Sie sind auf Seite 1von 25

1

JOÃO PEDRO MATIELLO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

XANXERÊ-SC, ABRIL DE 2008.


2

JOÃO PEDRO MATIELLO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA ÁREA DE


SUINOCULTURA

Relatório de estágio supervisionado


apresentado para o Componente
Curricular: Médios Animais-
Suinocultura, para o Curso
Profissionalizante com Habilitação
Técnico em Agropecuária do Colégio
La Salle de Xanxerê. Sob orientação do
professor Osmar José Petrolli e do
técnico Henrique Zamoner.

XANXERÊ, ABRIL DE 2008.


3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de estar aqui, redigindo este


relatório de estágio. Sem a Sua presença, não poderia realizar qualquer
movimento nem obter sequer um segundo de vida.
Agradeço também minha família, que sempre me ajuda e orienta
qualquer movimento meu.
A todos aqueles que de alguma forma me ajudaram, aconselharam,
ensinaram, deixo meu muito obrigado.
4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho com muito


orgulho para meu pai, Pedro Matiello;
e para minha mãe, Maria Baggio
Matiello.
5

EQUIPE TÉCNICA

PROFESSOR IR. ANIBAL THIELE


Diretor Do Curso Profissionalizante Com Habilitação Técnico Em Agropecuária
Do Colégio La Salle.

PROFESSOR MAURO PORTO COLLI


Coordenador De Estágios Internos Do Curso Profissionalizante Com Habilitação
Técnico Em Agropecuária Do Colégio La Salle.

PROFESSOR OSMAR JOSÉ PETROLLI


Supervisor Do Estágio De Suinocultura.

TÉCNICO HENRIQUE ZAMONER


Supervisor Do Estágio De Suinocultura.

JOÃO PEDRO MATIELLO


Estagiário.
6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................8
CAPÍTULO I- SUINOCULTURA..........................................................................9
1.1 GESTAÇÃO......................................................................................................9
1.1.1 REPRODUTORES.........................................................................................9
1.1.2 MARRÃS........................................................................................................9
1.1.3 ALIMENTAÇÃO.........................................................................................10
1.1.4 CIO................................................................................................................11
1.1.5 COBERTURA...............................................................................................11
1.1.6 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL....................................................................12
1.1.7 LIMPEZA....................................................................................................13
1.1.8 INSTALAÇÕES...........................................................................................13
1.2 MATERNIDADE............................................................................................13
1.2.1 SINAIS DE PARTO.....................................................................................13
1.2.2 PARTO..........................................................................................................14
1.2.3 ALIMENTAÇÃO.........................................................................................15
1.2.4 MANEJO DOS LEITÕES AO TERCEIRO DIA DE VIDA........................16
1.2.5 MANEJO DOS LEITÕES AO QUINTO DIA DE VIDA............................16
1.2.6 MANEJO DOS LEITÕES AO DÉCIMO DIA DE VIDA...........................16
1.2.7 LIMPEZA.....................................................................................................17
1.2.8 DESMAME...................................................................................................17
1.2.9 INSTALAÇÕES...........................................................................................18
1.3 CRECHE..........................................................................................................18
1.3.1 ALIMENTAÇÃO.........................................................................................18
1.3.2 LIMPEZA.....................................................................................................19
1.3.3 INSTALAÇÕES...........................................................................................19
1.4 RECRIA...........................................................................................................19
7

1.4.1 ALIMENTAÇÃO.........................................................................................19
1.4.2 LIMPEZA.....................................................................................................19
1.4.3 INSTALAÇÕES...........................................................................................19
1.5 CRESCIMENTO..............................................................................................20
1.5.1 ALIMENTAÇÃO.........................................................................................20
1.5.2 LIMPEZA.....................................................................................................20
1.5.3 INSTALAÇÕES...........................................................................................20
1.6 TERMINAÇÃO...............................................................................................20
1.6.1 ALIMENTAÇÃO.........................................................................................21
1.6.2 LIMPEZA.....................................................................................................21
1.6.3 INSTALAÇÕES...........................................................................................21
1.7 DESTINOS DE DEJETOS E ANIMAIS MORTOS.......................................21
1.8 SANIDADE E BIOSSEGURANÇA...............................................................21
1.9 DOENÇAS.......................................................................................................21
1.9.1 COLIBACILOSE NEONATAL...................................................................22
1.9.1.1 FATORES DE RISCO...............................................................................22
1.9.1.2 SINTOMAS...............................................................................................22
1.9.1.3 CONTROLE E TRATAMENTO..............................................................22
1.9.2 ARTRITE......................................................................................................22
1.9.2.1 SINTOMAS...............................................................................................23
1.9.2.3 CONTROLE E TRATAMENTO..............................................................23
1.9.3 CIRCOVIROSE ..........................................................................................23
1.9.3.1 SINTOMAS...............................................................................................23
1.9.3.2 CONTROLE E TRATAMENTO..............................................................23
..............................................................................................................................24
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................25
8

INTRODUÇÃO
A atividade agrícola denominada suinocultura está muito
desenvolvida em nossa região, a que mais produz suínos para abate e
comercialização no nosso país. Vários municípios e agricultores possuem sua
renda baseada na suinocultura, o que a faz atividade primária de grande
importância no contexto atual da formação de um técnico agrícola.

Este relatório contém as práticas essenciais de uma propriedade que


trabalha com suinocultura, desde a cobertura até o abate, realizadas durante o
período de estágio.
9

CAPÍTULO I- SUINOCULTURA

1.1 GESTAÇÃO
É o galpão onde se desenvolvem as práticas reprodutivas do
rebanho como coberturas, seleção de reprodutores e matrizes e serve de
alojamento para ambas as categorias animais.

1.1.1 REPRODUTORES
Os reprodutores devem possuir as seguintes características:

• Peso aos 21 dias: mín. 5 kg;

• Peso aos 150 dias: mín. 90 kg;

• Conversão alimentar: máx. 2,5: 1;

• Tetas funcionais: mín. 14;

• Espessura de toucinho: máx. 2,5 cm;

• Bons aprumos;

• Ser proveniente de leitegada com mais de 10 leitões.

No colégio existem três reprodutores: um Agroceres®, um Duroc e


um MHP-2000®. Todos devem ser muito bem selecionados, pois representam
50% do material genético da propriedade.

1.1.2 MARRÃS
As marrãs de reposição devem possuir as seguintes características:
10

• Ser proveniente de leitegada com mais de 10 leitões;

• Peso aos 168 dias: mín. 90 kg;

• Conversão alimentar: máx. 2,5: 1;

• Espessura de toucinho: máx. 2,5 cm;

• Bons aprumos;

• Corpo profundo e longilíneo;

• Tetas funcionais: mín. 14.

1.1.3 ALIMENTAÇÃO
A porca gestante ou a marrã gestante possui uma peculiaridade: o
metabolismo gravítico. Esse fenômeno faz com que a porca ou marrã aproveite
melhor os nutrientes contidos na ração, e também faz a porca engordar mais
facilmente, o que não é desejável. A porca gestante não deve engordar muito,
senão pode ter febre de leite, dificuldade de parição, menor produção de leite, e
produzir leitegadas menores e mais fracas. A alimentação baseia-se na seguinte
tabela:

Idade de gestação Ração de grão seco Ração de grão úmido


Porcas “vazias” e marrãs 3 kg 3,5 kg
não cobertas
0-45 dias 2 kg 2,5 kg
46-75 dias 2,5 kg 3 kg
76-112 dias 3 kg 3,5 kg
FONTE: PETROLLI, Osmar José. Apostila de suinocultura. Xanxerê, 2007-
2008.

A porca “vazia” recebe essa quantidade alta para ocasionar o


flushing, que é um incremento de energia, aumentando a ovulação da porca. As
marrãs recebem também essa mesma quantidade para o mesmo fim, porém até os
100 kg de peso vivo (PV) recebem ração à vontade, sendo limitada nessa quantia.
Se a quantidade de ração pós-cobertura continuar alta há uma maior
produção de corticosteróides, que por sua vez bloqueiam a progesterona,
11

diminuindo a implantação embrionária. Depois do período embrionário, a ração


aumenta de forma gradativa, conforme a necessidade da porca. A ração é
fornecida em dois tratos diários. As matrizes gestantes não devem sofrer nenhum
tipo de stress durante a gestação, pois podem absorver os embriões ou até abortar.
Os machos recebem ração gestação, 3 kg/dia quando muito utilizados, ou então 2
kg/dia para não engordarem demais e dificultar a monta.

1.1.4 CIO
Todos os dias, depois do trato, no corredor central dos boxes de
gestação, passa-se o reprodutor treinado, ou o Agroceres® ou o MHP-2000®, e
observam- se as fichas das matrizes para ver quais aquelas que podem entrar em
cio. O cio é a manifestação externa da ovulação e ocorre de 21 em 21 dias. Nessas
matrizes é feito uma marca na nuca com marcador específico para serem mais
bem localizadas entre as outras e ganhar tempo. Deve ser identificado o cio nas
matrizes e marrãs através de seus sinais característicos, como:

• Imobilidade perante o reprodutor;

• Orelhas levantadas;

• Corrimento vaginal;

• Perda de apetite;

• Vulva intumescida;

• Cauda levantada.

1.1.5 COBERTURA
Depois de identificado o cio, a matriz ou marrã deve ser levada à
baia do macho ou ao piquete do macho para cobertura. Se for necessário, deve-se
ajudar o reprodutor a inserir o pênis na vulva da porca e aguardar até que ele
ejacule todo o sêmen, quando então a matriz ou marrã é levada de volta ao seu
local de alojamento. Se ela for levada ao piquete, deve ser lavada com CB-30®,
na dose de 1 ml de CB-30® para 1 l de água para ser levada de volta ao
12

alojamento. Fazem-se tantas coberturas quanto a matriz suportar. Todos os dados


são anotados nas fichas de controle gerais e nas individuais de cada matriz.

1.1.6 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL


Quando a matriz estiver em cio, pode-se também fazer a
inseminação artificial, método este que consiste em inserir o líquido seminal no
interior do aparelho reprodutor da matriz. A inseminação artificial traz vários
benefícios ao suinocultor, como a rápida melhora genética dos leitões e
procedência garantida de sêmen de qualidade. A inseminação ocorre da seguinte
maneira:

• Levar a fêmea ate o local de inseminação que deve estar limpo e seco;

• Fazer a limpeza da vulva com papel toalha;

• Introduzir a pipeta no sentido anti-horário até ela aderir à cérvix, quando


afirmar bem é encaixado a ampola de sêmen na pipeta;

• Durante a inseminação, a fêmea deve ser massageada nos flancos,


imitando o macho e provocando contrações que facilitarão a ida dos
espermatozóides ao útero.

O sêmen deve ter as seguintes características:

• Ser armazenado em temperatura controlada de 15 a 18 ºC.;

• Não entrar em contato com a luz;

• Não pode ser agitado dentro das ampolas.

Tudo isso para manter a qualidade fecundante dos


espermatozóides.

As fêmeas cobertas permanecem no galpão de gestação da


cobertura até os 107 dias de gestação quando são transferidas para a maternidade.
13

1.1.7 LIMPEZA
Os boxes são limpos várias vezes por dia, assim como a baia das
marrãs, dos animais doentes e dos cachaços, sempre que defecarem. Deve-se
evitar o acúmulo de umidade no chão dos boxes e das baias, para que não ocorra a
infestação de fungos no ambiente. Nas baias utiliza-se maravalha para não
acumular umidade no piso.

1.1.8 INSTALAÇÕES
Quando ainda são marrãs, as matrizes ficam em baias coletivas de 9
m2, com espaço médio de 2 m2/matriz. Essas baias têm 2/3 de piso e 1/3 de piso
ripado, com 5% de caimento, e são as mesmas usadas para os reprodutores e para
os animais doentes. Depois de cobertas, vão para os boxes individuais, com
espaço reduzido para somente uma matriz, com 2/3 de piso compacto de concreto
e 1/3 de gradeado de aço na parte posterior, para melhor escoamento de fezes e
urina. O cocho usado serve tanto para a água como para a ração. Também existem
3 piquetes de Tifton-85, alheios ao galpão, cercados com cerca de trama para uso
dos reprodutores, fêmeas com problemas de casco e aprumos, que também
poderia ser utilizado para a soltura dos borregos para pastejar.

1.2 MATERNIDADE
No dia da transferência, a matriz é lavada e desinfetada com CB-
30®, 1 ml/l de água e levadas ou para a maternidade nova ou para a maternidade
velha, em uma baia parideira igualmente lavada e desinfetada, além de pintada
com cal virgem e de passado o lança-chamas. Neste pequeno período que
antecede o parto, ela continua a receber ração gestação, 3 kg/dia. Perto do dia do
parto ela passa a receber menos ração, uma vez que muita ração no trato digestivo
pode acarretar em um parto distócico, recebendo de 1 a 2 kg de ração/dia.

1.2.1 SINAIS DE PARTO


A fêmea perto do momento do parto mostra-se inquieta,
confecciona como que um ninho para abrigar a leitegada (nidação), flancos
deprimidos, ventre caído, mamas com presença de colostro, e a vulva bem
14

dilatada e com grande volume. Um sinal típico de que o parto ocorrerá em breve é
quando a matriz se deita com se fosse dar de mamar aos leitões quando se é feito
uma massagem em seu úbere.

1.2.2 PARTO
No dia do parto, a matriz quase não se alimenta. O parto das
fêmeas não costuma demorar muito, podendo se estender até 5h. Os leitões saem
de qualquer maneira (com a cabeça primeiro ou com o traseiro primeiro), em um
intervalo que vai até 30min entre um e outro.

Se o parto demorar muito, ou os leitões não vierem dentro do


intervalo programado, deve ser aplicado o hormônio oxitocina, na dose de 2
ml/animal, na veia atrás da orelha, intramuscular no pescoço ou na vulva. Se não
surtir efeito, aplicar mais 2 ml, não ultrapassando essa dosagem. Se nem mesmo
assim funcionar, deve-se intervir manualmente. Durante o estágio não foi
necessário nenhuma intervenção manual, somente a aplicação de oxitocina para
que a matriz liberasse a placenta.

No momento em que saem da matriz, suas narinas e seu corpo são


recobertos por uma membrana que funciona como isolante térmico. As narinas
devem ser limpas imediatamente para que o leitão possa respirar. Os leitões
nascem com 8 dentes, 4 superiores e 4 inferiores sendo 4 caninos, 2 incisivos e 2
pré-molares, cortados no primeiro dia de vida, para não machucar-se entre eles e
também para não cortar as tetas da matriz. O cordão umbilical é comprido e deve
ser amarrado a uma distancia de 1 a 1,5 cm do corpo e desinfetados em uma
solução de iodo, para evitar infecções.

Depois disso, os leitões aprendem a mamar com a ajuda de um


estagiário. Os leitões devem mamar imediatamente o colostro, pois é nessa fase
que ocorre a maior mortalidade em suínos, devido à baixa imunidade do leitão ao
ambiente externo. O colostro possui imunoglobulinas, responsáveis por dar ao
leitão a imunidade necessária nos primeiros dias de vida, até que ele desenvolva
seu sistema imunológico completamente. Depois de mamar, todos eles devem ser
postos dentro do escamoteador, uma caixa acoplada à baia parideira, já com a
15

maravalha e com a lâmpada de 60 w, responsável por aquecer os leitões no


começo de vida. A temperatura ideal para os suínos varia conforme a idade,
representada no esquema abaixo:

IDADE (dias) PESO (kg) TEMPERATURA TEMPERATURA


IDEAL (ºC) MÍNIMA (ºC)
0-2 1,5 35 30
3-7 1,6-2,5 33 28
8-14 2,6-4 30 26
15-21 4,1-6 28 24
22-42 6,1-12 25 21
43-63 12,1-25 22 18
64- abate 25,1- abate 20 15
FONTE: PETROLLI, Osmar José. Apostila de suinocultura. Xanxerê, 2007-
2008.

Eles são então pesados para se obter a média da leitegada, e seus


dados são postos na ficha da leitegada e na ficha da matriz. Durante esse processo,
a matriz deve liberar a placenta e esta levada à compostagem. Durante o estágio,
ocorreram vários partos e foram acompanhados 3 partos. Os partos foram
normais, sem leitões mumificados (leitões pequenos, em geral, mortos no início
da fase fetal, envoltos por uma camada escura formada pela matriz para que o
leitão morto não traga infecções à leitegada), porém com 2 natimortos (leitões
grandes, mortos no final da gestação, com aparência normal, com ausência de
vida).

1.2.3 ALIMENTAÇÃO
A matriz recebe 1 kg/dia no primeiro dia de lactação, e assim
continua até os 7 kg diários, divididos em 5 ou 6 tratos por dia. A ração é
umedecida em água potável e fresca para aumentar a palatabilidade e a
digestibilidade da ração, além de evitar a formação de úlceras gástricas na matriz.
Os leitões recebem ração a partir dos 10 dias de vida, sendo a ração
pré-inicial I, peneirada, para que se acostumem a ingerir alimento sólido, uma vez
que do desmame em diante somente receberão ração como alimento.
16

1.2.4 MANEJO DOS LEITÕES AO TERCEIRO DIA DE VIDA


Neste dia, os leitões recebem a primeira dose de Baycox®, na dose
de 1 ml de Baycox® diluído em 1 ml de água esterilizada por animal, via oral. Ele
é preventivo à coccidiose neonatal. Também se aplica ferro, de forma
intramuscular, no pescoço do leitão porque a fêmea passa pouca ferro através da
placenta e do colostro, formando uma grande carência no organismo do leitão, na
dose de 2 ml/animal. Outro procedimento é o corte da cauda, para evitar o
canibalismo entre leitões. O corte deve ser feito com um cortador e cauterizador
de cauda, sem ultrapassar em mais de 70% a temperatura da cauda, de forma lenta
e gradual para fazer com que a extremidade que ficar no leitão esteja cauterizada e
cicatrizada, evitando sangramentos e infecções. O corte deve ser feito de forma
que nos machos cubra o ânus e nas fêmeas cubra a vulva.

1.2.5 MANEJO DOS LEITÕES AO QUINTO DIA DE VIDA


Neste dia, os leitões recebem a segunda dose de Baycox®, da
mesma forma e dose que na primeira. Também são vacinados contra pneumonia
enzoótica, com uma vacina à base de Mycoplasma hyopneumonia, atenuado,
causador da mesma nos leitões. A vacina contra pneumonia tem de ser conservada
em geladeira a temperaturas de 2 a 8° C, e para fazer seu transporte, é usado
caixas térmicas com gelo descartável, para que a temperatura da vacina se
mantenha. A vacina deve ser aplicada na região do pescoço do animal usando a
dosagem de 2 ml por leitão.

A partir deste dia, devem-se observar as fezes dos leitões, que não
sejam amareladas e moles, além de fétidas, causando a formação do gás amônia.
Se for constatada a presença de colibacilose, o tratamento é feito com Baytril®,
um produto pronto, para ser fornecido por via oral, na dose de 1 ml/leitão,
aplicação feita com um pig doser.

1.2.6 MANEJO DOS LEITÕES AO DÉCIMO DIA DE VIDA


Neste dia, os leitões passam a receber ração pré-inicial I, e os
machos são castrados. A castração é feita da seguinte forma: uma pessoa deve
17

conter o animal em uma bancada onde se torna mais fácil a castração. Se o locar
onde será realizado o corte estiver sujo, é importante que seja limpo com água e
desinfetado com iodo. O castrador deve pressionar os testículos de forma em que
fiquem em maior evidência, assim será mais fácil de fazer o corte. O corte deve
ser feito no mesmo sentido em que estão os testículos, e deve-se ter o cuidado
para não o fazê-lo muito grande, este deve ficar em torno de 1,5 a 2 cm. Com uma
leve pressão nos testículos, o mesmo saltará para fora do saco escrotal, se pega
então o testículo e puxa-o para fora o quanto for possível e corta-se os seus
ligamentos. Com os dois testículos rompidos, o local é pulverizado com um
repelente aerossol, para evitar que moscas depositem seus ovos no local,
formando miíases.
A matriz é vacinada contra parvovirose e leptospirose, com vacina
polivalente, na dose de 5 ml/ matriz. Essa vacina também é aplicada nos
reprodutores, na compra ou seleção, e repetindo-se a cada 6 meses, com a mesma
dosagem.

1.2.7 LIMPEZA
É feita várias vezes por dia, sempre que as matrizes defecarem, ou
quando a maravalha estiver úmida, provocando desconforto aos leitões e à matriz.
Assim, se previne a ocorrência de fungos e de colibacilose nos leitões.

1.2.8 DESMAME
É o período mais crítico, se tratando de alimentação, para os
leitões. Eles deixam de receber o leite e passam a comer somente ração. O
desmame ocorre, geralmente, aos 24 dias de vida, com a leitegada pesando em
torno de 7 kg/animal. Eles são transferidos de uma só vez para a creche, para uma
baia lavada, pintada e desinfetada. A matriz é reconduzida para o galpão de
gestação, onde o choque da separação dos leitões provoca o cio dentro de 4 a 10
dias, em média 7.
18

1.2.9 INSTALAÇÕES
São baias individuais parideiras. Na maternidade de cima, são 5
baias parideiras suspensas, de metal, com piso vazado e um escamoteador de
madeira. Possui um cocho para a ração e um bebedouro do tipo ecológico para a
matriz e um para os leitões. Aos dez dias, um pequeno cocho é preso ao piso com
ração para os leitões. Na maternidade de baixo, são 10 baias não-suspensas, com
caimento de 5% (baia e escamoteador), com escamoteador e paredes de concreto,
portanto mais frios e difíceis de aquecer. Seus escamoteadores necessitam de mais
maravalha que o de madeira e facilita o aparecimento de colibacilose. Cada baia
possui um cocho para ração e um bebedouro do tipo ecológico para a matriz e
para os leitões. Quando completam dez dias, um cocho é pendurado na parede
para a ração dos leitões.

1.3 CRECHE
Na creche, o leitão recebe tratamento especial para que não adquira
nenhuma doença e se mantenha saudável e com seu bom ritmo de engorda.

1.3.1 ALIMENTAÇÃO
Quando os leitões vêm da maternidade, eles estão recebendo ração
pré-inicial I. A partir desta idade, os leitões recebem ração à vontade. No primeiro
dia de creche, os leitões devem ficar em jejum hídrico, pois a falta do leite pode
fazer com que bebam muita água, o que causa diarréia nos mesmos. Dentro de 11
dias, ou seja, aos 35 dias de vida, o leitão começa a receber ração pré-inicial II,
numa troca que deve ocorrer de forma gradativa, durante 3 dias. No primeiro dia
da troca, a ração fornecida deve ser de 75% de ração atual e 25% da nova ração.
No segundo dia, deve ser de 50% da atual e 50% da nova. No terceiro dia, deve
ser 25% da atual e 75% da nova e no quarto dia, somente a ração nova. Isto ocorre
para adaptar o sistema digestivo do animal, para que não ocorra diarréia causada
pela ração. Esta forma de troca sempre é usada para trocar qualquer ração. No
final do uso da ração pré-inicial II, aos 45 dias de vida, os leitões passam a receber
a ração inicial, quando são transferidos para a recria.
19

1.3.2 LIMPEZA
Como as baias possuem piso vazado, as fezes e urina escoam bem
do habitáculo. As sobras de fezes são retiradas todos os dias, e os furos do piso
são destrancados. No piso embaixo das baias, já que são suspensas, as fezes se
acumulam, e a limpeza é feita uma vez por semana, com água e rodo.

1.3.3 INSTALAÇÕES
São 8 baias suspensas, com piso de plástico rígido vazado, que
permite melhor escoamento de fezes e urina, um cocho móvel e um bebedouro
ecológico por baia, além de um escamoteador para os leitões.

1.4 RECRIA
Esta fase se caracteriza pelo maior desenvolvimento dos leitões, e
por indicar quais os leitões denominados de refugos e quais aqueles que
apresentarão melhores resultados finais de engorda na terminação.

1.4.1 ALIMENTAÇÃO
Nesta fase, os leitões recebem ração inicial, à vontade em
comedouros tubulares, com divisórias para as cabeças de todos os leitões
presentes na baia. A troca de ração é feita sempre da mesma forma. A ração inicial
é usada até os 65 dias de vida, quando os leitões têm aproximadamente 20 a 22 kg
de peso vivo (PV), e passam a receber ração crescimento e vão para o galpão de
terminação.

1.4.2 LIMPEZA
As baias são limpas de 2 a 3 vezes ao dia, e quando ocorre o
acúmulo de cascão, ele é retirado com auxílio de uma pá de corte.

1.4.3 INSTALAÇÕES
São 8 baias de 75% de piso compacto de concreto, com caimento
de 5%, e 25% de piso ripado, para melhor escoamento de fezes e urina. Também
20

há um comedouro tubular de grande diâmetro para alimentação de todos os leitões


ao mesmo tempo, e um bebedouro do tipo chupeta.

1.5 CRESCIMENTO
É uma fase de grande importância, pois são identificadas as baias
com problemas como circovirose e tratadas com ração medicada.

1.5.1 ALIMENTAÇÃO
A ração recebida é a crescimento, que pode ser medicada ou não
dependendo se há ou não circovirose ou qualquer outra doença. A ração
crescimento é usada por 55 dias, ou até chegarem aos 60 kg de PV. Os tratos eram
feitos em número de 3 tratos diários, para melhor aproveitamento da ração pelos
animais.

1.5.2 LIMPEZA
As baias são limpas de 2 a 3 vezes ao dia, e quando ocorre o
acúmulo de cascão, ele é retirado com auxílio de uma pá de corte.

1.5.3 INSTALAÇÕES
São 24 baias de piso compacto, com 5% de caimento para facilitar
o escoamento de fezes e urina pelas duas saídas laterais de cada baia. Também há
um cocho na forma de meio tubo preso ao chão que é isolado no momento do
trato e um bebedouro do tipo chupeta.

1.6 TERMINAÇÃO
É a fase final da estada dos animais na granja, depois da qual vão
para o abate.
21

1.6.1 ALIMENTAÇÃO
É fornecida a ração terminação, dos 120 dias ou dos 60 kg de PV
até o abate. Os tratos são os mesmos da fase de crescimento.

1.6.2 LIMPEZA
É feita da mesma forma que na fase de crescimento.

1.6.3 INSTALAÇÕES
São as mesmas da fase de crescimento.

1.7 DESTINOS DE DEJETOS E ANIMAIS MORTOS


Todos os dejetos são destinados à fermentação no biodigestor. O
sistema de calhas fica sob o galpão de gestação, maternidade, creche e recria. Na
terminação e crescimento, os dejetos caem nas calhas laterais e têm o mesmo
destino. No biodigestor, bactérias anaeróbicas realizam a fermentação do material
liberando gás metano, o qual será aproveitado para o aquecimento da água do
banho, na caldeira. Animais mortos e restos placentários são depositados na
composteira, e cobertos com cama de aviário ou maravalha úmida.

1.8 SANIDADE E BIOSSEGURANÇA


O correto isolamento do criatório deve ser feito com telas, portões e
arcos de desinfecção. Também em cada instalação deve haver um pedilúvio com
cal virgem, e nenhuma pessoa, exceto o técnico responsável e o criador, deve
entrar no ambiente criatório.

1.9 DOENÇAS
São todas as enfermidades que acometem os suínos, no local de
estágio, desde o nascimento até o abate, que venham a prejudicar a produtividade
da criação.
22

1.9.1 COLIBACILOSE NEONATAL


A infecção intestinal aguda nos primeiros dias de vida pode evoluir
para um quadro fatal, se não tratadas correta e imediatamente.

1.9.1.1 FATORES DE RISCO


• Falta de desinfecção da baia parideira;

• Atendimento ao parto com mãos sujas;

• Temperatura baixa;

• Presença de corrente de ar frio;

• Alojamento dos leitões em piso frio;

• Umidade.

1.9.1.2 SINTOMAS
Em geral se apresentam logo após o nascimento ou na primeira
semana de vida com diarréia aquosa e amarelada, provocando desidratação nos
leitões.

1.9.1.3 CONTROLE E TRATAMENTO


O controle é feito corrigindo-se os fatores de risco de forma
adequada e prevenindo seu aparecimento. O tratamento é realizado com
antimicrobiano para leitões. Durante o estágio, foi usado o Baytril®, com 1ml/dia,
durante 3 dias, via oral.

1.9.2 ARTRITE
Os principais agentes contaminantes nos processos infecciosos
causadores de artrite são: Streptococcus sp, Staphylococcus sp, Corynebacterium
pyogenes, Eschericchia colli, Pasteureulla moltocida entre outros agentes. A
contaminação ocorre nos primeiros dias de vida dos leitões, na fase da
23

maternidade, em alguns casos na creche, onde as baias possuem piso geralmente


áspero.

1.9.2.1 SINTOMAS
As áreas afetadas apresentam se inflamadas com articulações
inchadas, os animais apresentam-se com andar difícil, dolorido, dificultando
muito para o animal se alimentar.

1.9.2.3 CONTROLE E TRATAMENTO


Adotar medidas que reduzam a rispidez do piso na maternidade e
na creche. Deve-se medicar os animais afetados, com uso de antibióticos de amplo
espectro e de longa ação. O antibiótico usado no colégio foi o Vetamoxil®,
usando 1 ml do produto para cada 10 kg de peso vivo do animal. O tratamento é
feito até desaparecerem os sintomas, reaplicando-se o antibiótico a cada 48 h.

1.9.3 CIRCOVIROSE
A circovirose é caracterizada por uma infecção generalizada,
envolvendo vários órgãos internos do suíno, o que causa dificuldades respiratórias
progressivas, emagrecimento e aumento dos gânglios linfáticos. A circovirose
provoca um atraso significativo no crescimento e na refugagem nos leitões
afetados, alem da elevada taxa de mortalidade. A circovirose atinge suínos de 5 a
16 semanas de idade.

1.9.3.1 SINTOMAS
Os animais afetados apresentam emagrecimento, falta de apetite,
pêlos arrepiados, palidez e também pode ocorrer diarréia.

1.9.3.2 CONTROLE E TRATAMENTO


Não existe tratamento e nem vacinas contra a circovirose, portanto,
a melhor maneira de evitá-la. O controle pode ser feito cuidando para não misturar
24

as leitegadas no desmame, trabalhar com densidades adequadas, usar


desinfetantes ativos contra vírus e sempre fazer uma boa limpeza das instalações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A suinocultura é uma forma prática de se obter lucro em um
pequeno território, estando explicado porque pequenos produtores apostam nesta
atividade. A produção de suínos exige por parte do criador uma forte visão no
mercado mundial, pois qualquer movimento errado de qualquer um dos criadores
pode resultar num embargo à carne suína, fazendo da mesma um dos setores de
maior oscilação no contexto atual das exportações brasileiras.
25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PETROLLI, Osmar José. Apostila de Suinocultura. Xanxerê, 2007-2008;


www.engormix.com/desafios_acabar_com_a_artigos (acessado em 03/04/08);
www.engormix.com/P_member (acessado em 03/04/08);
www.ufrgs.br/patologia/caso_colibacilose suína (acessado em 03/04/08);
www.ufrgs.br/patologia/caso_circovirus (acessado em 03/04/08).

Das könnte Ihnen auch gefallen