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Estudo sobre a história da língua portuguesa e a evolução

semântica e evolução fonética das palavras

A língua portuguesa surgiu em diversas fases:

1. No século V antes de Cristo, os povos arianos ou indo-


europeus, falavam por todo o mundo uma língua chamada o
Indo-europeu, é daí que provém todas as línguas existentes
actualmente.

2. O indo-europeu era falado um pouco por todo o mundo, então


com o passar dos tempos, foi sendo diferenciada dando origem
a 12 grupos de línguas diferentes:
i) O itálico de onde provém o latim, que originou línguas
românicas ou novilatinas, como português, espanhol, italiano,
galego;
ii) O germânico de onde provêm as línguas germânicas como o
inglês, o alemão, o neerlandês, o sueco, o dinamarquês (SE).
iii) O eslavo de onde provêm as línguas eslavas como o russo, o
ucraniano, o polaco, e o checo.
iv) O céltico de onde provêm línguas célticas como o galês,
gaélico, e o bretão.

3. Como está descrito em cima, o português teve como origem o


latim. Tal ocorreu porque no século III a.C. Portugal foi invadido
pelos romanos, e estes aplicaram a sua romanização, e por
entre os seus costumes e tradições, estava a sua língua, o latim
vulgar, tosco, ou popular. Os portugueses nessa altura falavam
a língua celta, pois a língua céltica é um dos substratos
portugueses (línguas faladas antes da romanização), e depois
da invasão dos romanos, passou a falar o romance, que
corresponde à mistura dos falares de uma determinada região
com a língua romana, dando origem a uma língua diferente, e o
português no seu estado inicial. Para além de Portugal, os
romanos também invadiram outros territórios, sendo que
existiram mais romances, e foi a origem das línguas novilatinas
ou românicas.
Nota: o latim era constituindo por duas variantes, o latim
vulgar e o latim erudita, literário ou culto. O latim vulgar era o
latim falado pelas classes mais baixas da sociedade, que era
um bocado diferente do étimo latino inicial. O latim erudita, era
o latim falado pelas classes mais altas da sociedade, sendo que
era também o utilizado para se escrever documentos
importantes, do estado.

4. Depois da formação do romance, ocorreram as suas


transformações ao longo do tempo, pois o romance, o estrato
(que era o romance, falado, isto é a ‘’língua portuguesa’’), já era
influenciado pelo que era falado antigamente (os substratos), e
depois passou a ser influenciado pelas línguas trazidas pelos
povos que invadiram depois a península ibérica (superstratos
que são línguas sobrepostas ao romance, o estrato), foram
estes, os povos germânicos, como os visigodos, os godos, e os
vândalos que trouxeram palavras a Portugal de origem
germânica como luva, fato, ganso, Henriques, Fernandes,
guerra, estaca, ganso... E quem conquistou Portugal mais
tarde, foram os árabes que impuseram palavras novas no
vocabulário português, como as palavras começadas por ‘’al’’,
como alface, algodão, algodoeira, Aljubarrota...

5. A quinta fase na origem da língua portuguesa consiste no


português proto-histórico que ainda distinguia o latim erudito
do latim vulgar, que mais tarde evoluiu para português arcaico
que se dividiu em galaico-português, que foi a língua que era
falada inicialmente no condado portucalense, e nos primeiros
anos de Portugal. Era uma mistura entre o galego e o
português, e tal se deve porque Portugal estava próximo de
Galiza e tinha alguma da sua língua. No entanto Portugal foi-se
afastando de Galiza, até que o rei D.Dinis, criou a lei que fazia
com que fosse obrigatório escrever documentos em português.
No século XVI, já Portugal tinha a sua língua independente e
toda a gente falava português. O texto mais antigo escrito em
português foi ‘‘O testamento do rei D.Afonso II’’, escrito em
1214.

6. A sexta fase consiste nas mudanças que o português sofreu ao


longo do tempo, pois com a época dos descobrimentos, Portugal
foi descobrindo novas realidades às quais tinha de dar nomes,
então para cada continente tinha de arranjar algumas palavras
novas. As palavras africanas que surgiram foram: macaco,
banana, missanga, cachimbo; as palavras asiáticas que
surgiram foram: chá, leque, arroz, chávena, jangada, soja; as
palavras americanas que surgiram foram: ananás, amendoim,
cacau, tomate, canoa;

Também surgiram palavras que derivaram de outros países


modernos, as palavras às quais se chamam de estrangeirismos,
são como se fossem palavras importadas, e adaptadas a nós em
termos fonéticos. São exemplos: palavras francesas: bibelô,
croissant; italianas: maestro, piano; inglesas: futebol; alemão:
zinco;

Com o tempo também foram perdidas algumas palavras e


expressões que deram origem a outras mais recentes, são os
arcaísmos, que são palavras em desuso, que surgiram numa
fase antiga da língua, e que já foram substituídas por novos
vocábulos, que se adaptaram às novas realidades, os
neologismos como otite, e dermatose.
Exemplos de arcaísmos são ceroulas (cuecas), velido (belo),
coita (desgosto);

A língua portuguesa ao longo do seu processo de transformação


teve dois tipos de processos diferentes:
- A evolução semântica, que corresponde à alteração dos
significados de palavras ao longo do tempo pois as mesmas
palavras passaram a designar novas coisas.
Por exemplo caderno antigamente designava uma folha dividida
em 4 partes, actualmente é qualquer porção de folhas que tem
formato livre. Fogo antigamente era a casa onde se acendia o
lume, actualmente é o próprio lume. Antes parvo, queria dizer
pequeno, actualmente quer dizer tolo, ou idiota. Antes solteiro
queria dizer só ou que vive só, actualmente quer dizer um
estado civil, isto é, não está casado ainda.
- Evolução fonética corresponde à mudança de sons que foi
ocorrendo à medida que a língua portuguesa se foi
desenvolvido.
Existem 3 processos de evolução fonética:
- a queda, que consiste da de uma ou mais letras numa
palavra. Quando é no inicio, é chamada de aférese, quando é no
meio é chamada de síncope, e quando é no final é chamada de
apócope.
-Adição que é a adição de uma ou mais letras à palavra.
Quando corre no inicio da palavra chama-se prótese, quando
ocorre no meio da palavra chama-se epêntese, quando ocorre
no fim da palavra chama-se paragoge.
-Permuta ou alteração que é a alteração de sons numa palavra.
Chama-se metátese à alteração de sons, assimilação quando
dois sons diferentes tornam-se iguais. Dissimilação quando
dois sons iguais tornam-se diferentes, vocalização quando a
consoante se transforma em vogal, sonorização quando uma
consoante surda passa a ser sonora. Nasalização quando o som
oral fica nasal devido a um m ou a um n. Desnasalização
quando é o oposto. Palatalização é quando o grupo de fonemas
passa a ser palatal. Contracção é quando duas vogais, se
transformam numa só ou num ditongo.

7. Devido à evolução do português também se passou a utilizar


designações para alguns processos da história da língua.
Todas as palavras derivam de um étimo, e quando esse étimo é
latino dizemos que um étimo latino é um vocábulo do qual
provém uma ou mais palavras da língua portuguesa.
Palavras divergentes são palavras provenientes do mesmo étimo
latino, mas que são diferentes, e actualmente têm significados
diferentes, e escrevem-se de maneira totalmente diferente.
Relaciona-se com as antigas classes pois surgiu devido à
existência no português de uma expressão erudita, e de uma
expressão popular.
Por exemplo planum, que deu origem a plano, e a chão, e
actualmente utilizamos as duas palavras que maneiras muito
diferentes.
Ou por exemplo arena, que deu origem a arena, e a areia,
totalmente diferentes.
As palavras convergentes são precisamente, o oposto, as
palavras convergentes derivam de étimos latinos diferentes, no
entanto escrevem-se da mesma maneira, e podem ter
significados diferentes, mas são homónimas, isto é, iguais em
fonia e em grafia.
Por exemplo rivu- deu origem a rio (substantivo), e rideo deu
origem a rio (de rir, verbo), são iguais são diferentes.
As actuais línguas novilatinas são diferentes devido à romanização em tempos
diferentes, aos substratos e superstratos, e ao diferente tipo de romanização.

O galego separou-se do português também para a independência, traduções do


latim para português, acção escolar, e influência dos falares meridionais de
Lisboa.

O Auto da Barca do Inferno é considerado uma moralidade, ou seja,


uma representação simbólica onde as personagens encarnam vícios ou
virtudes com o objectivo de moralizar a sociedade. O “Auto da Barca do
Inferno”, ao que tudo indica, foi apresentado pela primeira vez em 1517
na câmara da rainha D. Maria de Castela, que estava doente. Esse
Auto, classificado pelo próprio autor como um “auto de moralidade”.

Espaço: Tem como cenário um porto imaginário, onde estão ancoradas


duas barcas: uma como destino o paraíso, tem como comandante um
anjo; a outra, com destino ao inferno, tem como comandante o diabo,
que traz consigo um companheiro.

Tempo: Com relação a tempo, pode-se dizer que é psicológico, uma vez
que todos os personagens estão mortos, perdendo-se assim a noção do
tempo.

Linguagem: Redondilhas maiores (sete sílabas poéticas), linguagem


coloquial para caracterizar a posição social dos personagens.

• Estrutura externa – esta peça tem apenas um acto, uma vez que não há
qualquer mudança de cenário. E, apesar de Gil Vicente não usar a
divisão em cenas, nós podemos fazer corresponder a cada entrada das
personagens uma cena. Assim, o texto consta de onze cenas.

• Estrutura interna – Sendo o texto composto de pequenas acções, tendo


cada uma delas uma forma muito semelhante ( breve apresentação de
cada personagem, argumentação com o Diabo e Anjo e embarque numa
das barcas) e não havendo qualquer ligação entre as várias sequências,
não podemos afirmar que haja um enredo.

• O primeiro a embarcar é um Fidalgo, que chega acompanhado de um Pajem, que leva a


calda da roupa do Fidalgo e também uma cadeira, para seu encosto.
• O Diabo mal viu o Fidalgo e já lhe falou para entrar em sua barca, pois ele iria levar mais
almas e mostrar que era bom navegante. Antes disso, o companheiro do Diabo, começou
a preparar a barca para que as almas dos que viessem, pudessem entrar.
• Quando tudo estava pronto, o Fidalgo dirigiu a palavra ao Diabo, perguntando para onde
aquela barca iria. O Diabo respondeu que iria para o Inferno, então o Fidalgo resolveu ser
sarcástico e falou que as roupas do Diabo pareciam de uma mulher e que sua barca era
horrível. O Diabo não gostou da provocação e disse que aquela barca com certeza era
ideal para ele, devido a sua impertinência. O Fidalgo espantado, diz ao Diabo que tem
quem reze por ele, mas acaba recebendo a notícia de que seu pai também havia
embarcado rumo ao Inferno.
• O Fidalgo tenta achar outra barca, que não siga ao Inferno, então resolve dirigir-se a
barca do céu. Ele resolve perguntar ao Anjo, aonde sua barca iria e se ele poderia
embarcar nela, mas é impedido de entrar, devido a sua tirania, pois o Anjo disse que
aquela barca era muito pequena para ele, não teria espaço para o seu mau caráter.
• O Diabo começa a fazer propaganda de sua barca, dizendo que ela era a ideal, a melhor.
Assim, O Fidalgo desconsolado, resolve embarcar na barca para o Inferno. Mas antes, o
Fidalgo queria tornar a ver sua amada, pois ele disse que ela se mataria por ele, mas o
Diabo falou que a mulher na qual ele tanto ama, estava apenas enganando- o, que tudo
que ela lhe escrevia era mentira. E assim, o Diabo insistia cada vez mais para que o
Fidalgo esquecesse sua mulher e que embarcasse logo, pois ainda viria mais gente.
• O Diabo manda o Pajem, que estava junto com o Fidalgo, ir embora, pois ainda não era
sua hora.

Gil Vicente apresenta-nos o Fidalgo com toda a sua vaidade e presunção,


“fumoso”, ricamente vestido e seguido de um pajem que lhe soerguia a cauda do
manto e lhe transportava uma cadeira de espaldas. Habituado a gozar de
privilégios especiais, o Fidalgo nem sequer pensa que poderá ir para o Inferno.
Assim, para justificar o seu direito a entrar na barca celestial, apresenta apenas
ao Anjo, como único argumento, a sua condição social:”Sou fidalgo de solar / é
bem que me recolhais”.
A sua altivez e jactância levam-no a exigir que todos o tratem por “Vossa
Senhoria” de acordo com os seus pergaminhos nobiliárquicos. Quando o Anjo lhe
diz uma frase que ele considerou pouco cortês (“Pera vossa fantesia / mui
estreita é esta barca.”), o Fidalgo reage logo violentamente: “Pêra senhor de tal
marca / não há aqui mais cortesia?”. Mas o Diabo, momentos antes, tratara-o
por tu “Quem reze sempre por ti! / Hi hi hi hi hi hi hi hi!... / E tu viveste a teu
prazer, / cuidando cá quarecer / porque rezam lá por ti?”, sem qualquer reacção
da parte do Fidalgo. Porquê? Certamente porque este ficou tão espantado com a
revelação do Diabo que nem teve presença de espírito para o meter na ordem.
Aliás é o próprio Diabo quem, passado este breve momento escarninho e
zombeteiro, passa prontamente para o tratamento cerimonioso, depois de um
verso de transição: “Embarcai! Hou! Embarcai” . Mas, na cena seguinte, depois
de ter sido humilhado e condenado, vemos o Fidalgo tão abatido e deprimido
que, quando o Onzeneiro o trata por vossa senhoria, o Fidalgo já reage de modo
inverso: “Dá ao demo a cortesia!”. Mas, nessa altura, já não era um fidalgo mas
um pobre condenado ao Inferno; o próprio Diabo ameaça espancá-lo: “Dar-vos-
ei tanta pancada / com um remo, que reneguês!”.

Ao Fidalgo parece-lhe a barca infernal um “cortiço”, isto é, uma barca muito


ordinária e reles para transportar um nobre tão poderoso e importante como ele.
Mas o Diabo e o Anjo formulam as suas críticas, que se podem resumir assim:
que ele vivera a seu prazer, isto é, que fizera tudo quanto quisera, que se
entregara aos prazeres, fora tirano e, consequentemente, desprezara os
pequenos, ou seja, os elementos do povo. Para demonstrar que ele vivera a seu
prazer, analisa Gil Vicente a vida sentimental do Fidalgo, repartida entre duas
mulheres: a esposa e a amante. Mas o que o Fidalgo ignora e que o dramaturgo
denuncia, para caracterizar melhor a sociedade do seu tempo, é que tanto uma
como a outra lhe eram infiéis e tinha cada uma delas o seu amante.

Mas Gil Vicente não condena só aquele aristocrata, mas todos os seus
antepassados, como afirma expressamente o Diabo quando informa o Fidalgo
que passará para o Inferno assim como “passou vosso pai”, isto é, o autor
generaliza e condena a nobreza como classe social. O criado ou pajem que
acompanha o Fidalgo não entra em nenhuma das barcas. Porquê?
Evidentemente que não representa ali um tipo, uma alma de um defunto, mas um
simples elemento caracterizador e distintivo, tratado a nível de objecto, que o
dramaturgo risca do palco assim que deixa de ser necessário. Mas a sua função
simbólica é deveras importante na medida em que representa um elemento do
povo, a principal vítima da opressão da nobreza que, manifestamente, não
poderia acompanhar o Fidalgo na sua viagem para o Inferno.

Elementos alegóricos
Analisando com atenção, o cais, as barcas, o Diabo e o Anjo são elementos
concretos mas representam realidades abstractas, isto é, simbolizam
determinados conceitos:
Cais = fim da vida
Barcas = viagem para o Céu ou para o Inferno.

Diabo / Anjo = condenação ou salvação.


Através da alegoria o autor critica a sociedade em que vive, apontando os seus
principais erros e vícios.

A alegoria é um recurso que consiste na representação de uma realidade


abstracta através de uma realidade concreta, por meio de analogias, metáforas,
imagens e comparações, tratando-se então de uma representação simbólica.

O Fidalgo traz consigo alguns elementos cénicos, os quais têm também um


significado abstracto e possibilitam identificar a classe social a que pertence: o
pajem que o acompanha demonstra a tirania que o fidalgo tinha pelo seu povo, a
cadeira que o pajem transportava demonstrava o poder do seu amo e o manto
que o pajem segurava transmitia vaidade.

O Fidalgo constitui assim uma personagem-tipo, pois, na realidade, representa


uma classe social – a nobreza e os seus vícios.

1. Todos os elementos cénicos representam o estatuto social de Fidalgo, sendo o manto a


representação da sua vaidade pela condição social que tem, o pajem representando todos aqueles que o
servem e sobre os quais ele exerce a sua tirania e a cadeira representando, por um lado, os bens
materiais e, por outro, o poder. 2. Esta personagem começa por parar junto à barca do Diabo, depois
dirige-se à barca do Anjo e, finalmente, regressa à barca do Diabo.
2. Compreensão do texto 3.1. Inicialmente, o Fidalgo está muito descontraído e seguro. Quando se
afasta da barca do Diabo, começa a revelar preocupação e, ao mesmo tempo, irritação, pois chama e
ninguém lhe responde. Quando percebe que não lhe é permitido entrar na barca do paraíso, mostra-se
desanimado e um pouco arrependido de ter confiado no seu “estado”. Perto do final, chega a mostrar-se
humilde perante o Diabo, implora-lhe que o deixe regressar à vida e, finalmente, mostra-se resignado com
o seu destino final. 3.2. O Fidalgo vai mudando o seu estado de espírito de acordo com a evolução do seu
julgamento.
3. Compreensão do texto 4. Exemplos da ironia do Diabo: «Ó poderoso dom Anrique»; «Que cousa
é esta?»; «Vejo-vos eu em feição / pera ir ao nosso cais…»; «Embarqu’a a vossa doçura»; «e, chegando
ao nosso cais, / todos bem vos serviremos». 5.1. Falando com o Diabo, o argumento que o Fidalgo usa
para ser salvo é o facto de ter deixado na terra quem reze por ele; com o Anjo usa o argumento de ser
«fidalgo de solar».
4. Compreensão do texto 5.2. Os argumentos usados dizem muito sobre a personagem. De facto,
defendendo-se com as rezas que alguém ficou a fazer por ele, mostra que viveu tão confiante da sua
condição social e tão habituado a que os outros fizessem tudo por ele que nem lhe ocorre que as orações
não seriam suficientes para o salvar. Por outro lado, o argumento que apresenta ao Anjo mostra toda a
arrogância e presunção do Fidalgo.
5. Compreensão do texto 6. Através destas palavras, Gil Vicente pretende criticar a prática errada
da religião, levada a cabo por aqueles que acreditavam que as orações, as missas e outras práticas
superficiais eram mais importantes do que as obras e a fé. 7. Ao referir que o pai do Fidalgo também foi
condenado ao inferno, Gil Vicente pretende alargar a crítica à classe social a que pertence o Fidalgo – à
Nobreza –, na medida em que se dá a entender que os nobres são condenados, geração após geração.
6. Compreensão do texto 8.1. O Diabo responde divertido e rindo do Fidalgo, chama-lhe tolo e
mostra-lhe como está completamente enganado em relação ao desgosto que a mulher e a amante
sentem. 8.2. O «arrais do inferno» apresenta uma caracterização negativa das mulheres, pois elas são
falsas, hipócritas e infiéis. 8.3. Com estes versos alarga-se a crítica às mulheres, mostrando como o seu
fingimento é transmitido de mães para filhas. 9.1. O Fidalgo é acusado de ter vivido a seu prazer, de ser
presunçoso e vaidoso e de ter sido tirano para o povo.
7. 9.2. «DOM ANRIQUE» é um fidalgo de solar, vaidoso e presunçoso. A forma como se apresenta
em cena, com o seu longo manto e o pajem que carrega a sua cadeira, revela bem essa vaidade e
ostentação e a forma como reage face ao Diabo e depois face ao Anjo revela a arrogância de quem
sempre esteve habituado a que obedecessem às suas ordens. É no estatuto de nobre que ele confia
como razão para ser salvo, tal como sempre confiou ao longo da vida. É por isso que ele apresenta ao
Anjo como único argumento para a salvação o facto de ser «fidalgo de solar» e é também por isso que
desdenha da barca a que chama “cortiço” e exige que o tratem por “Vossa Senhoria”. Da vida sentimental
ficamos a saber que além da mulher tinha uma amante; no entanto, apesar de ser tão poderoso, era
igualmente enganado por elas. O Fidalgo é uma personagem tipo, na medida em que representa a
nobreza e os seus vícios de tirania, presunção, arrogância e ostentação. É exactamente por isso que, tal
como aconteceu com seu pai, é condenado ao Inferno.
8. Funcionamento da Língua 2.1. Neste momento da cena, o Fidalgo passou a usar um registo de
língua popular, porque estava a ficar aflito e simultaneamente irritado por sentir que a situação não lhe era
favorável. 2.2. Estes versos estão entre parênteses porque são um aparte.
9. Na cena do Fidalgo, identifica exemplos de cómico de situação, cómico de linguagem e cómico
de carácter. Cómico de situação: «Pera lá vai a senhora?» (pág.94) Cómico de linguagem: «Que
jiricocins, salvanor!» (pág. 95) Cómico de carácter: «Esperar-me-ês vós aqui, / tornarei à outra vida / ver
minha dama querida / que se quer matar por mi.» (pág. 96)
10. Identifica exemplos de eufemismo [suavizar uma ideia (desagradável ou grosseira) por meio de
uma expressão mais agradável], antítese (oposição entre dois termos), metáfora (a significação natural de
uma palavra remete para outra em virtude da relação de semelhança que se subentende) e de hipérbole
(emprego de termos exagerados, ampliando a verdadeira dimensão das coisas).
11. Eufemismo: «Vai pera a ilha perdida» (pág. 94) Antítese: «Segundo lá escolhestes, / assi cá vos
contentai.» (pág. 94) Metáfora: «Oh! que maré tão de prata!» (pág. 96) Hipérbole: «que m’escrivia mil
dias?» (pág. 96)

O Fidalgo interpela o Diabo, colocando em dúvida que ele consiga passageiros


para barca tão deselegante, na qual se recusa a entrar porque, segundo ele,
deixou na vida quem por ele rezasse. Assim, dirige-se depois ao Anjo, invocando
a sua condição de “fidalgo de solar” para a entrada na barca do Paraíso. Porém,
é repelido pelo Anjo por ter sido soberbo, tirano e ter desprezado o povo
enquanto era vivo. Volta, portanto, à barca do Inferno e, quando o Diabo o
manda remar, diz que tem de voltar a terra para ver sua mulher e a amada. O
Diabo informa-o de que a amada já ama outro e de que a mulher agradece a Deus
ter-se visto livre dele. Por fim, o Fidalgo entra na barca do Inferno.

Humor

Surgem ao longo do auto três tipos de cómico: o de carácter, o de situação e o de linguagem. O cômico de carácter é

aquele que é demonstrado pela personalidade da personagem, de que é exemplo o Parvo, que devido à sua pobreza de

espírito não mede as suas palavras, não podendo ser responsabilizado pelos seus erros. O cómico de situação é o

criado à volta de certa situação, de que é bom exemplo a cena do Fidalgo, em que este é gozado pelo Diabo, e o seu

orgulho é pisado. Por fim, o cómico de linguagem é aquele que é proferido por certa personagem, de que são bons

exemplos as falas do Diabo.(114p.)


A notícia consiste numa narrativa curta, que pretende relatar,
de forma objectiva e impessoal, um acontecimento real,
actual, extraordinário e de interesse geral.

Estrutura da Notícia
 Título – deve ser curto e preciso referindo o facto principal (obrigatório);
 Lead, Cabeçalho ou Entrada –  corresponde ao primeiro parágrafo da
notícia. Funciona como um resumo. Deve ser muito bem redigido para
conseguir atrair o interesse do leitor e responder a quatro questões
fundamentais e obrigatórias:
               Quem?
               O quê?
               Quando?
               Onde?

 Corpo da notícia – corresponde aos restantes parágrafos do texto. Nele


são dadas informações complementares, que servem para complementar o
conhecimento dos factos. Normalmente responde às seguintes questões:
                Como?
                Porquê?

A Linguagem na Notícia
A linguagem utilizada na notícia deverá:
 vocabulário
Ser simples, clara, econcisa
corrente e acessível, utilizando
frases curtas;
 sobretudo,
Recorrerosprioritariamente a nomes e a verbos, evitando,
adjectivos valorativos;
 Usar, especialmente, frases do tipo declarativo.

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