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A Lei Áurea (Lei Imperial n.º 3.353), sancionada em 13 de maio de 1888, foi a lei que extinguiu a escravidão no Brasil.
Foi precedida pela lei n.º 2.040 (Lei do Ventre Livre), de 28 de setembro de 1871, que libertou todas as crianças
nascidas de pais escravos, e pela lei n.º 3.270 (Lei Saraiva-Cotejipe), de 28 de setembro de 1885, que regulava "a
extinção gradual do elemento servil".
Foi assinada por Dona Isabel, princesa imperial do Brasil, e pelo ministro da Agricultura da época, conselheiro
Rodrigo Augusto da Silva. O Conselheiro Rodrigo Silva fazia parte do Gabinete de Ministros presidido por João
Alfredo Correia de Oliveira, do Partido Conservador e chamado de "Gabinete de 10 de março". Dona Isabel
sancionou a Lei Áurea, na sua terceira e última regência, estando o Imperador D. Pedro II do Brasil em viagem ao
exterior.
O projeto de lei que extinguia a escravidão no Brasil foi apresentado à Câmara Geral, atual Câmara do Deputados,
pelo ministro Rodrigo Augusto da Silva, no dia 8 de Maio de 1888. Foi votado e aprovado nos dias 9 e 10 de maio de
1888, na Câmara Geral.
A Lei Áurea foi apresentada formalmente ao Senado Imperial pelo ministro Rodrigo A. da Silva no dia 11 de Maio. Foi
debatida nas sessões dos dias 11, 12 e 13 de maio. Foi votada e aprovada, em primeira votação no dia 12 de maio.
Foi votada e aprovada em definitivo, um pouco antes das treze horas, no dia 13 de maio de 1888, e, no mesmo dia,
levado à sanção da Princesa Regente.
Foi assinada no Paço Imperial por Dona Isabel e pelo ministro Rodrigo Augusto da Silva às três horas da tarde do dia
13 de maio de 1888.
O processo de abolição da escravatura no Brasil foi gradual e começou com a Lei Eusébio de Queirós de 1850,
seguida pela Lei do Ventre Livre de 1871, a Lei dos Sexagenários de 1885 e finalizada pela Lei Áurea em 1888.
O Brasil foi o último país independente do continente americano a abolir completamente a escravatura. O último
país do mundo a abolir a escravidão foi a Mauritânia, somente em 9 de novembro de 1981, pelo decreto n.º 81.234.
O dia 13 de maio é considerado data cívica no Brasil. O decreto n.º 155 B, de 14 de janeiro de 1890, estabeleceu um
feriado nacional em 13 de maio, declarando-o "Consagrado á commemoração da fraternidade dos Brazileiros". Este
feriado existiu até 15 de dezembro de 1930, quando Getúlio Vargas o revogou através do decreto n.º 19.488.
A Constituição do Império, outorgada em 1824, não alterou a então política escravocrata.Nem a Carta Magna
de 1824, nem qualquer outra lei da época contemplava o escravo como cidadão brasileiro para qualquer efeito
na vida social, política ou pública. Apenas os "ingênuos" (filhos escravos nascidos livres) e os libertos tinham
alguns direitos políticos e poderiam ocupar determinados cargos públicos.No seu artigo 92, a Constituição de
1824 diz:
""Artigo 92: São excluidos de votar nas Assembléas Parochiaes: Alínea III. Os criados de servir, em cuja classe
não entram os Guardalivros, e primeiros caixeiros das casas de commercio, os Criados da Casa Imperial, que
não forem de galão branco, e os administradores das fazendas ruraes, e fabricas."
Uma lei e um tratado internacional feitos no primeiro reinado e no período regencial proibindo o tráfego
internacional de escravos não foram cumpridas.
A lei de 7 de novembro de 1831, do período regencial, que declarava livres os escravos importados da África, a
partir daquela data, com duas exceções e prevendo penas para o tráfico internacional de escravos:
""Art. 1.º. Todos os escravos, que entrarem no território ou portos do Brasil, vindos de fora, ficam livres.
Excetuam-se: 1.º Os escravos matriculados no serviço de embarcações pertencentes a país, onde a escravidão
é permitida, enquanto empregados no serviço das mesmas embarcações. 2.º Os que fugirem do território, ou
embarcação estrangeira, os quais serão entregues aos senhores que os reclamarem, e reexportados para fora
do Brasil. Art. 2.º Os importadores de escravos no Brasil incorrerão na pena corporal do art. 179 do Código
Criminal imposta aos que reduzem à escravidão pessoas livres, e na multa de 200$000 por cabeça de cada um
dos escravos importados.""
A lei de 27 de outubro de 1831, da época do período regencial revogou as cartas régias de D. João VI que
mandavam fazer guerra aos índios de São Paulo e de Minas Gerais que frequentemente atacavam as fazendas,
vilas e povoados daquelas províncias. As cartas régias de D. João VI ordenavam que os índios capturados,
nestas guerras, seriam reduzidos à servidão. A carta régia de 13 de maio de 1808 falava de
índios botocudos antropófagos que atacavam portugueses e índios mansos na região do vale do rio Doce em
Minas Gerais. Esta lei de 1831 foi a última e definitiva lei revogando a escravidão indígena no Brasil.
Vários projetos sobre abolição de escravos foram apresentados já no primeiro reinado: José Clemente Pereira,
apresentou em 19 de maio de 1826, à Câmara Geral, um projeto abolindo a escravatura a partir de 31 de
dezembro de 1840. Em 18 de maio de 1830, o deputado Antônio Ferreira França apresentou à Câmara Geral,
um projeto de abolição gradual que extinguiria a escravidão em 25 de março de 1881. Em 8 de junho de 1831, o
mesmo deputado apresentou outro projeto declarando que o ventre não transmitia a escravidão.
O tráfico internacional de escravos foi abolido, em definitivo, em 1850, pela Lei Eusébio de Queirós.
Por este motivo ocorreram diversas tentativas de atrair mão-de-obra estrangeira por meio da imigração.
Uma das primeiras tentativas ocorreu ainda no primeiro reinado, quando Dom Pedro I tentou instalar uma
colônia alemã em São Paulo no ano de 1827, o que de fato ocorreu na vila de Santo Amaro (distrito de
São Paulo), porém não com o sucesso esperado. Entre as autoridades que apoiaram a instalação da
colônia alemã em Santo Amaro, estavam o senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e o sargento-
mor José da Silva de Carvalho, comandante de Santo Amaro e avô deRodrigo Augusto da Silva. Esta
colônia alemã custou uma fortuna aos cofres da província de São Paulo, o que quase levou à falência o
governo provincial.[13] Em São Paulo, a imigração alemã recebeu alguns ataques da população, como
demonstra o artigo escrito por um anônimo publicado no Farol Paulistano de 12 de julho de 1828:
Chineses na América do Norte. Antes da abolição da escravatura, o governo brasileiro procurou outras formas de mão-
de-obra para a lavoura. Em 1879 o governo tentou contratar coolies chineses, seguindo o exemplo dos Estados
Unidos e Canadá.
… não havemos de chorar amargamente a quantia de 1:400$000 reis (um conto e quatrocentos mil
reis) para mais que mensalmente sai dos cofres nacionais da Província para sustentar os colonos?
Não nos havemos de lembrar com dor que esse dinheiro é sangue dos nossos concidadãos, e que se
estes, por estas e outras ficarem reduzidos a mendicidade hão de mandá-los a taboa, ao mesmo passo
que se importa gente estranha, (si vera est fama) facinorosa, com inauditos sacrifícios, para colonizar
um país que não precisa, senão que o deixem prosperar, para crescer, para vir a ser uma nação
formidável. — '
Havemos de sofrer que o Sr. José Olinto de Carvalho, Governador da Praça de Santos, engane a
Augusta pessoa de S.M. o Imperador, asseverando num oficio a Monsenhor Miranda, que os
honrados povos desta Província estão animados dos mais louváveis sentimentos a favor da
colonização estrangeira, quando pelo contrario os Paulistas, deploram se é que não detestam — Um
semelhante colonização?” Patriota
Outras tentativas foram feitas, incluindo as colônias de parceria promovidas pelo senador Vergueiro, em
1847. Em 1879, o então ministro das Relações Exteriores, conselheiro Antônio Moreira de Barros, tentou
promover a imigração de chineses para o Brasil, o que já havia ocorrido em 1874, com a vinda de mais de
mil trabalhadores chineses para o Brasil. O ministro Antônio Moreira de Barros, era contra a abolição da
escravatura sem uma nova fonte de mão-de-obra para a lavoura e indenização aos fazendeiros. Moreira
de Barros mudou de idéia em 1888 quando passou a defender a abolição imediata. Em 1879, o Brasil
enviou uma missão diplomática à China. Moreira de Barros obteve o apoio do influente visconde de
Sinimbu, porém encontrou forte oposição do deputado Joaquim Nabuco, na Câmara Geral (atual Câmara
dos Deputados), e, também, da Inglaterra e de Portugal, que temiam a imigração de chineses. Em 1883,
foi fundada, no Rio de Janeiro, a Companhia Comércio e Imigração Chinesa, que também não obteve
sucesso por diversas razões, incluindo a censura da Anti-Slavery Society de Londres.
Havia duas formas de instalar os imigrantes. A primeira era organizando colônias onde os imigrantes eram
proprietários de terra, o que ocorreu principalmente no sul do país, com clima mais semelhante ao da
Europa, dando origem a cidades com características europeias. A segunda modalidade era instalar os
imigrantes em fazendas de café, onde trabalhavam como meieiros. Muitos desses imigrantes se tornaram
depois proprietários de terra e convidaram parentes que ficaram na Europa para também virem para o
Brasil.
Tanto o conselheiro Antônio Prado quanto Washington Luís, presidente de São Paulo entre 1920 e 1924,
não aceitavam os imigrantes como desbravadores do sertão, assentando-os sempre em regiões já
povoadas, em fazendas já formadas, próximas aos centros de consumo, como denota Washington Luís
em sua mensagem à assembleia estadual paulista, em 1922:
M. Paulo Filho no artigo “Centenário de Antônio Prado”, publicado em livro homônimo, diz que em 1920,
32 anos após a abolição da escravatura, ainda a “falta de braços para a lavoura” ainda era problema
angustiante. Tendo o Conselheiro Antônio Prado, veterano produtor de café e especialista na questão do
café, enviado uma histórica carta ao candidato a presidente Dr. Nilo Peçanha sobre essa questão. Essa
carta foi lida por Getúlio Vargas, em 1930, no lançamento de sua candidatura a presidente e incluída na
“Plataforma da Aliança Liberal”. O Conselheiro Antônio Prado também fundara, em 1920, uma sociedade
particular para introdução de trabalhadores agrícolas e fora negociar a imigração na Europa.
Diz M. Paulo Filho: “Em 1920, a situação dos fazendeiros paulistas era aflitiva pela escassez de colonos.
Milhares de cafeeiros ficaram abandonados. Do estrangeiro não chegavam os trabalhadores. Os que
permaneciam nas fazendas, tratavam de desertar. Iam estabelecer-se no Noroeste de São Paulo.
Os caboclos baianos que surgiam das bandas de Pirapora eram insuficientes. Na maioria, camaradas que
se ofereciam para trabalhos temporários, como capina e limpeza de cafezais.”
O corpo legislativo votou uma grande soma, enorme mesmo para o nosso orçamento, para a
introdução e colocação de trabalhadores estrangeiros. Na execução deste pensamento o
ministério houvesse com um descaso que toca às raias da inépcia: celebrou contratos a esmo e
à ventura, omitindo as cautelas que a experiência nos tinha ensinado e violando a lei que
marca o limite de tempo para tais contratos. As coisas a este respeito fizeram-se de uma
maneira tão grossa que gerou-se no espírito público a suspeita que esses contratos foram
realizados antes na intenção de favorecer os contratantes que no de atender aos interesses da
nação. Não é só isso. O ministério não cuidou absolutamente de tomar medidas práticas e
acertadas para a colocação dos imigrantes, parte a mais delicada do problema e da qual
depende essencialmente o bom êxito deste importantíssimo serviço. Em consequência, os
imigrantes, que começaram a chegar em grandes massas, se acumularam nas hospedarias do
governo e nos pontos para onde foram introduzidos, e não tendo obtido emprego aí estão a
refluir para as cidades do litoral, a esmolar pelas ruas e praças, regressando aos milhares
para as suas pátrias, e levando a desilusão e um ressentimento profundo contra o país que não
soube acolhê-los. Estes erros e desazos preparam-nos um desastre, economicamente talvez
mais fecundo em males do que a própria abolição do elemento servil. A imigração era o
remédio contra os efeitos da abolição. E a política do Ministério a este respeito, se não a
matou, levantou em torno do assunto dificuldades que só tarde e com grandes e pesadíssimos
sacrifícios poderão ser afinal vencidas. Da exposta série de erros, faltas e desazos resultou
—Lafaiete
que a lavoura, a principal, senão a única fonte de nossa riqueza, continua abandonada, Rodrigues
privada de recursos e entregue a um desânimo que ameaça degenerar em desespero. Pereira
Em São Paulo, Antônio da Silva Prado e o então deputado Rodrigo Augusto da Silva tomaram a dianteira
na promoção da imigração europeia. Antônio da Silva Prado foi nomeado Inspetor especial de terras e
colonização da Província de São Paulo em 1878, e, no mesmo ano, Rodrigo Augusto da Silva foi
presidente da Associação Auxiliadora do Progresso da Província. Ambos eram contra a abolição da
escravatura enquanto não houvesse mão-de-obra para a lavoura e representavam o movimento
imigrantista, e não abolicionista. Em 1885, foi fundada em São Paulo a Sociedade Brasileira de Imigração,
dirigida pelos cafeicultores Rafael de Aguiar Pais de Barros, Martinho Prado Júnior, Conselheiro Antônio
da Silva Prado e Nicolau de Sousa Queiroz, outras sociedades foram fundadas no mesmo ano como a
Sociedade Taubateana de Imigração, filial da Sociedade Central de Imigração.
O número de escravos havia diminuído muito, nas décadas anteriores à abolição da escravatura,
devido à abolição do tráfico de escravos, em 1850, pela Lei Eusébio de Queirós, às frequentes
epidemias de varíola ocorridas no século XIX, à Guerra do Paraguai onde muitos escravos morreram
ou foram libertos, à Lei do Ventre Livre, de 28 de Setembro de 1871, que libertou todas as crianças,
filhas de escravos, nascidas a partir daquela lei, os chamados "ingênuos", e que previa indenização
aos fazendeiros, o que não foi cumprido.
Também houve redução do número de escravos devido à Lei dos Sexagenários, de autoria de Rui
Barbosa, que libertou, em 1885, todos os negros maiores de 65 anos de idade e que estabeleceu
que os escravos maiores de 60 anos e menores de 65 estariam livres mas sujeitos a prestação de
serviços por 3 anos, devido à abolição da escravidão, em 1886, no Ceará e no Amazonas e devido
às muitas cartas de alforria dadas por proprietários de escravos.
Assim, na primeira matrícula de escravos encerrada em 1872, havia sido registrados 1.600.000
escravos e na última matrícula geral de escravos encerrada em 30 de março de 1887, havia somente
720.000, uma queda de mais de 50% no total de escravos, em 15 anos.
Havia muita insegurança por parte dos fazendeiros, tendo, na reunião do Conselho de Estado, de 27
de agosto de 1885, o conselheiro Paulino José Soares de Sousa assim se expressado:
Os produtores deste país vivem na incerteza do dia de amanhã, não sabem com que
elementos de trabalhos contém, nem até onde ser-lhes restringido o direito de uma
propriedade, de que dimana a riqueza única do Brasil, consideram-se desprotegidos dos
—Paulino
poderes públicos, precisam, antes de tudo, ter uma lei em que vivam para voltarem à José Soares
segurança de ânimo indispensável a quem trabalha. de Sousa
Essas fugas de escravos das fazendas aumentaram muito, a partir de 1886, quando foram proibidos,
pela Câmara Geral, a pena de açoite nos escravos. Os escravos, passaram, então, a fugirem das
fazendas sem o medo de, se recapturados, serem açoitados. A lei n.º 3.310, de 15 de outubro de
1886, revogou o artigo n.º 60 do Código Criminal do Império, de 16 de dezembro de 1830, e revogou
também a lei n.º 4, de 10 de junho de 1835, na parte em que impõem a pena de açoites, e
determinou que: “ao réu escravo serão impostas as mesmas penas decretadas pelo Código Criminal
e mais legislação em vigor para outros quaisquer delinquentes”.
Era permitido, pelo artigo 14 do Código Criminal do Império, apenas castigos moderados aos
escravos, castigos estes que passaram a serem proibidos pela citada lei n.º 3.310 de 1886:
"Art. 14. Será o crime justificável, e não terá lugar a punição dele: (...) 6.º Quando o mal consistir no
castigo moderado, que os pais derem a seus filhos, os senhores a seus escravos, e os mestres a
seus discípulos; ou desse castigo resultar, uma vez que a qualidade dele, não seja contraria às Leis
em vigor."
Além disso, estava se tornando, para os grandes fazendeiros produtores de café, economicamente
inviável manter o trabalho escravo, em face da concorrência da mão-de-obra fornecida
pelosimigrantes europeus, barata e abundante, em contraste com os altos preços dos escravos,
estes, cada vez mais raros. Essa vinda de mão-de-obra europeia para o Brasil deveu-se à iniciativa
doSenador Vergueiro e aos Conselheiros Rodrigo Augusto da Silva e Antônio da Silva Prado, [30] que
conseguiu fundos do governo paulista para as colônias de imigrantes europeus e que, quando
ministro da Agricultura em 1885 no Gabinete do barão de Cotejipe e em 1888 no Gabinete João
Alfredo, incentivou a imigração e criou várias colônias de imigrantes, entendendo o Conselheiro
Antônio Prado que a imigração era o único meio de substituir o trabalho escravo quando se
realizasse a abolição da escravatura.
Todos esses fatores conjugados e também os ataques e furtos constantes dos negros, muitos deles
refugiados em quilombos, às propriedades agrícolas, como mostrou Joaquim Manuel de Macedoem
seu livro: As Vítimas-Algozes, tornavam inviável a manutenção da escravidão no Brasil. Macedo
denunciou a cumplicidade dos pequenos estabelecimentos comerciais, chamados de Venda, na
receptação dos bens furtados, nas fazendas, pelos escravos e quilombolas:
A "Venda" não dorme: às horas mortas da noite vêm os quilombolas, os escravos fugidos
e acoutados nas florestas, trazer o tributo de suas depredações nas roças vizinhas ou
distantes ao vendelhão que apura nelas segunda colheita do que não semeou, e, que tem,
sempre de reserva, para os quilombolas, recursos de alimentação de que eles não podem
—Joaquim
prescindir, e também, não raras vezes, a pólvora e o chumbo para resistência no caso de Manuel de
ataques aos quilombos. Macedo
Durante o longo processo de discussão das leis abolicionistas, a opinião pública e a classe política se
dividiram entre os que eram totalmente favoráveis à abolição, os que eram contrários e um terceiro
grupo intermediário que queria uma "abolição gradativa" para não haver uma imediata crise
na lavoura por falta de mão-de-obra, chamada, na época, de "falta de braços para a lavoura" e para
evitar grandes prejuízos para os fazendeiros. Esta última posição era defendida, entre outros, pelo
deputado geral cearense, jornalista e escritor, José de Alencar, que assim se expressou, na seção da
Câmara Geral em 13 de julho de 1871, como representante da ala do Partido Conservador que
estava contra o projeto da Lei do Ventre Livre, do gabinete do visconde do Rio Branco:
Apresentei um projeto (de lei) em que coligi algumas medidas (abolicionistas) indiretas, de
uma aplicação mais suave e, entretanto, de resultados mais eficazes. Esse projeto também
passou despercebido....Nos relatórios que leu (o ministro) acha-se o pensamento que todos
partilhamos que ressumbra do País inteiro; de extinguir pelo esforço comum, unânime e
espontâneo da sociedade este mal que herdamos dos nossos antepassados.... Mas entre essa
extinção plácida e natural e a extinção violenta por meios diretos como pretende o governo,
—José
há um abismo....Os retrógrados sois vós que pretendeis recuar o progresso do País, ferindo- de
o no coração, matando a sua primeira indústria, a lavoura. Alencar
Joaquim Nabuco na sua obra "Um Estadista do Império", relata que, no Conselho de Estado, o
abolicionismo entrou na pauta das discussões, pela primeira vez, nas sessões de 2 e 9 de abril de
1867, tendo o conselheiro Marquês de Olinda advertido sobre as dificuldades que decorreriam da
abolição e que as ideias abolicionistas vinham de países que não tinham trabalho escravo:
Quando deve ter lugar a abolição?...quando o número de escravos se achar tão reduzido
em consequencia das alforrias e do curso natural das que mortes que se possa executar
este ato sem maior abalo na agricultura...Eu tremo com a publicação destes projetos, os
quais, só por si, são capazes de fazer acumular matérias que causem um tremendo
terremoto na sociedade...Serviço de ingênuos até 20 ou 16 anos? Impostos para o resgate?
—
Os publicistas e homens de estado da Europa não concebem a situação dos países que têm Marquês
escravidão. Para cá não servem suas ideias! de Olinda
A Igreja Católica
Através do arcebispo Dom José Pereira da Silva Barros, capelão-mor de Dom Pedro II, conhecido
como o “bispo abolicionista”, a Igreja Católica passou a ser um dos elementos centrais que levaram
àabolição da escravatura. Em 1887, Dom José que foi abolicionista declarado a décadas e camareiro
secreto dos Papas Pio XI e Leão XIII, anunciou que a abolição da escravidão no Brasil seria um bom
presente ao Papa. Depois deste anúncio, a Igreja Católica que evitava intervir em assuntos políticos
desde a expulsão dos Jesuítas, excetuando-se seu envolvimento na questão religiosa, passou a
defender publicamente o fim da escravidão. Dom José Pereira foi seguido na causa abolicionista
pelos Arcebispos da Bahia e de São Paulo. Pela sua luta a favor da abolição foi uma das poucas
figuras homenageadas publicamente por Dom Pedro II e por Dona Isabel, recebendo o título
de Conde de Santo Agostinho, o qual não teve dinheiro para retirar, segundo ele, por ser um homem
pobre. Dom José ficou conhecido em sua cidade natal por ter doado toda a fortuna herdada de sua
família para a caridade. Rodrigo A. da Silva, em sua defesa da Lei Áurea na Câmara Geral, citou a
Igreja Católica como uma das razões da abolição da escravatura.
O primeiro projeto de lei visando à libertação dos escravos no Brasil foi feito, em 1884, pelo gabinete
ministerial presidido pelo Conselheiro Manuel Pinto de Sousa Dantas, e foi rejeitado pela Câmara
Geral.
A Lei Áurea nasceu de um projeto de lei apresentado, por Rodrigo Augusto da Silva, ministro da
agricultura do Gabinete ministerial presidido por João Alfredo Correia de Oliveira, à Câmara Geral,
atual Câmara dos Deputados, em 8 de maio de 1888. Esse projeto de lei, segundo publicações
do Senado Federal, era de autoria do próprio ministro da Agricultura. Outras fontes mencionam o
Conselheiro Antônio da Silva Prado, (ministro da agricultura do Gabinete João Alfredo e que se
afastara do cargo por motivo de saúde, passando a pasta da agricultura para Rodrigo Augusto da
Silva), Ferreira Viana e o presidente do Conselho de Ministros João Alfredo Correia de Oliveira como
colaboradores ou redatores da lei. Todos tiveram parte importante na elaboração do projeto de lei de
abolição da escravatura, juntamente com Dona Isabel.
O projeto foi apresentado no Parlamento pelo então Ministro da Agricultura e interino das Relações
Exteriores, Rodrigo Augusto da Silva, em 8 de Maio de 1888, e segundo o Ministro: de ordem, de sua
Alteza a Princesa Imperial. Uma longa discussão ocorreu no parlamento no dia 9 de maio de 1888.
Rodrigo Augusto da Silva recebeu fortes ataques dos deputados Pedro Luiz, Andrade Figueira,
Bezamat e Alfredo Chaves.
O projeto de lei foi debatido, votado e aprovado, na Câmara Geral, em tempo recorde: em apenas
duas seções na Câmara Geral, nos dias 9 de maio e 10 de maio de 1888.
Rodrigo Augusto da Silva contou com a ajuda do deputado geral Joaquim Nabuco no debate com os
deputados escravocratas. A oposição escravagista não teve sucesso. O projeto de lei que abolia a
escravidão negra no Brasil, foi aprovado com expressiva votação favorável na Câmara Geral. Entre
os deputados que aprovaram a Lei Áurea estavam os futuros presidentes da república: Rodrigues
Alves e Afonso Pena.
A primeira votação da Lei Áurea ocorreu no mesmo dia: 9 de maio, em seção presidida por Henrique
Pereira de Lucena, barão de Lucena. 83 deputados gerais foram favoráveis à aprovação e apenas 9
deputados gerais: barão de Araçaji, Bulhões Carvalho, Castrioto, Pedro Luís, Bezamat, Alfredo
Chaves, Lacerda Werneck, Andrade Figueira e Cunha Leitão, votaram contra a Lei Áurea na Câmara
Geral. O barão de Cotejipe votou contra a Lei Áurea, no Senado do Império. A votação em segundo
turno, na Câmara Geral, no dia 10 de maio, foi feita por aclamação, sendo aprovado, em definitivo,
na Câmara Geral, a Lei Áurea. Em seguida, o projeto de abolição da escravatura, foi enviado ao
Senado do Império.
Dona Isabel, conselheiro Rodrigo Augusto da Silva (que enviou o projeto de lei à Câmara dos Deputados), conselheiro
Antônio da Silva Prado e demais membros do gabinete de 10 de março, 1888.
Rodrigo Augusto da Silva: Vejamos agora, senhores, o que se passou do lado oposto, e como
elementos se desencadeavam contra a manutenção da escravidão, tornando impossível e
impraticável a resistência, tal como a deve empregar a autoridade publica. Não havia um só órgão
respeitável, desses que formam o sentimento de um povo e a opinião de uma nação, que não
estivesse empenhado na grande cruzada. Recordarei a intervenção de alguns, contra os quais a
ação do governo, si não era inútil era ineficaz. O episcopado com a sua palavra santa.. Rodrigo A. da
Silva ainda mencionou a mocidade das academias como influencia.
Rodrigo A. da Silva: E, Sr. Presidente, o que e mais extraordinário ainda, e que os próprios
interessados na manutenção da propriedade escrava, davam diariamente exemplos os mais
admiráveis de abnegação, libertando os seus escravos incondicionalmente.
Rodrigo A. da Silva: Não venho também fazer praça do abolicionismo…
Andrade Figueira: O que fizeram as nações europeias que tiveram escravos em suas colônias
quando resolveram emancipá-los? Além da indenização votada, procuraram fundar estabelecimentos
de crédito que proporcionassem aos lavradores o capital suplementar sem o qual a transformação
não é possível. Se hoje o escravo representa para o proprietário, não só o braço, mas também o
capital - capital flutuante-, porque lhe custou dinheiro, aniquilando este duplo elemento de produção,
qual é o capital disponível, que resta á grande maioria de nossos lavradores, para assalariar o
trabalho livre? Quais são os estabelecimentos de crédito criados para vir-lhes em auxílio?.
Andrade Figueira acusou também o Gabinete de 10 de Março de ser conivente com a fuga de
escravos, combinando com o governo de São Paulo a não deixar a polícia paulista recapturar os
escravos fugidos, o que teria levado a ocorrerem fugas em massa, violência e a necessidade de os
proprietários de escravos paulistas a libertarem seus escravos para evitar mais violência:
O ministro Rodrigo da Silva respondeu às críticas e finalizou a defesa da lei com as seguintes
palavras:
Rodrigo A. da Silva: Quaisquer que sejam os horrores das minhas contradições, quaisquer que
sejam as injustiças e dureza dos conceitos de que tenho sido alvo, dou tudo por bem compensado
com o que fiz por esta causa e hoje a causa do regojizo geral da nossa pátria. Aceitei a posição de
ministro em condições as mais excepcionais; dela me advieram todos os dissabores, preocupações
e sacrifícios que a política impõe bastar-me a esta convicção, que me coloca acima de quaisquer
preconceitos ou emulações do interesse individual, para deixar-me a doce compensação de que,
hoje, como sempre, serei bem julgado pelo meu país, como um operário obscuro que não cessou de
trabalhar pela libertação de uma nação inteira, e portanto, por uma grande conquista em favor da
liberdade na nossa pátria
Assinatura da Lei Áurea no Paço Imperial.
Os anais do Parlamento mencionam que a fala de Rodrigo Silva recebeu muitos aplausos, incluindo
do público que ficava nas cadeiras destinadas que ficavam rente ao chão, bem próximos dos
deputados, na Câmara Geral, na Cadeia Velha, onde hoje está instalado o Palácio Tiradentes.
O deputado geral Zama pediu votação nominal para que os nomes dos deputados gerais que
aprovaram a Lei Áurea pudesse ser do conhecimento das gerações futuras. O resultado da votação
nominal foi então 83 votos favoráveis e 9 contrários.
Esta proposta original, de 8 de Maio, sofreu apenas um pequeno acréscimo, no seu primeiro artigo, a
partir de uma emenda feita pelo deputado geralInocêncio Marques de Araújo Góis Júnior, que
acrescentou ao projeto da Lei Áurea, a expressão "desde a data desta lei ”.
No dia 10 de maio, houve segunda votação que não foi nominal, dando por aprovado, em segundo
turno, o projeto de Lei Áurea, na Câmara Geral, com a adição, em emenda, da frase "desde a data
desta lei".
O Senado do Império recebeu o projeto de lei de abolição da escravatura, no dia 11 de Maio, após o
mesmo ter sido aprovado na Câmara Geral. Na sessão do dia 11 foi criado uma comissão especial
do Senado para apreciar o projeto, não sendo apresentado nenhuma emenda e mantida a emenda
da Câmara Geral que acrescentava a frase "desde a data desta lei". Nos dias 12 e 13 de Maio de
1888 houve discussão e votação do projeto de lei. No dia 12, com a presença do ministro da
agricultura que chegara depois de iniciada a sessão, o projeto da Lei Áurea foi aprovado, em primeira
votação, junto com a emenda da Câmara Geral, por todos os senadores presentes com exceção do
barão de Cotejipe, embora seu nome não fosse registrado por não ter havido votação nominal. Em
segunda e definitiva votação, a Lei Áurea foi aprovada, no dia 13 de maio, e, neste mesmo dia,
enviado à sanção imperial.
O barão de Cotejipe, fez considerações, no dia 12 de maio, semelhantes às que foram feitas na
Câmara Geral, sobre a fuga em massas de escravos, sobre a polícia paulista não mais ir atrás de
escravos fugidos, sobre as muitas alforrias de escravos, sobre a ameaça ao direito de propriedade,
temendo que futuramente se confiscasse terras sem indenização, e, concluiu afirmando que era
inevitável a Lei Áurea para parar com a anarquia reinante devido às fugas de escravos:
Portanto, a extinção da escravidão que ora vem neste projeto não é mais que o
reconhecimento de um fato já existente. Tem a grande razão, que reconheço de acabar com
esta anarquia, não havendo mais pretextos para tais movimentos, para ataques contra a — Barão
propriedade e contra a ordem pública. Eis como considero a vantagem do projeto. de Cotejipe
No dia 13 de maio, o presidente do Conselho de Ministros João Alfredo participou dos debates. Fez
um longo discurso, o senador Paulino de Souza, que comparou a situação do país naquele momento
com a época dos debates em 1885, sobre a Lei do Sexagenários, quando o governo, naquela época,
manteve a ordem, ao contrário do atual governo e o governo paulista que Paulino de Souza e
Cotegipe os tinham como culpados pelo caos em que se encontrava o país, do qual a única saída
seria a abolição.
O conselheiro Antônio da Silva Prado foi registrado, nas atas do Senado do Império, entre os
senadores que não estavam presentes e não enviaram justificativa. [47] Nem todos acreditaram na
explicação posterior de que Antônio da Silva Prado se afastou por motivos de saúde, alguns
acreditavam que o real motivo era político. Rui Barbosa ironizou sobre a constante ausência de
Antônio da Silva Prado e sobre Rodrigo A. da Silva. Rui escreveu: “… O sr. Rodrigo Silva é o ministro
que não sai nunca, ao contrário do sr. Prado, o ministro que nunca fica.”
Aprovado com 85 votos favoráveis e 9 votos contrários na Câmara Geral (Câmara dos Deputados), e
um contrário no Senado do Império, foi à sanção da regente Dona Isabel, em 13 de maio. A única
alteração do projeto de lei do governo, feita pela Câmara Geral, foi introduzir no texto a expressão
"desde a data desta lei", para que a lei entrasse em vigor imediatamente, antes de ser publicada
nas províncias, o que costumava levar um mês, no mínimo.
Consequências da Abolição
Foram libertados, pela Lei Áurea, um total de escravos que não chegou a um milhão de pessoas,
para uma população total de quinze milhões de brasileiros. Na primeira matrícula de escravos,
concluída em 1872, inscreveu 1.600.000 escravos e a última matrícula de escravos, concluída em 30
de março de 1887, registrou apenas 720.000 escravos, um ano antes da Lei Áurea.
A Lei do Ventre Livre e a Lei Áurea foram sancionadas por Dona Isabel, quando seu pai estava
na Europa. Pela Lei Áurea, Dona Isabel foi premiada com a comenda Rosa de Ouro, pelo Papa Leão
XIII – autor de encíclicas favoráveis à abolição da escravatura, como Catholicae Ecclesiae e In
Plurimis[55]–, e Rodrigo Augusto da Silva foi feito cavaleiro da Santa Sé, recebendo a Grã-cruz
da Ordem de São Gregório Magno de Roma.
João Maurício Wanderley, barão de Cotejipe, o único senador do império que votou contra o projeto
de abolição da escravatura, ao cumprimentar a princesa logo após esta ter assinado a Lei Áurea,
profetizou:
Nos debates do dia 13 de maio no Senado do Império, o senador Paulino de Souza, chamou a
atenção para o abandono em que ficariam os mais desamparados dos libertos:
E mesmo se os escravos tivessem permanecido nas fazendas, era tida também como funesta a
situação da agricultura brasileira, prevendo-se a queda da produtividade da agricultura e a queda da
receita dos estados produtores de café, tendo dito, citando o economista Molinaire, o deputado geral
Pedro Luís, na sessão de 10 de maio de 1888, da Câmara Geral, que:
Molinaire diz que, em geral, o trabalho do liberto é um terço menos produtivo que o
trabalho do escravo, sendo necessários dez libertos para os serviços que eram feitos por
sete escravos. Dá as razões deste fato e conclui que, na melhor das hipóteses,
—Deputado
continuando os libertos todos nos estabelecimentos rurais, teremos uma diferença de 1/3 Geral Pedro
para menos na produção! Luís
Seis dias mais tarde, em 20 de dezembro de 1890, a decisão de Rui Barbosa, foi aprovada,
no Congresso Nacional com a seguinte moção: "O Congresso Nacional felicita o Governo Provisório
por ter ordenado a eliminação nos arquivos nacionais dos vestígios da escravatura no Brasil". Em 20
de janeiro de 1891, Rui Barbosa deixou de ser ministro da Fazenda, mas a destruição dos
documentos referentes à escravidão prosseguiu.
De acordo com o historiador Américo Jacobina Lacombe, "Uma placa de bronze, existente nas
oficinas do Lloyde Brasileiro, contém, de fato, esta inscrição assaz lacônica: "13 de maio de 1891",
aqui foram incendiados os últimos documentos da escravidão no Brasil".
Porém, alguns pesquisadores recentes da historiografia brasileira têm outro ponto de vista sobre a
abolição da escravatura e sobre a Lei Áurea. Afirmam eles que a abolição teria sido fruto de um
estado semi-insurrecional que ameaçava a ordem imperial e escravista. Tal interpretação acentua o
caráter ativo, e não passivo, das populações escravizadas. Sílvia Hunold Lara e Sidney
Chalhoub, ambos professores doutores do departamento de História da Unicamp, afirmam que as
rebeliões de escravos que estavam se generalizando no País, na época da abolição, gerando
quilombos por toda a parte, como foi dito acima, após a abolição da pena de açoite, e, também, por
causa da cumplicidade do exército brasileiro e da polícia paulista que não iam mais fazer a recaptura
dos escravos fugidos, tornaram, então, inviável, politica e economicamente, a escravidão. Sílvia H.
Lara e Sidney Chalhoub procuram, com esta tese, minimizar o papel que Dona Isabel, os clubes
abolicionistas, a imprensa e a maçonaria brasileira tiveram na abolição da escravatura no
Brasil. Demétrio Magnoli, sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP, é um dos estudiosos
que criticam este novo tipo de abordagem da abolição da escravatura.
A ideia corrente de que somente ricos fazendeiros possuíam escravos e que a Lei Áurea atingiu e
prejudicou somente as elites econômicas também tem sido questionada atualmente. Tendo o
historiador José Murilo de Carvalho escrito:
A pena dourada
Tendo sido editada em três vias, cada cópia da Lei Áurea foi assinada por três penas douradas
idênticas.
Apesar do título de Príncipe Imperial do Brasil ter sido transmitido aos primogênitos descendentes de
seu tio-avô, D. Luís Maria Filipe, após a renúncia de seu avô, D. Pedro de Alcântara, a pena dourada
havia sido mantida como herança entre os primogênitos do Ramo de Petrópolis.
As outras duas penas utilizadas encontram-se em poder do Museu da Maçonaria, na sede do Grande
Oriente do Brasil.