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Entendemos que ainda enfrentaremos adversidades no que diz respeito à educação, pois no
Brasil e no mundo é recente a prática da educação inclusiva, e, especificamente no Brasil, a
oferta de educação com qualidade para todos é uma meta e não uma realidade.
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Inclusão da Pessoa com Deficência
Seg, 27 de Dezembro de 2010 15:57
Nesse contexto, vale ainda ressaltar as questões que envolvem a Deficiência Intelectual, a
mais “invisível” de todas as deficiências, e cujo diagnóstico, estimulação e oferta de apoios são
os mais complexos. Em razão disso, muitas vezes a pessoa com deficiência intelectual é
negligenciada, o que dificulta tanto o seu desenvolvimento como a sua inclusão na sociedade.
Atuando como facilitadora nesse processo, a APAE DE SÃO PAULO – que completa 50 anos
em 2011 –, tem consciência de seu papel na sociedade e busca prover condições dignas de
atendimento e apoio a famílias e atendidos, além de restituir a autonomia do indivíduo. Para
isso, presta o apoio necessário no processo educacional, como ponte da capacitação de
professores e preparo da escola regular para o acolhimento de crianças e adolescentes com
deficiência intelectual. Além disso, em outro estágio, investe na capacitação e na orientação
para o trabalho, sendo responsável, nos últimos dez anos, por 22% dos processos de inclusão
nas empresas no Estado de São Paulo – com um índice de retenção desses indivíduos de
96%.
Acreditar na inclusão é também dar voz à pessoa com deficiência, para que esta possa ter
participação efetiva nas comunidades e influência sobre programas e políticas que afetam a
vida de todos. A APAE DE SÃO PAULO, assim como a Federação das APAEs e outras
organizações, apostam no desenvolvimento e na disseminação da autodefensoria
(self-advocacy), ou seja, o processo de conquista da autonomia por pessoas com deficiência.
Acreditamos que o autodefensor é aquele que aprende a lutar pessoalmente pela defesa de
seus direitos, a tomar suas próprias decisões a respeito de sua vida, e a reivindicar espaço
para expressar suas ideias, desejos, expectativas e necessidades. Assim, a pessoa com
deficiência – e aqui falamos de todas as pessoas com alguma deficiência - passa a ser agente
de seu próprio destino, apoiada pelos esforços conjuntos da sociedade.
Percorremos boa parte do caminho e estamos entusiasmados com o que está por vir. Há
ainda muito a se fazer. Nós, a sociedade e muitos dos atores desse processo ainda
precisamos assumir nossos papéis e trabalhar em um mesmo sentido, promovendo a ampla
proposição de ideias, a intensa reflexão das condições da pessoa com deficiência e, acima de
tudo, a construção de uma política consistente de inclusão social.
Aracélia Lucia Costa: Graduada em Serviço Social pela PUC. Superintendente da APAE DE
SÃO PAULO.
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