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INTRODUÇÃO
A tíbia é o osso longo que parte com maior frequência. A incidência destas fracturas
situa-se entre 26 e 49/ 100000/ano.
O método conservador das fracturas da tíbia ocupa ainda hoje um lugar importante
na estratégia de tratamento. Está indicado o tratamento conservador nas fracturas
estáveis que, após redução fechada, apresentem
um encurtamento inferior a 1cm, e desvio angular ou rotacional inferior a 5º.
ENCAVILHAMENTO CLÁSSICO
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INDICAÇÕES
-Fracturas dos tipos 42-A a 42-C da classificação AO/ASIF
-Fracturas fechadas, dos tipos 0 a 2 da classificação de Tscherne
-Fracturas abertas, dos tipos I a IIIA da classificação de Gustilo
-Pseudartroses
-Atrasos de consolidação
CONTRA-INDICAÇÕES
-Infecções
-Fracturas fechadas do tipo 3, de Tscherne
-Fracturas abertas do tipo IIIB e IIIC de Gustilo
Classificação AO/ASIF
Tipo Descrição
I Pele limpa com ferida < 1 cm, lesão de dentro para fora,
lesão tecidular mínima
II Ferida >1 cm, com lesão de tecidos moles,
contaminação moderada
IIIa Grande lesão tecidular, > 10 cm, com boa cobertura
óssea, mínima lesão do periosteo, ferquentemente
cominutivas
IIIb Extensa lesão tecidular, exposição óssea, lesão do
periosteo, necessitando de cobertura tecidular, grande
contaminação
IIIc Com lesão vascular grave
Classificação de Tscherne de lesões dos tecidos moles
UTN- CTN
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INDICAÇÕES
Outros estudos mostraram que não ocorre necrose óssea se forem utilizadas fresas
cortantes, em baixa rotação, e não for utlizado garrote.
Ainda é muito pequena a experiência que temos das cavilhas deste tipo, mas
acreditamos que seja uma solução com futuro.
Cavilha Expert ( ETN). Indicações- Como podemos ver neste quadro são
apontadas, cada vez mais indicações para este tipo de cavilhas.
Idade
A idade média dos doentes foi de 47 anos, variando entre 14 e 84 anos
Sexo
As fracturas ocorreram predominantemente no sexo masculino, ao qual pertenciam
72,5% dos doentes.
Causa
Os acidentes de viação atingiram quase 50%, logo seguidos pelas quedas com perto
de 35%
Localização da fractura
As fracturas ocorreram no 1/3 médio da diafise em 68% dos casos
Exposição
A percentagem de fracturas expostas atingiu 20%, das quais 70% de grau I, 20% de
grau II e 10% de grau III.
Fracturas associadas
Em 13% dos doentes existiam outras fracturas associadas.
Tratamento cirúrgico
Foram operados na Urgência 26% dos doentes revistos. A cirurgia dos restantes, em
média foi diferida por 8 dias, com uma variação entre 3 e 19 dias.
Tempo de internamento
O tempo médio de internamento foi de 12 dias, variando entre 3 e 32 dias.
Tempo de consolidação
O tempo médio de consolidação foi de 5 meses, num intervalo de 2 a12 meses.
Fractura exposta de grau IIIA da diáfise da tíbia direita, fractura bimaleolar direita e
fractura luxação central da anca esquerda, resultantes de acidente de viação. O
encavilhamento da tíbia com cavilha UTN e a ostessíntese bimaleolar foram
realizados 17 dias após o acidente. Aos 5 meses apresentava atraso de
consolidação, o que motivou a dinamização da cavilha e a osteotomia do perónio.
3- 19680300799.JMCCF – masc.- 37 anos
Fractura bifocal da tíbia direita, resultante de acidente de viação. Foi aplicada uma
cavilha aparafusada clássica na Urgência. A factura estava consolidada
ao fim de 6 meses.
Fractura do 1/3 distal da tíbia E, resultante de queda na via pública. Foi aplicado
cruro-pedioso na urgência. Operada 5 dias depois, foi aplicada cavilha UTN em
montagem dinâmica. Aos 5 meses apresentava consolidação da fractura.
6- 19690500273. MCC- masc.- 36 anos
Fractura do
1/3 médio da tíbiaE, resultante de acidente de viação. Encavilhamento clássico
aparafusado, uma semana depois. Consolidação aos 6 meses.
Queda a 27.10.05. Fractura do 1/3 distal da tíbia direita. Operada a 2.11.05: cavilha
Expert.
CURIOSIDADE TÉCNICA
SINDROMA COMPARTIMENTAL
Os traumatismos dos membros inferiores, com ou sem fractura, podem conduzir ao
aparecimento de Sindroma Compartimental. Na nossa casuística, ocorrem 2-3 casos
por ano, mas não em situações de pós-operatório. Geralmente surgem em fracturas
resultantes de traumatismos de alta energia, que ainda não foram operadas, como
no caso ilustrado acima, logo à entrada na urgência, ou durante as 24 horas
imediatas. Neste caso, tratava-se de um acidente de trabalho. Não foi operado na
urgência. O Sindroma Compartimental instalou-se nas 24 horas imediatas, e foi
submetido a fasciotomias. Uma semana depois efectuou-se encavilhamento
aparafusado, e teve alta 5 dias após a cirurgia.
SINOSTOSE
Considerações finais:
- O Encavilhamento Aparafusado é um excelente método de tratamento das fracturas
diafisárias.
- Nas fracturas expostas, as cavilhas sólidas ,e nos casos mais graves,os fixadores
externos, têm a sua indicação de eleição, embora estes sejam uma forma de
tratamento temporário, na maioria dos casos.
-Os resultados são bons e as complicações são raras, desde que se respeitem
algumas recomendações.
Recomendações:
- Nas cavilhas sólidas, a dinamização deve ser feita por volta das 10 semanas, para
evitar atrasos de consolidação e roturas de fadiga do material.
Aos colegas: