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2009
2
Os melhores contos de Lima Barreto
Autor: Lima Barreto (1881-1922)
Ano: 1986 * publicação desta seleção.
Gênero : Contos
Período: Pré-modernismo
Sinopse: “Um especialista” - O conto é centralizado na história de promiscuidade do Comendador,
que adorava as mulatas a ponto de colecionar uma porção em seu vasto currículo de amantes,
apesar de ser casado e de ter filhas. No princípio de suas aventuras no Brasil, pois assim como seu
amigo, o Coronel Carvalho, era português, o Comendador, ainda como caixeiro-viajante no Recife,
desencaminhou uma jovem e lhe deixou uma filha nos braços, sumindo com uma pequena
herança que ela havia recebido quando da morte dos pais. Vindo para o Rio, conseguiu evoluir à
posição de Comendador que ora ostentava. No momento, o Comendador estava envolvido com
uma bela mulata, que ao final do conto descobre ser a filha que ele abandonara anos antes. O
conto vai se arrastando nas tramas das festas, dos bailes e dos espetáculos que animavam as
noites da burguesia carioca, e da conversa franca e aberta que os amigos têm com a amante do
Comendador, que somente no final, quando a mulata começa a falar sobre seu passado, descobre
ser sua filha.
Observação: A pobreza e a situação social suburbana de Lima Barreto aguçaram sua visão e senso
crítico. Sua obra é uma crônica autêntica dos subúrbios cariocas e de sua população, retratando,
de um lado, a população pobre e oprimida desse subúrbio e, de outro, o mundo vazio de uma
burguesia medíocre; de políticos poderosos e incompetentes e de militares opressores. A seleção
é composta de treze contos. A sinopse refere-se ao conto homônimo, que abre a coletânea.
3
Os ratos
Autor: Dyonélio Machado (1895-1985)
Ano: 1935
Gênero: Romance
Período: Modernismo (2ª geração)
Sinopse: A história começa com o leiteiro ameaçando cortar o fornecimento caso Naziazeno, um
modesto funcionário público, não lhe pague os $53000. Naziazeno passa então o dia atormentado,
tentando conseguir o dinheiro: pede emprestado ao chefe (que lhe nega), joga (não consegue na
roleta ou no bicho) e acaba conseguindo um empréstimo com o amigo Alcides. À noite, não
consegue dormir preocupado com o dinheiro e com a idéia (quase certeza) de que os ratos roem o
dinheiro para o leite de seu filho. Só dorme quando ouve o leiteiro despejar o leite. Numa prosa
urbana, regionalista e intimista, Os Ratos passa-se apenas em um dia de muito drama para seu
protagonista.
Observação: Cada um dos 28 capítulos tem sua própria célula de suspense, que será resolvida no
máximo no seguinte, em que obrigatoriamente surgirá outra.
4
Negrinha
Autor: Monteiro Lobato (1882-1948)
Ano: 1920
Gênero : Contos
Período: Pré-modernismo
Sinopse: D. Inácia era viúva sem filhos e não suportava choro de crianças. Se Negrinha, bebezinho,
chorava nos braços da mãe, a mulher gritava. A mãe, desesperada, abafava o choro do bebê, e
afastandose com ela para os fundos da casa, torcia-lhe belicões desesperados. O choro não era
sem razão: era fome e frio. Assim cresceu Negrinha, orfã aos quatro anos, por ali ficou feito gato
sem dono, levada a pontapés. Aprendeu a andar, mas quase não andava. Ensinaram Negrinha a
fazer crochê e lá ficava ela espichando trancinhas sem fim. Nunca tivera uma palavra sequer de
carinho e lhe davam apelidos perversos. Em um certo dezembro, vieram passar as férias na
fazenda duas sobrinhas de D. Inácia e negrinha viu-as saltitantes e felizes, viu também Inácia sorrir
quando as via brincar. Nunca tinha visto uma boneca e ao tê-la na mão sentiu medo de D. Inácia,
mas a patroa deixou-a brincar e ela tomou consciência do mundo e da alegria. Mas se foram as
meninas, a boneca também se foi e a casa caiu na mesmice de sempre. Sabedora do que tinha
sido a vida, a alma desabrochada, Negrinha caiu em tristeza profunda e morreu. No final da
narrativa, o narrador nos alerta: "E de Negrinha ficaram no mundo apenas duas impressões. Uma
cômica, na memória das meninas ricas. – “Lembras-te daquela bobinha da titia, que nunca vira
boneca?" Outra de saudade, no nó dos dedos de dona Inácia: - "Como era boa para um cocre!...”
Observação: Os contos deste volume constituem parte da literatura adulta de Lobato.
5
Antes do baile verde
Autor: Lygia Fagundes Telles (1923-)
Ano: 1970
Gênero: Contos
Período: Geração de 45 (modernismo)
Sinopse: “Antes do baile verde” - Uma jovem se prepara animada para o grande baile à fantasia de
sua cidade, em que todos devem comparecer vestidos com roupas verdes. No quarto ao lado, seu
pai doente agoniza em seus últimos minutos de vida. A jovem movida pela vontade egoísta de se
divertir num simples baile, ao invés de assumir a responsabilidade inconveniente de cuidar do pai,
inventa a todo o momento as maiores desculpas para si mesma. A protagonista se divide entre o
dever e a culpa para com ao pai moribundo e o desejo de se divertir livremente, até sua fuga
desabalada rumo ao sonhado baile de carnaval.
Observação: O livro é composto de dezoito contos. A sinopse refere-se ao conto homônimo.
6
O cobrador
Autor: Rubem Fonseca (1925-)
Ano: 1979
Gênero: Conto
Período: Pós-modernismo
Sinopse: Em dez contos Rubens Fonseca prova sua maestria em escrever curtas narrativas. São
histórias sobre amor, pedofilia, guerras, advogados, revoltas conta a sociedade. Em O Cobrador,
Rubem Fonseca descreve os pensamentos de um assassino em série que pratica seus atos por
sentir que a sociedade lhe deve algo. Sua cobrança é destinada a qualquer infeliz que porventura
cruze seu caminho. Sua forma de aumentar e não esquecer o ódio que sente é assistir pela TV o
apelo incessante de uma sociedade cada vez mais consumista. No desfecho da história, o
Cobrador encontra um sentido político para sua "missão". Ele percebe que seu ódio estava sendo
desperdiçado e vaticina: "o meu exemplo deve ser seguido por outros, muitos outros, só assim
mudaremos o mundo".
Observação: O escritor usa uma narrativa agressiva, com forte realismo, para retratar o submundo
do crime e da violência urbana no Rio de Janeiro da década de 70.
7
O calor das coisas
Autor: Nélida Piñon (1937-)
Ano: 1980
Gênero: Contos
Período: Pós-modernismo
Sinopse: Treze contos nos quais é fácil perceber as mesmas preocupações da autora: a
importância da palavra e a manipulação política da linguagem. Desta vez, porém, há uma grande
carga de humor. De fina ironia e construção complexa para desvendar os mais recônditos cantões
da alma de seus personagens. Nélida utiliza imagens belas e delicadas para tratar das paixões
humanas. Seus enredos, sempre originais, muitas vezes confundem-se com o discurso. Nélida
alterna poesia e crítica, racionalidade e erotismo em páginas de leitura voraz e provocadora.
Observação: Nélida Piñon é a primeira mulher presidente da Academia Brasileira de Letras.
8.
Poesias completas
Autor: Álvares de Azevedo (1831-1852)
Ano: 1943 * publicação desta seleção.
Gênero: Poesia
Período: Romantismo (byronismo)
Sinopse: Álvares de Azevedo, representante brasileiro mais legítimo do mal-do-século, foi
fortemente influenciado por Lord Byron e Musset. Sua poesia é marcada pelo subjetivismo,
melancolia e um forte sarcasmo. Os temas mais comuns são o desejo de amor e a busca pela
morte. O amor é sempre idealizado, povoado por virgens misteriosas, que nunca se transformam
em realidade, causando assim a dor e a frustração que são acalmadas pela presença da mãe e da
irmã. Já a busca pela morte tem o significado de fuga, o eu-lírico sente-se impotente frente ao
mundo que lhe é apresentado e vê na morte a única maneira de libertação.
Observação: De sua obra, toda ela publicada postumamente, destacam-se os contos do livro Noite
na Taverna (1855), a peça de teatro Macário (1855) e o livro de poesias Lira dos Vinte Anos (1853).
9
Melhores poemas
Autor: Manuel Bandeira
Ano: 1984 * publicação desta seleção.
Gênero: Poesia
10
Melhores poemas
Autor: João Cabral de Melo Neto (1920-)
Ano: 1985 * publicação desta seleção.
Gênero: Poesia
Período: Geração de 45 (modernismo)
Sinopse: A poesia de João Cabral, como sugere o próprio poeta, divide-se em duas águas. Na
primeira linha predomina a pesquisa da criação poética, o rigor formal, o repúdio a qualquer nota
sentimental ou interferência do irracional, que se desenvolve a partir de O Engenheiro (1945), até
A Escola das Facas (1980), incluindo Uma Faca só Lâmina (1955) e Museu de Tudo (1975). A outra
grande vertente é a crítica social, ácida, mas sem qualquer nota panfletária ou demagógica, na
qual persistem todas as constantes da primeira linha, mas com uma contundência de faca, uma
faca só lâmina. O processo, iniciado com O Cão Sem Plumas (1950), se acentua em O Rio (1954) e
Morte e Vida Severina (1955), reaparece em Dois Parlamentos (1960) e Agrestes (1984), e como
que se depura no Auto do Frade (1984). Convém ainda salientar a presença obsessiva da Espanha,
ao longo de toda a sua obra, desde Paisagens com Figuras (1955), Quaderna (1959), Serial (1961)
até Crime na Calle Relator (1987) e Sevilha Andando (1990).
Observação: A crítica aponta-o como o ponto máximo da poesia brasileira do século XX, ao lado de
Carlos Drummond de Andrade.