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DIREITO FALIMENTAR
I. NOÇÕES GERAIS
1. Etimologia
- Falência = provém do latim fallere, que significa faltar, falsear, enganar, ludibriar.
2. Conceito
- Recuperação extrajudicial
- Recuperação judicial
- Falência
4.1. SUJEIÇÃO:
Lei n. 11.101/2005
1
CAMPOS, Rubens Fernando de. Novo direito falimentar brasileiro. Goiânia: IEPEC, 2005, p. 13.
Art. 193. O disposto nesta Lei não afeta as obrigações assumidas no âmbito
das câmaras ou prestadoras de serviços de compensação e de liquidação
financeira, que serão ultimadas e liquidadas pela câmara ou prestador de
serviços, na forma de seus regulamentos. (LF)
B) EXCLUSÃO PARCIAL:
2
―Um fundo mútuo é uma Companhia que reúne dinheiro de investidores para fazer vários tipos de
investimentos, conhecidos como portfólio. Ações, títulos de crédito e quaisquer fundos do mercado
monetário são exemplos de tipos de investimentos que podem compor um fundo mútuo.
O fundo mútuo deve ter um gerente de investimentos profissional, que compra e vende valores
mobiliários para um crescimento mais efetivo do fundo. Como um investidor de fundo mútuo, você se
torna um "acionista" da companhia de fundo mútuo. Quando há lucro, você ganha dividendos; e quando
há prejuízo, o valor das suas ações diminui.
Fundos mútuos são, por definição, diversificados, o que significa que são feitos de vários investimentos, o
que tende a diminuir o seu risco.
Como outra pessoa o gerencia, você não precisa se preocupar em diversificar investimentos individuais
ou fazer anotações. Isto significa comprá-los e esquecê-los, o que não é, entretanto, sempre a melhor
estratégia, pois o seu dinheiro está nas mãos de outra pessoa.
Uma vez que a compensação do gerente do fundo baseia-se na boa performance do mesmo, você pode
estar certo de que eles trabalharão solicitamente para que o fundo tenha um ótimo desempenho. Gerenciar
é o trabalho deles em tempo integral.
Os fundos mútuos podem ser abertos ou fechados, mas muitas pessoas consideram todos como abertos,
colocando os fechados em outra categoria.
"Aberto" significa que as ações são emitidas no fundo (ou vendidas novamente para o fundo) sempre que
alguém as quiser. Nos fundos fechados, apenas um certo número de ações pode ser emitido para um
fundo em particular e elas só podem ser vendidas novamente para o fundo quando desligadas (você pode
vender fundos fechados para outros investidores no mercado secundário).‖ Disponível em:
<http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080415095704AA5CXBY>. Acesso em: 13 ago
2010.
FONTE:
a) Da prescrição.
Isto quer dizer que o prazo volta a correr pelo tempo remanescente após o trânsito em
julgado da sentença de encerramento da falência (art. 157) ou do encerramento da
recuperação judicial. Não se trata de interrupção da prescrição 3.
c) Prazo de suspensão das ações na recuperação judicial: 180 dias, art. 6º,
§4º.
3. Da Prevenção
3
C.f. BEZERRA FILHO, Manoel Justino. Lei de recuperação de empresas e falências comentada. São
Paulo: RT, 2007, p. 61.
4
C.f. COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários à lei de falência e de recuperação de empresas. 4. ed. São
Paulo: Saraiva, 2007, p. 39.
2. A INSOLVÊNCIA
De acordo com o art. 748, do CPC: Dá-se a insolvência toda vez que as
dívidas excederem à importância dos bens do devedor.
É a condição de quem não pode saldar suas dividas. Diz-se do devedor que possui um
passivo sensivelmente maior que o ativo. Por outras palavras, significa que a pessoa (física
ou jurídica) deve em proporção maior do que pode pagar, isto é, tem compromissos
superiores aos seus rendimentos ou ao seu patrimônio 5.
3. IMPONTUALIDADE
5
Curso de falência e recuperação de empresas. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 23.
4. PROTESTO OBRIGATÓRIO
Somente poderão ser protestados, para fins falimentares, os títulos ou documentos de dívida
de responsabilidade de pessoas sujeitas às conseqüências da legislação fa1imentar.
O art. 94, § 3°, da Lei Falimentar segue esta regra, ao dispor que:
Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os
títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em
qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da
legislação específica.
6
COMERCIAL. FALÊNCIA. PROTESTO FORA DO DOMICÍLIO DA EMPRESA DEVEDORA. O
protesto especial de contrato com cláusula financeira, com o objetivo de constituir o devedor em
mora falimentar, deve ser tirado no domicílio da empresa devedora, ainda que outro seja o foro de
eleição do contrato. Recurso não conhecido. (STJ. REsp 418.371/SP, Rel. Ministro CESAR ASFOR
ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em 01.10.2002, DJ 25.11.2002 p. 240)
Será decretada a falência do devedor que: executado por qualquer quantia líquida, não paga,
não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal.
Veja que o CPC não estabelece prazo para o devedor nomear bens à penhora,
mas apenas prazo para pagar, quando se tratar de execução de título executivo judicial.
Já em relação aos títulos executivos extrajudiciais (art. 585, CPC), com nova
sistemática adotada pela Lei 11.382/2006 que alterou a execução dessa modalidade de
títulos executivos, o devedor é citado para pagar em 3 (três) dias (art. 652, CPC).
Caso não pague, poderá ser intimado de ofício pelo juiz, ou a requerimento
do credor, para indicar bens passíveis de penhora, devendo fazê-lo no prazo de 5 (cinco)
dias a contar da intimação (art. 652, § 3° c/c art. 600, IV, CPC).
Apesar do inciso II, do art. 94, da Lei Falimentar mencionar apenas ―quantia
líquida‖, sabemos que para instruir a execução é necessário que o título executivo,
judicial ou extrajudicial, deve ter liquidez, certeza e exigibilidade (art. 586, CPC)7.
7
O legislador reformista procurou deixar claro que certeza, liquidez e exigibilidade não são atributos do
título executivo, mas sim da obrigação que está consubstanciada no título. C.f. HERTEL, Daniel Roberto.
Lineamento da reforma da execução por quantia certa de título executivo extrajudicial: comentários às
principais alterações realizadas pelo lei n. 11.382/06. In: Revista Dialética de Direito Processual n. 47,
São Paulo: 2006, p. 23.
Sem tais atributos, o título não possui força executiva e, portanto, não
colocará o dever em situação de mora perante o credor, por ausência de força coercitiva.
Art. 15. A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o
processo ap1icáve1 aos títulos executivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código
de Processo Civil, quando se tratar:
I — de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não;
II — de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente:
a) haja sido protestada;
b) esteja acompanhada de documento hábi1 comprobatório da entrega e recebimento da
mercadoria; e
c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e
pelos motivos previstos nos arts. 72 e 82 desta Lei.
A Lei de Falências, no seu art. 94, enumera tais atos e fatos que, indepen-
dentemente de impontualidade, caracterizam a insolvência do devedor ensejando pedido
de falência, quando ele:
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o fito de retardar
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da
totalidade do seu ativo a terceiro, credor ou não;
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a
eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou
do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua
notificação.
8
Op. cit. p. 38.
Centraliza a sua atividade e influência econômica; onde todas as suas operações recebem o
impulso diretor; onde, enfim, se acham reunidos normal e permanentemente todos os
elementos constitutivos do seu crédito. E, em resumo, o lugar da sede de sua vida ativa, o
lugar onde reside o governo dos negócios 9.
Rubens Requião:
9
Apud ALMEIDA, Amador P. de. Op.cit. p. 40
10
Apud ALMEIDA, Amador P. de. Op.cit. p. 40
De acordo com o art. 61, §1º, c/c 73 poderá haver convolação da recuperação
judicial em falecia:
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em
recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se
vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial.
§ 1º Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer
obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos
do art. 73 desta Lei.
Ou então, poderá ser requerida por qualquer credor, como estipula o art. 62
da Lei de Falências:
11
Apud ALMEIDA, Amador P. de. Op.cit. p. 42
Art. 197. Enquanto não forem aprovadas as respectivas leis específicas, esta Lei aplica-
se subsidiariamente, no que couber, aos regimes previstos no:
Art. 81 (...)
§ 1° O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio que tenha se retirado
voluntariamente ou que tenha sido excluído da sociedade, há menos de dois anos, quanto às
dívidas existentes na data do arquivamento da alteração do contrato, no caso de não terem
sido solvidas até a data da decretação da falência.
12
Aquele que cede um crédito, direitos ou obrigações de contrato a terceiros.
13
Aquele a quem é cedido um crédito, direitos ou obrigações de contrato.
a) excesso de mandato;
b) pratica de atos com violação à lei ou ao contrato social.
5. FALÊNCIA DO ESPÓLIO15
14
Acionista controlador: Pessoa, física ou jurídica, ou grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto,
ou sob controle comum, que:a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a
maioria dos votos nas deliberações da assembléia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores
da companhia;b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento
dos órgãos da companhia. Disponível em: < http://www.bovespa.com.br/Home/redirect.asp?end=/Home/
HomeBovespa.asp>. Acesso em: 21 ago. 2007.
15
C.f. ALMEIDA. Op Cit. p. 52: Espólio são os bens deixados pelo morto, via de regra designado pela
expressão latina de cujus, abreviatura de cujus sucessione agitur, isto é, de cuja sucessão se trata,
servindo, portanto, para indicar o falecido.
Art. 96 (...)
§ 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu
ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor. (LF)
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o
menor tiver 16 anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,
desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro...
Mesma regra:
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e
na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150).
I – o próprio devedor;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
IV – qualquer credor.
Ocorre quando o devedor não aguarda a ação dos seus credores, requerendo,
ele mesmo, sua falência.
a) balanço patrimonial;
Não se trata de falência do morto, mas do espólio, isto é, dos bens deixados
pelo finado. Conforme art. 97, II, LF:
Art. 96 (...)
§ 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu
ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor. (LF)
Nas sociedades por ações cabe à assembléia geral deliberar sobre pedido
de falência (Art. 122, IX, Lei 6.404/76). Na omissão desta, qualquer acionista pode
fazê-lo.
Portanto, a inércia da assembléia geral nas sociedades por ações, não impede
a iniciativa individual dos sócios.
16
Na vigência do Dec-Lei 7.661/45 a jurisprudência se consolidou no sentido da ilegitimidade ativa da
Fazenda Pública para requerer falência. É preciso aguardar como os Tribunais irão se comportar.
1. DA PETIÇÃO INICIAL
b) o título de crédito em que se funda o pedido, seja letra de câmbio, nota promissória,
duplicata, cheque etc.;
d) prova de que o requerente é empresário (se o for), juntando, para isso, certidão do
Registro de Empresas (Junta Comercial).
a) pelo credor;
2.2. credores por título executivo extrajudicial e credores por título executivo
judicial.
Obs.: em se tratando de credor por título executivo judicial, demonstração, via certidão,
de que o devedor não pagou e nem nomeou bens à penhora.
2.3. Autofalência
II — executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia
à penhora bens suficientes dentro do prazo legal
Neste caso, para que a falência seja proposta, o credor deve renunciar à
execução singular, propondo em separado e, mediante distribuição regular, a ação
falimentar, acompanhada de certidão do juízo de execução, atestando que o prazo para
pagar ou nomear bens à penhora transcorreu em branco.
III – Pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de
recuperação judicial:
―a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso
ou fraudulento para realizar pagamentos.‖
―b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da
totalidade do seu ativo a terceiro, credor ou não.‖
―e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar
com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo.‖
―f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para
pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio,
do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento.‖
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o
devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do
crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a
falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará
o levantamento do valor pelo autor.
Neste caso, o processo terá seguimento normal até sentença, quando o juiz
decidirá sobre a relação de crédito.
―No pagamento em juízo para elidir a falência, são devidos correção monetária, juros e
honorários de advogado‖.
17
Apud Paes de Almeida. op cit, p. 83: ―Depositada a importância, embora elidido o pedido de falência, a
discussão se desloca para a legitimidade do crédito reclamado, devendo o juiz decidir de tal legitimidade
e determinar, a final, a quem cabe levantar o depósito‖ (RT, 381/181).
Obs.:
Perempção significa extinção. Ocorre quando, por três vezes, o autor da ação
der causa à extinção do processo, por abandono da causa por mais de trinta dias, quando
então não mais poderá acionar o réu com base no mesmo objeto.
4. MATÉRIA RELEVANTE
I — falsidade do título;
II — prescrição;
III — nulidade da obrigação ou do título;
IV — pagamento da dívida;
V — qualquer outro fato que extinga ou suspenda a obrigação ou não legitime a cobrança do
título;
VI— vício em protesto ou em seu instrumento;
VII— apresentação de pedido de Recuperação Judicial no prazo da contestação;
VIII — cessação das atividades empresariais mais de dois anos antes do pedido de falência,
comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas.
Citado, o devedor terá dez dias para apresentar sua defesa (art. 98 da Lei
Falimentar).
1. SENTENÇA DENEGATÓRIA
Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que
julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em
liquidação de sentença.
§ 1º Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente
responsáveis aqueles que se conduziram na forma prevista no caput deste artigo.
§ 2º Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos
responsáveis.
4. RECURSO
Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a
improcedência do pedido cabe apelação.
Art. 189. Aplica-se a Lei n. 5.869, de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, no que
couber, aos procedimentos previstos nesta Lei.
1. NATUREZA JURÍDICA
a) o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu,
bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse
tempo seus administradores;
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal
dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos
créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
18
HABEAS CORPUS Nº 27585-8/217 (200603024283). Comarca: GOIÂNIA. Impetrante: RAFAEL
AMPARO DE OLIVEIRA. Paciente: JERSON MACIEL DA SILVA. EMENTA: HABEAS CORPUS.
CRIMES FALIMENTARES. DECRETO DE FALÊNCIA. PRISÃO PREVENTIVA. ILEGALIDADE E
INCONSTITUCIONALIDADE. NOVA LEI. PREVISÃO LEGAL. ASSISTÊNCIA À SAÚDE. 1 - No
Juízo falimentar, ao decretar a falência do devedor empresário, em havendo necessidade e preenchidos os
requisitos legais da custódia, na própria sentença poderá o Juiz decretar a prisão preventiva do falido, ou
dos administradores, conforme previsão do artigo 99, inciso VII, da novel Lei n. 11.101/2005. Assim, não
há que se falar em ilegalidade, ou mesmo inconstitucionalidade do ato tido como coator. Acrescente-se
que o Excelso Pretório não apontou qualquer óbice à constitucionalidade quanto ao referido dispositivo
legal. 2 - A pretensão de assistência à saúde poderá ser feita pelo estabelecimento penal em que se
encontrar custodiado o agente (LEP, arts. 14, § 2º, 120, II e § único). 3 – Ordem denegada. (DJ 14888 de
29/11/2006)
19
O Comitê de Credores será composto da seguinte forma: Art. 26. O Comitê de Credores será
constituído por deliberação de qualquer das classes de credores na assembléia-geral e terá a seguinte
composição:
I – 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes;
4. TERMO LEGAL
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante
conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção
deste fraudar credores:
I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por
qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por
qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;
III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal,
tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto
de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca
revogada;
Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou
pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.
Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre
bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas
não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo .
II – 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou privilégios
especiais, com 2 (dois) suplentes;
III – 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais, com 2
(dois) suplentes.
―... e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte
ativo‖.
Mas nem todas as ações em que a massa figure como ré serão atraídas pelo
juízo da falência, pois a indivisibilidade só alcança as ações reguladas na Lei de
Falências21.
20
―As ações que devem ser tangidas no Juízo Universal da quebra são as intentadas contra a massa. Trata-
se de causas em que a massa é ré, não daquelas em que seja autora. Nestas, salvo quando consideradas na
Lei de Falências, seguem-se as regras comuns relativas à competência‖ (TJSP/RT, 128/671).
21
―A indivisibilidade do Juízo da falência só alcança as ações e reclamações cujo processo é estatuído na
própria lei de quebras. Procede, assim, a ação de despejo intentada perante outra Vara, contra a massa
falida, por falta de pagamento‖ (TJSP/RT, 141/531).
Art. 6º, § 2º. É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou
modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza
trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas
perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no
quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença.
Art. 6º, § 3º - O juiz competente para as ações referidas nos § 1º e 2º deste artigo poderá
determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na
falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o credito incluído na classe própria.
22
―O crédito trabalhista, para que adquira liquidez e assim possa ser habilitado em falência, necessita de
prévia apuração na Justiça do Trabalho‖ (RT, 465/100).
23
―PROCESSO DE EXECUÇÃO - Decretação de falência - Incompetência da Justiça Trabalhista -
Configuração de ofensa direta ao art. 114 da CF. - Ementa: 1. Agravo de instrumento - Processo de
execução - Decretação de falência - Incompetência da Justiça Trabalhista - Configuração de ofensa direta
ao art. 114 da Constituição Federal - Demonstrada a ofensa ao art. 114 da Constituição Federal, deve ser
provido o Agravo de Instrumento, para que seja processado o Recurso de Revista. Agravo de Instrumento
provido. 2. Recurso de revista - Processo de execução - Decretação de falência - Incompetência da Justiça
Trabalhista - Configuração de ofensa direta ao art. 114 da Constituição Federal. Esta Corte tem o
entendimento sedimentado de que a competência material da Justiça do Trabalho restringe-se à
declaração do crédito trabalhista e à fixação do seu ‗quantum‘, pois, uma vez decretada a falência, o Juízo
Falimentar passará a ter competência para habilitar os credores da massa falida no denominado quadro-
geral de credores. Assim sendo, resta vulnerada a literalidade do art. 114 da CF, porquanto não
respeitados, pela Corte de origem, os limites da competência desta Justiça Especializada. Recurso de
Revista conhecido e provido‖ (TST, 4 T., RR 1.135/1998-004-17-40.2, 17 Reg., DJU, 29-9-2006, p. 887).
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.
Contudo, deverá ser observada a ordem dos créditos (cf. art. 83, LF).
INF. 416, STJ. EXECUÇÃO FISCAL. FALÊNCIA. EXECUTADO. O recorrente alega que o produto da
arrematação do bem imóvel da massa falida deve ir para o juízo falimentar. A questão cinge-se à destinação do
produto da arrematação, quando esta sobreveio em data anterior à decretação da falência. Isso posto, a Turma deu
provimento ao recurso, por entender que o produto arrecadado com a alienação de bem penhorado em execução
fiscal, antes da decretação da quebra, deve ser entregue ao juízo universal da falência. A falência superveniente do
devedor não tem o condão de paralisar o processo de execução fiscal, nem de desconstituir a penhora realizada
anteriormente à quebra. Outrossim, o produto da alienação judicial dos bens penhorados deve ser repassado ao juízo
universal da falência para apuração das preferências. REsp 1.013.252-RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
19/11/2009.
24
―Sentença trabalhista com trânsito em julgado — Impugnação do respectivo quantum —
Inadmissibilidade — Coisa julgada — Sentença confirmada. Tratando-se de crédito trabalhista,
reconhecido definitivamente pela Justiça do Trabalho, ao ser ele habilitado em falência não poderá sofrer
impugnação alguma quanto ao seu valor‖ (RT, 468/59).
Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente
responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos
jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para
apresentar contestação, se assim o desejarem.
Exceções:
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo
administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa
falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização
do Comitê.
Os juros são:
25
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes,
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto (CC).
―Diz-se suspensiva a condição - ensina Pedro Orlando - quando o ato somente se objetiva depois de
cumprida a cláusula preestabelecida.‖
Veja a regra:
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da
falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento
dos credores subordinados.
3. MULTA FISCAL
Até a nova Lei da Falência o mesmo, entretanto, não ocorria com a multa
fiscal com efeito de pena administrativa.
―Não se inclui no crédito habilitado em falência a multa fiscal com efeito de pena
administrativa‖ (Súmula 192 do STF).
Por força dessa atração exercida pelo juízo falimentar, ficam suspensas as
ações e execuções dos credores sobre direitos e interesses relativos à massa falida,
inclusive as dos credores particulares do sócio solidário de sociedade falida, nos termos
do que prescreve o art. 6º da Lei de Falências.
5. SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO
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―apenas faz cessar temporariamente o curso da prescrição; superada, porém, a causa suspensiva, a
prescrição retoma o seu curso natural, computando o tempo anteriormente transcorrido. Com as causas
que interrompem a prescrição a situação é profundamente diversa; verificada alguma causa interruptiva,
perde-se por completo o tempo transcorrido precedentemente; esse tempo fica inutilizado para o
prescribente, por inteiro, não sendo de modo algum considerado na contagem o primeiro lapso de tempo,
que fica perdido, sacrificado‖( Washington de Barros Monteiro, apud A. P. de Almeida, p. 143).
III — não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação
expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas cominadas na lei.
(...)
Parágrafo único. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe
impõe, após intimado pelo juiz a fazê-lo, responderá o falido por crime de desobediência.
Assim, de acordo com o art. 104, da LF, tão logo tome conhecimento da
quebra, deve dirigir-se ao juízo da falência, onde firmará, em cartório, termo de
comparecimento, quando indicará o seu nome, nacionalidade, estado civil, endereço,
devendo ainda declarar, para constar do dito termo:
O art. 972 do Código Civil declara que a atividade de empresário pode ser
exercida por aqueles que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem
legalmente impedidos.
4. CONTINUAÇÃO DO NEGÓCIO
5. SUJEIÇÃO À PRISÃO
27
A decretação da falência do empresário individual não lhe subtrai a capacidade civil, embora a restrinja.
O falido não é incapaz, mas, a partir da sentença de quebra, ele perde o direito de administrar e dispor de
seu patrimônio (cf. F. Ulhoa. Comentários à nova lei da falências e recuperação. p. 283)
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
VII — determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes
envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores
quando requerida com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei.
Outrossim, faltando ao cumprimento dos deveres que lhe são impostos pela
Lei de Falências, responderá o falido pelo crime de desobediência (art. 104, parágrafo
único).
A falência, quando requerida com base nas hipóteses previstas no art. 94,
III e alíneas, da Lei Falimentar, pode ser precedida do seqüestro dos bens do
devedor — é o chamado seqüestro preliminar da falência, caso em que o falido,
mesmo antes da decretação da quebra, perde a administração dos seus bens.
São inalienáveis por força de lei os bens públicos (art. 100 do CC) e o bem
de família (art. 1.711 do CC). São inalienáveis por ato voluntário os bens gravados por
testadores (art. 1.911 do CC).
Nos termos do art. 108, § 4º, da Lei de Falências, ―não serão arrecadados os
bens absolutamente impenhoráveis‖.
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo
administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa
falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização
do Comitê.
1º) pela tradição real: Dá-se a tradição real pela efetiva entrega da coisa vendida,
transferindo-se ao comprador a sua posse material.
De acordo com o art. 119, I, LF a coisa vendida e em trânsito pode ser retida
pelo vendedor — a menos que o falido, antes do requerimento da falência, a tiver
revendido, sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte, entregues ou
remetidos pelo vendedor.
- Coisas compostas: são coisas heterogêneas (de naturezas distintas), que, unidas,
formam um todo.
O comprador tem, desde logo, a posse que lhe possibilita o uso e gozo da
coisa, só adquirindo a sua propriedade, entretanto, após o pagamento das prestações.
Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e
entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se
ainda não alienada.
(...)
Art. 88. A sentença que reconhecer o direito do requerente determinará a entrega da coisa
no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 119(...)
V - Tratando-se de coisas vendidas a termo, que tenham cotação em bolsa ou mercado, e
não se executando o contrato pela efetiva entrega daquelas e pagamento do preço, prestar-
se-á a diferença entre a cotação do dia do contrato e a da época da liquidação em bolsa ou
mercado.
28
Novo direito falimentar brasileiro, p. 110.
Art 30. A sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes não
rescindirá os contratos de compromisso de compra e venda ou de promessa de cessão que
tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. Se a falência ou insolvência for do
proprietário da área loteada ou do titular de direito sobre ela, incumbirá ao síndico ou ao
administrador dar cumprimento aos referidos contratos; se do adquirente do lote, seus
direitos serão levados à praça.
g) Contrato de locação
―Art. 119
A alienação fiduciária regulada por esta Lei é o negócio jurídico pelo qual o devedor, ou
fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou fiduciário, da
propriedade resolúvel de coisa imóvel.
j) Mandato
Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar
atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.
k) Comissão
O art. 693 do Código Civil declara que ―o contrato de comissão tem por
objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do
comitente‖.
29
Cf. Maria Helena Diniz apud Amador Paes de Almeida.
6. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
(...)
XI — pronunciar-se-à a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o
administrador judicial...
E em seu § 2º:
Pressupostos da compensação:
Neste caso, a ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em
defesa ou pleiteada mediante ação própria (que a lei não diz qual é) ou incidentalmente
no curso do processo.
A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada
mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.
1. O TERMO LEGAL
O termo legal da falência, fixado na sentença pelo juiz, compreende um espaço de tempo
imediatamente anterior à declaração da falência, no qual os atos do devedor são
considerados suspeitos de fraude e, por isso, suscetíveis de investigação, podendo ser
declarados ineficazes em relação à massa. 30
30
Apud Almeida, p. 188.
a) Pagamento de dívidas não vencidas, ou vencidas, mas pagas por meios não previstos
no contrato
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante
conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção
deste fraudar credores.
a) o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por
qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
b) o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por
qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante
conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção
deste fraudar credores:
(...)
IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
Configura-se ato manifestamente lesivo aos interesses dos credores, por isso
que considerado ineficaz, haja ou não intenção de fraudar credores, convindo
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante
conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não
intenção deste fraudar credores:
(...)
V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da
falência;
Neste caso em particular a lei não esclarece se o ato deva ter sido praticado
dentro do termo legal ou dentro do termo de 2 (dois) anos. Portanto, é necessária a
aplicação do direito comum que estabelece o prazo de 4 (quatro) anos para a
convalescença dos atos anuláveis (Art. 178, CC).
Nos termos do art. 130, LF, a Ação Revocatória é cabível quanto aos atos
praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento
entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela
massa falida.
Legitimidade ativa: de acordo com o art. 132, LF, a ação revocatória deverá
ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério
Público.
Força rescisória: O ato pode ser declarado ineficaz ou revogado, ainda que
praticado com base em decisão judicial (Art. 138). Revogado o ato ou declarada sua
ineficácia, ficará rescindida a sentença que o motivou (p. único).
Quando o ato (Art. 129, I a III e VI) tiver sido realizado como parte
integrante do plano de recuperação judicial, não será objeto de declaração de ineficácia
ou revogação (Art. 131).
I - a propriedade;
31
Disposição de admirável engenhosidade jurídica está no parágrafo 1° do artigo 136 da nova Lei de
Falências, que impede ataque ao ato de cessão em prejuízo dos portadores de valores mobiliários emitidos
pelo securitizador. Desta forma, a blindadem do bem imóvel é absoluta, o que estimularia os
investimentos no mercado imobiliário de imóveis em construção, pois haveria garantia mesmo em caso
de falência da construtora. No entanto, tal sistema de negociação é também porta aberta para a fraude,
bastando ao devedor conluiar-se com o securitizador e celebrar com ele uma simulação de cessão,
transferindo o crédito e nada recebendo na realidade, para futuro acerto por fora. Mais fácil ainda seria tal
fraude, quando se sabe que as securitizadoras normalmente são próximas (ou mesmo dependentes) das
construtoras. (Disponível em: < http://www.caperadvogados.com.br/Publicacao11.asp>).
Não são todos os direitos reais que dão ensejo a restituição. O art. 85 fala em
proprietário do bem arrecadado, portanto, direito real, ou do bem que se encontre em
poder do devedor na data da decretação da falência, outra situação qualquer em que o
devedor é mero detentor de coisa alheia, mas em razão de alguma relação jurídica.
Descontos feitos pelo falido nos salários de seus empregados em favor do Instituto de
Previdência são restituíveis na falência. (RE 33.908).
Art. 85. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao
devedor nos quinze dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada.
Obs.:
Se a coisa não mais existia, quando da declaração da falência será pago o
valor da avaliação do bem.
32
―Decretada a falência da instituição financeira, os depósitos decorrentes de contrato autorizado em lei
passam a incorporar a massa falida, e não podem ser objeto de ação de restituição, exceto nos casos em
que possa haver a individuação das notas ou do metal que as represente, nos termos do artigo 76, da Lei
de Falências (DL 7661⁄45). Sobre a matéria manifestou-se o colendo Supremo Tribunal Federal mediante
a edição da Súmula 417: “pode ser objeto de restituição, na falência, dinheiro em poder do falido,
recebido em nome de outrem, ou do qual, por lei ou contrato, não tivesse ele a responsabilidade (rectius,
indisponibilidade)‖. ( STJ-RESP Nº 492.956 - MG - 2003⁄0012673-5).
6. CONTRATO DE CÂMBIO
7. O PROCESSO DE RESTITUIÇÃO
7.1 Efeitos
33
A concordata foi eliminada pela Lei n. 11.101/2005, surgindo, em seu lugar, a recuperação judicial.
Legitimidade ativa: todos aqueles que tenham bens, que, por se encontrarem
em mãos do falido, são arrecadados pelo administrador.
7.4 Procedimento
Art. 87. O pedido de restituição deverá ser fundamentado e descreverá a coisa reclamada.
§ lº juiz mandará autuar em separado o requerimento com os documentos que o instruem e
determinará a intimação do falido, do Comitê, dos credores e do administrador judicial para
que, no prazo sucessivo de cinco dias, se manifestem, valendo como contestação a
manifestação contrária à restituição.
§ 2º Contestado o pedido e deferidas as provas porventura requeridas, o juiz designará
audiência de instrução e julgamento, se necessária.
§ 3º Não havendo provas a realizar, os autos serão conclusos para sentença.
Art. 88. A sentença que reconhecer o direito do requerente determinará a entrega da coisa
no prazo de quarenta e oito horas.
Parágrafo único. Caso não haja contestação, a massa não será condenada ao pagamento de
honorários advocatícios.
Art. 89. A sentença que negar a restituição, quando for o caso, incluirá o requerente no
quadro-geral de credores, na classificação que lhe couber, na forma desta Lei.
7.5 Recurso
Art. 90. Da sentença que julgar o pedido de restituição caberá apelação sem efeito
suspensivo.
8. EMBARGOS DE TERCEIRO
8.1 Conceito
O processo de arrecadação dos bens do falido, por ser de extremo rigor, pode
(e normalmente isso ocorre) envolver bens de terceiro que se encontrem em mãos do
falido.
Art. 93. Nos casos em que não couber pedido de restituição, fica resguardado o direito dos
credores de propor embargos de terceiros, observada a legislação processual civil.
8.3 Recurso
Art. 72, § 1º - Publicado o edital34 previsto no art. 52, § 1º, ou no parágrafo único do art. 99
desta Lei, os credores terão o prazo de quinze dias para apresentar ao administrador judicial
suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados.
a) Prazo
34
Trata-se do edital publicado em caso de deferimento da recuperação judicial (art. 52, § 1º) ou de
decretação da falência (art. 99, parágrafo único).
c) Legitimidade do crédito
e) Créditos impugnados
Art. 13. A impugnação será dirigida ao Juiz por meio de petição, instruída com os
documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consideradas necessárias.
I—A petição, firmada por advogado, munido da procuração para o foro em geral, é
endereçada ao juiz da falência.
4. CREDORES RETARDATÁRIOS
Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 72, § 1º, desta Lei, as habilitações de crédito serão
recebidas como retardatárias.
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo
de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do
acidente de trabalho.
Parágrafo único. Na falência:
I— o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias
passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real,
no limite do valor do bem gravado;
II — a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes
da legislação do trabalho; e
III — a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.
Esta ordem é reiterada, de forma mais completa, pelo parágrafo único do art.
29 da Lei n. 6.830, de 22 de setembro de 1980:
2. CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS
Tais créditos estão entre os encargos e as dívidas da masssa (art. 84, LF):
I - remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares;
II - créditos trabalhistas por serviços prestados após a decretação da falência ou decorrentes
de acidentes de trabalho ocorridos neste período;
III - quantias fornecidas à massa falida pelos credores;
IV - despesas havidas com a arrecadação, administração dos bens do falido, realização de
ativo, distribuição do seu produto, custas do processo de falência;
2.3. O crédito estritamente salarial, vencido nos três meses anteriores à decretação da
falência, até o limite de cinco (5) salários mínimos por trabalhador (art. 151).
b) persegue o seu objeto onde quer que este se encontre, por força do direito de seqüela.
De acordo com o art. 1.419 do CC: ―Nas dívidas garantidas por penhor,
anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao
cumprimento da obrigação‖.
35
O Código Civil (art. 1.225)enumera os direitos reais na seguinte ordem: I - a propriedade; II- a
superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI- a habitação;VII- o direito do promitente
comprador do imóvel; VIII- o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese.
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo
de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do
acidente de trabalho.
Parágrafo único. Na falência:
I - o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis
de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do
valor do bem gravado;
II- a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da
legislação do trabalho; e
III - a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.
O crédito tributário não está sujeito à habilitação, conforme art. 187 do CTN:
―A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento‖.
I - sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas com a
arrecadação e liquidação;
II - sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento;
III - sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis;
IV - sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras
construções, o credor de materiais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação, reconstrução,
ou melhoramento;
V - sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à
colheita;
VI - sobre as alfaias36 e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o
credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e do anterior;
VII - sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus
legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da edição;
VIII - sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e
precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola, quanto à
dívida dos seus salários.
6.2 - Aqueles previstos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária
da Lei de Falências:
O Código Comercial, na parte em vigor, nos seus arts. 470, 471 e 474, diz
que:
36
Acepções ■ substantivo feminino. 1 qualquer móvel ou utensílio us. em uma casa. 2 objeto
utilizado como adorno; enfeite, jóia. HOUAISS. Dicionário eletrônico. Disponível em:
<http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=alfaia&stype=k>.
Em caso de falência do incorporador, pessoa física ou jurídica, e não ser possível à maioria
prosseguir na construção das edificações, os subscritores ou candidatos à aquisição de
unidades serão credores privilegiados pelas quantias que houverem pago ao incorporador,
respondendo subsidiariamente os bens pessoais deste.
Art. 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do devedor:
I - o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o costume do
lugar;
II - o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação da massa;
III - o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor
falecido, se foram moderadas;
IV - o crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no semestre anterior à
sua morte;
V - o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua família, no
trimestre anterior ao falecimento;
VI - o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no anterior;
VII - o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos seus
derradeiros seis meses de vida;
VIII - os demais créditos de privilégio geral.
1°) Créditos trabalhistas (até o limite de cento e cinqüenta salários mínimos por
empregado) e créditos por acidente do trabalho.
2°) Crédito com garantia real, até o limite do bem gravado.
3°) Créditos tributário
4°) Créditos com privilégio especial
5°) Créditos com privilégio geral
6°) Créditos quirografários
7°) Crédito por multas contratuais, tributárias, administrativas ou penais.
8°) Créditos subordinados
a) Leilão
Ocorre quando os bens do falido são vendidos pelo maior lanço, isto é, pelo
maior preço, por intermédio do leiloeiro.
b) Propostas fechadas
c) Pregão
A venda por pregão respeitará as seguintes regras (art. 142, § 6º, LF):
O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante
nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do
trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho.
Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados
Art. 448. Os direitos oriundos da existência do contrato de trabalho subsistirão em caso de
falência, concordata ou dissolução da empresa.
O juiz homologará qualquer outra modalidade de realização do ativo, desde que aprovada
A alienação dos bens do falido, qualquer que seja a forma adotada, será
precedida de publicação de anúncio em jornal de grande circulação, com quinze dias de
antecedência, em se tratando de bens móveis, ou com trinta dias se se tratar de bens
imóveis.
1. CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS
3. CRÉDITOS RESERVADOS
2. PRESSUPOSTOS
1) A prescrição
4. PROCEDIMENTO
O art. 158 e seus incisos estipula regras para a extinção das obrigações do
falido. Mas tais regras não são extensivas ao sócio da sociedade empresária, que não
teve sua falência decretada. Isto pode ocorrer. É o caso dos sócios de responsabilidade
limitada que foram condenados pela prática de crime falimentar.
2. NATUREZA JURÍDICA
3. LEGITIMIDADE ATIVA
―Não se aplica o disposto no art. 198 desta Lei às sociedades a que se refere o art. 187 da
Lei n. 7.565, de 19 de dezembro de 1986‖.
5. PRESSUPOSTOS
I - não ser falido e, se o foi, que estejam declaradas extintas, por sentença transitada em
julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
II - não ter, há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial;
III - não ter, há menos de oito anos, obtido concessão de recuperação judicial para
microempresas e empresas de pequeno porte;
IV - não ter sido condenado ou não ser, como administrador ou sócio controlador, pessoa
condenada por crimes falimentares.
7.1 A Administração
I - houver sido condenado em sentença penal transitada em julgado por crime cometido em
recuperação judicial ou falência anteriores ou por crime contra o patrimônio, a economia
popular ou a ordem econômica previstos na legislação vigente;
II - houver indícios veementes de ter cometido crime previsto na Lei;
III - houver agido com dolo, simulação ou fraude contra os interesses de seus credores;
IV - houver praticado qualquer das seguintes condutas:
a) efetuar gastos pessoais manifestamente excessivos em relação à sua situação patrimonial,
b) efetuar despesas injustificáveis por sua natureza ou vulto, em relação ao capital ou gênero
do negócio, ao movimento das operações e a outras circunstâncias análogas;
c) descapitalizar injustificamente a empresa ou realizar operações prejudiciais ao seu
funcionamento regular;
d) simular ou omitir créditos ao apresentar a relação de que trata o art. 51, III, sem relevante
razão de direito ou amparo de decisão judicial;
V - negar-se a prestar informações solicitadas pelo administrador judicial ou pelos demais
membros do Comitê;
VI- tiver seu afastamento previsto no plano de recuperação judicial.
7.2 Créditos
Nos termos do art. 49, estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos
existentes na data do pedido, ainda que não vencidos
38
C.f. PAES DE ALMEIDA novação é uma substituição de uma obrigação por outra. Na lição de Pedro
Orlando: ―é a transmutação ou conversão de uma obrigação em outra. Dá-se: 1) quando o devedor contrai
com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; 2) quando o novo sucede ao antigo,
ficando este quite com o credor; 3) quando, em virtude da obrigação nova, outro credor é substituído ao
antigo, ficando o devedor quite com este. No primeiro caso, a novação se diz objetiva, e, nos outros dois,
subjetiva‖
8. DO PEDIDO
39
A decisão que defere o processamento do pedido não se confunde com a sentença concessiva. A
primeira objetiva verificar os pressupostos fundamentais à concessão da pretensão. A sentença
concessiva, ao revés, implica a execução do plano de recuperação aprovado pelos credores. Da sentença
que defere o pedido cabe agravo.
O juiz poderá deferir a recuperação judicial, ainda que o plano não tenha
obtido aprovação com os percentuais previstos no art. 4540, bastando sua aprovação com
os índices indicados nos incisos I, II e III do § 1º do art. 58.
40
Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas
no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta.
§ 1º Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser
aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembléia
e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes.
§ 2º Na classe prevista no inciso I do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria
simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito.
§ 3º O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quorum de
deliberação se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento
de seu crédito.
―I- no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira,
em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e
quarenta mil reais);
II- no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela
equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00
Requisitos:
Requisitos:
41
COELHO, F. U. Comentários à nova lei de falências e recuperação de empresas. São Paulo: Saraiva, p.
161.
a) Credores trabalhistas;
b) Créditos tributários;
c) Proprietário fiduciário, arrendador mercantir, vendedor ou promitente
vendedor de imóvel por contrato irrevogável e vendedor titular de reserva de domínio;
d) Instituição financeira credora por adiantamento ao exportador (contrato de
câmbio).
6 – HOMOLOGAÇÃO FACULTATIVA
7 – HOMOLOGAÇÃO OBRIGATÓRIA
Observe-se que a Lei fala em 3/5 dos créditos de cada espécie. Estas espécies
são (art. 83, II, IV, V, VI, VIII, LF): a) créditos com garantia real; b) crédito com