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Escola Técnica de Radiologia Cultural Ltda.

CNPJ 04.206.197/0001-70 - Parecer 235/2005 D.O 08/02/2006


Avenida Presidente Kennedy nº 1189 – sala 201– Duque de Caxias
Tel.: 2772-3484 / 2673-6678

APARELHO GESSADO

PROCESSO DE CUIDAR

INTRODUÇÃO

Desde o século X, utiliza-se o gesso no tratamento de fraturas. Pela história, os


médicos e os laboratórios afins vêm aperfeiçoando as ataduras gessadas. Em 1852,
o médico holandês Antonius Muthijsen idealizou um gesso tecido. No oriente,
alguns “médicos” empregavam panos com massa de farinha, água e ovo para aliviar
a dor; após a secagem, permaneciam endurecidos e imobilizavam o membro. Neste
século, a partir da década de 30, Karl Mienes criou a primeira atadura gessada.
Desde então várias empresas vem modificando e aperfeiçoando-a. atualmente são
rolos de crinolina impregnadas com gesso natural ou sulfato de cálcio hidratado. O
gesso natural é reduzido a pó para dissolução dos cristais e submetido a calor
intenso para retirada da água. O produto dessa ação é o gesso. Quando a água é
adicionada ao gesso, o sulfato de cálcio desidratado absorve, recristaliza-se e
solidifica-se como sulfato de cálcio desidratado absorve, recristaliza-se e solidifica-
se como sulfato de cálcio ou gesso natural: CaSO42H2O - aquecimento:
CaSO41/2H2O.
Durante o preparo do aparelho gessado, observa-se que as ataduras, quando
umedecidas, apresentam uma reação de cristalização que libera o calor (uma reação
exotérmica). A atadura gessada é encontrada em rolos, com larguras variadas de
6cm, 10cm. 15cm, 20cm e comprimento variando de 5 a 6m.
O aparelho gessado é um dispositivo rígido de imobilização externa moldado aos
contornos do corpo ao qual é aplicado, utilizando-se ataduras gessadas. Permite a
imobilização do paciente, desde que esteja firme e seco, ao mesmo tempo em que
restringe o movimento da parte imobilizada.

FINALIDADES

O aparelho gessado imobiliza uma parte do corpo numa posição específica,


aplicando pressão uniforme sobre os tecidos moles. É usado para tratamento
definitivo ou temporário, tendo como finalidades:
• Aliviar a dor
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• Manter os fragmentos ósseos alinhados, posicionados e imobilizados (após a


redução da fratura).
• Assegurar o repouso do membro lesado.
• Favorecer a cicatrização de partes moles.
• Prevenir e corrigir deformidades, especialmente em pós-operatório de
crianças.
• Manter a correção obtida nas malformações congênitas, processo infecciosos r
tumorais.
• Imobilizar provisoriamente uma fratura não reduzida.
• Proporcionar apoio e estabilidade às articulações enfraquecidas ou lesadas.
• Imobilizar uma região operada.

TIPOS DE APARELHOS GESSADOS

Os tipos de aparelho gessado e a sua indicação estão relacionados às características


da lesão (localização, tipo de fratura, idade do paciente, tipo de cirurgia). A
nomenclatura do aparelho gessado, na maioria das vezes, é determinada pela região
imobilizada.

Goteira ou Tala gessada

É uma imobilização feita com


atadura gessada, cobrindo
parcialmente o membro. Deve-se
colocar a malha tubular, cobri-la
com algodão ortopédico e, em
seguida, recobrir com a atadura
gessada ¾ partes da
circunferência do membro,
imobilizando-o. por fim, é
necessário envolver o membro
com atadura de crepe, sempre da
parte distal para a proximal. Uma
boa confecção de goteira gessada
inicia-se pela proteção do membro a ser imobilizado com malha tubular, proteção
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bem feita das saliências ósseas com algodão ortopédico. Os demais cuidados
seguem os passos da confecção do aparelho gessado.
É indicado nos casos de fraturas, contusões e distensões do membro, principalmente
quando existe edema acentuado. Dentre as talas gessadas, serão citadas as mais
freqüentes:

Goteira antebraquiomanual (Tala Luva)

Imobiliza o terço distal do antebraço e o punho. É indicada nas fraturas e nas


contusões de punho. O posicionamento do membro, durante a imobilização, deve
manter o antebraço semipronado com citovelo fletido em 90º e com o punho em
ligeira flexão dorsal. A goteira antebraquiopalmar serve para imobilizar os
metacarpos e as falanges, no caso de fraturas e luxações e nas lesões da palma da
mão e dos dedos; manter o paciente sentado, com a face ventral do antebraço
apoiada sobre a mesa. Usar, por exemplo, um rolo de esparadrapo e rolo de atadura
gessada, de modo que o paciente posicione a mão deixando o punho em
hiperextensão e as articulações metacarpofalangianas em flexão. Para todas as
imobilizações do membro superior é importante o uso da tipóia para evitar edema de
extremidade. A tipóia é feita com a malha tubular ou atadura de crepe; existe no
mercado dispositivo pronto com tecido e preso com botão de pressão.

Goteira suropodálica (Tala Bota)

É uma imobilização da região do


pé, tornozelo e do terço distal da
perna. É indicada nas fraturas e
contusões dessa região. Durante a
confecção, manter o paciente em
decúbito dorsal horizontal com
tornozelos em 90º. Alguns
cuidados devem ser observados em
nível de tornozelo: não apertar em
demasia a atadura evitando o
garroteamento; manter o tornozelo
em ângulo reto até que seque a
goteira; deixar o calcanhar sem
apoio, ou seja, não apoiar em
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nenhuma estrutura, evitando as depressões internas, mesmo após o secagem


completa. Após a colocação da tala, observar alguns cuidados. Manter o membro
na posição elevada calçando com coxim ou férula de Brawn, até regradir o edema;
esperar a secagem completa da goteira gessada.

Goteira inguino-maleolar ( Tala Tubo)

É adotada em pós-operatório de joelho,


luxação de joelho após a redução,
fraturas de patela, contusão de perna,
joelho e coxa. Deve-se manter o
paciente em decúbito dorsal horizontal,
com joelho em semiflexão, de mais ou
menos 15º no caso de fratura de patela; manter o joelho em extensão e o tornozelo
em ângulo reto ou em 90º. Ao término da tala colocar um suporte sob o joelho,
mantendo-o elevado em coxim ou travesseiros, seguindo a posição inicial de
semiflexão do joelho. Evitar a mudança de decúbito enquanto estiver úmido.

APARELHO AXILOPALMAR

Estende-se a região proximal do úmero (prega axilar)


até a região metacarpiana; em geral, nas fraturas
supracondilianas não graves, o cotovelo é
imobilizado em ângulo reto. Durante a confecção
manter o paciente, com o braço em abdução de mais
ou menos 45º; a posição do antebraço e do cotovelo
depende de cada caso. O grau de flexão será aquele
permitido pelas condições circulatórias do membro
lesado e pelo grau de estabilidade da fratura; após a
imobilização, colocar a tipóia. existem outras
nomenclaturas, como branquiomanual pendente ou
cartuchos.
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APARELHO ANTEBRAQUIOPALMAR (LUVA GESSADA)

Compreende desde a região abaixo


do cotovelo até a metacarpiana,
mantendo livre o polegar, com a
imobilização da articulação do
punho e dos ossos do corpo,
metacarpos e falanges. Deve ser
feita a mobilização do punho e dos
ossos do carpo, às vezes do
escafóide, que denominamos
antebraquipalmar para escafóide.
Para que seja feita a moldagem
correta, o antebraço é colocado em
pronação sobre uma mesa, devendo
o paciente segurar um rolo de esparadrapo ou qualquer objeto cilíndrico até o
endurecimento do gesso. Durante a confecção do aparelho, manter o paciente
sentado ou deitado com o braço em abdução de 90º e o cotovelo fletido em 90º, de
forma que o antebraço fique sempre paralelo ao plano horizontal.

APARELHO TORACOBRAQUIAL

Compreende a região torácica, clavicular e


o braço até a região metacarpiana. Deve-se
proceder à imobilização da cintura
escapular e o úmero. Manter o paciente em
posição ortostática, com o barco em
abdução de 45º a 90º, flexão do cotovelo de
90º, adução horizontal do braço de 45º e
antebraço em posição neutra.
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MEMBROS INFERIORES

APARELHO GESSADO SUROPODÁLICO (BOTA GESSADA)

Abrange desde a região abaixo do joelho até a do pé. É utilizado para imobilização
do tornozelo, articulações e ossos do pé. O paciente deve manter-se sentado com a
perna pendente, joelho e tornozelo em 90º se for em decúbito horizontal com apoio
no terço distal da coxa, manter a perna elevada e o tornozelo em 90º.

Cuidados: não aplicar


carga, esperar a secagem
completa, manter o membro
elevado sempre que
possível. Em alguns casos, é
colocado salto de borracha
fixo para facilitar a marcha
com o aparelho.

APARELHO GESSADO INGUINO-MALEOLAR (TUBO GESSADO)

Consiste da imobilização desde a


raiz da coxa até a região
maleolar, imobilização da
articulação do joelho e pós-
operatório da mesma. Durante a
confecção do aparelho, manter o
paciente em decúbito dorsal com
o membro fora da maca e em
extensão. Inguinopodálico –
imobilização do joelho até a
região do pé. Alguns cuidados
devem ser observados: dor,
edema de extremidade,
posicionamento do membro;
devem ser colocados coxins ou
travesseiros ao longo da perna e
manter o membro elevado com travesseiros ou almofadas até a secagem completa e
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durante o repouso. Se for utilizado aparelho gessado com salto é permitida a


deambulação, enquanto o outro precisa de equipamento auxiliar, como muleta.

APARELHO GESSADO PELVI-HEMIPODÁLICO

Compreende desde a região torácica até a plantar do membro afetado, deixando o


lado oposto totalmente livre. É usado para imobilização das articulações
coxofemorais, bacia e fêmur,
processos unilaterais. Evitar,
mudança de decúbito estiver
úmido, observar perfusão
periférico e extremidade, dor.
Após a secagem completa do
gesso, é importante fazer a
mudança de decúbito, deixando o
paciente na posição ventral e
lateral. Acolchoar (Rolim) toda a
região torácica e membros
inferiores, colocando travesseiros,
de tal forma que não force
nenhuma articulação e mantendo
livres as áreas de pressão.
Observar as eliminações intestinais e urinárias, evitar refluxo

APARELHO PELVIPODÁLICO

Consiste de imobilização da região


torácica até a plantar do membro
afetado, do lado oposto até a região
distal do fêmur. Coloca-se um
suporte ou trave de abertura entre as
coxas para manter o membro em
abdução, facilitando a
movimentação do paciente e os
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cuidados de higiene; a orientação é fundamental para a manutenção do aparelho. É


indicado para casos de pós-operatório da articulação coxofemoral, fêmur e pelve,
especialmente em crianças.

COLETE GESSADO

Abrange desde a região torácica alta até a lombossacra. É adotado nos casos de
alguns pós-operatórios de artrodese de coluna e imobilização de baixa coluna. Em
algumas situações, faz-se o colete gessado que, posteriormente, será usado como
leito gessado com a finalidade de permitir melhor movimentação do paciente em
decúbito, facilitando os cuidados de enfermagem no pós-operatório.

HALOGESSO

É utilizado nas imobilizações de cervical e no pós-


operatório de coluna, empregado tanto para tratamento
definitivo ou temporário como forma de imobilização pós-
operatória. Inicialmente coloca-se o halo craniano e,
posteriormente, o colete gessado onde são presas duas
hastes que vão desde o halo até a região do ombro. A
colocação do halo é feita no centro cirúrgico sob anestesia,
ele é posicionado 1cm acima das sobrancelhas ou no canto
externo dos olhos e acima dos ouvidos externos posteriores.
São necessários cuidados com a limpeza dos pinos do halo
craniano e a manutenção do aparelho, observando presença
de secreções à sua volta. A higienização periódica da
cabeça é fundamental para evitar odor desagradável,
formação de crosta e seborréia. A vantagem do halogesso é
que permite uma imobilização adequada, a avaliação constante e a aeração na região
do pescoço facilitam a higienização, porém é necessário que se faça orientação em
relação às alterações neurológicas como: a diplopia, cefaléia, síndrome modular.
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CALÇÃO GESSADO

Estende-se desde a região torácica


inferior até a distal do fêmur
bilateral. Utilizado na
imobilização dos ossos da cintura
pélvica, articulação coxofemoral e
no pós-operatório. Orientar o
paciente em relação as
eliminações, higiene corporal,
manutenção do aparelho: não molhar, evitar rachaduras.

APARELHO GESSADO E O SIGNIFICADO AO PACIENTE

O paciente, quando recebe a notícia de que será imobilizado, fica apreensivo, aflito,
talvez com receio, pelo fato de não saber como proceder com a imobilização, ou
seja, o cuidado com o aparelho gessado: às vezes, até o associa com o estado grave
de uma lesão ou fratura. Para a maioria dos pacientes, existe um significado: “Eu
vou depender de outras pessoas”; imobilizar alguma parte do corpo significa alterar
bruscamente seu ritmo de vida, suas atividades pessoais de vida diária e
profissionais, modificando sua independência. A dependência varia desde um
simples movimento no leito até a deambulação entre outros, portanto, o auto-
cuidado deve ser enfatizado para que diminua essa ansiedade e dependência. Outro
aspecto importante é a alteração na auto-imagem, com significado distinto para cada
pessoa.
Antes de iniciar a confecção do aparelho gessado, o paciente necessita de
informações sobre a situação – problemas patológicos, finalidade, expectativa do
esquema terapêutico e suas implicações. É importante explicar-lhe como colaborar
durante a confecção e manutenção do aparelho gessado ao longo do tratamento.
Esclarecer que:
• A confecção do aparelho gessado, às vezes, pode causar algumas sensações
como: aumento de temperatura dentro do aparelho, pois o gesso em contato
com a água libera calor, resfriando-se após 15 minutos. Passado a fase, irá
sentir frio no local, pela própria umidade do gesso.
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• Sua aplicação é indolor, para tanto é necessária a participação no que se refere


ao posicionamento do membro, evitando desta forma uma imobilização
inadequada.

• Esperar a secagem completa para que possa aplicar carga.

MATERIAL NECESSÁRIO PARA CONFECCIONAR O APARELHO GESSADO

1. Atadura gessada
2. Balde com água
3. Malha tubular
4. Algodão ortopédico
5. Tesoura
6. Éter ou benzina

CUIDADOS QUE DEVEM SER OBSERVADOS ANTES E DURANTE A


CONFECÇÃO DO APARELHO GESSADO

A enfermagem exerce uma função importante de orientação e avaliação do membro


antes e após a confecção do aparelho gessado.
1. Orientar quanto ao procedimento, período de permanência e importância do
aparelho gessado para sua recuperação.

2. Observar com rigor as condições de pele e a existência de lesões.

3. Realizar a limpeza da área com água e sabão, retirando toda sujidade; às


vezes, é necessário passar éter ou benzina.

4. Apoiar e posicionar a parte a ser engessada, de modo a restringir o movimento


e manter a redução e o alinhamento, a fim de aumentar o conforto e evitar
complicações após a aplicação do aparelho gessado (contratura, pseudartrose,
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entre outros). Cobrir o paciente, evitando a exposição excessiva e também o


contato com o material do aparelho gessado.

Passos para Confecção do Aparelho Gessado

A confecção do aparelho gessado de rotina é feita pelo médico; portanto, o


enfermeiro deve conhecer os passos para seu preparo a fim de providenciar o
material necessário, auxiliar no posicionamento e alinhamento do membro e
orientação do paciente.
• O aparelho gessado deve abranger sempre uma articulação acima e outra
abaixo da fratura ou lesão; sempre duas articulações.

• Avaliar o membro afetado; caso tenha lesões, fazer curativo oclusivo, deverá
estar limpo e posicionado adequadamente.

• Antes da aplicação do gesso, envolver o membro com a malha tubular; em


seguida, proteger principalmente as saliências ósseas e toda a sua extensão
com algodão ortopédico. O algodão ortopédico evita a má distribuição das
compressões do gesso, proporcionando melhor acolchoamento e proteção ao
membro do paciente, o que facilita o trabalho no momento da retirada do
aparelho gessado, evitando lesões.

• Escolher o tamanho apropriado da atadura e quantidade a ser utilizada; que


varia de acordo com a região do corpo.

• Mergulhar as ataduras na água, uma de


cada vez, até parar o borbulhamento.
Segurar com as pontas dos dedos as
extremidades da atadura e torcer
suavemente, retirando o excesso de água.
Após esse processo, está em condições
de envolver o membro e imobilizá-lo.

• O membro a ser imobilizado deverá estar na posição adequada, ou seja, na


posição funcional.
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• Iniciar a confecção do aparelho sempre pela extremidade distal, pois isso


facilita sua execução e evita a síndrome do gesso.

Durante a aplicação de gesso, devem ser tomados alguns cuidados como:

1. Prover o conforto do paciente,


mantendo-o na posição a ser
imobilizada; retirar anéis, jóias das
mãos e pés.

2. Aplicar e enrolar a atadura gessada


com tensão uniforme em toda a
extensão do membro em espirais
imbricadas, observando a mudança
do diâmetro do membro. Deve-se
desenrolar a atadura com uma das mãos e, ao mesmo tempo, alisar coma
outra, facilitando a aderência dos cristais às camadas adjacentes e às
estruturas ósseas. Esse procedimento faz-se em cada passagem da atadura.

3. Ter consistência suficiente para suportar as solicitações mecânicas


previstas (marcha, movimentação no leito), ajustar convenientemente os
pontos de apoio necessários à prevenção dos desvios.

4. Finalizar a confecção do aparelho, iniciando a fase de modelagem, o que


proporciona a estabilidade do gesso e do segmento comprometido.

5. O acabamento é fundamental, dando ao


aparelho boa aparência e função. Deve
ser executado antes que ocorra o
endurecimento do gesso; a moldagem
consiste em regularizar, recortar as
bordas; rebater a malha tubular e cobrir
com atadura gessada; retirar o excesso
de gesso da pele, evitando assim que
fragmentos de gesso penetrem no
interior da imobilização; limpar os dedos
e os interdigitais quando for necessário.
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6. Durante a confecção do aparelho observar a consistência, pois aparelho


fraco quebra com facilidade; pesado, dificulta os movimentos; não deve
ser folgado, porque perde a função de imobilização; para tanto, as ataduras
são aplicadas com tensão uniforme em toda a volta do membro.

A colocação de um aparelho gessado pode ter um caráter de urgência ou eletiva,


mas de qualquer maneira é necessário orientar o paciente com o objeto de amenizar
sua ansiedade e evitar complicações vasculares e integridade cutâneo-mucosa.
Na confecção ou na retirada de um aparelho gessado, são necessários alguns
instrumentos que podem provocar temor, insegurança, principalmente a serra
elétrica. Mostrar ao paciente o funcionamento dos mesmos.

Cuidados de Enfermagem após a colocação do aparelho gessado

Ao término da confecção do aparelho gessado, cabe à enfermagem realizar e


orientar o transporte do paciente com aparelho gessado ainda úmido de forma
correta, segurando-o com as mãos espalmadas, evitando depressões em seu interior;
além disso, colocar coxins ou travesseiros de maneira a acompanhar o molde do
mesmo, para que sejam mantidas a posição e função do membro imobilizado,
evitando a quebra.
Durante a secagem do aparelho o enfermeiro deve-se preocupar com o ambiente,
posicionamento e complicações. O ambiente deve ser ventilado. A secagem
completa leva em média 48 a 72 horas, variando de acordo com o tamanho do
aparelho gessado e a umidade do ar. O aparelho deverá estar exposto, apoiando
adequadamente, evitando superfícies ásperas e rígidas. Não se deve cobri-lo com
cobertores enquanto estiver úmido. O esclarecimento para que possa ser dada a
movimentação total do membro, inclusive com carga no aparelho gessado para
marcha. Além disso, alertar para os sinais de compressão de gesso que poderão
evoluir para uma síndrome do gesso.

O posicionamento deve seguir alguns princípios

• O membro inferior imobilizado deverá estar sempre mais alto, apoiado em


travesseiros, almofadas ou férula de Brawn, sempre acompanhando o molde
do gesso. O membro superior deverá estar elevado ou em nível do tórax, com
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o apoio de travesseiro, varal, tipóia. A


região torácica deverá estar em decúbito
dorsal, esperando a secagem completa.
A região do quadril e membros
inferiores devem ser mantida em
decúbito dorsal, posicionando apenas o
membro inferior com travesseiros ou
almofadas, se for necessário.

• As primeiras 24 horas devem ser observadas constantemente em relação à


dor, edema, perfusão periférica, parestesia e ao posicionamento; período em
que surge o maior número de complicações.

• Para avaliar a perfusão tecidual


periférica, o enfermeiro monitoriza a
extremidade para avaliar dor, tumefação,
mudança na coloração (palidez, cianose),
paresteria (formigamento ou dormência),
pulsos diminuídos ou ausentes, paralisias
e extremidades frias. Os dedos ou
artelhos do membro engessado são
avaliados e comparados com o membro
oposto. A condição normal inclui
desconforto mínimo, coloração normal
(rosada); calor ao toque, boa perfusão – enchimento capilar rápido,
capacidade de movimentar os dedos e os artelhos e presença da sensibilidade
do membro. Também o paciente deve ser encorajado a movimentar os dedos
e os artelhos a cada hora, a fim de estimular a circulação. Em relação à
parestesia deve-se avaliar as sensações nos dedos e artelhos e a capacidade de
movimentá-los, dando indicação para a função sensorial e motora específica.
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A manutenção do aparelho gessado

É um cuidado para evitar a perda da redução de uma fratura, de uma cirurgia,


movimentos inadequados; manter o membro imobilizado íntegro e a limpeza do
aparelho. A limpeza do aparelho e do membro imobilizado deve ser feita com o
pano úmido e macio nas áreas que estão sob o gesso, até onde a mão alcançar; a
introdução de objetos estranhos no interior do gesso com a finalidade de coçar,
alimentos deve ser evitada; a monitoração das extremidades das mãos e pés é
importante para avaliação da perfusão tecidual periférica, necessitando manter as
unhas limpas e evitar esmaltes coloridos nas mesmas.

SINAIS E SINTOMAS DA SÍNDROME DO GESSO

Os sinais e sintomas da síndrome do gesso, em sua grande maioria, são decorrentes


da imperfeição do aparelho gessado, sangramento no local, mau posicionamento do
membro imobilizado, provocando edema, ou outras causas inerentes ao próprio
trauma.

• Edema é causado por estase venosa,


hematoma, posicionamento inadequado,
recortes defeituosos no aparelho,
depressões, a própria cirurgia, fraturas,
introdução de corpos estranhos no
interior do aparelho.

• Dor contínua e progressiva pode ser decorrente de uma solução de


continuidade da pele, edema, compressão nas proeminências ósseas e
protegidas inadequadamente; mau posicionamentos; edema compartimental,
ocasionando um comprometimento circulatório; esta deve ser pesquisada até
a determinação exata da causa.

• Alteração de temperatura decorrente do edema compressão.


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• Alteração da coloração das extremidades, cianose, palidez nos casos de


imobilização dos membros superiores e inferiores com maior freqüência.

• Paralisia de nervo periférico causada por compressão, com sensação de


“adormecimento” no local.

• Dispnéia, flatulência e obstipação são observadas em pacientes com coletes


gessados, gesso pelvipodálico, principalmente quando permanecem em
decúbito dorsal.

• Em caso de sangramento em pós-operatório, estar atento em relação ao


tamanho da área; o ideal é circular a área de sangramento com caneta,
controlando a dor e a pressão arterial.

• Deve-se atentar para odor fético e/ou mancha de secreção no aparelho


gessado, que podem indicar alguma lesão sob o gesso, principalmente no pós-
operatório.

COMPLICAÇÕES MAIS COMUNS

Atrofia Muscular

É comum nas imobilizações, sendo importante realizar exercícios isométricos no


membro imobilizado. Todas as articulações livres de imobilização devem ser
exercitadas e movimentadas para manter a função e a amplitude dos membros.

Rigidez Articular

É mais freqüente quando ocorre fratura próxima à articulação. Algumas articulações


são mais vulneráveis do que outras, como as do joelho, do ombro, do cotovelo e as
dos dedos. A rigidez articular é causada por enrijecimento articular por aderência
nas fraturas, alterações periarticulares decorrentes de uma imobilização prolongada,
líquido intersticial que se acumula nos tecidos, unindo as fibras individuais do
conjutivo, o que ocasiona perda de flexibilidade dos tecidos periarticulares (cápsula
articular e os ligamentos), encurtamento do membro, deformidade nas aderências
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intra-articulares, quando envolve a superfície articular do osso. Existe um


extravasamento de sangue para a articulação (hemartrose), este é reabsorvido sem
causar efeitos nocivos, porém podem deixar resíduos ou fibrina que mais tarde se
organizam em aderências fibrosas entre as pregas opostas da membrana sinovial, a
aderência direta do músculo ao osso subjacente no foco de fratura. Alguns cuidados
devem ser destacados durante a manipulação de uma articulação rígida: evitar força
excessiva, particularmente em idoso. Toda movimentação deve ser progressiva pela
manipulação delicada e repetida, não devendo ser executado um único movimento
forçado.
• Perfusão periférica alterada referente ao aparelho restrito, posicionamento do
membro e edema.

• Integridade da pele alterada evidenciada pelas lacerações, escoriações, incisão


cirúrgica.

• Déficit no conhecimento terapêutico relacionado à orientação:


- Higiene ;
- Alimentação;
- Hidratação;
- Eliminação intestinal e urinária;
- Mobilidade e exercícios físicos.

CUIDADO DE ENFERMAGEM

A intervenção de enfermagem concentra-se no fortalecimento e na restauração da


função, assim como na prevenção do processo degenerativo. Suas ações devem ser
enfatizadas no que se refere a autocuidado, movimentos dos membros, diminuição
da força muscular e riscos para infecção ou lesão. A principal intervenção de
enfermagem está voltada ao déficit no conhecimento terapêutico, pois os pacientes
retornam para suas casas com a imobilização e permanecem por mais de 20 dias
sem orientação adequada. Serão discutidos os cuidados gerais em relação à
higienização, alimentação, hidratação, eliminação, mobilidade e exercícios físicos
independentemente da região imobilizada.
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Higienização

Quando o paciente é submetido ao aparelho gessado, necessita de cuidados


corporais específicos no que tange à pele, higiene corporal e oral. A pele sadia,
íntegra é a primeira barreira de defesa contra a infecção e lesão dos tecidos
subjacentes, atuando na regulação da temperatura corporal e via de excreção dos
resíduos orgânicos pela transpiração.
A higiene, muito embora seja um procedimento muito simples, precisa de cuidados
específicos em relação à higiene propriamente dita, à movimentação, transporte da
cama para a cadeira e vice-versa e posicionamento durante os cuidados. Existem
outros fatores chamados constrangimento, amor próprio, quando se trata de cuidar
da higiene e aparência pessoal, particularmente para aqueles que necessitam de
higiene no leito. Para alguns pacientes, é embaraçoso ter de pedir ajuda para lavar
as mãos, o rosto, escovar os dentes, colocar uma comadre, cuidar de vários aspectos
de higiene pessoal; hesitam em solicitar ajuda e sua angústia pode aumentar o
sofrimento físico.
Todo paciente imobilizado com aparelho gessado apresenta odor característico
decorrente da transpiração, produtos de excreção e secreções, estes são
proliferadores de bactérias; a higiene é fundamental nesses indivíduos. As áreas
corporais não incluídas no aparelho gessado deverão ser submetidas à higienização
habitual com água e sabão. O tipo de banho, no leito ou chuveiro, depende de a área
imobilizada adequar-se às limitações impostas pelo aparelho gessado ou ao estado
geral do paciente. Se a imobilização for somente em um membro inferior, o
paciente poderá receber banho de chuveiro (aspersão), desde que proteja o aparelho
gessado com plástico. Encaminhar o paciente em cadeira de banho até o chuveiro e
ajudá-lo a posicionar a perna sobre um estrado ou banco. Após o término do banho,
retirar o plástico e ter cuidado ao limpar os dedos ou artelhos com pano úmido e
seco, sobretudo os espaços interdigitais, causadores de mau cheiro e,
posteriormente, micose.
Em pacientes com imobilização tipo gesso pelvipodálico ou calção gessado, o
espaço interglúteo de ser mantido limpo e seco, devendo receber cuidados especiais
como proteger as bordas durante a higiene, eliminações urinárias e intestinais,
movimentação no leito, protegendo toda a extensão do corpo; as superficiais
cutâneas desprendem, continuamente, pequenas descamações da camada externa da
pele. A higiene desses indivíduos deve ser cuidadosa, sempre no leito, evitando
molhar o aparelho gessado; em seguida, passar um emoliente em toda a extensão do
corpo.
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Não esquecer dos cabelos. O ressecamento excessivo do couro cabeludo resulta no


aumento das caspas. As pessoas com cabelos oleosos devem lavá-los com muita
freqüência; pacientes com cabelos longos devem ser orientados a cortá-los. Em
algumas situações, podem-se encontrar pacientes com piolhos ou parasitas em seus
cabelos e corpo. Fazer o tratamento adequado. A limpeza das unhas também faz
parte da higiene, estas devem ser mantidas curtas e limpas, evitando acúmulo de
sujidade, que é um proliferador de bactérias. A higiene oral deve ser enfatizada
sempre após as refeições, oferecendo todo o material necessário. A boca limpa e
higienizada causa bem-estar.

Alimentação

A alimentação é essencial à recuperação dos pacientes; é responsável pelo


funcionamento do organismo, crescimento e manutenção dos ossos e outros tecidos
para a regulação de todos os processos corporais.
A quantidade adequada varia de indivíduo para indivíduo. Depende da idade, sexo,
estado físico, padrão de vida, ambiente e outros fatores. Quando se trata de paciente
ortopédico, é importante uma alimentação rica em proteínas e resíduos para ajudar
na eliminação urinária e intestinal, pois existem os distúrbios no metabolismo das
proteínas nitrogenadas da imobilização.
A falta de exercícios em função da imobilização pode diminuir a necessidade
corporal por alimentos produtores de energias, mas, ao mesmo tempo, há precisão
maior de nutrientes para formação e regeneração tecidual óssea. Os pacientes
imobilizados passam um grande período do dia diante de uma televisão ou um livro,
portanto, o momento das refeições deve ser agradável, um tanto terapêutico, mas
também de prazer e sustento. Por esse motivo, a alimentação deve ser bem
apresentável e saborosa, tendo grande aceitação pelo paciente.
Em caso de pessoas com alguns distúrbios gastrintestinais como enjôo, dispepsia,
dores ou alteração na regulação corporal como “febre”, que apresentam inapetência,
a enfermagem necessita intervir com a nutricionista, modificando a dieta e
fracionando-a em pequenas e freqüentes ou administrando alguma medicação antes
das refeições.
A maioria dos pacientes apresenta um grau de inapetência por causa da
imobilização, que aumenta o sedentarismo. Deve ser estimulada e encorajada a
exercitar membros não imobilizados e realizar exercícios isométricos no membro
imobilizado, tais exercícios devem ser feitos antes das refeições, pois estimulam o
apetite. Na prática do hospital e do domicílio, observam-se queixas em relação à
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alimentação: “a comida está fria; a carne está dura, passada; o café está frio, não
tomo leite”, entre outras. A enfermagem pode intervir comunicando à nutricionista
para mudança da aparência da dieta, gosto, hábitos e horários. A orientação
terapêutica é necessária para a recuperação do paciente, sendo observada a
quantidade de alimento e de líquido ingerido. A ansiedade, a impotência e a
imobilização são causadoras das reclamações em relação à alimentação.

Hidratação

A ingesta hídrica deve ser em torno de 1500 a 2000 ml/dia. O aumento da ingestão
hídrica facilita a eliminação de fezes, urinas, secreções e previne a calculose renal
decorrente da hipercalciúria, a flatulência e a constipação intestinal, principalmente
em pacientes com limitações na locomoção e mobilidade.

Eliminação

A eliminação é um fator importante para estabelecer o funcionamento orgânico


adequado banindo as toxinas. Mas sua dificuldade causa distúrbios de desconforto,
mal-estar, inapetência e irritabilidade, portanto, a vigilância das mesmas é
fundamental. Investigar as condições clínicas do indivíduo e estabelecer dietas e
líquidos adequados suficientes, evitando problemas como constipação intestinal,
retenção e infecção urinária.
Ensinar aos pacientes os exercícios respiratórios e abdominais que auxiliam na
eliminação intestinal. Posicioná-los confortavelmente na comadre; usar travesseiros,
almofadas ou coxins forrados na região dorsal, mantendo-os ligeiramente elevados;
proteger com material impermeável, evitando refluxo de urina e fezes para o gesso,
conseqüentemente, o odor desagradável; realizar sempre a higiene íntima.
Proporcionar ambiente tranqüilo durante as eliminações.

Síndrome Compartimental

Ocorre quando existe um aumento da pressão tecidual dentro de um espaço entre os


compartimentos musculares ou quando a perfusão tecidual muscular é inferior
àquela necessária à vitalidade do tecido decorrente de uma lesão. Isto pode ocorrer
em razão da redução no tamanho do compartimento muscular, em virtude de a
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fáscia que circunda, em virtude de a fáscia que circunda o músculo ser


excessivamente estreitada ou de o aparelho gessado ou curativo estarem produzindo
constrição. A tumefação e o edema são respostas naturais do tecido ao traumatisto e
a cirúrgica.
Alguns sinais devem ser monitorizados no pós-operatório, fratura exposta com lesão
grave da musculatura, principalmente nas primeiras 48 horas após a colocação do
aparelho gessado ou tala gessa, fixadores como:
• Dor persistente e progressiva, dor com o alongamento passivo que não
melhora com analgésicos e mudanças de posição. A tumefação indica edema
e retorno venoso reduzido; que obstrui as artérias ou veias menores que
suprem os músculos, provocando isquemia e anóxia dos tecidos tanto nervoso
quanto muscular; os leitos ungueais são importantes na avaliação. Leitos
ungueais com coloração azulada sugerem problemas relacionados ao sistema
nervoso. Extremidades brancas e frias, pulso diminuído sugerem
insuficiência ou obstrução arterial. A capacidade motora diminuída e a
ocorrência de parestesia (sensações anormais – formigamento) indicam
isquemia nervosa provocada pelo aumento da pressão tecidual. Esses sinais
associados a um gesso apertado ou hematoma no pós-operatório podem
provocar a insuficiência vascular e a compressão nervosa, resultando na
diminuição do suprimento sanguíneo para uma extremidade ou região, e
causar a lesão nervosa periférica, como adormecimento. A síndrome
compartimental pode também ocorrer no pós-operatório quando o dreno de
sucção não é eficiente ou se a hemostasia não for feita adequadamente no
intra-operatório, causando aumento de líquido entre os compartimentos. A
avaliação constante e regular das condições neurovasculares torna-se
fundamental para o reconhecimento precoce de uma possível síndrome
compartimental; dentro de algumas horas alterações irreversível podem
ocorrer. Nessa avaliação, observar: dor persistente e progressiva, perda
motora e sensorial, pele fria, enchimento capilar lento (palidez, cianose,
sensação de constrição). Muitas vezes a pulsação arterialperiférica pode
ainda estar presente, porém é necessário prestar atenção até que melhores a
dor. A atuação do enfermeiro é corrigir o posicionamento do membro,
observando a altura do mesmo, evitando que fique mais alto que o nível do
coração, avisar o médico de imediato e trocar curativos restritivos; no caso de
aparelho gessado, fazer uma fenda cortando, inclusive, a malha tubular e o
algodão. Em algumas situações, a monitorização da pressão tecidual pelos
dispositivos torna-se necessária quando o músculo é acessível. Outras vezes
exige intervenção imediata, a fim de se descomprimir toda a extensão do
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compartimento pela fasciatomia. Em geral, ser usadas medidas indiretas que


reflitam a perfusão tecidual. Os compartimentos musculares do antebraço e
da perna são acometidos com maior freqüência.

Escara de decúbito

É uma complicação freqüente observada em pacientes portadores de gesso


pelvipodálico, calção gessado; todos os cuidados explanados neste item devem ser
seguidos.

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

O paciente submetido a uma imobilização com o aparelho gessado deve observar


cuidados específicos referentes à imobilidade, perfusão tecidual periférica e
posicionamento, além de outras alterações orgânicas. O diagnóstico principal de
enfermagem é mobilidade física prejudicada relacionada aos fatores
fisiopatológicos, tratamento, situacional maturacional; risco para dor, risco para
síndrome do gesso.
• Dor da relação ao processo patológico e tratamento;
Atualmente existem técnicas alternativas como balanceamento muscular, corrigindo
o fluxo de energia e aumentando o peristaltismo do intestino grosso, que facilita a
eliminação intestinal, regularizando, equilibrando o individuo no aspecto
biopsicológico.

Mobilidade e exercícios físicos.

Todos os sistemas do organismo funcionam eficientemente quando estão ativos. O


desuso do sistema neuromuscular leva rapidamente à degeneração e subseqüente
perda de funcionamento. Se o membro estiver imobilizado, o processo degenerativo
começa quase imediatamente. Calcula-se que a força e o tônus dos músculos
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imobilizados podem diminuir até 5% por dia na ausência de qualquer contração do


músculo.
O processo de degeneração nos músculos ocorre rapidamente. A restauração da
força e do tônus muscular, por outro lado, é um processo muito lento, podendo levar
meses ou anos. Nesse caso, a prevenção é decisivamente a melhor parte da
recuperação. Para aqueles que necessitam de imobilização prolongada, os cuidados
com a mobilidade e exercícios físicos são essenciais na sua prevenção com relação à
degeneração ou atrofia muscular e complicações tardias que poderão limitar a
mobilidade. A enfermagem deve se preocupar em acelerar a recuperação e prevenir
complicações como: lentidão do metabolismo basal; redução de força, tônus e
tamanho do músculo; alterações posturais; obstipação intestinal; maior propensão às
infecções pulmonares, trato urinário, problemas circulatórios como trombose venosa
profunda. O processo degenerativo afeta também os tecidos ósseos e a pele. Há
uma excreção maior de cálcio, nitrogênio e fósforo e o indivíduo pode apresentar
grave carência desses elementos.
É comum observar uma desorganização do padrão de sono, ou seja, insônia,
alterações no comportamento decorrentes de ansiedade e hostilidade pelo distúrbio
da atividade física e mental. O exercício apresenta benefícios, aumenta a eficiência
do funcionamento de todos os processos corporais como fisiológicos, psicológicos.
A enfermagem pode determinar as alterações exatas conseqüentes a um programa
regular de exercícios, o aumento da força, tônus e tamanho dos músculos; maior
eficiência do coração e pulmão, melhor digestão, maior ativação mental; melhora
nos padrões de sono, aumento do nível de hemoglobina, menor pressão sanguínea,
redução dos depósitos de tecido adiposo. Se o paciente estiver hospitalizado,
deve-se:
• Estimular o uso do trapézio de hora em hora.

• Ensinar e insistir no auto-cuidado nas atividades da vida diária. Insistir e


estimular exercícios de sustentação do tronco na posição dorsal, ventral ou
sentada.

• A mudança de decúbito deve ser valorizada. Nas imobilizações de tronco,


pelve e membros inferiores, a pressão de atrito é aumentada e pode causar
escara de pressão. É importante que a mudança de posição seja regular,
decúbito lateral direito e esquerdo, protegendo e mantendo a posição
imobilizada com coxins e travesseiros, evitando movimentos forçados,
posições viciosas e edemas.
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• A movimentação ativa dos membros não afetados e exercícios isométricos do


membro imobilizado devem ser estimulados. A movimentação fortalece a
musculatura a ativa a circulação. Orientar o paciente nos exercícios
isométricos, isto é, contrair os músculos envolvidos pelo gesso sem
movimentar a articulação. Isto ajuda a evitar atrofia muscular e a manter a
força; por exemplo, estimular o paciente a forçar intermitentemente a perna
gessada contra o calço; a estender e contrair os artelhos. Se o parelho gessado
estiver no braço, ele fará flexão e extensão dos dedos e também contração
forçada dos dedos (fechar o punho). Esses exercícios são recomendados para
fazer de hora em hora. O paciente com bota gessada para deambulação é
estimulado à marcha e a elevar o segmento quando em repouso.

REMOÇÃO DO APRELHO GESSADO

Para remover o aparelho gessado necessita-se de: serra elétrica, travesseiro e


solução para limpeza do membro.
A serra elétrica possui lâminas circular e deve ser utilizada da seguinte forma:
segurar com a mão firmemente; o polegar deve estar em contato com o gesso no
sentido de direcionar a profundidade e atuar como protetor diante da lâmina. A
serra é pressionada com firmeza contra o gesso até se perceber falta de superfície
dura, é uma seqüência de pressões alternadas e sucessivas ao longo do aparelho
gessado.
Para remover ou trocar o aparelho gessado, o paciente deve ser orientado em relação
ao procedimento, serra elétrica e membro imobilizado. A orientação é voltada à
experiência de se submeter a esse procedimento; o aparelho gessado é fendido; ao
empregar a serra elétrica, que oscila para cortar, há vibração e pressão durante o
procedimento. A serra não provoca lesão de pele; o que se poderá sentir é uma
sensação de calor mais acentuada no local onde a lâmina fica por mais tempo. O
acolchoamento do aparelho gessado é cortado a seguir com tesoura. Logo após sua
retirada, o paciente sente dor, rigidez e sensação de leveza ou falta de apoio pela
imobilização prolongada, podem apresentar hipotrofia muscular.
Como cuidado, apoiar o membro na posição em que estava imobilizado e
gradativamente forçar a extensão e o apoio. Encaminhar ao lavatório para remover
a pele seca e escamosa acumulada durante a imobilização; em seguida, hidratar a
pele; procedimento deve ser feito durante cinco dias, até a pele voltar ao seu estado
normal.
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A deambulação precisa ser progressiva em função da sensação de leveza,


musculatura, que pode provocar quedas; às vezes, edema é observado na
extremidade imobilizada, após a remoção do parelho gessado manter o membro
elevado; periodicamente, associar o exercícios ativo com o objetivo de fortalecer a
musculatura.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As orientações e cuidados básicos pontuados neste texto mostram a necessidade do


paciente de receber e participar dos cuidados. A aplicação do aparelho gessado
muitas vezes é feita no ambulatório, unidade de internação e no proto-socorro. Os
pacientes que não precisam de internação recebem alta com o membro imobilizado,
necessitando de orientações em relação aos cuidados que devem ser observados,
enforcando principalmente o auto-cuidado. Torna-se importante conhecer as
condições sociais e econômicas da pessoa e adaptar as orientações e cuidados, de
modo que sejam alcançados os objetivos do tratamento com imobilização do tipo
aparelho gessado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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