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ÁLCOOL
Apesar de ser o etanol o mais importante solvente industrial, uma vez que tem largo
emprego na indústria de adesivos, de produtos farmacêuticos, cosméticos, tintas, resinas
sintéticas, além de ser empregado como combustível nos motores de combustão interna, o
que realmente preocupa é o seu consumo como componente principal das bebidas
alcoólicas.
Usualmente, a administração do etanol ocorre através da via oral na forma de
bebidas alcoólicas, nas quais a sua concentração oscila de aproximadamente 4% nas
cervejas a 11-12% nos vinhos e de 38-45% nas bebidas destiladas.
Após a absorção o etanol é uniformemente distribuído através de todos os líquidos
e tecidos do organismo e em função das variações do conteúdo lipídico, da água e do peso
corpóreo dos indivíduos.
Normalmente cerca de 2% do etanol ingerido é excretado sob a forma inalterada
pelos pulmões e urina, embora pequenas quantidades possam ser detectadas na saliva, suor,
esperma e leite materno.
A principal manifestação da intoxicação pelo etanol é a depressão do sistema
nervoso central. Também são observados transtornos digestivos e hepáticos.
TOXICOCINÉTICA
O ácido acético
resultante é convertido em acetil-CoA pela adição de ATP e CoA, entrando no ciclo dos
ácidos tricarboxílicos (ciclo de Krebs), transformando-se em gás carbônico, vapor de água
e energia. Se sobrar acetil-CoA, esta será carboxilada pelo sistema multienzimático da
ácido graxo sintetase e vai produzir o triacil-glicerol (triglicerídios), ou então será
processada pela enzima HMG-CoA sintetase, que é a iniciadora da via de síntese dos
corpos cetônicos e do colesterol.
A metabolização excessiva de álcool traz como conseqüência um aumento na
produção de piruvato que, em presença de um próton H + se converte em lactato e este
causa fadiga muscular, câimbras, e ainda, diminui a excreção de uratos e a deposição dos
mesmos provoca a cirrose hepática. Também aumenta a produção de acetil-CoA que eleva
a síntese de ácidos graxos, levando à esteatose hepática (gordura no fígado) e o acúmulo de
gorduras nos músculos.
MECANISMO DE AÇÃO
Transmissão GABAérgica
Transmissão dopaminérgica
Transmissão glutamatérgica
Em pacientes saudáveis que fazem uso de álcool com moderação, a maioria das
alterações patológicas que ocorrem no organismo é considerada reversível. Porém, quando
ingerido em maiores concentrações ou em pacientes que possuem predisposição a
patologias, os danos no organismo podem ser irreversíveis. Pode então servir de alerta para
o clínico de que o paciente faz uso abusivo ou é dependente de álcool.
As alterações mais freqüentes em indivíduos que fazem uso de álcool em doses
elevadas (alcoolistas) são:
− Sistema hematológico: Ocorre aumento do VCM, devido à deficiência do ácido
fólico, assim podendo levar a uma anemia megaloblástica, plaquetopenia e
leucopenia.
− Sistema gastrointestinal: É associado a câncer do trato digestivo. Principalmente do
esôfago e estômago. Os indivíduos que fazem uso freqüente de álcool tendem a
desenvolver gastrite e úlceras de estômago e duodeno, pancreatite aguda e crônica,
quadros de má absorção e diabetes. Em nível hepático pode desenvolver esteatose
hepática, hepatite alcoólica e cirrose. Mesmo em doses pequenas o álcool interfere
na neoglicogênese hepática e na produção de gorduras.
− Sistema neurológico: Normalmente, em pacientes que fazem o uso crônico de
álcool (5-15%), apresentam neuropatia periférica com a deterioração dos nervos
periféricos dos membros superiores e inferiores. Ocorre também alteração de
concentração, memória e atenção, podendo ser temporária ou permanente. Isso
ocorre pela ação direta do álcool no SNC e pela deficiência de Tiamina (B 1). A
deficiência de B1 é chamada de síndrome de Wernickekorsakoff, ocorre quando há
a administração de glicose sem o uso prévio de tiamina, muito comum em pronto
socorro. Em sua fase aguda seus sintomas são confusão mental, ataxia e alterações
oculares, podendo evoluir para alterações crônicas de memória irreversíveis. Outra
alteração irreversível é a degeneração cerebelar, o que leva a falta de coordenação
motora.
− Sistema cardiovascular: Provoca a inflamação do músculo cardíaco, hipertensão e
elevação do colesterol sérico. O uso abusivo está associado a infarto do miocárdio e
acidente vascular cerebral. Estudos revelam que o uso não freqüente aumenta os
níveis de HDL, o qual é protetor da formação de placas de ateroma, assim
reduzindo a probabilidade de doença cardiovascular.
− Sistema endócrino-reprodutivo: Pode levar a diminuição da libido, impotência,
esterilidade e hipoglicemia.
− Síndrome fetal: Pode ocasionar abortos espontâneos, recém-nascidos de baixo peso,
mal-formação facial, ausência de filtro, fissuras palpebrais e lábio leporino, defeito
no septo ventricular, mal-formação de pés e mãos e retardo mental.
ANÁLISE DO ÁLCOOL
Valor de Referência:
Intoxicação Moderada: 50 a 100 mg/dL
Intoxicação Acentuada: 101 a 400 mg/dL
Intoxicação Grave: > 400 mg/dL
Análise do álcool no espaço aéreo
NAD+ NADH + H+
Essas enzimas são um bom índice do dano ao hepatócito, mas não existe correlação
do nível de enzimas com o grau de lesão. Os níveis de AST costumam elevar-se mais que
os de ALT, provavelmente porque no alcoolismo há deficiência de piridoxina, co-fator
necessário à síntese de ALT. Utilizamos a fórmula n AST / n ALT, em que n significa o
número de vezes de aumento das enzimas AST e ALT em relação ao valor máximo normal.
Quando essa relação é maior ou igual a 1,5, é sugestiva de alcoolismo; se maior que 2,
altamente indicativa.
A ASTm está aumentada em indivíduos alcoolistas, apresenta pico de elevação
precoce após a ingestão de álcool e reduz-se à metade após 7 dias de abstinência. A
sensibilidade varia entre 65-85%. Não há consenso a respeito da relação n ASTm / n
AST total alguns autores afirmam que haveria maior sensibilidade.