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60 55,2
50 42
Produtividade (sc/ha)
40
30
20
10
0
Feijão 2003 Feijão 2006
(A) (B)
Figura 3 – Cultura do feijoeiro em Sistema Plantio Direto irrigado via pivô central, em palhada de
braquiária após sistema de Integração Lavoura-Pecuária (A); e, evolução do rendimento de grãos
(sacas/ha) de feijão (B), na Fazenda São Paulo II, Bonfinópolis de Minas-MG.
28
Milho + B. brizantha e milho + B. ruziziensis (milho para produção de grãos em
área de sequeiro e irrigada); milho + B. brizantha (milho para produção de
silagem consorciado com braquiarão na renovação de pastagem degradada); e
plantio direto de guandu (Cajanus cajan) em pastagem degradada.
Plantio direto de milho consorciado com braquiária sobre pastagem degradada - Agropecuária Cenci,
Brasília - DF.
29
INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA NOS CERRADOS DO
PIAUÍ E MARANHÃO
Marcos Lopes Teixeira Neto¹
Hoston Tomás Santos do Nascimento²
Raimundo Bezerra de Araújo Neto³
Diógenes Manoel Pedrosa de Azevedo4
Rendimento agrícola
¹ Eng. Agr., M.Sc. em Produção Vegetal da Embrapa Meio-Norte, Teresina-PI, Coordenador Local
do PROTILP. E-mail: mlopes@cpamn.embrapa.br.
2
Eng. Agr., Ph.D. em Nutrição Animal da Embrapa Meio-Norte, Teresina-PI, Membro Local do
PROTILP. E-mail: hoston@cpamn.embrapa.br.
3
Eng. Agr., M.Sc. em Forrageiras e Pastagem da Embrapa Meio-Norte, Teresina-PI, Membro Local
do PROTILP. E-mail: rbezerra@cpamn.embrapa.br.
4
Eng. Agr., M.Sc., Fitotecnia da Embrapa Meio-Norte, Teresina-PI, Membro Local do PROTILP.
E-mail: diogenes@cpamn.embrapa.br
30
A partir da safra 2005/06 as ações foram conduzidas na Fazenda Nova Zelândia,
no município de Uruçuí, com a implantação de uma unidade demonstrativa do
Sistema Santa Fé (milho + B. brizantha) em escala comercial, numa área de 80
hectares, também em solo arenoso, cultivado com soja há quatro anos
consecutivos. Nesta unidade, a produção do milho consorciado com a forrageira
foi de 5.400 kg/ha, apesar de ter sofrido uma estiagem (26 dias). A forrageira teve
rendimento de 43 t/ha de massa verde.
UD do Sistema Santa Fé (milho + braquiária) na Fazenda Nova Zelândia em Uruçuí-PI, Safra 2006/07.
Rendimento animal
Rendimento agrícola
Em função dos bons resultados obtidos nesta UO, decidiu-se, na safra 2005/06,
pela implantação de uma Unidade Demonstrativa (UD) do Sistema Santa Fé
(milho + B. brizantha), em escala comercial, numa área de 66 hectares, para
terminação de bois a pasto na entressafra, e de milho + B. ruziziensis, também em
escala comercial, em uma área de 80 hectares, para formação de palhada para o
Plantio Direto de soja na safra seguinte. Nesta safra o milho em cultivo
consorciado com B. brizantha e B. ruziziensis produziu em média 8.580 kg/ha
(143 sacas), mesmo tendo sofrido uma estiagem de 18 dias. A B. brizantha rendeu
entre 43 e 52 t/ha de massa verde, enquanto a B. ruziziensis 35 t/ha. A receita
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bruta obtida com o milho nestas unidades foi de R$ 2.574,00/ha, com custo de
produção de R$ 1.400,00/ha, proporcionando um retorno de 45%, além de deixar
formada para a entressafra uma pastagem de qualidade para a pecuária.
UD do Sistema Santa Fé (milho + braquiária) da Fazenda Santa Luzia, São Raimundo das
Mangabeiras-MA, 2006.
Rendimento animal
35
Bois na fase final de engorda na entressafra em pasto formado no Sistema Santa Fé - UD de São
Raimundo das Mangabeiras-MA e de Uruçuí-PI, 2006.
Considerações finais
Milho + braquiária, Faz. Faveira - Tasso Fragoso-MA; soja com braquiária sobressemeada, Faz.
Nova Zelândia - Uruçuí-PI, 2008.
36
A PECUÁRIA DE LEITE NA INTEGRAÇÃO LAVOURA-
PECUÁRIA-FLORESTA
1
Pesquisador da Embrapa Gado de Leite. Rua Eugênio do Nascimento, 610, Dom Bosco. Juiz de
Fora, MG.
2
Pesquisador aposentado da Embrapa Gado de Leite.
37
Nesse caso, a área total da fazenda foi dividida em três glebas, sendo, cada uma
delas, cultivada por duas safras com milho para silagem e um ano e meio como
pasto. Após esse período, a área novamente será utilizada para produção de
silagem. Ressalta-se, contudo, que durante o inverno, período de maior escassez
de forragem, toda a área cultivada torna-se pasto.
Com a ILP espera-se que hajam mudanças de atitude, tanto de pecuaristas como
de agricultores. No caso específico dos pecuaristas, os custos de recuperação
das pastagens serão embutidos na atividade agrícola, fazendo com que
percebam que os gastos com a adubação anual das pastagens são menores que
os prejuízos causados pela redução da produção de forragem e/ou pela
necessidade de altas doses de corretivos e adubos a cada vez que as pastagens
forem sucedidas por lavouras.
38
Portanto, melhorias na gestão das propriedades serão necessárias não só pela
inclusão de novos fatores na exploração leiteira, mas principalmente em função
da introdução de atividades agrícolas muitas vezes desconhecidas dos
pecuaristas. Por isso, o acompanhamento da assistência técnica é essencial
para a adoção das tecnologias preconizadas pela ILP.
A FAZENDA LEITEIRA
PRODUÇ
PRODUÇÃO DE
ALIMENTOS ANIMAIS M
ANIMAIS E
R
LEITE •CRIA C
A
•RECRIA D
O
M
M E
E •PASTO R
R C
C •SILAGEM VACAS
A
A LEITEIRAS D
D •FENO O
O
•CONC.
PRODUÇ
PRODUÇÃO DE PRODUÇ
PRODUÇÃO DE
ALIMENTOS LEITE
Figura 2. Representação esquemática de uma propriedade que explora a pecuária leiteira e suas
relações com o mercado (Assis e Alves, 2000).
39
Quando o desenvolvimento inicial da lavoura é prejudicado por algum motivo, ou
quando a forrageira apresenta grande vigor, é possível retardar o
desenvolvimento desta última, sem prejuízos para as lavouras, por meio da
aplicação de herbicidas seletivos, em subdoses. Nesse caso, não há a morte da
forrageira, apenas sua supressão parcial ou a paralisação do seu
desenvolvimento por intoxicação com os herbicidas aplicados. É importante
ressaltar que mesmo sem a aplicação de herbicida o desenvolvimento inicial da
braquiária é bem mais lento que o do milho.
40
Tabela 2. Produtividade de milho para silagem e Brachiaria brizantha em função
de arranjos de semeadura.
As decisões sobre quais culturas serão empregadas na ILP deverão ser tomadas
pelo produtor, auxiliado pela assistência técnica, bem como a opção pelos
esquemas de rotação e a forma de operacionalizar o consórcio. Normalmente os
agricultores utilizam rotações em que o pasto permanece por menor tempo (1 a 2
anos, por exemplo), ao contrário dos pecuaristas, que preferem utilizar as
pastagens por intervalos de tempo maiores. É importante mencionar que o
incremento em quantidade e qualidade da forragem advindo da ILP é decorrente
da correção e disponibilização de nutrientes via adubação das lavouras. Quando o
intervalo de renovação dos pastos, ou seja, de retorno das lavouras nas áreas de
pastagens, for maior que 2 a 3 anos é recomendada adubação da forrageira para
evitar uma queda acentuada na produtividade.
Seca* Chuvas*
Tratamento
Massa seca total Massa seca verde Massa seca total Massa seca verde
SSP 1.638 1.010 2.240 1.837
BRA 1.842 1.220 2.293 1.835
* Valores não-significativos entre tratamentos (P>0,05).
Condições de luminosidade
Característica Sombreamento por
Sol pleno
árvores
Proteína bruta (% na MS da folha) 9,6 b 12,4 a
Fibra em detergente neutro (% na MS) 75,9 a 73,1 b
Digestibilidade in vitro da MS (%) 47,6 b 53,2 a
Médias seguidas pelas mesmas letras, na linha, não diferem entre si, pelo teste de F (P<0,05).
42
Na escolha do componente arbóreo alguns aspectos devem ser considerados,
entre eles:
Conclusão
43
CONSÓRCIO DE MILHO COM BRAQUIÁRIA: PRODUÇÃO DE
FORRAGEM E PALHADA PARA O PLANTIO DIRETO
44
11193
10856 10913
produtividade de milho (kg ha )
9161
-1
Figura 1: Produtividade de grãos de milho consorciado com Brachiaria brizantha cv. Marandu em
quatro modalidades de cultivo. Fonte: Borghi & Crusciol (2007).
10924
10212
10048
produtividade de milho (kg ha )
-1
Figura 2: Produtividade de grãos de milho consorciado com Brachiaria brizantha cv. Marandu em
duas épocas de estabelecimento do consórcio. Fonte: Borghi & Crusciol (dados não publicados).
45
2 2
Uréia y = -0,003x+ 0,312x + 21,04 =R0,86* 45
Sulfato de Amônio y = -0,004x
2 2 43
50 + 0,4594x + 30,59 =R0,87*
41
39 y = 38,435
45
Germinação(%)
37
Germinação (%)
40
35
35 33 y = 34,477
31
30
29
25 27
25
20
0 12 24 36 48 60 72 84 96
0 12 24 36 48 60 72 84 96
Tempo (h)
Tempo (h)
Super Simples Super Triplo
2 2
y = 37,185
Cloreto de Potássio Granuladoy = 0,004x- 0,310x + 40,28
= 0,77
R
2 50 2
Farelado y = -0,003x
2
+ 0,337x + 30,93
= 0,30
R
y = 0,1156x + 33,353
Sulfato de potássio = 0,51*
R
44 45
42
40
Germinação(%)
40
Germinação (%)
35
38
36 30
34 25
32
20
30 0 12 24 36 48 60 72 84 96
0 12 24 36 48 60 72 84 96
Tempo (h)
Tempo (h)
Figura 3: Efeito de fontes e períodos de contato com fertilizantes sobre a germinação de sementes de
Brachiaria brizantha cv. Marandu. Fonte: Mateus et al. (2007).
46
9333
8505 8524
7930 7700
Massa seca de forragem de braquiária
5450
(kg ha -1 )
3937
3400
Figura 4: Produtividade de massa seca da forragem de Brachiaria brizantha cv. Marandu quando
consorciada com milho simultaneamente à semeadura, determinadas em oito épocas após a colheita
de grãos, no período de outono-primavera dos anos agrícolas de 2002/2003 e 2003/2004.
12 13
12
7 7 7
Figura 5 - Valores percentuais de proteína bruta de forragem de Brachiaria brizantha cv. Marandu nos
meses de maio (quando ainda consorciada com o milho) e setembro (120 dias após a colheita de
grãos). Fonte: Borghi (2004).
47
O cultivo consorciado do milho com braquiária tem refletido diretamente na
fertilidade do solo (Figuras 6a, 6b. 6c, 6d e 6e), reduzindo a acidez e aumentando
os teores de matéria orgânica, fósforo, potássio, cálcio e magnésio, com reflexo
direto na CTC (capacidade de troca catiônica) e na saturação por bases (V%),
quando comparado às áreas sob sistema plantio direto com cultivo exclusivo de
milho no verão e pousio no período de outono/inverno/primavera, ou com a
sucessão milho/aveia. Esses resultados são decorrentes do grande aporte de
palhada somado ao grande volume de raízes em profundidade proporcionados
pela braquiária, aliado ao fato das espécies de gramíneas forrageiras tropicais
serem mais eficientes no aproveitamento do fósforo (P) do solo do que as culturas
anuais.
O sistema ILP também tem promovido melhorias nas qualidades físicas e físico-
hídricas do solo em profundidade, provavelmente em decorrência do grande
aporte de matéria seca radicular no perfil do solo pela forrageira. Em camadas
mais superficiais, como de 0 a 20 cm, o cultivo de braquiária não surte tanto efeito
na melhoria da qualidade estrutural do solo, devido, provavelmente, à grande
colonização das raízes de milho nessa profundidade (Figuras 7a, 7b e Tabela 1).
Plantio direto de milho consorciado com braquiária no Sítio São Manoel em Birigui-SP, e milho
consorciado com braquiária para silagem na Faz. Nossa Senhora Aparecida em Lins-SP.
48
pH (CaCl
2) -1
M. O. (g kg )
4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 15 20 25 30
0,00 0,00
0,10 0,10
0,20 0,20
milho
0,30 0,30
milho + braquiária
0,40 0,40
0,50 0,50
-3 -3
P (mg dm ) K (mmolc dm )
2 6 10 14 18 22 26 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
0,00 0,00
0,10 0,10
0,20 0,20
0,30 0,30
0,40 0,40
0,50 0,50
V (%)
40 45 50 55 60 65 70 75 80
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
Figura 6: Alterações na fertilidade do solo após dois anos de cultivo consorciado de milho com
Bachiaria brizantha cv. Marandu. (a) pH; (b) matéria orgânica; (c) fósforo; (d) potássio; (e) saturação
por bases. Fonte: Crusciol et al. (2006).
49
0.06
cm -3 (A) (B)
0.05
3
0.04
Água no solo, cm
0.03
0.02
Milho Solteiro
0.01
MBL
0.00
1.10 1.15 1.20 1.25 1.30 1.35 1.40 1.45 1.10 1.15 1.20 1.25 1.30 1.35 1.40 1.45
-3
Densidade do solo, g cm -3 Densidade do solo, g cm
Figura 7. Variação do Intervalo Hídrico Ótimo nos dois sistemas de manejo (milho solteiro e milho
consorciado com Brachiaria na linha de semeadura-MBL) nas camadas de 0 a 20 cm (A) e 20 a 40 cm
(B) de profundidade. Fonte: Crusciol et al. (2007).
50
FINANCIAMENTO PARA PROJETOS DE INTEGRAÇÃO
LAVOURA-PECUÁRIA
Objetivos do PROLAPEC
Beneficiários
§
Produtores rurais, pessoas físicas ou jurídicas;
§
Cooperativas de produção e associação de produtores rurais, desde que
se dediquem à atividade produtiva no setor rural.
51
Itens financiáveis:
52
Condições de Financiamento
Obs: Até 40% do valor financiado pode ser utilizado para aquisição de
animais para engorda na entressafra.
AMBROSI, I.; SANTOS, H. P. dos. Análise econômica de sistemas de produção de grãos envolvendo pastagens de
inverno e de verão, sob sistema plantio direto. In: XXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, 1999, Chapecó,
SC. Soja: resultados de pesquisa 1998/99. Passo Fundo, RS : Embrapa Trigo, 1999. p. 130-136.
KICHEL, A. N.; MIRANDA, C. H. B.; TAMBOSI, S. A. T. Produção de bovinos de corte com a integração agricultura x
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KICHEL, A.N., MIRANDA, C.H.B., ZIMMER, A.H. Degradação de pastagens e produção de bovinos de corte com a
integração agricultura x pecuária. In: I Simpósio de produção de gado de corte. Anais... Viçosa, MG, 1999.
KICHEL, A.N.; MIRANDA, C.H.B.; ZIMMER, A.H. Degradação de pastagens e produção de bovinos de corte com a
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PASTAGEM. 7. Anais... Piracicaba-SP. Fealq. p. 107-138, 1985 .
MELLO, L.M.M.; YANO, E.H.; NARIMATSU, K.C.P.; TAKAHASHI, C.M.; BORGHI, E. Integração agricultura-pecuária
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n.1, p.121-129, 2004.
MORAES, A. Pastagens como fator de recuperação de áreas degradadas. In: SIMPÓSIO SOBRE ECOSSISTEMAS
DE PASTAGENS. 2. Anais... Jaboticabal.- SP: UNESP. p. 191-215, 1993.
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ECOSSISTEMAS DE PASTAGENS. 2. Anais... Jaboticabal.- SP: UNESP. p. 191-215, 1993.
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YOKOYAMA, L.P.; VIANA FILHO, A.; BALBINO, L.C.; OLIVEIRA, I.P.; BARCELLOS, A.O. Avaliação econômica
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