Fundadores visitam o Centro
mos saber o seu historial. A casa
Da esquerda para a direita: João Vasconcelos, Victor Coimbra, Luísa Vasconcelos, Mª Julieta
Conceição, Mª Salomé Villa de Freitas, António Villa de Freitas, Jorge Saco e Vanda Cruz.
A lguns dos fundadores do
Centro Comunitário, membros
dos casais vicentinos, vieram
visitar-nos em Junho. João e Luí-
sa Vasconcelos, Maria Salomé e
António Villa de Freitas e Jorge
Saco, Maria Julieta Conceição
(filha do casal Zanda e Joaquim),
Vanda Cruz e Victor Coimbra, vi-
eram ao Centro para matar sau-
dades.
A visita integrou um almoço no
Centro que juntou velhos amigos
e companheiros de sonhos. Pelo
caminho contaram como foi cri-
ar um Centro Comunitário. A es-
tória fica, tanto quanto possível,
nas suas próprias palavras.
“Os idosos de Carcavelos re-
uniam-se no jardim de Car-
cavelos. O nosso Pe. Aleixo, que
era um homem de uma visão
extraordinária, começou a pen-
sar que era uma pena eles não
terem uma local fixo para se
juntar. E nós fomos desafiados
pelo Pe. Aleixo a começar a or-
ganizar uns encontros no salão
paroquial. Reuníamos aquelas
4
pessoas, tomávamos um chá e
conversávamos. E foi assim que
começou. Uma vez por semana
no salão paroquial.” (Maria Sa-
lomé Villa de Freitas)
“Mas entretanto o Pe. Aleixo
tinha uma outra visão: dar à co-
munidade o que ela necessitava
para crescer. Isto sem impor
nada. E encarregou os casais vi-
centinos de tratar de um assun-
to só: não era dar esmola. Era
atacar o problema da terceira
idade.
O Pe. Aleixo soube que a Cáritas
Alemã estava a dar um dinheiro
– nessa altura mil contos – e o
objectivo inicial era arranjar
um barracão pré-fabricado
para reunir a terceira idade.
A Junta de Freguesia facilitou-
nos o terreno. Quando está-
vamos para fazer isso aparece
um senhor, o Ilídio Tomás, que
viu que estava aqui uma casa
abandonada e ocupada desde
o 25 de Abril por uma série de
casais. Naquela altura faziam-
-se ocupações selvagens de
habitações deste género.
Para conseguirmos a casa fo-
era de dois irmãos. Um era ad-
vogado e estava cá em Lisboa,
e o outro tinha fugido para o
Brasil depois de falir. Metade da
casa era do tribunal e a outra
metade era do advogado que cá
estava. E ele só podia negociar a
metade dele.
Começámos as negociações e
ele pedia 3 mil contos. Nós só
tínhamos mil… mas o Pe. Aleixo
era um homem que dizia as-
sim: “o dinheiro depois arran-
ja-se. Vamos lá negociar com o
homem!” Lá conseguimos que
ele baixasse um bocadinho e
fizemos negócio.
Faltava a outra parte do tri-
bunal. O João Vasconcelos
trabalhava na Câmara de
Falências e tinha o processo
na mão. No fim de nós ser-
mos donos da primeira metade
o João Vasconcelos é que nos
ajudou a negociar o resto com o
tribunal.” (Jorge Saco)
Negócios à parte, a compra foi
conseguida finalmente. O resto
do dinheiro que era preciso foi
arranjado através da Gulben-
kian que também apoiava
obras sociais.
Faltava agora meter mãos à
obra e preparar a casa para
o objectivo a que se pro-
punham. Coube ao grupo de ca-
Casais Vicentinos:
- Luisa e João Vasconcelos
- Mª Salomé e António Villa de
Freitas
- Mary e Victor Coimbra
- Zanda e Joaquim Conceição
- Mª Odete e Jorge Saco
- Mª Licínia e José Pedro Cabral
- Mª Olímpia e Vasco Albuquerque
- Luísa e Ilídio Tomás
- Vanda e Abílio Cruz
sais vicentinos leiloar as peças e
mobílias que não eram precisas
e tratar de adaptar a vivenda.
E assim se começou a ter espaço
para poder “atacar o problema
dos idosos”. Também outros
grupos da paróquia passaram a
reunir-se no novo espaço.
“Admitiu-se algum pessoal
naquela altura. Uma das primei-
ras a entrar foi a Abaris. Eu fui a
primeira directora. O Pe. Aleixo
achou que, como eu tinha
muitos filhos e uma casa muito
grande, eu já sabia como ori-
entar uma casa como esta. Eu
disse-lhe que não era a pessoa
indicada e além disso não tinha
preparação técnica, mas naque-
la altura inicial aceitei e comecei
a admitir pessoal e a orientar as
coisas. Depois a coisa foi cres-
cendo. Entretanto casou-se a
minha filha e eu tive de sair”.
(Maria Salomé Villa de Freitas).
Na direcção seguiu-se a técnica
Luísa França. Só mais tarde é
que este cargo passou para a
actual directora, Conceição Fer-
nando.
“E depois o Centro foi crescen-
do. Depois começaram as crian-
ças, os ATL...”
Para os que ainda não conhecem
bem a história do Centro podem
consultar a cronologia em www.
centrocomunitario.net/histo-
rial.htm o

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Texto: Maria Rosário Partidário Leia mais em http://immagazine.sapo.pt