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ALGUMAS NOTAS EM TORNO AO ROMANCEIRO DA TRADIÇÃO ORAL

RECOLHIDO NO ÂMBITO DO PLANO TRABALHO E CULTURA


DIRIGIDO POR MICHEL GIACOMETTI

Maria Aliete Galhoz


com o apoio de Maria Teresa Amaral
Centro de Tradições Populares Portuguesas ‘Prof. Manuel Viegas Guerreiro’
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Romanceiro da Tradição Oral – recolhido no âmbito do Plano Trabalho e


Cultura dirigido por Michel Giacometti. Volume I Romances Narrativos;
Volume II Romances épicos de assunto carolíngio, históricos de assunto
peninsular, religiosos e novelescos. Coordenação [de] Ana Maria Ramalhete /
Nuno Júdice, transcrição e edição dos textos [por] Miguel Magalhães com o
apoio de Ricardo Marques. Edições Colibri / Instituto de Estudos de Literatura
Tradicional (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas [da] Universidade Nova
de Lisboa), Lisboa, 2009. [RTO]

Este Romanceiro, de edição recente – foi lançado no Museu da Música


Portuguesa (Câmara Municipal de Cascais) a 27 de Novembro passado –
interessou-nos vivamente. Consideramo-lo uma edição-documento que preserva
o tratamento, em suporte papel, dado pelos transcritores do acervo recolhido
pelos “brigadistas” voluntários do Serviço Cívico Nacional, em 1975, que
levaram a cabo o “Plano Trabalho e Cultura”. É uma bela colecção, quer pela
diversidade das “espécies”, quer pela coerência dos “espécimes”. Fizemos uma
sua leitura abordando-o pelo catálogo de referência de Pere Ferré e Cristina
Carinhas, Bibliografia do Romanceiro Português da Tradição Oral Moderna
(1828-2000), Madrid, 2000 [BRPTOM]: RTO inclui versões de 27 temas de
“romances tradicionais profanos” e de nove temas de “romances tradicionais
devotos”. E somam-se-lhe alguns “romances vulgares” e uma amostragem
valiosa de “cantigas narrativas” tradicionalizadas, digamos assim, pois há versões
de 21 temas constantes da secção V “romances narrativos” (ver mais adiante nota
explicativa) do Romanceiro Português (coligido por J. Leite de Vasconcellos)
[VRP] como “espécies” absorvidas nos repertórios persistentes.

1
Feita esta apreciação passo a referir a minha relação de proximidade com
estes materiais (o acervo) e as circunstâncias de etapas de recolhas, depósitos de
colecções e opções classificatórias sob critérios datados, reavaliados; hoje
corrigidos por avanço nas pesquisas. Aponto as três referências necessárias:
VRP: 1958-1960; RPP: 1987-1988; BRPTOM: 2000.

Colaborei na preparação da edição do Romanceiro Português coligido por


J. Leite de Vasconcellos (Notícia preliminar de R. Menéndez-Pidal, “Acta
Universitatis Conimbrigensis”, Por Ordem da Universidade, vol. I, 1958, vol. II,
1960). Reintegrei trabalho e pesquisa junto de Prof. Manuel Viegas Guerreiro
desde que foi criado no Centro de Estudos Geográficos da Faculdade de Letras
da Universidade de Lisboa o projecto de Recolha e Estudo de Literatura Popular
Oral (1973) e aí levei a cabo o Romanceiro Popular Português saído em
1987/1988 (I. Romances Tradicionais. Organização, introdução e notas de Maria
Aliete Dores Galhoz; II. Romances Religiosos e Orações Narrativas /Romances
Vulgares e Cantigas Narrativas. Organização, introdução, notas, [índices] e
bibliografia de Maria Aliete Dores Galhoz. Centro de Estudos Geográficos /
Instituto Nacional de Investigação Científica, Lisboa, vol. I, 1987 e vol. II, 1988).
Em RPP – I e II, estão incluídos os espécimes destes géneros (romances /
cantigas narrativas), recolhidos pelo Serviço Cívico Estudantil de 1975
(entregues em cópia, por papel carbono, não os originais de máquina) de uma
colecção das transcrições feitas (não suporte sonoros) dessa recolha do “Plano
Trabalho e Cultura”. Cremos que, por estas participações formais, poderemos
contribuir para o circuito textual de RTO relembrando alguns dados factuais que
se lhe ligam. Citamos de RTO o que o editor e transcritor, na Introdução,
esclarece quanto aos pontos matriciais da edição e do seu fundo:

O trabalho agora apresentado é parte do espólio recolhido sob a


direcção de Michel Giacometti ao longo da execução do Plano Trabalho e
Cultura. Os documentos transcritos encontram-se depositados no Museu da
Música Portuguesa – Casa Verdades de Faria, reportando-se apenas à parte
literária do Romanceiro.
(RTO, p. 12)

2
O corpus que agora se edita é constituído por fichas de recolha de
campo e de recolha bibliográfica, tal como Michel Giacometti o deixou
organizado e classificado.
(RTO, p. 13)
Nesta Edição foi decidido seguir de perto as opções metodológicas de
transcrição do grupo de trabalho do qual fizeram parte, para além do próprio
Giacometti, o Dr. Machado Guerreiro, o Prof. Doutor Viegas Guerreiro e a
Dra. Micaela Soares. [...] O próprio Michel Giacometti transcreveu as decisões
tomadas pelo grupo num documento que apresentamos em anexo. [pp. 19-20]
(RTO, p.13)
Esta publicação dos textos do Romanceiro apresenta-se organizada em
dois volumes, sendo o critério de separação imposto pela classificação dos
vários tipos de romances que compõem o corpus; no primeiro volume os
romances apelidados narrativos, e no segundo os romances novelescos,
religiosos, históricos e carolíngios.
(RTO, p. 13)

Explicitamos o que nos parece historicamente útil explicar neste ponto.


Michel Giacometti utilizou para os seus espécimes do romanceiro a
classificação presente no Romanceiro Português coligido por J. Leite de
Vasconcellos e saído em 1958, o primeiro volume, e em 1960, o segundo
volume.
No I volume, na nota «Como se organizou esta colecção» informa-se:

Ainda em vida do Autor e sob sua orientação tinha sido feita, para a
maior parte dos romances, o agrupamento das poucas ou muitas versões
recolhidas. Dos vários grupos assim formados se tinha elaborado um índice,
sem que na sua organização se vislumbrasse a existência de qualquer tentativa
de ordenação ou classificação.
A divisão em grandes grupos – romances de assunto histórico
peninsular, romances épicos de assunto carolíngio, romances novelescos,
romances de assunto religioso, cantigas em quadras – e a ordenação dos
romances na presente colecção foram agora realizadas segundo um esquema
muito simples inspirado nos trabalhos de D. Ramón Menéndez Pidal, que o
próprio Leite de Vasconcellos classificava em 1936 de “o mais abalizado
conhecedor” do romanceiro geral ibérico e de “o erudito mais competente para
(...) levar a bom termo a sua coordenação” (Opúsculos, VII, p. 1027).
Serviu principalmente de guia aos editores a monumental e recente
obra: Romancero Hispánico (Hispano-Portugués, Americano y Sefardi):
Teoría e Historia, publicada em Madrid em 1953 [RH]. Na classificação e

3
ordenação adoptadas não houve entretanto – nem a urgência da publicação dos
textos o consentia – a preocupação do pormenor.
(VRP – I, pp. XXIV-XXV)

Reproduz-se a página identificadora dos colaboradores na edição deste


Romanceiro Português.

Ressalta à vista nesta tábua um erro grave, o uso do termo “variante”, a


diferença, no verso, de um mesmo informante na recitação, repetindo-a, de um
romance, e “versão”, cada “performance”, informante a informante, da sua
retenção de um determinado romance. Releve-se, contudo, que no Índice, nos
dois volumes, indica-se em nota de pé de página correctamente: (1) “O
algarismo que se segue ao assunto do romance indica o número de versões.”

4
Sobre a tabela classificatória utilizada há duas observações necessárias a
fazer. No vol. I, na «Secção II, Romances épicos de assunto carolíngio», consta
o romance do “Conde da Alemanha”, que andou aglutinado a este ciclo e daí foi
retirado por se tratar de um romance solto, de estrutura aproximada à balada (cf.
R.H., I, p. 135; RPTOM, I, pp. 47-48 e nota 66; RPI, I, M9: pp. 184-185; Díaz
Roig, p. 239) e registado em “novelesco, tema «adúltera»”. No vol. II a «Secção
V», a última, a titulação de «Romances Narrativos», é inadequada pois ainda não
separa, definindo, “romances vulgares” e “cantigas narrativas”.
Da «Introdução Geral» do já citado Romanceiro Popular Português
transcrevo algumas informações que referem a contribuição de Michel
Giacometti para o romanceiro português já contabilizadas.
Em 1960 Michel Giacometti funda os Arquivos Sonoros Portugueses e
dedicando-se a um aturado trabalho de campo vai reunindo o que é hoje um
dos maiores acervos portugueses de literatura e música tradicionais populares
portuguesas. Secundado pelo compositor e etnomusicólogo Mestre Fernando
Lopes Graça inicia então a publicação de uma vasta «Antologia da Música
Regional Portuguesa», em disco, de tiragens reduzidíssimas, mas de extremo
rigor de reprodução, documentação contextuante e ficha musicológica. O
primeiro disco saído, dedicado à província de Trás-os-Montes, em 1960,
contém 10 romances cantados., o segundo disco, para a província do Algarve,
em 1961, também 10 romances cantados. Os outros discos saídos na colecção
(III, Minho, 1963; IV, Alentejo, 1965; V, Beira Alta, Beira Baixa, Beira
Litoral, 1970) não incorporaram especímenes romancísticos mas a colecção,
inédita ainda, que Michel Giacometti guarda nos seus arquivos ultrapassa os
400 romances.
(RPP – I, p. XV)

Estão registados em BRPTOM:


Graça / Giacometti (1960?) XV.59; XL.61; XLIV.185; LIX.138; LXXI.159;
XCVIII.66; CIX.42;
Graça / Giacometti (1961) XVII.109; XXXVI.20; LIX.137;
Graça / Giacometti (1966 a) XLIV.186 [Alentejo – 2ª ed.].

[N]o ano de 1981 é publicado um Cancioneiro Popular Português, da


responsabilidade de Michel Giacometti com a colaboração de Fernando Lopes
Graça, edição do Círculo de Leitores. Este Cancioneiro, destinado a um grande
público, apresenta, para os mais especializados, um aparelho crítico nas notas e
uma valiosa bibliografia. Contém 44 romances, uns de recolha de Michel
Giacometti, outros de recolhas várias anteriores, mas todos apresentando
transcrição musical.
(RPP – I, p. XXIII)

5
Estão registados em BRPTOM: ver em «Índice alfabético de Editores» as
entradas para Giacometti (1981).

Apresentamos a seguir listagem dos espécimes em Romanceiro da Tradição


Oral (2009) (RTO – I e II) e publicados em primeiro em Romanceiro Popular
Português (1987 e 1988) (RPP I e II):

RTO I RPP I e II
Nar. 2: Menina que anda vendendo RPP II, CCXLV: 991
Nar. 3: Era uma febre amarela RPP II, CCXXIV: 940
Nar. 4: Eu amei, foi certo que amei RPP II, CCXXIV: 933
Nar. 5: Tinha eu dezoito anos RPP II, CCXXIV: 938
Nar. 6: Rapazes, contar-vos quero RPP II, CCXXIV: 937
Nar. 7: Ó Carminda! Ó Carminda RPP II, CCIX: 902
Nar. 8: O limão é fruto azedo RPP II, CCIX: 904
Nar. 9: Era um homem muito rico RPP II, XCVII: 664
Nar. 10: Levanta-te ó Riquetinha RPP II, CLXXII: 835
Nar. 11: Anda cá, ó Emilinha RPP II, CLXXXII: 853
Nar. 12: Ó Emília, ó Emília RPP II, CLXXXII: 854
Nar. 14: A treze de Maio, um caso aconteceu RPP II, CLXXXII: 849
Nar. 15: A vinte e quatro d’Agosto RPP II, CLXXXII: 850
Nar. 16: Bem comigo, Maria Rosa RPP II, CLXXXIX: 870
Nar. 17: Vem comigo, Maria Rosa RPP II, CLXXXIX: 871
Nar. 18: Vem comigo, Rosalina RPP II, CLXXXIX: 875
Nar. 19: O ladrão do Zé Malvado RPP II, CLXXXVI: 863
Nar. 20: Arriba sete cachorros RPP I, XLIV: 384
Nar. 21: Vou contar-vos linda história RPP II, CCLXXII: 1041
Nar. 22: Num povo d’além da serra RPP II, CCLXXII: 1040
Nar. 23: A minha saia rodada RPP II, CLVI: 818
Nar. 24: Entre rios e canais RPP II, CCLIV: 1006
Nar. 28: Deus te salve, menina RPP II, CCLIV: 1009
Nar. 29: Ai a hora do cantador RPP II, CCLIV: 1004
Nar. 30: Sua mãe vinha da feira RPP II, CCXXI: 948
Nar. 32: Adeus, ó Quinta das Arcas RPP II, CCXII: 908
Nar. 33: Papai, lhe vou contar RPP II, CCXLII: 980
Nar. 35: Uma donzela vevia RPP II, CCXVI: 918
Nar. 36: Chamava-se Maria Rosa RPP II, CCXV: 915
Nar. 38: Toquem sinos no outeiro RPP II, CCXXIII: 932
Nar. 40: Dizem que te vais casari RPP II, CCXIX: 924
Nar. 41: Vamos, minha tia! Vamos RPP II, CC: 891
Nar. 42: O Morgado da Junqueira RPP II, CC: 892
Nar. 44: O filho de el vizinho RPP II, CCLVI: 1019
Nar. 46: Na cela do seu convento RPP II, CXXXVI: 774

6
Nar. 48: Adeus, meu quarto escuro RPP II, CXLVI: 790
Nar. 50: Era um certo autor RPP II, CCLXXIII: 1042
Nar. 54: Dona Iana, abre m’a porta RPP I, XXIV: 224
Nar. 56: Agora baixou o sol RPP II, CX: 716
Nar. 59: Na cidade da Covilhã RPP II, CCLXXXI: 1070
Nar. 60: Ai, Rosa que estais na roseira RPP II, CCXLIV: 986
Nar. 61: Linda pastorinha RPP II, CCXL: 966
Nar. 62: Deus te salve, ó pastorinha RPP II, CCXXXVII: 959
Nar. 63: Deus te guarde, Rosa RPP II, CCXL: 972
Nar. 65: Linda pastorinha RPP II, CCXL: 971
Nar. 66: Deus te guarde, ó Rosa RPP II, CCXL: 969
Nar. 67: Pastora, linda pastora RPP II, CCXLI: 979
Nar. 68: Lindo cravo RPP II, CCXL: 964
Nar. 69: Tira-te, pastorinha RPP II, CCXL: 974
Nar. 71: Ó pastora linda RPP II, CCXL: 976
Nar. 72: Deus te salve, ó Rosa RPP II, CCXL: 973
Nar. 73: Gentil pastora RPP II, CCXXXIX: 963
Nar. 74: Que fazes, ó Josèzinho RPP II, CLVI: 817
Nar. 76: No alto daquela serra RPP II, CXLIX: 796
Nar. 77: No alto da cantarina RPP II, CXLIX: 794
Nar. 78: No alto de Santa Catarina RPP II, CXLIX: 802
Nar. 79: No alto daquela serra RPP II, CXLIX: 796
Nar. 80: Minha mãe mandou-me à fonte RPP II, CCLXXX: 1058
Nar. 83: Pela manhã antes de almoçar RPP II, CCLXXX: 1064
Nar. 84: Ai, minha mãe, ai, mandou-me à fonte RPP II, CCLXXX: 1063
Nar. 89: Zulmirinha foi ao campo RPP II, CXCVI: 885
Nar. 93: (E) o dia cinco d’Òtubro RPP II, CCXIV: 914
Nar. 95: No dia 20 de Março RPP II, CCXXX: 952
Nar. 96: Foi um crime inglorioso RPP II, CCI: 894
Nar. 97: No dia um de Outubro RPP II, CCXXXI: 953
Nar. 99: Quando eu era costureira RPP II, CLIII: 813
Nar. 100: Ó Amélia! Ó Amélia RPP II, CXLIV: 786
Nar. 101: Maria das sapatorras RPP II, CCLX: 1023
Nar. 102: Foi na província do Minho RPP II, CLXXXIII: 859
Nar. 103: A Maria Filomena RPP II, CXL: 778
Nar. 104: Aqui me vou narrare RPP II, CXLVIII: 797
Nar. 105: Diz lá tu, mulher ingrata RPP II, CXLIII: 785
Nar. 106: Ó mulher ingrata RPP II, CXLIII: 783
Nar. 107: A vida dum jogadori RPP II, CLXXXVI: 865
Nar. 108: A vida d’um jogador RPP II, CLXXXVI: 869
Nar. 109: Isaura estava à janela RPP II, CXCVIII: 887

RTO II RPP I e II
CAR. 1: Ó quem viera por i RPP I, III: 13
CAR. 2: Ai, preso vai o conde, preso RPP I, V: 41
CAR. 3: Já bate o sol na janela RPP I, XXVII: 252
CAR. 4: Minha mãe, faça-me a ceia RPP I, III: 15

7
CAR. 5: Dê a minha ceia RPP I, III: 21
CAR. 6: Ó minha mãe, vou fazer uma aposta RPP I, III: 23
CAR. 7: Já hoje fiz uma aposta RPP I, III: 28
CAR. 8: À porta de D. Ausência RPP I, III: 27

REL. 1: Indo o lavrador da arada RPP II, LXXXVII: 593


REL. 36: Havia três mulheres devotas RPP II, XCIV: 634
REL. 37: Alevantei-me de manhã RPP II, XCIII: 624
REL. 38: Na vila de Nazaré RPP II, LXXVI: 534
REL. 39: Quem quer ver a barca nova RPP II, LV: 450
REL. 41: Ó ditoso do lavrador RPP II, LXXXVII: 588
REL. 42: Ai, ditoso do lavrador RPP II, LXXXVII: 585
REL. 43: Vindo um lavrador da lavra, e ó meu Jisus RPP II, LXXXVII: 599
REL. 45: Inda que eu venha da feira RPP II, XC: 610
REL. 46: Indo eu aquela feira RPP II, XC: 611
REL. 47: Em Miranda estava a Virge RPP II, LXVII: 502
REL. 49: Manhã de S. João RPP II, LXXXVIII: 605
REL. 50: Jesus Cristo se passeia RPP II, LXXXVIII: 602
REL. 51: Alta vai a lua alta RPP II, LIX: 469
REL. 52: Ai-i-alta vai a lua-i-alta RPP II, LIX: 467
REL. 54: Alta vai a lua alta RPP II, LIX: 468
REL. 55: Alta vai a lua, alta RPP II, LIX: 466

RTO II (cont.) RPP I e II


Nov. 3 Levantei-me a passear RPP I, LI: 439
Nov. 4: Passando yo na torneia RPP I, IX: 50
Nov. 5: Lá em cima, naquela serra RPP II, XCVI: 647
Nov. 6: Lá em cima, naquela serra RPP II, XCVI: 649
Nov. 8: Lá em cima aquela serra RPP II, XCVI: 655
Nov. 9: Vozes dava o marinheiro RPP I, XL: 378
Nov. 11: Passeando D. Aulinda RPP I, XXI: 198
Nov. 12: Vindo D. Flores da caça RPP I, XXI: 203
Nov. 13: Andando Flor de Alma RPP I, XX: 189
Nov. 14: Já os galos cantim RPP I, XX: 193
Nov. 15: Estando D. Irene RPP II, XCVIII: 672
Nov. 16: Estando eu cosendo RPP II, XCVIII: 681
Nov. 17: Lá em França está um castelo RPP I, XXXII: 279
Nov. 18: Um rapaz namorava uma rapariga RPP II, XCVIII: 666
Nov. 19: Apeia-te, cavalheiro RPP I, XXIX: 268
Nov. 21: Frei João se alevantou, numa manhã de geada RPP I, XXIV: 225
Nov. 22: Abre a porta, moreninha RPP I, XXIV: 230
Nov. 23: Encontrei o Frei João RPP I, XXIV: 229
Nov. 24: Acorde, minha mãe RPP I, XXXIII: 282
Nov. 25: Era meia noite quando o ladrão veio RPP I, XXXIII: 299
Nov. 26: Acorde minha mãe RPP I, XXXIII: 301
Nov. 27: Senhora mãe não durma RPP I, XXXIII: 290
Nov. 28: Deita-te aí, minha filha RPP I, XXXIII: 288
Nov. 29: Delgadinha, Delgadinha RPP I, XXXV: 316

8
Nov. 30: Idalina, Idalina RPP I, XXXV: 333
Nov. 31: Alvininha, (e) Alvininha RPP I, XXXV: 320
Nov. 32: Aurinda, Aurindinha RPP I, XXXV: 313
Nov. 33: Um pai que tinha três filhas RPP I, XXXV: 318
Nov. 34: O Rei tinha quatro filhas RPP I, XXXV: 326
Nov. 35: Oh! Dentro a Vila Viçosa RPP I, XXXIV: 304
Nov. 36: Estava a D. Infanta RPP I, XIII: 76
Nov. 38: Estava a bela Infante RPP I, XIII: 59
Nov. 39: Estando uma bela Infanta RPP I, XIII: 94
Nov. 41: Gerinaldo, Gerinaldo RPP I, XXXVI: 353
Nov. 42: Gineraldo, Gineraldo RPP I, XXXVI: 359
Nov. 43: Anda filha, vem ouvir RPP I, XV: 106
Nov. 44: Já lá vai o conde Ninho RPP I, XV: 123
Nov. 45: Conde Nilo, Conde Nilo RPP I, XV: 105
Nov. 47: E a iágua se vê nascer RPP II, CCLIV: 1005
Nov. 48: Namorei uma orfã RPP II, CCXXIV: 939
Nov. 49: Ai o conde, o conde Nino RPP I, XV: 104
Nov. 50: Mal o hajas, tu mulhere RPP I, XLVIII: 406
Nov. 51: Oh, que guerras tão armadas RPP I, XLVIII: 415
Nov. 53: (E) ò que guerra tão armada RPP I, XLVIII: 408
Nov. 54: Malo hajas tu, infame RPP I, XLVIII: 407
Nov. 55: Tocavam guitarras d’ouro RPP I, XIX: 167
Nov. 56: Correndo vai Silvana RPP I, XIX: 157
Nov. 57: Tocando D. Silvana RPP I, XIX: 166
Nov. 58: Passeando vai Silvana RPP I, XIX: 158
Nov. 59: Andando D. Silvana RPP I, XIX: 164
Nov. 60: Chorava a Infanta, chorava RPP I, XIX: 175
Nov. 61: Esse Conde é casado RPP I, XIX: 176
Nov. 62: Indo a D. Silvana RPP I, XIX: 151
Nov. 63: ...chorava que rezão tinha RPP I, XIX: 150
Nov. 64: Venha tinta, venha papel RPP I, XXIX: 269
Nov. 65: Já lá baixo vem n’o Jorge RPP I, XXIX: 271
Nov. 66: Já, lá baixo vem D. Jorge RPP I, XXIX: 262
Nov. 67: Deus te salve, ó Juliana RPP I, XXIX: 273
Nov. 68: Apeia-te, ó cavalheiro RPP I, XXIX: 270
Nov. 69: Apeia-te, ó cabaleiro RPP I, XXIX: 263
Nov. 71: Claralinda, Claralinda RPP I, XXIII: 216
Nov. 72: Claralinda, Claralinda RPP I, XXIII: 215
Nov. 73: E donde vais, ó Dona-i-Ancra RPP I, XVIII: 146
Nov. 74: Lá se casa D. Infância RPP I, XVIII: 145
Nov. 76: E a cantiga da segada RPP I, XXXVII: 369
Nov. 77: E a serena de la notche RPP I, XXXVII: 368
Nov. 78: La serena de la notche RPP I, XXXVII: 370
Nov. 79: O que tens, ó soldadinho RPP I, XVI: 133
Nov. 81: D. Fernando está tão triste RPP I, XVI: 114
Nov. 82: Que tens tu, ó D. Fernando RPP I, XVI: 110
Nov. 83: No tempo da Primavera RPP I, XVI: 115
Nov. 84: Que tens tu, soldado novo RPP I, XVI: 124

9
Nov. 85: Ó suldado, qui vás p’rà guerra RPP I, XVI: 132
Nov. 86: O que tens, soldado novo RPP I, XVI: 131
Nov. 87: Soldadinho qu’andas na guerra RPP I, XVI: 129
Nov. 89: Soldadinho qu’andas na guerra RPP I, XVI: 130
Nov. 90: La serena de la noche RPP I, XXXVII: 371

Romanceiro Popular Português (1987 /1988)


(RPP – I e II)
Tábua Distributiva dos Espécimes
“Itens” classificatórios em que RPP I e II, inclui colaboração de Michel Giacometti e
“Serviço Cívico Estudantil: Plano Trabalho e Cultura” com a Linha de Acção nº 4 do
Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa

Volume I – Romances Tradicionais

B. CAROLÍNGIOS: II a V
H. PRESOS E CATIVOS: VIII a XII
I. REGRESSO DO MARIDO: XIII e XIV
J. AMOR FIEL: XV e XVI
K. AMOR DESGRAÇADO: XVII e XVIII
L. ESPOSA DESGRAÇADA: XIX a XXII
M. ADÚLTERAS: XXIII a XXVIII
N. MULHERES MATADORAS: XXIX A XXXI
O. RAPTOS E VIOLADORES: XXXII a XXXIV
P. INCESTO: XXXV
Q. MULHERES SEDUTORAS: XXXVI e XXXVII
R. MULHERES SEDUZIDAS: [ver Conde Claros]
U. RELIGIOSOS: XL
W. ANIMAIS: XLII a XLIV
X. ASSUNTOS VÁRIOS: XLV a LI
Z. CANÇÕES INFANTIS: LII e LIII

10
Volume II – Romances Religiosos e Orações narrativas / Romances
Vulgares e Cantigas Narrativas

- Romances Religiosos e Orações narrativas


B. Ciclo do Natal: LV a LXIII
C. Ciclo da Paixão: LXIV a LXXV
D. Vida de Nossa Senhora: LXXVI e LXXVIII
E. Vida de Cristo: LXVIII a LXXXII
G. Milagres: LXXXIV a C
J. Santos: CV a CXII

- Romances Vulgares e Cantigas Narrativas


C. Amor Fiel: CXXXV a CXXXVII
D. Amor desgraçado: CXXXVIII a CXLII
E. Adúlteras: CXLIII
F. Raptos: CXLIV e CXLV
G. Incesto: CXLVI a CXLVIII
H. Mulheres Seduzidas: CXLIX a CLIX
I. Várias Aventuras Amorosas: CLX a CLXXI
J. Crimes: CLXXII a CCXXI
L. Suicídio: CCVI a CCXXI
M. Outras Mortes: CCXXII a CCXXXIII
O. Pastorelas: CCXXXVII a CCXLI
P. Despiques: CCXLII a CCLIV
Q. Picarescos: CCLVIII a CCXCIV
R. Assuntos Vários: CCLXVIII a CCXCII

11
Foi-nos grato religar uma persistida pesquisa e avanço de estudos sobre o
património cultural precioso que é o romanceiro ibérico transmitindo-se por
tradição oral, aqui “olhado” na sua presença portuguesa em alguns momentos
referenciais abrangentes nas recolhas e historicamente relevantes em contributo
normativo.
- Salientámos a primeira, ainda que vulnerável, edição (póstuma) do fundo
reunido por J. Leite de Vasconcellos: VRP I e II (1958 e 1960).
- Salientámos a colheita resultante do trabalho “no terreno” de Michel
Giacometti e do trabalho “no terreno”, liderado por Michel Giacometti, dos
“brigadistas” do Serviço Cívico Estudantil de 1975 ao levarem a cabo o “Plano
Trabalho e Cultura”. Este arquivo, no atinente a romances e a cantigas
narrativas, é revelado na edição (póstuma) de RTO I e II (2009): edição-
documento apreciável, com especímenes colectados de 1963 a 1978 e
apresentando um universo de cerca de 200 textos.
- Salientamos o apoio, para identificação, historial, correspondências
classificatórias e bibliografias pan-hispânicas, para cada romance, de RPI, I e II
(1997), obra fundamental que responde com informações precisas às nossas
consultas nos “items” que referimos atrás.
- Salientamos como muito importante a actividade de recolha, arquivo,
classificação e edições, no campo do romanceiro português levada a cabo ou
lideradas por Pere Ferré, desde os anos 80 do século XX até ao presente. A
edição de RPTOM – versões de 1828 a 1960 – I (2000), II (2001), III (2003), IV
(2004) e o complementar BRPTOM, 1828-2000 (2000) são instrumentos
operatórios indispensáveis a quem se mova na área do romanceiro ibérico
analisando o universo português de romances. Indispensáveis quer pela
abordagem teorética (v. I, “Estudo Introdutório”), quer como catálogo que inclui
a identificação de todas as versões de todos os romances publicados, do corpus
português, de 1828 a 1960 (RPTOM, edição crítica de todos os espécimes) e de
1828-2000 (BRPTOM, listagem sob convenção siglada e numérica).

__________________

12
Em “Apêndices”, citamos: um passo de Menéndez Pidal, em RH e três
transcrições de “El Conde Alemán”, na sua versão antiga:
1 – Passagem de Menéndez Pidal, em RH, pp. 134 e 135;
[Versão antiga, Cancionero de Romances (Anvers 1550, fol.205)]:
2 – “El Conde Alemán”, in Antología de Poetas Líricos Castellanos, vol. VIII,
Primavera y Flor --, nº 170;
3 – “Romance del Conde Alemán”, in Díaz Roig, nº 105;
4 – Transcrição a partir de RPTOM I, pp. 48-49: nota 66.

13
BIBLIOGRAFIA

BRPTOM = Pere Ferré e Cristina Carinhas, Bibliografia do Romanceiro


Português da Tradição Oral Moderna (1828-2000). Instituto Seminario
Menéndez Pidal – Universidad Complutense de Madrid, Madrid, 2000.

Cancionero de romances (Anvers, 1550), edición de A. Rodriguez-Moñino,


Madrid, Castalia, 1967. [Cito nos Apêndices, 4, a transcrição da versão do
“Conde Aleman” dada por Pere Ferré in RPTOM I, no “Estudo Introdutório”,
pp. 48-49, nota 66.]

Díaz Roig = El romancero viejo – Edición de Mercedes Díaz Roig, Sexta


Edición. Ediciones Cátedra, Madrid 1981. Nº 105 “Romance del conde
Aleman”: A edição que serviu de fonte a Díaz Roig foi a de Rodriguez Moñino.

Michel Giacometti- caminho para um museu. [Edição] Cascais – Câmara


Municipal / Museu da Música Portuguesa: Casa Verdades de Faria, 2004:
Maria da Conceição Correia, “Michel Giacometti, caminho para um
museu”, pp. 9-18
Anne Caufriez, “A antologia da música regional portuguesa por Michel
Giacometti”, pp. 19-28:
Antologia da Música Regional Portuguesa:
“Trás-os-Montes – textos de Introdução”:
Michel Giacometti, p. 78
Fernando Lopes Graça, p. 79
Maria Aliete Galhoz, p. 80
“Algarve – textos de Introdução”:
Michel Giacometti, pp. 84-85
Fernando Lopes Graça, p. 86
Maria Aliete Galhoz, p. 87
“Alentejo – textos de Introdução”:
Michel Giacometti, pp. 92-93
Fernando Lopes Graça, pp. 94-95
Maria Aliete Galhoz, pp. 96-97
“Minho – textos de Introdução”:
Michel Giacometti, pp. 102-103
Fernando Lopes Graça, pp. 104-105
Maria Aliete Galhoz, p. 106
“Beira Alta, Beira Baixa e Beira Litoral – textos de Introdução”:
Michel Giacometti, p. 110
Fernando Lopes Graça, p. 111
Maria Aliete Galhoz, p. 112

Pinto-Correia, João David = Romanceiro Oral da Tradição Portuguesa.


Apresentação Crítica, Antologia e Sugestões para Análise Literária. Lisboa,
Duarte Reis, 2003 [“Conde da Alemanha”, pp. 103-106.]

14
PRIMAVERA = WOLF, Fernando J. e Conrado HOFMANN, Primavera y flor
de romances, 2ª ed., 2 vols., reimp. in Marcelino Menéndez Pelayo, Antología
de poetas líricos castellanos. “Edición Nacional de las Obras completas de
Menéndez Pelayo” vol. XXIV 2ª ed., Vol. VIII, Santander, Consejo Superior de
Investigaciones Científicas, 1945.

RH = R. Menéndez Pidal, Romancero Hispánico (Hispano-Portugués,


Americano y Sefardi) Teoría e Historia, I e II. Espasa-Calpe, Madrid, 1953.

RPI = O Romanceiro Português e Brasileiro: Índice Temático e Bibliográfico,


I e II (Com uma bibliografia pan-hispânica e resumo de cada romance em
inglês), por Manuel da Costa Fontes. Selecção e comentário das transcrições
musicais de Israel J. Katz. Correlação pan-europeia de Samuel G. Armistead.
Madison, 1997.

RPP = Romanceiro Popular Português. I Romances Tradicionais.


Organização, introdução e notas de Maria Aliete Dores Galhoz. II Romances
Religiosos e Orações Narrativas / Romances Vulgares e Cantigas Narrativas.
Organização, introdução, notas, [índices] e bibliografia de Maria Aliete Dores
Galhoz. Centro de Estudos Geográficos – Instituto Nacional de Investigação
Científica, Lisboa, v. I 1987, v. II 1988.

RPTOM, I = Romanceiro Português da Tradição Oral Moderna. Versões


Publicadas Entre 1828 e 1960, I volume. Estudo Introdutório, Organização e
Fixação de Pere Ferré com a colaboração de Cristina Carinhas, Ramon dos
Santos de Jesus e Eva Parrano. Serviço de Educação e Bolsas - Fundação
Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2000.

RPTOM, III = Romanceiro Português da Tradição Oral Moderna. Versões


Publicadas Entre 1828 e 1960, III volume. Organização e Fixação de Pere Ferré
com a colaboração de Sandra Boto. Serviço de Educação e Bolsas - Fundação
Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2003.

RTO = Romanceiro da Tradição Oral – recolhido no âmbito do Plano


Trabalho e Cultura, dirigido por Michel Giacometti. Vol. I Romances
Narrativos. Vol. II Romances épicos de assunto carolíngio, históricos de
assunto peninsular, religiosos e novelescos. Coordenação [de] Ana Maria
Ramalhete /Nuno Júdice, transcrição e edição dos textos [por] Miguel Magalhães
com o apoio de Ricardo Marques. Edições Colibri / Instituto de Estudos da
Literatura Tradicional (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas [da]
Universidade Nova de Lisboa), Lisboa, 2009.

VRP = Romanceiro Português coligido por J. Leite de Vasconcellos. Notícia


Preliminar de R. Menéndez Pidal, Por Ordem da Universidade, Coimbra, vol. I,
1958, vol. II 1960

15
APÊNDICES

1. RH, I
Cap. IV: §22 Romances de estrofa indeterminada.

La duda ocurre en algunos romances novelescos, análogos a baladas


extranjeras.
(p. 134)
Semejantemente, el romance del Conde Alemán, Atan alta va la luna
(Primav., 170), en su única versión antigua, ofrece cinco asonantes –ía, ocho –
ío, y seis –á. Las versiones sefardíes contienen bastantes pareados; lo mismo
las abundantes versiones portuguesas, alguna de las cuales hay que en 17
dieciseisílabos nos da cinco pareados perfectos (tres asonantes –ía, dos –í, dos
–áo, dos –é, tres –á, dos –éo, dos –úa)106; otra (inédita) nos da seis pareados
(cuatro asonantes –ía, dos –í, dos –áo, dos –í, dos –á, un –éa, dos –ía, dos –ée,
dos –á). Versiones así nos prueban que la del siglo XVI procede
indudablemente de una originaria en pareados que ya en su comienzo reunía
dos dísticos en –ía y que pronto fué invadida por la tendencia monorrima.
106
Es la publicada por F. A. MARTINS, Folklore do concelho de Vinhais, Coimbra,
1928, pág. 218. Otras versiones, donde el pareado es menos abundante, em Th.
BRAGA, Romanceiro, II, 1907, págs. 1-16. Una inédita.
(p. 135)

2. Ant. Poetas Lír. Cast. – Primavera y Flor. Rom. Nov. y caball.


nº 170 (Valdovinos V)
Romance de Valdovinos
Atan alta va la luna – como el sol a mediodia,
cuando el buen conde aleman – ya7 con la reina dormía.
No lo sabe hombre nascido – de cuantos en la corte habia,
Sino era la infanta, - aquesta infanta su hija.
Su madre le hablaba – de esta manera decía:
- Cuanto viéredes tú, infanta, - cuanto vierdes, encobrildo;
Daros ha el conde aleman – un manto de oro fino.
- ¡Mal fuego queme, madre, - el manto de oro fino,
Cuando en vida de mi padre – tuviese padrasto vívo!
De alli se fuera llorando – el rey su padre la ha visto.
- ¿Por qué llorais, la infanta? – deci quién llorar os hizo?
- Yo me estaba aqui comiendo – comiendo sopas en vino;
entró el conde aleman, - echómelas por el vestido.
- Calleis, mi hija, calleis, - no tomeis de eso pesar,
Que el conde es niño y mochacho, - hazerlo ia por burlar.
- ¡Mal fuego quemase, padre, - tal reir y tal holgar.
Cuando me tomó en sus brazos – commigo quiso holgar.
- Si él os tomó en sus brazos – y con vos quiso holgar,
En ántes que el sol salga – yo lo mandaré matar.
(Canc.de Rom., 1550, fol. 205)1)

16
(pp. 371-372)
7
El texto del Canc. de Rom., ed. de 1550 y posteriores, lleva “y con”, etc.: claro está
que esto, no teniendo sentido, es yerro de imprenza. Que se ha de leer “ya” viene
comprobado por la versión portuguesa que empieza asi:
Já lá vem o sol na serra,
já lá vem o claro dia,
e inda o conde d’Alemanha
com a rainha dormia. (pp. 371-372)*
1)
De este romance hay una versión portuguesa muy linda y muy popular, publicada por
el Sr. Almeida-Garrett en su Romanceiro, tomo II, p. 78, con el título de “O conde
d’Allemanha” (Allamanha o Aramanha). Esta versión tiene además una especie de
epílogo entre la madre y la hija sobre el suplicio del conde alemán, acusándose
reciprocamente de haberlo causado (p. 372)

[Romances Viejos Castellanos // Primavera y Flor de Romances // Publicada con Una


Introducción y Notas por D. Fernando José Wolf y D. Conrado Hofmann. // Segunda
Edición corregida y adicionada por / D. Marcelino Menéndez Pelayo / De la Real
Academia Española / Madrid 1899 / Antología de Poetas Líricos Castellanos: Tomo
VIII-1]
• Reproduzido na reimpressão de 1945, a que pudemos consultar e nos foi facultada pela
amizade de João David Pinto-Correia.

[Wolf e Hofmann mantiveram o verso “octossílabo” mas actualizaram a grafia e a


ortografía para o normal da altura da sua edição, Berlim,1856: “Se entiende que hemos
adoptado la ortografia, pontuación y acentuación que ahora se usan, conservando
solamente la ortografía de los originales cuando siñala el mismo tiempo una diferencia
etimológica y sirve para caracterizar las transiciones de habla antiqua a la actual. (p.6)]

* Nota:
1. Cf. RPTOM, III (2003), nº 784, pp. 11-13
2. Menendez Pelayo optou pelo verso de 16 sílabas com cesura entre os hemistíquios.

3 – El romancero viejo [Díaz Roig (1981)]

105
Romance del conde Alemán*

Atán alta va la luna – como el sol a mediodía,


cuando el buen conde Alemán – y con la reina dormía.
No lo sabe hombre nacido – de cuantos en la corte había,
si no era la infanta, - aquesa infanta su hija.
Su madre le hablaba, - de esta manera decía:
- Cuanto viéredes tú, infanta, - cuanto vierdes1, encobridlo;
daros ha el conde Alemán – um manto de oro fino.
- ¡Mal fuego queme, madre, - el manto de oro fino,
cuando en vida de mi padre – tuviese padrasto vivo!
De alli se fuera llorando; - el rey su padre la ha visto:
- ¿Por qué lloráis, la infanta? – decid ¿quién llorar os hizo?
- Yo me estaba aqui comiendo, - comiendo sopas en vino,
entró el conde Alemán, - echómelas por el vestido.

17
- Calléis, mi hija, calléis, - no toméis de eso pesar,
que el conde es niño y muchacho, - hacerlo hia por burlar.
- ¡Mal fuego quemase, padre, - tal reir y tal burlar!,
cuando me tomó en sus brazos, - conmigo quiso holgar.
- Si él os tomó en sus brazos – y con vos quiso holgar,
en antes que el sol salga – yo lo mandaré matar.

_______

*«Cancionero de 1550, p. 256. Wolf y Hofmann lo incluyen en el ciclo de


Valdovinos, pero a mi me parece más cercano a los novelescos que a los
caballerescos.
Es muy popular en la tradición oral moderna portuguesa donde se desarrolla el
tema de la estratagema de la hija para salvar la honra de su padre sin delatar a
la madre. Cfr. Leite de Vasconcellos, Romanceiro Português, I, XI.» (p. 239).

Nota: Incluídas no tema ROMANCES DE MULHERES ADÚLTERAS em RPTOM


III (2003), as versões de Leite, RP, I, XI – Conde da Alemanha. São as número 786,
787, 788, 789, 793, 794, 795, 796, 802, 803, 805, 806, 808, 816, 817, 818, 819, 820,
821, 822, 824, 829, 830, 831, 838, 839, 842, 850, 851, 852, 853

4 – RPTOM I (2000)

66
Transcrevo a versão do “Conde Aleman” publicada no Cancionero de romances
(Anvers, 1550), a partir da edição de Antonio Rodríguez-Moñino (Madrid, Castalia,
1967) [...]:
A tan alta va la luna
como el sol a medio dia
quando el buen conde Aleman
y con la reyna dormia
no lo sabe hombre nascido
de quantos en la corte auia
sino era la infanta
aquessa infanta su hija
su madre le hablaua
desta manera dezia
Quanto vieredes tu infanta
quanto vierdes encobrildo
daros ha el conde Aleman
vn manto de oro fino
mal fuego queme madre
el manto de oro fino
quando en vida de mi padre
tuuiesse padrasto Biuo.
De alli se fuera llorando
el rey su padre la ha visto
porque lloreys la infanta
dezi quien llorar os hizo
yo me estaua aqui comiendo
comiendo sopas en vino
entro el conde Aleman

18
echo me las por el vestido
calleys mi haja calleys
no tomeys desso pesar
que le [sic] conde es niño e mochacho
hazerrlo ya por burlar
mal fuego quemasse padre
tal reyr y tal burlar,
quando me tomo en sus braços
comigo quiso holgar
si el os tomo en sus braços
y con vos quiso holgar
en antes que el sol salga
yo le mandare matar
As assonâncias presentes neste texto são as seguintes: í-a; í-o e -á.

(pp. 48-49: nota 66)

Dez. 2009 / Fev. 2010

19

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