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TEMPOS
Composta pelo guitarrista Jimmy Page e pelo vocalista Robert Plant para o quarto álbum de
estúdio da banda, Led Zeppelin IV.
Mas o que ela significa? Por que ela é considerada a música mais louca de todos os tempos?
Vamos aqui "destrinchar" a letra, verso a verso e entrar no psicodélico Planeta Led Zeppelin
Esta “Lady”, ao contrário do que as pessoas imaginam, não é a Shirley Bassed (essa idéia
apareceu em uma referência de Leonard tale no CD Australiano). A “Lady” que Robert Plant
fala é Yesod, a Qualidade Universal do Espírito, a Princesa aprisionada dos contos de fada, a
vontade primordial que nos leva á meditação, ao auto-conhecimento e ao início da Escada de
Jacob, que é a Starway to Heaven, (Caminho das estrelas), trocadilho com o nome da música
e que também foi utilizado em outros contextos para expressar as mesmas idéias, como por
exemplo, no nome “Luke Skywalker” na Saga do Star Wars. Um dia falo mais sobre isso…
Na Mitologia Nórdica, a Lady é Frigga, também conhecida como Ísis, Maria, A Mãe, Iemanjá,
Diana, Afrodite, etc… um aspecto de toda a criação e presente em cada um de nós.
Robert plant fará novas referências a esta “Lady Who´s sure” em outras músicas (Liar´s
Dance, por exemplo, que trata do “Book of Lies” do Aleister Crowley).
Ao contrário do senso comum, que diz que “Nem tudo que reluz é ouro”, esta Lady possui
dentro de si a esperança e o otimismo para enxergar o bem em todas as coisas; ver que tudo
possui brilho e que mesmo a menor centelha de luz divina dentro de cada um possui potencial
de crescimento.
E dentro deste entendimento, ela vai galgando os degraus desta escada para os céus. Na
Kabbalah, os 4 Mundos formam o que no ocultismo chamamos de “Escada de Jacob”, descrita
até mesmo em passagens da Bíblia. Esta “escada” simbólica traz um mapa da consciência do
ser humano, do mais profano ao mais divino, que deve ser trabalhada dentro de cada um de
nós até chegar à realização espiritual.
Aqui que os crentes e ateus escorregam. Eles acham que deuses são reais no sentido de
“existirem no mundo físico” e ficam brigando sobre veracidade de imagens que apenas
representam idéias para um aprimoramento interior.
Aqui é mencionado o “verbo”, ou a “palavra perdida” capaz de dar criação a qualquer coisa
que o magista desejar. A Vontade (Thelema) do espírito do Iniciado é tão forte que “quando
ela chegar lá ela sabe que se todas as possibilidades estiverem fechadas, ela poderá usar a
palavra para criar o que precisar”. Este primeiro verso coloca que a dama está trilhando o
caminho até a Iluminação e tem certeza daquilo que deseja, ou seja, conhece sua Verdadeira
Vontade..
Ainda trilhando este caminho, a dama precisa ser cautelosa. Porque todo símbolo possui
vários significados. Todas as Ordens Iniciáticas trabalham e sempre trabalharam com
símbolos: deuses, signos, alegorias e parábolas. Os Indianos chamam estes caminhos falsos de
Maya (a Ilusão) e em todos os caminhos espirituais os iniciados são avisados sobre os desvios
que podem levá-los para fora deste caminho (ou o “diabo” na Mitologia Cristã).
O “piper” é uma alusão ao flautista, ou Pan. O “Hino a Pã” é uma poesia de 1929 composta
por Crowley (e traduzida para o português pelo magista Fernando Pessoa) que trata do
Caminho de Ayin dentro da Árvore, que leva da Razão à Iluminação e é representada
justamente pelo Arcano do Diabo no Tarot e pelo signo de Capricórnio, o simbólico Deus
Chifrudo das florestas. As “florestas ecoando com gargalhadas” sugere que aqueles que estão
observando (os Mestres Iniciados) estarão satisfeitos quando os estudantes e todo o resto do
Planeta chegarem ao mesmo ponto onde eles estão e se juntarem a eles.
Esta parte não tem nada a ver com garotas chegando à puberdade. As mudanças referem-se à
morte do Inverno e chegada da Primavera, que representa a superação das Ordálias e
caminhada em direção à Verdadeira Vontade.
A lembrança de que sempre existem dois caminhos, e também uma referência ao Caminho de
Zain (Espada, que conecta o Iniciado em Tiferet à Grande Mãe Binah, representada pelo
Arcano dos Enamorados no Tarot). Separa a parte dos prazeres terrenos (chamados de
“pecados” na cristandade ou de “Defeitos Capitais” na Alquimia) e o caminho da iluminação
espiritual. A escolha é nossa e é feita a cada momento de nossa vida em tudo o que fazemos,
e qualquer pessoa, a qualquer momento pode mudar de caminho (espero que do mais baixo
para o mais elevado…)
Robert Plant coloca várias vezes esta frase na música, em uma referência ao Arcano do louco
(e o Caminho do Aleph na Kabbalah), como o sentimento de uma criança que se maravilha
com tudo no mundo pela primeira vez (no catolicismo “Vinde a mim as criancinhas”, Mateus
18:1-6 sem trocadilho desta vez). Este é a sensação que um ocultista tem a cada descoberta
de uma nova galáxia ou maravilha do universo, ou novas invenções da ciência e a descoberta
de novos horizontes. No hinduísmo, esta sensação tem o nome de Sattva (em oposição a
Rajas/atividade ou Tamas/ignorância).
Nesta altura da música, já fica claro que quem a escuta está sendo guiado pela Lady através
da Árvore da Vida em direção à Iluminação. O aspirante a Iniciado está sendo conduzido pelo
caminho pelo soar da música. Ou, em um caso mais concreto, o mesmo tipo de música que o
Blog do Teoria da Conspiração toca para vocês…
Dear Lady can you hear the wind blow, and did you know,
Your stairway lies on the whispering wind.
Esta frase tem duas analogias com símbolos muito parecidos, de duas culturas. O primeiro é a
própria Yggdrasil, em cujas raízes fica um dragão (a Kundalini) e em cujo topo fica uma águia
que bate suas asas resultando em uma suave brisa. A Águia representa o espírito iluminado
(daí dela ser o símbolo escolhido pelos maçons americanos como símbolo dos EUA) e o vento é
o elemento AR (Razão). Na Kabbalah, em um significado mais profundo, tanto os caminhos de
Aleph (Louco/Ar) quanto de Beth (Mago/Mercúrio) que conduzem a Kether (Deus) são
representados pelo elemento AR – O Led Zeppelin fala sobre águias em outras canções,
igualmente cheias de simbolismo… algum dia eu falo sobre elas.
O terceiro Caminho até Kether é Gimmel, a sacerdotisa, o caminho iniciado em Yesod (Lua)
que passa novamente pelos Grandes Mistérios. A analogia com o Ouro é óbvia. O processo
alquímico na qual transformamos simbolicamente o chumbo do nosso ego no ouro da essência.