Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Pingue-pongue
ponto
Liderança 2
5 perguntas a
Claudio
Fernández -Aráoz
Com 23 anos como headhunter e sócio da Egon Zehnder, entre Espanha e
Argentina, e mais de 20 mil entrevistas com executivos no currículo, ele
concluiu que não há absolutamente nada que contribua mais para o êxito
profissional de uma pessoa do que escolher bem com quem ela trabalha.
Autor de Grandes Decisões sobre Pessoas (ed. DVS), lançado no Brasil este
ano, Fernández-Aráoz detalha o que ele afirma ser um processo de êxito
comprovado para seleção de pessoal
Começo com uma provocação: com tan- Como é o processo? Outra armadilha psicológica é pos-
tos livros de recursos humanos no mer- Inicia-se por uma medida fundamental tergar decisões; de acordo com estu-
cado, por que escrever mais um? do gestor: a de se conscientizar de todas dos da McKinsey, 90% dos executivos
Porque aprendi que a maior parte dos as armadilhas psicológicas em que caí- acham que suas empresas demoram
gestores seleciona muito mal com mos nessa área, como, por exemplo, as demais para dispensar os profissionais
quem trabalha e que nunca estudou o que os levam a julgamentos precipita- de mau desempenho –agora, imagi-
assunto realmente. Os gestores fazem dos sobre as pessoas. Muitas pesquisas ne um time de futebol em que não se
MBA e passam anos estudando conta- demonstram que, em uma entrevista afastam 90% dos maus jogadores! Mais
bilidade, finanças, marketing e estra- de emprego, a conclusão a que se che- uma: cercarmo-nos de pessoas simi-
tégia, mas nada sobre como escolher ga sobre o entrevistado nos primeiros lares a nós mesmos, porque nos senti-
pessoas. Na graduação, idem. Além dois minutos é idêntica à conclusão fi- mos confortáveis. Só que, muitas vezes,
disso, até mesmo Jack Welch, talvez nal –só primeira impressão! a força da equipe vem da diversidade.
o líder empresarial que mais tenha se Precisamos ter noção de que nosso
notabilizado na área de pessoas, admi- cérebro é um hardware que passou os E quais são as seis etapas?
tiu a complexidade da tarefa, argumen- últimos 10 mil anos quase sem upgrade A primeira é decidir quando substituir
tando que, apesar de 30 anos no ofício, e continua parecido com o cérebro do uma pessoa –não pode ser só quando
ainda errava em 20% dos casos. homem primitivo, cuja única decisão ele já se tornou um desastre, e sim ava-
Meu livro dá a boa notícia, contu- era: “Algo se move; isso vai me comer liar o custo de oportunidade em rela-
do, de que existe um processo de êxito ou eu o como?”. É um cérebro que sabe ção a ter um melhor. E, para fazer isso,
comprovado para selecionar talentos, escolher bem mesmo apenas entre fu- não se deve olhar o passado da pessoa,
se for aplicado com disciplina, e que gir ou lutar –alternativas insuficientes mas o desafio futuro, porque nem todo
ele pode ser aprendido. para o complexo mundo moderno. mundo é bom em todas as situações.