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Introdução – O significado de alfabetismo funcional

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o Indicador Nacional de Analfabetismo


Funcional (INAF) e os conceitos subjacentes a ele, isto é, qual é sua função social, visto que nos
últimos anos tanto o Brasil quanto outros países tem abordado o analfabetismo como um problema
social que deve ser combatido o mais rápido possível. Os objetivos do INAF também são
apresentados neste artigo a fim de que se possa fazer uma análise de seus propósitos e se eles estão
sendo atingidos ou não.

Abordaremos também a metodologia de análise utilizada pelo IBOPE para o tratamento dos
dados. A referida metodologia é Teoria de Resposta ao Item (TRI), que vem ganhando destaque nas
avaliações sobre níveis de aprendizagem em grande escala como SARESP, ENEM e o INAF. A
discussão que será feita neste trabalho tem um caráter introdutório, sem intenção de aprofundarmos
nos méritos da questão.

Atualmente, em várias áreas do conhecimento,


particularmente em avaliação educacional, vem
crescendo o interesse na aplicação de técnicas derivadas
da Teoria de Resposta ao Item – TRI. (ANDRADE et. Al,
2000)

Por fim veremos alguns resultados das avaliações realizadas nos últimos anos, e tentaremos
fazer algumas considerações a luz de teóricos que abordam o assunto.

A avaliação desse sistema demanda, pois, novos enfoques.


Vejo a pesquisa do INAF como um novo mecanismo de
avaliação, que difere, fundamentalmente, dos tradicionais.
(D'Ambrosio, 2004)

O que é o INAF?
O Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional foi criado em 2001, numa iniciativa do
Instituto Paulo Montenegro de pesquisar a capacidade de leitura, escrita e cálculo da população
brasileira adulta de 15 a 64 anos, englobando residentes das zonas rurais e urbanas. Este indicado
mensura os níveis de analfabetismo funcional desta população, trazendo dados importantes para o
desenvolvimento de políticas públicas sobre este assunto.

Entre os anos de 2001 e 2005, o INAF foi divulgado anualmente, alternando as habilidades
pesquisadas. Assim, em 2001, 2003 e 2005 (anos ímpares) foram medidas as habilidades de leitura
e escrita (letramento) e em 2002 e 2004 (anos pares), as habilidades matemáticas (numeramento). À
partir de 2007, a pesquisa passou a ser bienal, trazendo simultaneamente as habilidades de
letramento e numeramento e mantendo a análise da evolução dos índices a cada dois anos.

A definição de analfabetismo vem, ao longo das últimas décadas, sofrendo revisões


significativas como reflexo das próprias mudanças sociais. Em 1958, a UNESCO definia como
alfabetizada uma pessoa capaz de ler e escrever um enunciado simples, relacionado a sua vida
diária. Vinte anos depois, a UNESCO sugeriu a adoção dos conceitos de analfabetismo e
alfabetismo funcional. Portanto, é considerada alfabetizada funcionalmente a pessoa capaz de
utilizar a leitura e escrita e habilidades matemáticas para fazer frente às demandas de seu contexto
social e utilizá-las para continuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da vida.

O INAF segmenta os brasileiros em quatro níveis de analfabetismo de acordo com suas


habilidades em leitura/escrita (letramento) e em matemática (numeramento). São eles:

• Analfabeto - Corresponde à condição dos que não conseguem realizar tarefas simples que
envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números
familiares (números de telefone, preços etc.);

• Rudimentar - Corresponde à capacidade de localizar uma informação explícita em textos


curtos e familiares (como um anúncio ou pequena carta), ler e escrever números usuais e
realizar operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias
ou fazer medidas de comprimento usando a fita métrica;

• Básico - As pessoas classificadas neste nível podem ser consideradas funcionalmente


alfabetizadas, pois já lêem e compreendem textos de média extensão, localizam informações
mesmo que seja necessário realizar pequenas inferências, lêem números na casa dos
milhões, resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações e têm noção
de proporcionalidade. Mostram, no entanto, limitações quando as operações requeridas
envolvem maior número de elementos, etapas ou relações;

• Pleno - Classificadas neste nível estão as pessoas cujas habilidades não mais impõem
restrições para compreender e interpretar textos em situações usuais: lêem textos mais
longos, analisando e relacionando suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem
fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Quanto à matemática, resolvem problemas
que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de
área, além de interpretar tabelas de dupla entrada, mapas e gráficos.

Objetivo do Inaf
Seu principal objetivo é oferecer informações quantificadas sobre as habilidades e práticas
de leitura, escrita e matemática dos brasileiros entre 15 e 64 anos de idade, habilidades estas que são
necessárias a todos no seu cotidiano como por exemplo: ler preços, ver à hora e consultar o
calendário, entre outras coisas.

Embasados nos dados provenientes do INAF, é possível fomentar o debate público,


estimular iniciativas da sociedade civil, subsidiar a formulação de políticas públicas nas áreas de
educação e cultura, além de colaborar para o monitoramento do desempenho das mesmas. Dessa
forma, pretende-se que a sociedade e os governos possam avaliar a situação da população quanto a
um dos principais resultados da educação escolar: a capacidade de acessar e processar informações
escritas como ferramenta para enfrentar as demandas cotidianas.

Segundo D'ambrósio (2004, ps. 31, 45), “a pesquisa do Inaf tem como objetivo avaliar o
impacto social da escolaridade ” e tem seu foco dirigido “ para a verificação de como (ou se) o
sistema educacional – escolar ou informal – está atingindo o objetivo ”. Objetivo este que
D'ambrósio(2004, p. 46) define como “ desenvolver a capacidade do indivíduo para observar
situações do dia a dia compará-las e classificá-las, e assim dar sentido a elas na sua vida”, o que é o
grande objetivo da escolaridade

Metodologia
O Indicador mensura os níveis de alfabetismo funcional da população brasileira entre 15 e
64 anos de idade, englobando residentes em zonas urbanas e rurais de todas as regiões do Brasil,
quer estejam estudando ou não. Em entrevistas domiciliares, são aplicados questionários e testes
práticos. O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima estimada é de 2,2
pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. A
definição de amostras, a coleta de dados e seu processamento são feitos por especialistas do IBOPE
que, com o mesmo rigor com que realizam seus demais trabalhos, oferecem esses serviços
gratuitamente em apoio à ação social realizada pelo Instituto Paulo Montenegro.

No ano de 2006 foi adotada a Teoria da Resposta ao Item (TRI) como metodologia
estatística, que propõe modelos teóricos que representam o comportamento das respostas atribuídas
a cada uma das questões como uma função da habilidade do indivíduo. Ou seja, cada questão do
teste tem seu grau de dificuldade definido a priori e a pontuação (proficiência ou escore) de cada
indivíduo respondente varia de acordo com o grau de dificuldade das questões que foi capaz de
responder corretamente.
Metodologia-Teoria de Resposta ao Ítem
adicionar qui a teoria de resposta ao item
Resultados
Ao consolidar e divulgar os dados coletados, o Instituto Paulo Montenegro aporta um
conjunto de dados inéditos, que visam contribuir com o desenho, o aperfeiçoamento e a avaliação
de políticas públicas e outras ações voltadas à educação e ao desenvolvimento de nossa sociedade.

Os resultados de 2009 revelam importantes avanços no alfabetismo funcional dos brasileiros


entre 15 e 64 anos: uma redução na proporção dos chamados "analfabetos absolutos" de 9% para
7% entre 2007 e 2009, acompanhada por uma queda ainda mais expressiva, de seis pontos
percentuais no nível rudimentar amplia consideravelmente a proporção de brasileiros adultos
classificados como funcionalmente alfabetizados. O nível básico continua apresentando um
contínuo crescimento, passando de 34% em 2001-2002 para 47% em 2009.
Já o nível pleno de alfabetismo não mostra crescimento, oscilando dentro da margem de erro da
pesquisa e mantendo-se em, aproximadamente, um quarto do total de brasileiros, conforme a tabela
abaixo:

Escolaridade
De acordo com o Inaf, chama a atenção o fato de 54% dos brasileiros que estudaram até a 4ª
série atingirem, no máximo, o grau rudimentar de alfabetismo. Mais grave ainda é o fato de que
10% destes podem ser considerados analfabetos absolutos, apesar de terem cursado de um a quatro
anos do ensino fundamental.

Dentre os que cursam ou cursaram da 5ª a 8ª série, apenas 15% podem ser considerados
plenamente alfabetizados. Além disso, 24% dos que completaram entre 5ª e 8ª séries do ensino
fundamental ainda permanecem no nível rudimentar. Dos que cursaram alguma série ou
completaram o ensino médio, apenas 38% atingem o nível pleno de alfabetismo (que seria esperado
para 100% deste grupo).

Somente entre os que chegaram ao ensino superior é que prevalecem (68%) os indivíduos
com pleno domínio das habilidades de leitura/escrita e das habilidades matemáticas.

Para uma das responsáveis pela análise do Inaf 2009, Vera Masagão, coordenadora de
programas da Ação Educativa, o aumento da escolaridade também implica numa nova realidade
para uma população que antes não tinha acesso ao ensino, gerando novos desafios: "À medida que o
ensino fundamental se universaliza, pessoas com menos recursos vão à escola, enfrentando maiores
desafios para aprender, por conta tanto de condições de vida mais precárias como de um ensino
empobrecido. Têm sido necessários tempo e esforços dos sistemas de ensino para que a ampliação
do acesso se reverta também em ampliação da aprendizagem", comenta.
Faixas Etárias

No tocante ao desempenho das diferentes faixas etárias da população estudada, é possível


observar o impacto da universalização do acesso a escolarização: cerca de 1/3 dos brasileiros de 15
a 34 anos atingem, em 2009, o nível plano de alfabetismo. Para as gerações mais velhas, no entanto,
só se enquadram neste nível 23% dos brasileiros entre 35 e 49 anos e 10% dos que têm entre 50 e
64 anos.

Por outro lado, observa-se que a evolução entre 2001-2002 e 2009 foi bem maior entre as
faixas com mais de 25 anos (entre 14 e 15 pontos percentuais), enquanto para os jovens de 15 a 24 a
melhora foi de somente sete pontos, conforme mostra a tabela abaixo:
• Referências: [versão fora dos padrões da ABNT]
1. http://www.ipm.org.br/, acessado em 16 e 17 de novembro de 2010
2. http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=1583, acessado em 16 e 17
de novembro de 2010
3. http://www.vivaleitura.com.br/pnll2/mapa_show.asp?proj=47, acessado em 16 e 17
de novembro de 2010
4. http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?
temp=0&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb, acessado em 16 e 17 de novembro
de 2010
5. Articulação entre o Conhecimento Prévio do aluno e o Conhecimento Escolar em aulas
de Matemática na Alfabetização de Jovens e Adultos - Viviane Ribeiro de Souza Cabral
6. A relevância do projeto Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional INAF como
critério de avaliação da qualidade do ensino de matemática. - Ubiratan D'ambrosio
7. Teoria da Resposta ao Item: Um estudo inicial dos dados GERES Campinas – Christiane
B. G. A Stevão.
8. Letramento no Brasil - Habilidades Matemáticas – Organização: Maria da Conceição
Ferreira Reis Fonseca

Analisando os dados do INAF, D ’Ambrosio(2004) afirma que para que isso ocorra é necessário
que eles possuam instrumentos comunicativos, analíticos e tecnológicos, que são conhecimentos
adquiridos no contexto escolar, exceto pelo conhecimento comunicativo que é repassado tanto pela
escola quanto pela sociedade

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