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Genética Bacteriana
Os procariotas não se reproduzem sexuadamente e por isso não ocorre fusão
de dois gâmetas e formação de um zigoto, onde coexistam os dois genomas parentais.
Contudo, a variação genética na população procariota não é limitada. As mutações são
demasiadamente raras para servirem de base à variabilidade genética dos organismos
vivos. Para além destas, outros factores que contribuem para as variações genotípicas
são a integração de vírus e o movimento de elementos genéticos para o cromossoma.
A HGT difere da transferência genética vertical (“de pais para filhos”), uma vez
que os genes são transferidos de organismos independentes para outros, criando
normalmente um recombinante estável com características de ambos (dador e receptor).
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importância da transferência genética é a evolução dos genes resistentes a antibióticos
contra bactérias patogénicas.
A transferência horizontal de genes tem sido importante para a evolução de muitas espécies, não ocorrendo,
a)
b)
c)
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b) capaz de auto-replicação, sendo resistente ao ataque das endonucleases. Não
necessita de se integrar dentro do cromossoma da célula receptora, mantendo-se
independente do material genético endógeno. Ex: plasmídeo.
c) destruído por nucleases, processo denominado por restrição por endonucleases
(host restriction).
TRANSFORMAÇÃO
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Curiosidade: Este processo ocorre no solo e em ecossistemas aquáticos e pode ser
uma via importante de troca genética em biofilmes e noutras comunidades microbianas.
Este fenómeno foi observado pela primeira vez por Fred Griffith (em 1928) em
Pneumococcus (figura 12.3). Griffith verificou que o tipo de colónia, lisa ou rugosa,
estava relacionado com a virulência dos Pneumococcus.
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12.2 (d) – Ao aquecer posteriormente um extracto de bactérias lisas
juntamente com bactérias rugosas e ao injectar nos ratos, observou-se que os ratos
morriam.
Griffith isolou o sangue dos ratos mortos e encontrou Pneumococcus
capsulados com virulência. Mas como isto poderia acontecer se as bactérias capsuladas
morriam ao serem expostas ao calor? Griffith concluiu que as bactérias não capsuladas
adquiriam um agente transformante proveniente da estirpe capsulada e tornavam-se
virulentas, pois começavam a produzir cápsula → Transformação de um genótipo
noutro. Diz-se, então, que as bactérias tornaram-se competentes, ou seja, células
capazes de aceitar fragmentos de DNA e transformá-los.
Experiências posteriores a Griffith demonstraram que o agente transformante é
o DNA.
Estado de competência
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2 - A quantidade de mediadores (oligopéptidos) produzidos aumenta.
3 - O factor de competência atinge um receptor e emite um sinal para o genoma,
induzindo a transdução de determinados genes, que uma vez transcritos tornam a
bactéria competente, isto é, capaz de captar o DNA.
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1
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Mecanismo de TransformaçãoI
I
Para uma melhor compreensão do mecanismo de Transformação poderão ver a seguinte animação:
http://highered.mcgraw-hill.com/sites/0072556781/student_view0/chapter13/animation_quiz_1.html
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1-Um fragmento de DNA (cadeia dupla) liga-se à superfície da bactéria por
proteínas (DNA binding protein);
2-Ocorre a degradação de uma das cadeias de DNA através de uma endonuclease
extracelular;
3-A cadeia não degradada liga-se a proteínas de competência, movendo-se através
da membrana plasmática;
4-Ocorre a entrada da cadeia simples de DNA para
dentro da célula até ao local onde se encontra a cadeia
complementar no cromossoma. A formação de um
heteroduplex de DNA requer os produtos do gene rec
A (também importante na reparação do genoma) e
este sistema de recombinação da célula apenas
funciona se houver uma homologia
(complementaridade) entre as duas moléculas de
DNA.
Figura 12.6 – Recombinação
geral não recíproca
Notas:
Os fragmentos de cadeia simples que não encontrarem uma região homóloga
desaparecem ao fim de algumas gerações;
A entrada de DNA faz-se com dispêndio de energia.
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TRANSDUÇÃO
4-Lise e Libertação: Quando a replicação dos novos vírus atinge uma determinada
concentração, estes são libertados por lise da bactéria. Após serem libertados, estes
novos fagos poderão vir a infectar novas bactérias.
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Estes vírus tomam o nome de bacteriófagos virulentos e o processo é
denominado por ciclo lítico.
Ciclo lisogénico
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Os dois tipos de ciclos referidos anteriormente estão resumidos no seguinte
esquema:
Tipos de transdução
Transdução generalizada;
Transdução restrita.
Transdução GeneralizadaII
QUALQUER GENE PODE SER TRANSFERIDO
A transdução
generalizada ocorre durante
o ciclo lítico dos bacteriófagos
virulentos e de alguns fagos
temperados. Toma a
designação de generalizada
II
Para uma melhor compreensão do mecanismo de Transdução poderão ver a seguinte animação:
http://highered.mcgraw-hill.com/sites/0072556781/student_view0/chapter13/animation_quiz_2.html
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porque a porção do genoma que entra na bactéria não é conhecida, é uma porção ao
acaso.
A transdução generalizada começa com o ataque de um bacteriófago a uma
célula hospedeira, introduzindo-lhe o seu material genético. Entretanto ocorre a
fragmentação do genoma da
Figura 12.8 – Transdução generalizada em bactérias
célula hospedeira por nucleases
de natureza viral. Esses fragmentos (de tamanho semelhante ao do genoma do
bacteriófago) podem vir a ser encapsulados resultando na formação de partículas
transdutoras (para além da formação de novos fagos maduros a partir do DNA fágico).
A frequência de formação de partículas transdutoras é muito baixa. Em cada 106
partículas virais formadas há apenas uma partícula transdutora (figura 12.8 – partícula
assinalada). Esta partícula ao encontrar uma nova célula sensível irá introduzir o
segmento de DNA. (O fragmento de DNA bacteriano que é transportado por uma
partícula fágica foi apenas seleccionado pelo tamanho e, por consequência, qualquer dos
caracteres da bactéria dadora pode ser transferido.) Uma vez no interior da célula, o
fragmento irá ser conduzido para a região homóloga do genoma onde, após alinhamento
entre sequências homólogas poderá ocorrer recombinação. Por fim a célula multiplica-
se, transportanto o novo material genético.
Notas:
Tal como na transformação, uma vez injectado, o DNA tem de ser incorporado
no cromossoma da célula hospedeira de modo a preservar os genes transferidos. O DNA
permanece em cadeia dupla durante a transferência e ambas as cadeias são incorporadas
no material genético endógeno. Cerca de 70 a 90% do DNA transferido não é
incorporado, mas normalmente é capaz de sobreviver temporariamente e ser expresso.
(Este tipo de bactérias que contêm este “DNA não-incorporado” são chamadas de transdutores abortivos.)
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Transdução Restrita
RECOMBINAÇÃO EM ALVO ESPECÍFICA
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Mecanismo de transdução para o bacteriófago λ
Sítio de ligação do
bacteriófago λ
Sítio de ligação da bactéria
hospedeira
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Figura 12.11 – Inserção reversível e excisão do
bacteriófago λ
Uma vez que o ciclo lisogénico é estabelecido, o genoma do fago λ (vírus)
integra-se no cromossoma bacteriano (célula hospedeira). Esta integração é catalizada
por uma enzima integrase e ocorre ao nível do sítio de ligação da bactéria (BB’). Como
os sítios de ligação do bacteriófago e da bactéria hospedeira são semelhantes, podem
complexar um com o outro. Deste modo, como resultado de integração, o genoma
circular do fago λ torna-se uma cadeia linear localizada entre os dois operões gal e bio
(profago). O profago pode permanecer integrado indefinidamente, sendo replicado à
medida que o genoma bacteriano é replicado.
CONJUGAÇÃO
EXPERIÊNCIA DE CONJUGAÇÃO BACTERIANA (LEDERBERG E TATUM 1946)
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Em 1946, Joshua Lederberg e Edward
Tatum executaram uma experiência, que mais
tarde veio a demonstrar o fenómeno de
conjugação bacteriana (figura 12.12).
Num tubo usaram um auxotrófico triplo
(de forma a evitar a possibilidade de ocorrer
processos de reversão), um meio de cultura
mínimo e um agente mutagénico, tendo feito o
mesmo noutro tubo mas com um auxotrófico
Colónias Colónias
diferente. Incubaram e verificaram que não
houve crescimento de colónias. Entretanto
juntaram as duas colónias e após incubação
observaram que houve crescimento de colónias.
Colónias de prototróficos
A partir da experiência conseguiram detectar recombinantes
alguns recombinantes provenientes do contacto
Figura 12.12 – Experiência de
entre duas estirpes bacterianas auxotróficas, conjugação
estirpes com necessidades nutricionais
específicas, utilizando um meio selectivo, contendo como única fonte de carbono a
glucose. Neste meio nenhuma das estirpes parentais poderia crescer por falta de factores
nutricionais. O desenvolvimento das colónias seria revelador de que uma estirpe
prototrófica (isto é, que necessita de factores de crescimento específicos) teria
resultado do contacto directo entre as duas estirpes auxotróficas, ou seja, os dois
auxotróficos transferiam genes entre si o que lhes permitiu conseguir sintetizar as
substâncias que outrora não conseguiam e assim proliferar no meio.
A conjugação é então a transferência de genes por contacto directo.
Cruzamento F+ x F- III
Célula F+15
Pili sexual
Figura 12.13 – Conjugação de duas E. coli
estudados. O factor F ou factor de fertilidade contém genes responsáveis pela união das
células e pela transferência de plasmídeos entre estirpes bacterianas específicas durante
a conjugação. O factor F também tem variados segmentos que constituem as sequências
de inserção que participam na integração do plasmídeo no cromossoma da célula
hospedeira. Muitos dos quais dirigem a formação de pili sexuais e outros auxiliam a
transferência de DNA. (figura 12.13)
Experiências de cruzamentos entre bactérias revelaram ainda que a transferência
genética nas bactérias é unidireccional (= não recíproca, polar). Os genes são
transferidos de uma bactéria dadora ou fertilizante (F+) para uma bactéria receptora
ou não-fertilizante (F-).
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1ª Situação: Cruzamento entre F+ pro+,leu+,arg+ x F- pro-,leu-,arg-,strR
As células F+, devido ao seu genótipo, crescem em meio mínimo enquanto que
as células F- não. Como apenas as células F- são estreptomicina resistentes (strR), se
adicionarmos ao meio mínimo (com uma mistura destas duas estirpes) estreptomicina,
só crescem as células F- que se tenham recombinado com F+, ou seja, apenas crescem
aquelas que adquirem os genes que lhes permitam viver nesse meio. Contudo, as F+ de
origem morrem por acção de um antibiótico. As novas F+ recombinadas não morreram
porque mantiveram a resistência que já tinham na sua forma F-, isto é, a estirpe F-
adquiriu novos genes (passou a F+), não perdendo os que já possuía. Assim sendo, a
estreptomicina funciona como seleccionador para que apenas cresçam recombinantes
derivados das F-.
2ª Situação:
1ª Situação:
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2ª Situação:
Cruzamento HFR x F-
IV
Para uma melhor compreensão do mecanismo de Conjugação poderão ver a seguinte animação:
http://highered.mcgraw-hill.com/sites/0072556781/student_view0/chapter13/animation_quiz_4.html
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Como ocorre a replicação do DNA no factor F?
V
Para uma melhor compreensão do mecanismo de Conjugação poderão ver a seguinte animação:
http://highered.mcgraw-hill.com/sites/0072556781/student_view0/chapter13/animation_quiz_6.html
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Mapeamento do genoma
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