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2007 ANO EUROPEU

DA IGUALDADE
DE OPORTUNIDADES
PARA TODOS

Ligue o SOM
Na esplanada de um café da cidade, em dia de
muito calor do mês de Agosto, de chávena na
mão, dava água ao Tiago por uma colher.
Uma menina pequenina, de ar curioso e
inocente, abeirou-se, atenta.
A menina fez uma grande descoberta:

um homem com corpo de criança, de


barba e de bigode, já careca, bebia como
os bebés. A água era-lhe dada por colher
e com babete por protecção.
Aquela menina, curiosa e atenta, descobria que
há homens que continuam pela vida sempre
crianças.
Descobria que há crianças diferentes. Não falam
ou falam com dificuldade. Descobria uma
fisionomia diferente. Descobria que há adultos
que se sujam na rua sem corar de vergonha.
Crianças diferentes que gritam e fazem birras
despropositadas.
Crianças que andam
acompanhadas pelos
pais ou por outras
pessoas. Crianças que
caminham com
dificuldade, vacilando e
apoiadas. Também
podem andar em
carrinho. Homens ou
mulheres, gente
crescida e adulta que
se baba.
Aquela menina ainda não descobriu que a
criança diferente que viu na esplanada do
café passa muitas noites sem dormir, deu e
dá aos pais muitos trabalhos, aflições e
canseiras.
Ainda não descobriu que aquela criança já fez muitas
operações para minorar algumas das suas diferenças, que
tem futuro incerto, que a sua vida é sempre de dependência e
sem autonomia, que na ausência ou na impossibilidade dos
pais, esta criança diferente precisa de instituições que a
acolham e a tratem com dignidade, porque não pode
defender-se por si, que precisa de constante protecção.
A menina curiosa viu e
observou com curiosidade que
este homem-criança diferente
estava a ser cuidado pelo pai,
enquanto a mãe andava
noutras tarefas ao serviço
daquela criança diferente, mas
ainda não descobriu que
muitas crianças diferentes
como esta que viu são
retiradas da sociedade,
escondidas, maltratadas,
atiradas para a escuridão da
exclusão.
Aquela menina curiosa e atenta, ao ver as diferenças
do homenzinho com comportamentos de criança,
que bebe água de uma taça por colher e com babete
por protecção,
é um cidadão deficiente mental.
Tem mentalidade, compreensão e comportamentos
de criança, quase de bebé.
Anda na rua acompanhado porque não tem
capacidade para se orientar por si. Tem
dificuldades na marcha, por isso anda na rua
apoiado e levado pelo braço de outras pessoas.
A menina curiosa
ainda não sabe que
as diferenças que viu
calharam a esse
homenzinho-criança,
mas as diferenças
podiam ter calhado a
outras crianças.
Sempre houve pessoas diferentes, mas as
pessoas com deficiências nem sempre foram
consideradas pessoas.
Antes, ficavam em casa escondidas ou eram
retiradas da sociedade, levadas à roda ou até
eliminadas.
Agora, são tratadas como pessoas, circulam,
andam na rua, mesmo que acompanhadas e
apoiadas. Sentam-se na esplanada de um café
para beber, mesmo que seja por colher, como os
bebés.
Antes, as pessoas com deficiências eram
excluídas ou até eliminadas, agora são integradas
e têm direito à inclusão.
A sociedade tem o dever de as aceitar, de se
adaptar e organizar em função das suas
limitações e das suas desvantagens.
Antes, as atitudes face às pessoas com
deficiências iam do seu abandono nas florestas
ao aniquilamento nos desfiladeiros.
Agora, frequentam escolas e outras instituições,
onde fazem aprendizagens.
Mas o percurso das pessoas com
deficiências ainda encontra muitos
obstáculos, ainda há discriminações
para vencer.
Muita gente é deficiente
e não sabe. Por exemplo:
é deficiência intelectual
conceber e construir edifícios
inacessíveis a cidadãos
com deficiência…
Está na mão de cada um de nós eliminar as descriminações.
COMEÇA POR TI!

Formatação: M. Silvestre Gago http://www.esnips.com/user/humordatreta

humordatreta@gmail.com

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