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O termo dano no sentido amplo, vem a ser a lesão de qualquer bem jurídico, incluindo-
se o dano moral. Mas em sentido estrito, dano é a lesão ao patrimônio, este sendo o
conjunto de relações jurídicas de uma pessoa, apreciáveis em dinheiro1. Esse conceito
demonstra de forma sintética o assunto, pois enquanto o conceito clássico de dano é o
de que constitui ele uma “diminuição do patrimônio”, alguns autores o definem como a
diminuição ou subtração de um “ bem jurídico”, para abranger não só o patrimônio, mas
como também a honra, a saúde, a vida, suscetíveis de proteção.2
DANO MATERIAL
Tratando com mais profundidade, o dano material é o que afeta no patrimônio da vítima
lesada. Patrimônio é o conjunto das relações jurídicas de uma pessoa apreciáveis em
dinheiro. Entende-se que o dano material é a diminuição sofrida no patrimônio
decorrente de uma lesão.
O dano material é sempre avaliado em dinheiro e medido pela diferença entre o valor do
patrimônio que a vítima possuía antes e o valor do patrimônio da vítima depois da lesão.
Nos casos em que a lesão foi total do patrimônio, deve ser devolvido à vítima o estado
em que se encontrava antes.
O dano material direto é aquele dano causado ao patrimônio da própria vítima de forma
imediata, já o dano material indireto é aquele dano causado a terceiros em razão do
mesmo evento lesivo.
Por ser algo futuro do ato ilícito sobre o patrimônio da vítima, o lucro cessante exige
maior cuidado na sua caracterização e fixação.
DANO MORAL
O dano moral é aquele dano que não afeta o patrimônio do ofendido. Mas o dano moral
não é a dor, a angústia, o desgosto ou a humilhação, todas essas características são as
conseqüências que cada um sente ao seu modo em um dano moral. O dano moral
consiste na lesão a um interesse que visa a satisfação ou o gozo de um bem jurídico
extrapatrimonial contido nos direitos da personalidade (como a vida, a integridade
corporal, a liberdade, a honra, o decoro, a intimidade, os sentimentos afetivos, a própria
imagem) ou nos atributos da pessoa (como o nome, a capacidade e o estado de família).
Existe ainda o dano moral indireto que consiste na lesão a um interesse patrimonial da
vítima, é a lesão ao gozo ou satisfação oriundo de um bem patrimonial.
Não cabe, por outro lado, considerar que são incompatíveis os pedidos de reparação
patrimonial e indenização por dano moral. O fato gerador pode ser o mesmo, porém o
efeito pode ser múltiplo. A morte de uma pessoa fundamenta a indenização por dano
material na medida em que se avalia o que perdem pecuniariamente os seus
dependentes. Ao mesmo tempo justifica a reparação por dano moral quando se tem em
vista a dor, o sofrimento que representa para seus parentes ou aliados a eliminação
violenta e injusta do ente querido, independentemente de que a sua falta atinge a
economia dos familiares e dependentes.9
Portanto é possível a cumulação do dano moral com o dano material pois a origem do
dano é a mesma e ainda se tratando de tipos de indenizações distintas, pois por um lado
ocorre o sofrimento dos parentes da vítima ou da própria vítima e por outro lado um
dano no patrimônio, ou o que a vítima ou seus dependentes perderam ou deixaram de
ganhar.