionam. A função implícita é entidade-
terceiros. Os terceiros são, pois, representados por contas.

Dualista

Saldos devedores são débitos claros de terceiros e créditos ocultos da entidade.


Saldos credores são créditos claros de terceiros e débitos ocultos da entidade. A Contabilidade
tem sempre essas duas faces. Uma está virada. A outra, encoberta. Ver isso é básico para bem
entendê-la.

Opção

Poderia o registro explícito ser o inverso, ou seja, entidade-terceiros. Mas o plural é que se
relaciona com o singular, de modo claro. É assim na vida prática. Por exemplo, os fregueses, em
geral, vão ao açougueiro. Não é o contrário. Análoga é a base dos registros contábeis. Invertida a
relação, tudo poderia funcionar, porém com dificuldades.

Analogias

Na vida há débitos e créditos. Quem recebe algo é devedor. Quem entrega algo é credor.
"Fulano é devedor da amizade de sicrano" porque este ofereceu (entregou) amizade àquele. O
segundo é credor do primeiro. Quando este retribui a estima (entrega), torna-se credor do primeiro.
Se os fluxos mútuos são iguais, há equilíbrio. Débitos e créditos iguais se anulam. Isso reforça a
amizade porque ninguém fica a dever nada ao outro. As discórdias começam a surgir se a diferença
entre essas correntes se acentua ou quando elas somem. Aí pode começar a inimizade.
Marido e mulher recebem e dão amor um ao outro. Debitam-se e creditam-se. Caso comece
a haver muito desnível nesses sentimentos recíprocos, a união fica em risco. Se eles somem,
acaba-se o casamento. O equilíbrio nas contas do amor mantém os casais unidos.

Teoria

As contas são tidas como pessoas. Umas guardam coisas da empresa. Exemplos: Caixa
(guarda dinheiro), Mercadorias, Imóveis, Móveis etc. Outras se relacionam com a empresa: Clientes,
Duplicatas a Receber, Fornecedores etc. Outras representam o(s) dono (s) da empresa: Capital,
Reservas, Despesas, Receitas etc.

Débito e crédito

Se uma conta recebe algo ou assume o compromisso de entregar algo, é debitada. Se uma
conta entrega algo ou adquire o direito de receber algo, é creditada. Observe-se aí que esses
conceitos são opostos. Esse algo pode ser dinheiro ou algo mais. Para anular ou reduzir um débito,
credita-se. Para anular ou reduzir um crédito, debita-se.
Em Contabilidade não se usa borracha. Para corrigir um erro, faz-se o registro contrário. Um
débito anula um crédito e vice-versa. É o estorno.

Usos e fontes

O ativo (bens e direitos) pode ser visto como usos ou aplicações. O passivo (obrigações)
pode ser visto como fontes ou origens dos usos. O passivo é uma fonte com duas torneiras, a jorrar
água (recursos próprios e de terceiros). O ativo é o depósito para onde a água vai (seu uso). Se a
coisa desanda no depósito, citadas torneiras podem querer sugar a água de volta.

Igualdade

Como todo uso (ativo) tem de ter uma fonte igual (passivo), própria ou de terceiros, o ativo
será sempre igual ao passivo, em qualquer hipótese, embora a empresa possa está quebrada.
Nesse caso, o ativo pode ter aplicação perdida, muito uso podre como prejuízos, direitos incobráveis
etc. Aí o passivo real (recursos de terceiros) engole o ativo real (ativo bom). É a falência. Mas,
nominalmente, o ativo será sempre igual ao passivo pelo que foi dito e em face deste princípio
básico: não há débito sem crédito e vice-versa. Capital fica no passivo como fonte e obrigação da
empresa para com seu (s) dono (s). É o "passivo não exigível", opondo-se ao passivo real
(exigível).
O conjunto ativo/passivo é o patrimônio. Essa noção pode ser aplicada também a qualquer
entidade e até as pessoas físicas, razão por que cada um pode, nesse sentido, dar um balanço em
sua vida e saber como andam seu ativo e passivo e como vai sua saúde financeira.
Saldos

As contas de saldos devedores, como aplicações e débitos explícitos de terceiros (créditos


implícitos da empresa), ficam no ATIVO. As contas de saldos credores, como origens e créditos
explícitos de terceiros (débitos implícitos da empresa), ficam no PASSIVO. Os registros contábeis
são sempre explícitos em relação a terceiros, como já foi dito.

Simples

Para identificar débitos e créditos em registros no Diário (livro obrigatório em ordem


cronológica), no uso de partidas dobradas (emprego de débito e crédito), é básico antes fazer
estas duas simples perguntas:
• Quem (qual conta) recebeu?
• Quem (qual conta) entregou?
Em geral, dada uma resposta, a outra fica evidente. Aí, é só fazer o registro no Diário. Depois,
parte-se para o registro no Razão.

Princípio das equações

Ao somar ou subtrair o mesmo número a ambos os membros de uma equação, a


igualdade se mantém; somando-se e subtraindo-se um mesmo número a um dos membros da
equação, esta não se altera. É o princípio de equivalência das equações. É fácil verificar.
Registros

A partir do citado princípio, surgiram as partidas dobradas. Dobradas porque têm sempre os
dois lados: a conta devedora, em primeiro lugar; abaixo, a credora, com a letra “a” antes. É a
convenção, cumpridas as normas contábeis. Exemplos:
Fato 1: Capital de R$100.000,00, realizado em dinheiro:
CAIXA 100.000
a CAPITAL 100.000
Explicação: Caixa recebeu e foi debitada. Capital entregou e foi creditado. O primeiro membro da
equação é o ativo. O segundo, o passivo. Somou-se o mesmo valor a ambos os membros. É o
registro introdutório ou adicional, do tipo mais ativo, mais passivo.
Fato 2: o capital foi depositado no Banco X.
BANCO X 100.000
a CAIXA 100.000
Explicação: a conta Banco X foi debitada porque recebeu. Caixa foi creditada porque entregou. O
registro é permutativo no ativo: soma e subtrai o mesmo valor; sai de uma conta do ativo para outra
também do ativo. A igualdade se manteve. É o mais ativo, menos ativo, de transferência no ativo.
Fato 3: uma duplicata a pagar de R$ 50.000,00 foi aceita no lugar de um crédito de fornecedores. O
registro inicial, do tipo mais ativo, mais passivo, foi:
MERCADORIAS 50.000
a FORNECEDORES 50.000
Explicação: a conta Mercadorias recebeu e foi debitada . A conta Fornecedores entregou e foi
creditada. Registro pelo aceite da referida duplicata:
FORNECEDORES 50.000
a DUPLICATAS A PAGAR 50.000
Explicação: Fornecedores foi debitada pela transferência do crédito ou da origem. Um débito anula
um crédito de igual valor, e vice-versa. Duplicatas a Pagar foi creditada pela origem transferida para
ela. A igualdade se manteve. É o registro mais passivo, menos passivo, de transferência no
passivo.
Fato 4: a duplicata acima é paga com cheque contra o Banco X:
DUPLICATAS A PAGAR 50.000
a BANCO X 50.000
Explicação: Duplicatas a Pagar foi debitada pelo recebido ou pela extinção do crédito. Banco X foi
creditado pelo cheque emitido ou valor entregue. A igualdade conservou-se. É o registro menos
ativo, menos passivo, eliminatório ou subtrativo.
São apenas quatro tipos de registros contábeis:

mais ativo, mais passivo (+A,+P)


(+A,
mais ativo, menos ativo
-A)
mais passivo, menos
(+P, -P)
passivo
menos ativo, menos passivo (-A, -P)
Todos os registros contábeis (todos mesmo) das variações patrimoniais, quaisquer que elas sejam,
caem num dos quatro tipos acima. Os exemplos dados mostram só o núcleo dos registros (parte
principal), em partidas dobradas. São resumidos. Mas há também as outras partes: local, data,
histórico etc. Em cada um, o total das contas devedoras é sempre igual ao total das contas credoras.
O livro Razão mostra a posição de débitos e créditos de cada conta, com o respectivo saldo
(devedor, credor ou nulo).

Contas - representações gráficas para evidenciar os registros contábeis


Diálogos sobre temas contábeis

Nota: parte dos diálogos de Lógica Contábil. O grafado em negrito refere-se à fala do instrutor
Silva.

Diálogo 1

-- No banco vi muitos créditos altos. O banco está folgado assim, Silva?


-- Nem folgado nem quebrado. Em estado normal, diria. Saiba que os créditos que você
viu são débitos do banco.
-- Débitos? Como assim?
-- Débitos, sim, colega!
-- E de quem são os créditos?
-- De clientes e outros credores, ou seja, de terceiros.
-- São dívidas, então?
-- São mais encargos do banco, grana que o banco recebeu como depósitos, por
exemplo.
-- E os débitos do banco onde estão lançados?
-- De forma clara, em lugar nenhum. Estão ocultos. É o outro lado da moeda. Estão
claros sim, mas na escrita contábil dos credores.
-- Quer dizer que todo crédito na escrita do banco é débito dele?
-- Não é bem isso! Mas a gente pode dizer que toda conta com saldo credor é débito
oculto do banco.
-- Entendi, Silva. Do lado dos saldos devedores, a mesma coisa ocorre?
-- Exato! Concluam, pois.
-- Saldos devedores de terceiros são créditos ocultos do banco. Posso dizer assim?
-- Sem dúvida! Mesmo ocultos, não devem ser perdidos de vista. Vejam estes
registros: saldos devedores, débitos de clientes ao banco. São, pois...
--... créditos do banco.
-- Exato!
-- Entendi! Para todo débito há um crédito igual e vice-versa. Certo?
-- Isso mesmo! Não há devedor sem credor e vice-versa, em registros ou saldos.
-- Saldos? Que são saldos?
-- Soma dos débitos menos soma dos créditos. Se o resultado é maior do que zero
(positivo), o saldo é devedor. Se for menor do que zero (negativo), o saldo é credor. Se as
duas somas são iguais, o saldo é nulo.
-- Mas o total de saldos devedores não é igual ao total de saldos credores?
-- Sim para todas as contas. A soma de todos os saldos devedores será sempre igual à
soma de todos os saldos credores. É uma conseqüência lógica do princípio básico: não há
débito sem crédito igual; não há devedor sem credor.
-- Mas pode haver algum caso em que essa igualdade não se mantém?
-- Pode apenas se a escrita estiver errada.
-- E os valores que se igualam no passivo e no ativo?
-- Caso a caso, nem sempre há essa igualdade. Ocorre sempre quanto às somas totais:
o total do ativo será sempre igual ao total do passivo.
-- Por quê?
-- Pelo que já disse. Veja bem, colega: uma empresa pode tomar um empréstimo a um
banco e usar a quantia em seu ativo. Assim, a fonte dá origem a vários usos. Às vezes, o uso
no ativo é gerado por uma desaplicação no ativo. Exemplo: venda à vista de mercadorias.
Saiu de Mercadorias e entrou no Caixa. Mas sempre haverá uma soma de usos igual à soma
de fontes (ativo igual a passivo). É a equação do patrimônio.
-- Perfeito!
-- Aprendam mais: os depósitos, que têm saldos credores, são créditos claros de
terceiros e débitos ocultos do banco. São fontes ou origens. São operações passivas porque
geram débitos para o banco. Ficam no passivo, pois.
-- Mas um depósito pode ficar no vermelho se o banco pagar cheque sem fundo. Aí, o saldo
fica devedor. Não é?
-- Perfeito! Se a conta fica devedora, passa a ser crédito do banco. A operação passiva
vira ativa. Vai para o ativo.
-- E as aplicações do banco com saldos devedores?
-- São débitos claros de clientes, créditos ocultos do banco. São operações ativas.
Ficam no ativo.
-- Mas se o cliente pagar mais do que deve?
-- Aí, nesse caso, o saldo devedor vira credor, ou seja, débito oculto do banco. Vai para
o passivo. É crédito do cliente, em geral lançado na conta de depósito dele.
...
Diálogo 2
...
-- Mas por que as receitas são creditadas, e as despesas são debitadas?
-- As receitas são creditadas como fontes. As despesas são debitadas como usos.
-- Tudo bem! Quais são os registros ocultos de cada uma?
-- Nas receitas, que representam o dono, o débito (oculto) é da empresa. O dono como
credor, pode exigi-las. Mas isso ocorre só na teoria. Na prática, não. Nas despesas, é o
contrário: elas são débitos do dono e créditos da empresa. É claro que a empresa não vai
exigir nada. Em teoria, sim. O balanço encerra essas contas, tirando-as do ativo e do
passivo. É a apuração do lucro ou prejuízo final.
-- Como se faz isso, Silva?
-- As despesas são creditadas pelo valor de seus saldos. As receitas são debitadas pelo
valor de seus saldos. Como um débito anula um crédito de igual valor, tudo fica encerrado.
-- Mas como todo débito tem um crédito igual e vice-versa, quais são as outras contas para
cada caso?
-- Não se apresse colega! Isso a gente vai ver quando for fazer o balanço. Mas que
essas contas existem, não há dúvidas. Espere um pouco e você vai conhecê-las.
-- Quer dizer que o lucro, que tem saldo credor, fica no passivo? O prejuízo, que tem saldo
devedor, fica no ativo? Um exclui o outro?
-- Sim! Resultado nulo não ocorre na prática. Mas se ocorrer, o zero não aparece no
ativo nem no passivo.
-- Silva, fiz o curso contábil bem-feito. Posso dizer que já sei fazer uma escrita e fechar um
balanço, mas uma coisa me intriga. Não entendo bem.
-- O que é?
-- Veja bem. O ativo é a parte positiva do patrimônio. O passivo, a parte negativa.
-- Tudo certo. E daí?
-- Ora, saldos credores, sendo positivos, deviam ficar no ativo. Saldos devedores, sendo
negativos, deviam ficar no passivo. Mas acontece o contrário. Saldos devedores, no ativo. Saldos
credores, no passivo. Por quê?
-- Pode parecer sem lógica isso, mas tem lógica, sim. Você está com esse grilo na
cabeça porque não entendeu bem o exposto.
-- Como assim, Silva?
-- Ora, pelo que já expliquei, saldos devedores são claramente débitos de terceiros e,
de forma implícita, créditos da empresa (parte positiva) Logo, ficam no ativo. Ao contrário,
saldos credores são, de forma clara, créditos de terceiros e, implicitamente, débitos da
empresa (parte negativa) Logo, ficam no passivo. Lembrem-se sempre: a relação clara dos
registros contábeis é do tipo terceiros-empresa. A outra (empresa-terceiros) existe, mas está
subentendida, oculta.

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