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Moradores dos bairros dos Lóios e Amendoeiras apresentam queixa

Sexta-Feira, 08 de Dezembro de 2006


A queixa foi formalizada quarta-feira pela Comissão de Inquilinos do
IGAPHE - o antigo Instituto de Gestão e Alienação do Património
Habitacional do Estado - no Bairro dos Lóios e pela Comissão de
Moradores do IGAPHE do Bairro das Amendoeiras.
Elementos da Comissão de Moradores das Amendoeiras reclamaram
em meados de Novembro a abertura de um inquérito parlamentar à
actuação da Fundação D. Pedro IV, gestora das habitações desde o ano
passado. Os representantes dos moradores foram na ocasião recebidos na subcomissão
parlamentar de Justiça, onde entregaram documentos que referem alegadas irregularidades
cometidas pela fundação durante o processo de transferência das habitações.

Moradores falam em “ilegalidades”


A Comissão de Inquilinos nos Lóios anunciou em comunicado que na queixa entregue junto
da provedoria são expostos “factos relativos a ilegalidades cometidas pela fundação” na
gestão do respectivo património habitacional.
“Foi ainda apresentada uma queixa sobre a recusa da Fundação D. Pedro IV relativamente à
possibilidade de alienação dos fogos do Bairro dos Lóios aos moradores que os pretendem
adquirir”, afirma a comissão em comunicado.
Muitos moradores deste bairro manifestaram vontade de comprar as casas onde habitam,
tendo em vários casos realizado obras ao longo dos anos à sua custa.
Os moradores denunciam que a fundação tem vindo a gerir os 1.451 fogos atribuídos pelo
IGAPHE de uma “forma contrária aos seus estatutos de Instituição Particular de
Solidariedade Social”.

Favorecimento político
Também a Comissão de Moradores do IGAPHE do Bairro das Amendoeiras contesta a
“doação gratuita dos 1.400 fogos em Chelas” e refere que no documento entregue na
provedoria são “denunciados factos relacionados com o favorecimento político pelo Estado à
Fundação D. Pedro IV, com o alegado tráfico de influências entre a fundação e o IGAPHE”.
Em comunicado, a comissão alude ainda a um relatório da Inspecção-Geral da Segurança
Social, que terá sido arquivado após apontar para a “destituição judicial dos corpos gerentes
da fundação e consecutiva extinção da mesma”. Esta denúncia foi já apresentada junto dos
grupos parlamentares, do primeiro-ministro, do presidente da Assembleia da República e do
Presidente da República.
Em 31 de Outubro, os moradores das Amendoeiras reiteraram o desejo de adquirir as casas
onde vivem e defenderam a aplicação das verbas da compra na recuperação do património.
Em causa está o direito de aquisição de 923 habitações do bairro social, cuja gestão passou
em 2005 do IGAPHE para a fundação.

Alteração da lei
Os moradores dos Lóios exigem alterações à lei que define a renda apoiada, alegando que
tem originado aumentos muito elevados no arrendamento social e apresentam várias
propostas para “salvaguardar” os direitos dos inquilinos.
A contestação dos moradores tem por base a transferência de propriedade de 1.451 fogos dos
bairros sociais dos Lóios e Amendoeiras, em Marvila, do extinto IGAPHE para a fundação,
através de um auto de cessão de património.
Em 24 de Outubro realizou-se uma reunião de moradores dos Lóios com o secretário de
Estado do Ordenamento do Território, João Ferrão, sobre as alterações ao contrato de
transferência de fogos do Estado para a fundação que os inquilinos consideraram
inconclusiva. A transferência destes fogos surgiu na sequência do decreto-lei 199/2002,
aprovado pelo Governo liderado por Durão Barroso, que previa a “possibilidade de
transferência, sem qualquer contrapartida” do património daquele instituto para os
municípios.

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