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REFERÊNCIA:
A República; São Paulo: Nova Cultural, 2000. 352 págs. Tradução de Enrico Corvisieri.
RESUMO/ESQUEMA:
A República (Politéia), é um diálogo Socrático escrito por Platão, filósofo grego, no século IV aC. .Todo
o diálogo é narrado, em primeira pessoa, por Sócrates. O tema central da obra é a justiça.
No decorrer da obra é imaginada uma república fictícia (a cidade de Callipolis, que significa cidade bela)
onde são questionados os assuntos da organização social (teoria política, filosofia política).
O diálogo tem uma extensão considerável, articulada pelos tópicos do debate e por elementos dramáticos.
Exteriormente, está divido em dez livros, subdividido em capítulos.
Em A República, Platão fornece a Constituição perfeita para a Cidade-Estado, governada pelos detentores
do Saber, que servem em nome da Cidade unificada, justa, livre da exploração, das paixões, da ignorância e da
discórdia.
Para Platão, a educação (paidéia) seria o ponto de partida e principal instrumento de seleção e avaliação
das aptidões de cada um.
Sendo a alma humana (psikê) um composto de três partes: o apetite, a coragem e a razão, todos nascem
com essa combinação, só que uma delas predomina sobre as demais.
Se alguém deixa envolver-se apenas pelas impressões geradas pelas sensações motivadas pelo apetite,
termina pertencendo as classes inferiores.
Prevalecendo o espírito corajoso e resoluto, seguramente irão fazer parte da classe dos guardiões, dos
soldados, responsáveis pela segurança da coletividade e pelas guerras. Porém se deixando o individuo guiar-se
pela sabedoria e pela razão é obvio que apresenta as melhores aptidões para integrar-se nos setores dirigentes
dessa almejada sociedade.
TEMA/TÓPICO: ESPECIFICIDADE/SUBTÓPICO: Nº:
REFERÊNCIA:
A República; São Paulo: Nova Cultural, 2000. 352 págs. Tradução de Enrico Corvisieri.
A República se inicia com o relato de Sócrates de sua viajem para fora 1. Descida ao Pireu;
de Atenas. A cena do diálogo acontece por volta de 416 a.C., no período da
instituição do novo festival em honra da deusa Bêndis – deusa da lua e da 2. Céfalo. Justiça segundo os
noite. mais velhos;
Sócrates é acompanhado em sua viajem ao Pireu por Glaucon. Ao
chegarem ao local, eles se encontram com o irmão de Glaucon, 3. Trasímaco. Justiça segundo
Adimanto. Tanto Glaucon quanto o irmão mostram um potencial filosófico, e os Sofistas;
ambos são irmãos de Platão, o autor do diálogo, que não estava presente na
discussão. Os três irmãos são filhos de Aríston, um nome que significa “o 4. Polemarco. Justiça segundo
melhor” – e que leva Sócrates ironicamente a referir-se a Glaucon como a meia idade.
“você, o melhor dos homens”.
Sócrates personifica a integração de sabedoria e justiça em sua própria
vida e põe em evidência a questão da justiça na vida da comunidade.
Trasímaco e seus companheiros sofistas – os políticos que usam da força –
argumentam em favor da injustiça e do auto-interesse personificado na
definição de Trasímaco de tirania – “que às escondidas e à força (bia) tira o
que pertence aos outros, tanto o que é sagrado quanto o que é profano, o
privado e o público, não pouco a pouco, mas tudo de uma só vez”
Então a discussão gira em torno da discórdia gerada pela injustiça, em
seus aspectos individuais e sociais. (...) Um ser só pode atingir a felicidade
cumprindo a função que lhe é própria: não estaria aí já a definição da justiça?
(...).
Sofistas: para os sofistas a razão humana não conseguiria compreender o
cosmos. A filosofia deveria refletir sobre a ação humana na terra.
- Questão que os sofistas mais vão discutir: qual é a origem das regras
jurídicas. Os sofistas são relativistas (cada um tem uma idéia de verdade e
pode convencer os outros).
- O fundamento de verdade pode ser a natureza ou a convenção. Para os
sofistas a verdade é aceita pela teoria do convencionalismo, ditada pelo
momento e pelas circunstâncias.
Conclusão: não se sabe o que é a Justiça.
TEMA/TÓPICO: ESPECIFICIDADE/SUBTÓPICO: Nº:
REFERÊNCIA:
A República; São Paulo: Nova Cultural, 2000. 352 págs. Tradução de Enrico Corvisieri.
O objetivo de Sócrates é tratar dos regulamentos que deveriam ser 5. Origem da cidade.
impostos à poesia como um todo, fazendo parte dela suas modalidades
imitativa e não imitativa, educação destinada aos guardiões que serão os
melhores entre os cidadãos. Sua educação será à maneira tradicional grega, isto
é, através da ginástica para o aprimoramento do corpo e da música para gerar
harmonia na alma.
TEMA/TÓPICO: ESPECIFICIDADE/SUBTÓPICO: Nº:
REFERÊNCIA:
A República; São Paulo: Nova Cultural, 2000. 352 págs. Tradução de Enrico Corvisieri.
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A República; São Paulo: Nova Cultural, 2000. 352 págs. Tradução de Enrico Corvisieri.
Sócrates – Dar aos guardiães bens próprios criaria duas cidades opostas: a dos 1. Constituição da Cidade-
ricos e a dos pobres. Estado;
A força da cidade vem da sua unidade, mas, será uma tal cidade justa?
Em cada classe destaca-se uma virtude: a sabedoria está na ciência dos
governantes, a coragem está nos guardiães, a temperança está nos 2. Justiça na cidade.
trabalhadores, na obediência aos que comandam; e a justiça só existe quando
cada classe cumpre bem a sua função sem usurpar a das outras.
É apresentado o paralelo da justiça entre o plano da cidade e o plano
individual: também no homem a alma pode ser dividida em três partes, assim
como na cidade há três classes de homens. Quando no homem existem um
desejo e alguma coisa que o retém, esses dois efeitos contrários só podem
provir de duas partes distintas: uma desiderante e uma racional, mas é
necessário acrescentar uma parte irascível, distinta das duas primeiras, que vai
dar sustentação a uma e a outra. Nessa tripartição da alma permite-se a
aplicação da definição de justiça: a razão auxiliada pela cólera comanda o
desejo, e cada parte cumpre a sua função, realizando a harmonia interior.
O justo é feliz, sendo a injustiça o conflito interno da alma.
TEMA/TÓPICO: ESPECIFICIDADE/SUBTÓPICO: Nº:
REFERÊNCIA:
A República; São Paulo: Nova Cultural, 2000. 352 págs. Tradução de Enrico Corvisieri.
A pedido de Polemarco, Sócrates retoma o tema “posse comum das 1. É apresentado um "modelo
mulheres e filhos entre os guardiões”. Preocupado com a purificação da raça ideal" de cidade;
(eugenia) e com o adestramento (eutenia), propõe para tal fim, que as mulheres
dos guardiões “se revestirão de virtude em vez de roupa”, participarão das 2. A educação da mulher e da
agruras da guerra em defesa da cidade, praticarão ginástica e música. “Estas criança;
mulheres todas serão comuns a todos esses homens, e nenhuma coabitará em
particular com nenhum deles; e, por sua vez, os filhos serão comuns, e nem os 3. A seleção dos melhores;
pais saberão quem são os seus próprios filhos, nem os filhos os pais”.
Todo esse processo eugênico tem por fim a realização do Estado Ideal, 4. Unidade somática da
governado por filósofos e guardiões que jamais deverão se distrair de suas cidade e dos Gregos.
principais ocupações.
Obstinado em tal propósito, Sócrates chega a excluir qualquer valor ao
amor materno ou paterno, antepondo sempre os objetivos do Estado.
Admite-se o aborto e o infanticídio quando ocorrerem concepções fora do
estabelecido pelo Estado.
Acrescenta também, (...) Se a natureza feminina é capaz de tomar parte
em todos os trabalhos do sexo masculino, ou em nenhum, ou num sim e
noutros não, e a quais deles pertencem os trabalhos de guerra (...).
Portanto... ao se evidenciar que, ou o sexo masculino, ou o feminino, é
superior um ao outro no exercício de uma arte ou de qualquer outra ocupação,
diremos que se deverá confiar essa função a um deles. Se, porém, se vir que a
diferença consiste apenas no fato de a mulher dar à luz e o homem procriar,
nem por isso diremos que está mais bem demonstrado que a mulher difere do
homem em relação ao que dizemos, mas continuaremos a pensar que os nossos
guardiões e as suas mulheres devem desempenhar as mesmas funções.
Então, se a aptidão natural, tanto do homem como da mulher, para
guardar a cidade é, por conseguinte, a mesma, exceto na medida em que a
desta é mais débil, e a daquele mais robusta.
TEMA/TÓPICO: ESPECIFICIDADE/SUBTÓPICO: Nº:
Livro VI
A República (Politéia), de Platão – A política desemboca numa metafísica do Bem – 07
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A República; São Paulo: Nova Cultural, 2000. 352 págs. Tradução de Enrico Corvisieri.
Inicia com a distinção entre “quem é que é filósofo e quem não o é”. 1. A pátria do filósofo;
Sócrates – (...) Filósofos são aqueles que são capazes de atingir aquilo que se
mantém sempre do mesmo modo, os que não o são se perdem no que é 2. Filósofo e filodoxo;
múltiplo e variável. Como as leis e os costumes do Estado devem refletir o
eterno, somente os filósofos, capazes de conceber as idéias eternas, devem ser 3. A tensão entre o poder e a
estabelecidos guardiões por serem capazes de guardá-las (...). filosofia;
(...) A alma filosófica ao “contemplar a totalidade do tempo e do ser”,
colocará a própria vida e a morte em segundo plano e se “apaixonará pelo 4. Apolitismo de Platão?
saber que possa revelar-lhe algo daquela essência que existe sempre, e que não
se desvirtua por ação da geração e da corrupção” (...). 5. A idéia do Bem.
À crítica da inutilidade do filósofo na cidade, Sócrates responde que
este é analogamente o médico diante dos doentes e o piloto diante dos marujos.
Sócrates – A multidão perverte em grandes vícios as grandes qualidades do
homem.
O Bem dá ser às essências, assim como o Sol permite a geração do
sensível. Mas, assim como o Sol não é a geração, o Bem não é essência, está
acima dessas "em dignidade e poder". O Bem é o princípio de todo ser, mas
não fala, não se revela, não é objeto de fé: o Bem é objeto de inteligência.
REFERÊNCIA:
A República; São Paulo: Nova Cultural, 2000. 352 págs. Tradução de Enrico Corvisieri.
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A República; São Paulo: Nova Cultural, 2000. 352 págs. Tradução de Enrico Corvisieri.
A República (Politéia), de Platão Livro IX – O homem injusto não pode ser feliz – 10
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A República; São Paulo: Nova Cultural, 2000. 352 págs. Tradução de Enrico Corvisieri.
Sócrates – A cidade tirânica é infeliz, porque é escrava do tirano; o tirano é 1. O declínio da ordem e a
infeliz, porque é escravo dos desejos. patologia da alma humana;
Cada parte da alma tem seus prazeres, mas só o filósofo conhece todos e
pode julgar, preferindo os prazeres melhores. 2. As diversas constituições
O amor à justiça é substituído pelo amor ao poder e à riqueza; assim, da cidade e da alma humana:
ocorrerá a Timocracia, “uma forma de governo entre a aristocracia e a timocracia, oligarquia,
oligarquia”. A esta sucede a oligarquia, governo dos que amam o dinheiro. democracia, tirania;
Ao legislar em favor só de uma classe, a dos ricos, esta forma de governo
causará a cisão do Estado: “É que um Estado desses não é um só, mas dois... o 3. O Eros filosófico e o Eros
dos pobres e o dos ricos, que habitam no mesmo lugar e estão sempre a tirânico.
conspirar uns contra os outros”.
Termina o amor à virtude. O Estado entra em luta consigo mesmo: um 4. Resposta: Justiça melhor
partido de poucos muito ricos e outro de muitos pobres estarão em guerra, que corrupção.
prevalecendo o último: “A democracia surge... quando após a vitória dos
pobres, estes matam uns, expulsam outros, e partilham igualmente... o governo
e as magistraturas, e esses cargos são, na maior parte, tirados à sorte. Tendo a
liberdade por base, na democracia ocorrerá a ausência de qualquer exigência e
o desprezo pelos princípios.
A democracia conduz à anarquia: “Estas são as vantagens da democracia:
uma forma aprazível, anárquica, variegada, e que reparte a sua igualdade do
mesmo modo pelo que é igual e pelo que é desigual”.
Ao exasperar a liberdade como bem supremo, “eliminam-se até as
diferenças impostas pela natureza e, assim, a liberdade em excesso não conduz
a mais nada que não seja a escravatura em excesso, quer para o indivíduo, quer
para o Estado”. E dessa forma surge a Tirania: do cúmulo da liberdade surge a
mais completa e mais selvagem das escravaturas.
Primeiro, instaura-se a anarquia, e dessa situação aproveita-se o tirano
que, de pretenso defensor da ordem, transforma-se em lobo, impondo a força
sobre todos. É o reino da injustiça.
No final do livro IX, Glauco questiona que tal Estado Ideal, como
Sócrates propõe, é utópico, jamais existirá. Este Estado permanecerá como
modelo eterno a ser contemplado: “Talvez nos céus haja algum modelo para
alguém que deseja consultá-lo e por ele modelar a conduta da própria alma”, é
a resposta de Sócrates.
TEMA/TÓPICO: ESPECIFICIDADE/SUBTÓPICO: Nº:
Livro X
A República (Politéia), de Platão – Que recompensa se pode esperar da virtude – 11
REFERÊNCIA:
A República; São Paulo: Nova Cultural, 2000. 352 págs. Tradução de Enrico Corvisieri.