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ASPECTOS DO OCULTO
O assunto torna-se ainda mais intrigante ao sabermos que grande parte das Ordens
Iniciáticas, principalmente as ditas maçônicas (1), se desenvolveram baseadas na Cabala,
que aparece como a chave de todos os rituais destas ordens, inclusive os da Igreja Romana,
como torna-se obvio a qualquer estudante não minado pelo fanatismo religioso.
A Cabala, a grosso modo, pode ser definida como sendo a Doutrina Esotérica
Judaica (2).
Quanto às origens da Cabala, por mais que nos aprofundemos em pesquisas, jamais
teremos respostas concretas a respeito. Mas, entre várias hipóteses, é dito que a tradição foi
criada e desenvolvida durante seis mil anos de civilização nas terras de KHEM (Egito) (3).
Naqueles gloriosos tempos, quando os deuses andavam pela Terra, a tradição era
conhecida como PAUT NETERU (Nove Divindades). Em seguida, ao perceberem o início
da decadência do Grande Império Camita, os iniciados resolveram transmiti-la aos
Caanitas.
Deixemos, entretanto, estas lendas de lado por enquanto. O que mais nos interessa
no momento é que, no Sistema Ocidental de Iniciação, a Cabala tem sido usada com
sucesso por muitos séculos e que contém o mais conveniente e seguro corpo de
correspondências jamais concentrado em um só e simples grifo. As divisões e subdivisões
representadas pelas Dez SEPHIROTH e os VINTE E DOIS CAMINHOS compreendem o
inteiro Universo.
O princípio formal estabelece que, uma vez o profundo significado de uma palavra ou frase
seja estabelecido, ela passa a ter o mesmo significado através de toda uma escritura. Isto
aplica-se também aos números, letras, abreviações e leis. Por exemplo: de acordo com esta
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regra, a expressão SERPENTE DO PARAISO pode ser entendida como sendo as
BIOENERGIAS QUE ASCENDEM PELA COLUNA DORSAL EM ESPIRAIS
DURANTE CERTAS PRÁTICAS OCULTAS. Seguindo o princípio acima, todas as
serpentes citadas na Bíblia são metáforas para estas energias flamejantes do corpo humano
(4).
Em Gênesis, 49:10, Jacob dirige-se à seu filho dizendo: venha SHILOH... (IABO
SHILOH). Shiloh é primeiramente mencionado por Jeshuah, que construiu um povoado
anfictiônico no sítio ao redor do TABERNÁCULO. O quanto sabemos a respeito deste
povoado não nos oferece qualquer significado metafórico do termo Shiloh. Os cabalistas
encontraram a resposta do seguinte modo: a frase Venha Shiloh tem como soma total
358. Existem duas outras palavras com idêntica numeração: SERPENTE e MESSIAS
(NChSh e MESSIAH ), que nos ajuda a explicar o significado alegórico de Shiloh.
O termo Serpente foi antes explicado como uma palavra código para as bioenergias
que em seu movimento de subida lembram os populares desenhos espiralados do DNA, e
melhor ainda, a Serpente do Bastão de Hermes (Mercúrio-Thot), mensageiro dos Deuses
Gregos, e nos lembra também a SERPENTE DE BRONZE erguida por Moisés no deserto (
Números, 21:6-9).
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A Arvore da Vida contém Dez SEPHIROTH e Vinte e Dois Caminhos, perfazendo
as TRINTA E DUAS PORTAS DA SABEDORIA. Entretanto, aí existe um Véu. Não são
somente Dez Sephiroth, mas ONZE DAATH, que quase nunca é mencionada nos
compêndios (porque não interessa a muitos) a respeito da Cabala, é a invisível Porta que dá
acesso às TRÊS SEPHIROTH SUPERNAS (KETHER, CHOKMAH E BINAH). Assim,
temos a soma TRINTA E TRÊS (11+22) que nos fornece as chave dos Trinta e Três Graus
da Maçonaria e, como todos devem ter notado, a idade de IHShVH, isto é, o Magus do
AEON de OSIRIS.
A Árvore da Vida é, por assim dizer, uma chave cabalística no senso místico e
mágico. Numerosos livros t6em sido escritos a respeito da Dez Sephiroth e dos Vinte e
Dois Caminhos, desdobrados pela consciência humana, em sua tentativa de compreender os
poderes macrocósmicos em termos de valores microcósmicos.
Qualquer alusão a este aspecto da Árvore da Vida e seus Ramos tem sido
classificada sob oprobiosos cabeçalhos ou relacionados ao infernal domínio dos Qliphoth, o
mundo das cascas ou sombras , que não é outro senão nosso mundo, tal como o
conhecemos, sem a Luz transformadora da Consciência Mágica.
Assim sendo, a total Iniciação não será possível sem o entendimento dos Caminhos
Qliphothicos, que são, na prática, tão reais quanto a sombra de qualquer objeto iluminado
pelo sol. Em outras palavras, os Caminhos Luminosos de Horus, os Caminhos que o
homem tem projetado para conectar as Zonas-de-Poder Cósmico (Sephiroth) com sua
própria consciência, possui suas contrapartes nos Túneis de Seth, uma obscura teia, ou
noturna rede de Caminhos, cuja existência é ignorada por esses que são incapazes de
perceber a total complexidade da Árvore, mas percebida mesmo àqueles que atingiram seus
mais baixos Ramos. É falso e fútil imaginar uma moeda com somente uma face. Pessoas
que assim tentam imaginar, jamais poderão descobrir os segredos do Universo que, na
realidade, são os seus mesmos segredos. Somente depois de dominar o mundo das sombras
dentro de si mesmo, na forma de arqui-demônios, luxuria, ódio e orgulho, é que o homem
poderá realmente clamar-se o Senhor dos Discos Luminosos, a Sephiroth.
As Sephiroth eram descritas pelos antigos Cabalistas, e por alguns dos atuais, como
sendo divinas emanações do Absoluto. A Palavra Sephiroth é o plural de Sephira,
significando número ou emanação . As Dez Sephiroth representam a emergência de
AIN (O Nada que está além da Unidade) via a escala numérica de Um a Nove, e seu
retorno ao Nada via Malkuth onde a Unidade (1) torna-se Nada (0) outra vez.
Como os leitores devem ter percebido, existem certos fatos relacionados com a
Cabala que necessitam ser ventilados antes que possamos obter uma melhor compreensão
deste Sistema, como também para evitar andar em círculos e becos sem saída, causados por
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distorções e deturpações que, num passado não muito remoto, impediram o avança da
evolução humana, neste particular assunto nos últimos dois mil anos.
Contudo é necessário alertar que estes erros não ocorreram de acidentes fortuitos,
mas sim provocados deliberadamente, fazendo parte de maquiavélico plano no qual o
homem viu-se envolvido inconscientemente. Grupos, os mais diabólicos, deturpando
alguns Arcanos, pretenderam, e ainda pretendem, usurpar não só o poder religioso, mas
também o mágico, e, através destes, manipular o destino do Planeta. Muitos questionarão o
porque disso, ou melhor, qual o intuito desses que elaboraram o plano. Existem pistas
espalhadas por toda nossa História, as quais os mais perceptivos, ou os de fato Iniciados,
poderão Ter idéia do porque.
Entretanto, como deveria se tornar obvio a esses grupos, o plano jamais teria êxito
por muito tempo, e está se desmoronando no presente AEON, malgrado os desesperados
esforços deles em mante-lo de pé.
Também esse assunto, sendo de suma importância para uma melhor compreensão
do Grande Quadro e, obviamente, das causas de nossos males, deve ser estudado e
analisado demoradamente.
Quando isso for feito, veremos que aquela falha no plano e esses males são, eles
mesmos, perfeitos exemplos do funcionamento das salvaguardas: a falha produz sofrimento
e, sofrendo, o homem busca respostas e, nessa busca, encontrará, mais cedo ou mais tarde,
a chave do GRANDE ARCANO, anulando a ação nefasta daquela organização diabólica.
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mostrada em duas dimensões, mas também existem representações em que ela aparece em
três dimensões.
Assim trabalhando, ele transcende o que ele é no atual, ou melhor, o que ele pensa
ser, ascendendo pelas SEPHIROTH até atingir (teoricamente) KETHER. Esta subida
realiza-se pela COLUNA DO MEIO, ou o CAMINHO DO MEIO, isto é, a Coluna Central
da Árvore, formada por MALKUTH, YESOD, TIPHARETH, DAATH e KETHER. No
Sistema Oriental isto equivale ao Canal Shushuma, por onde eleva-se KUNDALINI. Na
Tradição Greco-Romana, o Caduceu de Hermes (Mercúrio-Toth) é o símbolo do segredo,
tanto quanto a Serpente de bronze erguida por Moisés no deserto.
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nomes divinos apropriados. O pentagrama terá a cor vermelha e o círculo será verde (cor
complementar), etc. Colocando-se no centro do círculo, o Magista procederá às invocações
ou evocações, e usará seu corpo astral para tal fim.
Assim descrito, o processo, parece fácil. Mas ele requer um perfeito entendimento
do que se está fazendo, perfeito controle sobre seus aspectos mais inferiores, perfeita
concentração, tempo, dedicação, exaltação de todo o ser do magista, etc.
Para melhor visão do que agora vai ser dito, devo lembrar que as Três Sephiroth
Supernas (Kether, Chokmah e Binah) encontram-se separadas das demais por uma espécie
de vazio chamado ABISMO, UMA VERSÃO DO VÉU DE PAROKETH num plano
mais elevado.
Daath, como fruto de Chokmah e Binah (10), está atribuída a URANUS, que indica
a natureza altamente explosiva deste Conhecimento. Netuno, assim como Chokmah, é uma
forma de Hadit; e Saturno, da mesma forma que Binah, é uma forma de Nuit. Este
Conhecimento, portanto, é o Conhecimento da Vida e também o é da Morte e, como tal,
sugere a natureza sexual da fórmula.
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encontram-se, assim, em Daath, a Esfera de Conhecimento, pois Conhecimento somente é
possível onde a dualidade (dois, duo, II, 11) prevalece.
Daath é uma Porta. Nós sabemos que a letra DALETH, o número 4, significa
Porta e está atribuída a Vênus, a Deusa do Amor Sexual, como a Porta de toda vida
manifestada; e a Porta Venusiana está simbolizada por uma VESICA (KTEIS).
Sob o ponto de vista iniciático, que é o único que nos interessa no momento, o
homem não se encontra em Malkuth, mas sim nos Qliphoth. Sob esse mesmo ponto de
vista, não haverá total e completa Consecução Espiritual sem o direto contato e domínio
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dos, assim chamado, Reis do Edon (Qliphoth). Necessitamos compreender que os Qliphoth
são partes integrantes e inseparáveis do conjunto da Árvore da Vida, da mesma forma que
nosso anus e nosso pênis (ou vagina) fazem parte de nosso corpo e que estaremos mal de
saúde se estas partes não executarem suas funções biológicas livremente. Os Qliphoth são a
outra face das Sephiroth, e estas duas faces constituem, usando um velho clichê, uma só
moeda.
Qualquer estudante (seja mação, teósofo, etc.) que escolhe (na verdade o mação não
tem escolha) o Sistema Cabalístico, ou qualquer outro sistema para seu trabalho oculto,
forçosamente encontrar-se-á com os Qliphoth, pois não existe qualquer maneira de evitá-lo.
Na própria fábula romana, Jesus teve que descer aos Infernos...
O acima dito não quer significar em absoluto existirem duas Árvores da Vida, uma
superior, sob o comando de deus , e outra inferior sob o comando do diabo . A filosofia
maniqueista copiada pela Igreja Romana foi uma dessas superficiais tentativas de
interpretar os fenômenos do Universo. Não existe Bem e Mal absolutos em constante luta
pela posse do Cosmo. Uma lado negro da força, combatendo um lado branco , é
assunto onde toda a superstição e deturpação da teologia ocidental é manipulada para
reforçar o plano da Grande Feitiçaria. Isis, Seth, Osiris, Typhon e Horus são manifestações
personalizadas de uma só e Única Energia. Somente após pleno conhecimento e domínio
dessas forças amorais (nem morais e nem imorais) existentes dentro de nós mesmos sob a
forma de deuses, demônios, anjos, etc. é que o ser humano transcenderá as condições do
mundo onde tem sua atual existência, tornando-se, ele Mesmo, Um com a Divindade, um
Mestre dos Mistérios.
Lidar com os Qliphoth constitui perigo na medida que não haja clara perspectiva do
assunto. Independente disso, devemos entender que tudo é projeção de nossas mentes, que
o Universo espelha esta mente com seus sonhos, temores, alegrias, medos, tristezas,
ambições, etc. Luta e perigo existem em todas as partes. Existe perigo até no atravessar de
uma rua, mas nem por isso deixamos de atravessa-la.
Se o Universo não se apresentasse sob esse dinamismo, sem esses desafios, sem esta
excitação, sem os incentivos naturais, não haveria evolução. O Universo é um FLUIR
ETERNO. Não existe tal lugar como o céu católico romano ou protestante, estático, onde se
descansa indefinidamente cercado de anjos tocando harpas, e mil virgens cantando. Que
coisa sem cor...
Os Qliphoth, tais como as Sephiroth, são partes e artes de nós mesmos. Portanto,
além de tolice, é impossível fugir do encontro com as regiões as quais, na realidade,
estamos constantemente em contato.
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A partir do momento em que o homem opta pelo Caminho da Iniciação,
automaticamente tem começo o processo do despertar dessas energias, bem como elas
iniciam o trabalho para o qual foram destinadas. Ao darmos exagerado valor ao perigo
nesses Caminhos, despertamos o medo, e o medo constitui, por si só, a maior barreira no
Caminho da Iluminação. É estupidez o temor à morte, à loucura, ou à perda da Alma. A
lenda que diz ser possível vender a Alma ao diabo é pura tolice, invencionice de mentes
desequilibradas. Mesmo admitindo-se a existência de um tal ser, o homem não poderia, em
hipótese alguma, vender sua Alma, pois ela é UNA COM A DIVINDADE que se manifesta
sob a máscara da personalidade destinada a desaparecer pelo processo iniciático. A Alma,
parte divina do homem, jamais pode ser destruída.
No decorrer de suas vidas, a maioria das pessoas jamais se deu conta de que, muito
além do Universo dos processos mentais considerados normais, existem outros tantos
Universos completamente desconhecidos por nossa parte consciente, contendo em si
mesmos mundos tão vastos e tão amplos, que tona-se difícil falarmos deles, ou
descrevermos suas dimensões, sem recorrermos a um exótico linguajar simbólico. A chave
deste linguajar vamos encontrar na CABALA.