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Polícia de São Paulo desmantela rede de

tráfico de travestis
Por acaso, quando procurava um jovem desaparecido,
a polícia descobriu duas pensões que abrigavam mais
de 70 pessoas, alegadamente exploradas sexualmente
A Polícia Civil de São Paulo desmantelou, esta quarta-feira à noite, uma rede de tráfico de
pessoas para exploração sexual, no centro da cidade. Por acaso, quando procuravam um
jovem desaparecido, a polícia encontrou duas pensões que abrigavam mais de 70 travestis,
entre eles, seis adolescentes. A maioria das supostas vítimas de tráfico sexual é proveniente da
região Norte do Brasil, adianta o jornal «Estado de São Paulo».

O caso que despoletou as buscas é o de um jovem de 17 anos, oriundo de Belém, estado do


Pará, desaparecido desde 27 de Dezembro. O jovem acabou por ser encontrado numa das
pensões atrás referidas.

Os travestis seriam aliciados em zonas pobres do Brasil, sobretudo do Norte, e ficavam


«presos» aos aliciadores por supostas dívidas. «Eles trazem as pessoas para São Paulo, as
enfiam numa casa precária e controlam seu ir e vir», disse o delegado divisionário de
protecção à pessoa, Joaquim Dias Alves.

Ainda segundo o delegado, citado pelo «Estado de São Paulo», a suposta gerente da rede
retinha os documentos dos travestis e castigava fisicamente quem desobedecesse as regras da
pensão.

Um dos jovens resgatados contou que a dona da pensão cobrava um valor mensal pelo quarto
e intermediava implantes de silicone nos seios para quem desejasse.
Polícia descobre esquema de tráfico de
travestis em SP
Agencia Estado

A Polícia Civil de São Paulo desmantelou um esquema de tráfico de pessoas para


exploração sexual na noite de ontem, no centro da capital paulista, ao encontrar duas
pensões com mais de 70 travestis, a maioria da região Norte do País, entre eles seis
adolescentes. A descoberta ocorreu por acaso, quando os investigadores buscavam um
garoto de 17 anos desaparecido da casa dos pais em Belém (PA), em 27 de dezembro do
ano passado.

Os pais suspeitavam que o filho tinha vindo para São Paulo e acionaram o
Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que localizou o garoto em
uma pensão no Cambuci, na Rua Hermínio Lemos. Lá, os policiais souberam de uma
segunda pensão que faria parte do esquema, na Rua Cruzeiro do sul, no Bom Retiro, e
foram ao local. Um livro de contabilidade e porções de maconha foram apreendidos.

Todos os travestis foram levados ao DHPP. Segundo o delegado divisionário de


proteção à pessoa, Joaquim Dias Alves, cerca de 90% deles eram do Estado do Pará e
estavam presos aos aliciadores por meio de dívidas. "Eles trazem as pessoas para São
Paulo, as enfiam numa casa precária e controlam seu ir e vir", disse.

De acordo com depoimentos colhidos pelo delegado, a gerente do esquema, conhecida


por Telma, retinha as certidões de nascimento dos travestis e castigava fisicamente
quem desobedecesse as regras da pensão. Numa situação análoga ao trabalho escravo,
quem tinha dívidas era impedido de ir embora. Telma e um suposto comparsa no
esquema estão foragidos.

Um travesti de 20 anos, que preferiu não se identificar, disse que não se sentia preso no
local, pois tinha "casa e comida" e "podia sair e voltar quando quiser". Ele contou que a
dona da pensão cobrava um valor mensal pelo quarto coletivo e intermediava implantes
de silicone nos seios para quem desejasse. "Paguei uma quantia por mês e, depois de um
ano, ela arrumou o implante", disse.

O coordenador de políticas para a diversidade sexual do governo do Estado, Dimitri


Sales, foi ao DHPP e disse que o caso enquadra-se como tráfico de pessoas para
exploração sexual, mas destacou que é difícil para os travestis reconhecerem essa
situação. "Os aliciadores se aproveitam de uma situação de fragilidade, pois muitos
travestis não têm apoio familiar, e oferecem casa, comida e suporte afetivo. Se eles
adoecem, dão remédio. Mas, no final das contas, os aliciadores veem os travestis como
um produto lucrativo, que precisa ser cuidado", diz. "É um vínculo difícil de ser
rompido".
Segundo Dimitri, o governo estadual oferecerá vagas em abrigos municipais ou apoio
para os travestis que desejam retornar à cidade natal. Para os adolescentes sem família, a
coordenadoria avalia a inclusão no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes
Ameaçados de Morte (PPCAAM).

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