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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências da Saúde


Departamento de Análises Clínicas
Disciplina de Uroanálise

Discente: Renato Matias Dantas

Análise do Sedimento Urinário

1. Células epiteliais
As células epiteliais são comumente encontradas no sedimento urinário, uma vez que elas
provêm dos tecidos de revestimento do sistema urogenital.
A presença de tais células representa uma descamação normal de células velhas, contudo
se aparecerem em grande número ou em formas anormais podem representar algum
distúrbio.
Tipos de células epiteliais encontradas na urina:
a) Células epiteliais pavimentosas
o São as mais freqüentes e menos
significativas.
o Provém do revestimento da vagina
e das porções inferiores da uretra
masculina e feminina.
o São grandes, contém citoplasma
abundante e irregular e um núcleo
central com o tamanho
aproximado de uma hemácia.

b) Células epiteliais transicionais


o Originam-se do revestimento da
pelve renal, da bexiga e da porção
superior da uretra.
o São menores que as
pavimentosas, esféricas, caudadas
ou poliédricas, com núcleo
central.
o Raramente tem significado clínico,
a menos que sua quantidade seja
grande e sua forma anômala.
c) Células epiteliais do túbulo renal
o São as mais importantes porque,
quando sua quantidade é grande,
há indício de necrose tubular.
o São especialmente importantes na
rejeição do enxerto renal.
o Sua presença traduz a existência
de doenças causadoras de lesão
tubular, entre as quais
pielonefrite, reações tóxicas,
infecções virais, rejeição de
transplante e efeitos secundários
da glomerulonefrite.
o São redondas e ligeiramente
maiores que os leucócitos, dos
quais se distinguem por terem um
só núcleo e excêntrico.
o As células tubulares que
absorveram lipídios e se tornam
altamente refringentes são
chamadas de corpos adiposos
ovais. Quando vistas em
microscópio com luz polarizada,
produz a formação de cruzes-de-
malta.
o Células grandes que contém
lipídios também podem ser
encontradas no sedimento
urinário e são chamadas de
histiócitos.

Descrição do resultado
Células epiteliais altas ou baixas Raras Até 3 por campo (100x)
Contar 10 campos Algumas De 4 a 10 por campo (100x)
Numerosas Acima de 10 por campo (100x)
Células tubulares renais A presença poderá ser relatada em observação, devido a
sua importância clínica (100x).
Corpos adiposos ovais Presentes.
2. Leucócitos
Geralmente são encontrados menos de 5 leucócitos por campo de grande aumento na
urina normal, mas na urina feminina esse número pode ser maior.
O número elevado de leucócitos na urina é chamado de piúria e indica a presença de
infecção ou inflamação no sistema urogenital.
Causas de piúria:
o Infecções bacterianas: cistite,
pielonefrite, prostatite e uretrite;
o Glomerulonefrite;
o Lúpus eritematoso;
o Tumores.

Os leucócitos são maiores que as hemácias, medindo cerca de 12 mícrons de diâmetro.


Contém grânulos citoplasmáticos e núcleos lobulados.
Os leucócitos lisam-se rapidamente em urina alcalina diluída, o que também produzirá
células brilhantes.

Descrição do resultado
Contar em 400x, 10 campos homogêneos e transcrever a média
aritmética.
Leucócitos Considerar piúria maciça quando o campo estiver todo tomado por
leucócitos degenerados impedindo a visualização de outros
elementos.
Grumos leucocitários Devem ser relatados em observação.

3. Hemácias
Como as hemácias não podem entrar no filtrado dos néfrons íntegros, achados de mais que
uma hemácia ocasional é considerada anormal.
A existência de hemácias na urina tem relação com lesões na membrana glomerular ou nos
vasos do sistema urogenital.
Significado clínico da hematúria:
o Glomerulonefrite;
o Infecções agudas;
o Reações tóxicas e imunológicas;
o Neoplasias;
o Distúrbios circulatórios que
rompem a integridade dos
capilares renais.
o Auxiliar no diagnóstico de litíase
biliar.
A hematúria também pode ser fragmentadas, denominam-se dismórficas.
decorrente de contaminação menstrual em Sua presença decorre principalmente de
amostra de urina feminina. hemorragia glomerular.
Aparecem como discos incolores com
diâmetro aproximado de sete mícrons.
Na urina concentrada, elas encolhem e
muitas vezes se mostram crenadas, ao
passo que na urina alcalina diluída incham
e lisam-se rapidamente, liberando a
hemoglobina. Essas hemácias vazias são
denominadas células fantasmas.
As hemácias de tamanhos variáveis, as
que têm protrusões celulares ou são

Descrição do resultado
Contar em 400x, 10 campos homogêneos e transcrever a média
Hemácias aritmética.
Considerar hematúria maciça quando o campo estiver repleto de
hemácias (acima de 50 hemácias por campo)
Positivo ou negativo.
Dismorfismo eritrocitário Se solicitado em percentual, contar todas as hemácias do campo,
glomerular separar o número de dismórfica por campo (anotando as formas
encontradas) e no final da contagem fazer a percentagem.

4. Cilindros
São os únicos elementos encontrados no sedimento urinário que são exclusivos do rim.
São formados dentro da luz dos túbulos contornados distais e dos ductos coletores,
fornecendo uma visão microscópica das condições dentro do néfron.
A sua forma é representante da luz tubular, com lados paralelos e pontas ligeiramente
arredondadas.
A matriz do cilindro se dissolve rapidamente em urinas alcalinas e diluídas.
O principal componente do cilindro é a proteína de Tamm-Horsfall, uma glicoproteína
excretada pelas células ETR dos túbulos contornados distais e ductos coletores superiores.
Outras proteínas presentes no filtrado urinário, como albumina e imunoglobulinas, também
são incorporadas à matriz do cilindro.
Em condições normais, a proteína de Tamm-Horsfall é excretada em ritmo relativamente
constante. A taxa de excreção parece aumentar em condições de estresse e exercício.
A proteína gelifica mais facilmente em condições de estase do fluxo de urina, acidez e
presença de sódio e de cálcio.
O aumento de proteína urinária, frequentemente associada com a presença de cilindros, é
causado por condições renais subjacentes.
Formação da matriz protéica de Tamm-Horsfall:
I. Agregação da proteína Tamm-Horsfall em cada fibrila protéica ligada às células ETR;
II. Entrecruzamento das fibrilas protéicas para formar uma rede fibrilar frouxa
(constituintes urinários podem se tornar emaranhados na rede nesse momento);
III. Outras fibrilas protéicas se entrelaçam para formar uma estrutura sólida;
IV. Possível ligação dos constituintes urinários à matriz sólida;
V. Destacamento das fibrilas protéicas das células epiteliais;
VI. Excreção do cilindro.
Quando o cilindro se forma, o fluxo urinário dentro do túbulo diminui à medida que a luz se
torna bloqueada.
A largura do cilindro depende do tamanho do túbulo no qual se formou.
O cilindro largo é característico da insuficiência renal, os quais podem resultar de distensão
tubular, ou, no caso de extrema estase urinária, da formação nos ductos coletores.
A formação de cilindro na junção da alça ascendente de Henle e do túbulo contornado
distal circinal pode produzir estruturas com uma extremidade cônica. Estes têm sido referidos
como cilindróides.

Descrição do resultado
Identificar o tipo (hialino, granuloso, leucocitário, hemático, céreo, epitelial,
graxo) por campo de pequeno aumento (x100), confirmar no maior aumento
Cilindros (x400) e registrar o número presente nos 10 campos analisados (x100).
Expressar a média por campo (100X) de cada tipo.
A presença de cilindros largos deve ser relatada em observação.

a) Cilindros hialinos
É o tipo mais freqüente, o qual é composto quase inteiramente de proteína de
Tamm-Horsfall.
Ocorre aumento no número após exercício extenuante, desidratação, exposição ao
calor e estresse emocional.
São aumentados patologicamente
em glomerulonefrite aguda,
pielonefrite, doença renal crônica e
insuficiência cardíaca congestiva.
Aparecem incolores em sedimento
não corados e têm índice de refração
semelhante ao da urina.
A morfologia é variada,
consistindo de lados paralelos e
extremidades arredondadas, formas
cilindróides e enrugadas ou
convolutas, que indicam
envelhecimento da matriz do cilindro.
b) Cilindros hemáticos
A presença de cilindros hemáticos mostra hemorragia dentro do néfron, estando
relacionados a danos causados ao glomérulo (glomerulonefrite), que permitem a
passagem das células através da membrana glomerular.
Cilindros hemáticos combinados com danos glomerulares estão, normalmente,
associados com proteinúria e eritrócitos dismórficos.
Apresentam cor laranja-
avermelhada. São mais frágeis que os
outros cilindros e podem existir como
fragmentos ou ter forma mais
irregular como o resultado de células
agrupadas que aderem à matriz
protéica.
Deve ser observada a matriz do
cilindro para diferenciar de um
grumo de glóbulos vermelhos.
É altamente improvável que
cilindros hemáticos estejam
presentes na ausência de glóbulos
vermelhos livres de uma reação na
tira reagente positiva para sangue.

c) Cilindros leucocitários
O aparecimento na urina significa
infecção ou inflamação no néfron.
Associados a pielonefrite, são o
principal marcador para distinguir
pielonefrite de infecção do trato
urinário baixo.
Estão presentes em inflamações
agudas não bacterianas, como nefrite
intersticial e podem acompanhar os
cilindros hemáticos na
glomerulonefrite.
Podem ter bordas irregulares.
São formados por poucos leucitos
e por muitas células aglomeradas que
se aderem ao cilindro através da
matriz hialina.

d) Cilindros bacterianos
Contém bacilos, tanto dentro como aderidos à matriz protéica.
São observados em pielonefrite.
Podem ser cilindros bacterianos puros ou mistos (glóbulos brancos).
Assemelham-se aos cilindros granulosos.
A sua presença deve ser considerada quando cilindros leucocitários, muitos glóbulos
brancos livres e bactérias forem vistos no sedimento.
A confirmação é feita por meio da coloração de Gram.

e) Cilindros de células epiteliais


Representam a presença de
avançada destruição tubular, que
produz estase urinparia, juntamente
com a ruptura do revestimento
tubular.
São associados com metais
pesados, substâncias químicas ou
toxicidade induzida por drogas,
infecções virais e rejeição de
aloenxerto.
Acompanham cilindros
leucocitários nos casos de
pielonefrite.

f) Cilindros lipóidicos ou adiposos


São analisados em conjunto com
corpúsculos ovais de gordura e
gotículas de gordura livre, em
transtornos que causam lipidúria.
São associados à síndrome
nefrótica, mas também são
observados em necrose tubular
tóxica, diabetes mellitus e em lesões
por esmagamento.
São altamente refringentes na
microscopia de campo claro.
A matriz do cilindro pode conter
poucas ou muitas gotículas de
gordura e corpúsculos ovais graxos
podem estar associados à matriz
O colesterol demonstra a
característica formação da Cruz de
Malta sob luz polarizada.
g) Cilindros granulosos
São observados no sedimento cilindro celular e de células tubulares ou
urinário com freqüência e podem ter agregados de proteínas filtradas pelo
significado patológico ou não. glomérulo.
Em condições não patológicas, a São facilmente visualizados em
origem dos grânulos parece ser os microscopia de pequeno aumento.
lisossomos excretados pelas células ETR
durante o metabolismo normal.
O aumento do metabolismo celular
que ocorre durante períodos de exercício
extenuante provoca o aumento
transitório de cilindros granulosos que é
acompanhado do aumento de cilindros
hialinos.
Em estados patológicos, os grânulos
podem representar desintegração do

h) Cilindros céreos
São representativos da estase quaisquer elementos celulares ou
urinária extrema, que indica insuficiência grânulos contidos na matriz.
renal crônica.
Tratam-se de cilindros refringentes,
com textura rígida, e por isso se
fragmentam ao passar pelos túbulos,
aparecendo com extremidades
irregulares e com entalhes em suas faces.
A matriz brilhante, altamente refrátil
acredita-se seja causada por degeneração
da matriz do cilindro hialino e de

i) Cilindros largos
Muitas vezes referidos como os observados são os granulosos e os
cilindros da IR, representam extremos da céreos.
estase urinária.
A presença indica a destruição
(ampliação) das paredes tubulares.
Quando o fluxo de urina para os
ductos coletores se torna severamente
comprometido, cilindros se formam
nessa área e aparecem largos.
Todos os tipos de cilindros podem
ocorrer de forma larga. Contudo os mais
5. Cristais urinários
Raramente tem significado clínico. Alguns são anormais e podem representar distúrbios
como doença hepática, erros inatos do metabolismo, insuficiência renal ou danos causados
pela cristalização nos túbulos de compostos iatrogênicos.
Todos os cristais anormais são encontrados em urina ácida.
Formação dos cristais:
o São formados pela precipitação de solutos na ruína, incluindo sais inorgânicos,
compostos orgânicos e medicamentos (compostos iatrogênicos).
o A precipitação é sujeita a variações de temperatura, concentração do soluto e pH.
o Os solutos precipitam-se com mais facilidade em baixas temperaturas. Portanto, a
formação dos cristais ocorre em amostras que foram refrigeradas antes do ensaio.
o À medida que a concentração de solutos na urina aumenta, sua capacidade de
permanecer em solução diminui, resultando em formação de cristais.
o Compostos orgânicos e iatrogênicos cristalizam com mais facilidade em pH ácido.
Sais inorgânicos são menos solúveis em soluções neutras e alcalinas (o oxalato de
cálcio é exceção e precipita em urinas ácidas e neutras).

Descrição do resultado
Identificar o tipo de cristal presente por campo de pequeno aumento
(x100) e registrar o número presente nos 10 campos analisados.
Cristais Raros Até 3 cristais por campo
Alguns Entre 4 e 10 cristais por campo
Numerosos Acima de 10 cristais por campo
Sais de uratos
amorfos e fosfatos Citar quando presentes.
amorfos

I – Cristais normais observados em Urina ácida


a) Uratos amorfos
São encontrados com freqüência Solubilidade: solução alcalina e
em amostras que tenham sido calor.
refrigeradas e produzem um
sedimento róseo muito
característico. O acúmulo de um
pigmento, uroeritrina, na superfície
dos grânulos é a causa da cor rosa.
São encontrados em urina ácida
com pH superior a 5,5.
Apresenta cor amarela ou
castanho-avermelhada.
b) Ácido Úrico
Podem aparecer quando o pH for leucemia que recebem
inferior a 5,5. quimioterapia, em pacientes com
São vistos em uma variedade de Síndrome de Lesch-Nyhan e, algumas
formas, incluindo rômbica, placas de vezes, em pacientes com gota.
quatro fazes planas (pedra de Solubilidade: solução alcalina.
amolar), cunhas e rosetas.
Geralmente aparecem na cor
amarelo-castanha.
São altamente birrefringentes sob
luz polarizada.
Aumento na urina fresca está
associado com níveis aumentados de
purinas e ácidos nucléicos e é
observado em pacientes com

c) Oxalato de cálcio
Encontrados em urina ácida, Solubilidade: HCl diluído.
neutra e, mais raramente, na urina
alcalina.
A forma mais comum de cristais
de oxalato de cálcio di-hidratado é
um envelope octaédrico, incolor,
ou como duas pirâmides aderidas
pelas suas bases.
Cristais de oxalato de cálcio
mono-hidratado são ovalados ou
em halteres.
O achado de grumos de cristais
de oxalato de cálcio na urina fresca
pode estar relacionado com a
formação de cálculos renais.

II - Cristais normais vistos em urina alcalina.


a) Fosfatos amorfos
Possuem aparência granulosa, Solubilidade: ácido acético diluído.
semelhante aos uratos amorfos. Cor
branco-incolor.
Quando presentes em grande
quantidade, após a refrigeração da
amostra, provocam um precipitado
branco que não se dissolve com o
aquecimento.
b) Fosfato triplo
Apresentam formato de prisma, que Solubilidade: ácido acético diluído.
muitas vezes lembra uma “tampa de
caixão”. São birrefringentes sob luz
polarizada.
Não tem nenhum significado clínico,
no entanto, muitas vezes são vistos
em urina alcalina altamente
associada com a presença de
bactérias que metabolizam uréia.

c) Fosfato de cálcio
Não são encontrados com Solubilidade: ácido acético
freqüência. diluído.
Podem aparecer como placas
planas retangulares, incolores ou
prismas finos, geralmente, em
formação de rosetas.
Não tem nenhum significado
clínico, apesar de o fosfato de
cálcio ser um constituinte comum
de cálculos renais.

d) Carbonato de cálcio
São pequenos e incolores, em
forma de halteres ou esféricos.
Podem ocorrer em aglomerações
que lembram material amorfo, mas
podem ser distinguidos pela
formação de gás após a adição de
ácido acético.
Não tem nenhum significado
clínico.

e) Biurato de amônio
Apresentam cor amarelo-castanha e
aspecto de esferas com espículas.
São encontrados em amostras não
recentes e podem ser associados com
a presença da amônia produzida por
bactérias que metabolizam a uréia.
III – Cristais Urinários Anormais
São encontrados na urina ácida ou, raramente, na urina neutra.

a) Cristais de cistina
Encontrados na urina de pessoas
que herdam um distúrbio metabólico
que impede a reabsorção de cistina
pelos túbulos renais (cistinúria). Tais
pessoas têm tendência de formar
cálculos renais.
Parecem cristais incolores,
hexagonais e chapas que podem ser
finas ou grossas.

b) Cristais de colesterol
Raramente são vistos.
São semelhantes a uma placa
retangular com um entalhe em um
ou mais cantos.
Estão associados a distúrbios
produtores de lipidúria, como a
síndrome nefrótica, e são vistos em
conjunto com cilindros graxos e
corpúsculos ovais gordurosos.

c) Cristais associados com doença hepática


Cristais de tirosina: finas agulhas de
incolores a amarela. Formam grumos Cristais de bilirrubina: agulhas
ou rosetas. agregadas ou granulares, com a
característica cor amarela da
bilirrubina.

Cristais de leucina: esferas de cor


amarelo-castanha, que apresentam
círculos concêntricos e estrias radiais.

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