UM PONTO E SEU ESPANTO

Tenho uma fila bem alta

Ao pé de mim de pés
Como uma galeria.
Sou uma vaca.
Olho para o céu
E aonde seria a lua
Apenas uma estrela muito brilhante
E difusa luz me abriga
Para além de uma cara de nuvem
Aparece também.
Pintaram na lua.
Foram os surrealistas.
Bem vindos à lua.
DEUS E A SEREIA NO OUTONO

Um mundo com um castelo de areia

Aonde antes eram os polos
Muito alto o castelo
E daí saiu uma ave
Muito grande assim mesmo
E voando se transformou
Como um insecto também
E voou. Voou também.
Fantasia de amor.
 PONTO ESTÁVEL

Sou um pouco ciumento

Mas depois não me lembro.
Então viajei no circo
E me perguntaram
Que queres fazer aqui.
Isto disse eu apontando
Um prato com um pau.
E assim foi
Equilibrando o prato.
Desde então
Ainda me lembro
Ser palhaço em Dezembro.
 VERMOS OS DIAS ALÉM

Três mares ligados por cascatas

Obra de Criador
Diriam alguns
De Lua outros afirmam.
Mesmo assim eu acredito neles.
De pé amigos
Entra o professor
E lá perdi eu a razão.
Eram na verdade
Mares falsos.
Os dias falsos de verdade.
A SONHAR COMIGO ESTOU

Espectáculo degradante
Nem me quero lembrar o vi
O senhor polícia da gente
Com um ar muito contente
Sonhando com a padeira
Esta derrotando o povo.
Que luta tão desigual
Uma asneira tão canseira.
O povo perdido está
Mas perdido porque não.
 VER E ESQUECER

Mando ver no mundo o mundo de tudo.

De tudo no meu mundo de tudo vou ver de tudo e vou ver
em tudo.
De tudo vou ver em tudo de tudo vou.
Ver.
Ver.
Visão.
 AMOR E TUDO

Espero ver de tudo

O meu ver em tudo.
Deus.
De tudo.
Deus me deu amor e vinho.
Deus sou eu.
O DEUS E O POVO

Faço de Deus
De deus sou o futuro.
De Deus
Sou um nabo.
Alicerce seguro
Não mais um maduro.
 ALVO NO MUNDO

Aviso a um vinho velho

Meu amor meu querubim
Deste meu gosto sincero
Fica sabendo meu bem
No jardim te quero bem.
Assim é o meu tornado alegre.
Deus me proteja e meu bem os meus.
Deus é sincero o vinho os aviso.
Deus é meu vinho o tomo então.
SOU DE UM DIA E DE UM FUTURO BREVE

O mundo de cordel em que eu vivo

Amam os dias e as horas são livres
Aqueço as mãos no paraíso
Aí vivo e te convido.
Sonhos.
Sonho os contigo.
O FUTURO DO MUNDO

O conhecimento era infinito

O mundo era livre
Mármore
Mas deste tempo adrento
Errado está.
O MUNDO ÀS CLARAS

Umas mamas
Um rabo
Óculos
Tudo o mesmo formato
Em partindo
Adesivo.
 A VER O VADIO

Tenho um espelho
Durmi tanto numa rua
Que vejo trigo
Milho
E a Lua agora.
Em mim existe suplício
De um povo que nem existe.
Sou triste
Escrevo agora.
 GOSTO DE CAFÉ

Estou dentro como todos

A Lua me chama
Ou que sol transporta.
Vejamos a novidade
Daquele emprego.
Bem virtual.
O Sol me adora
A Lua me transporta.
A rua.
 A VIAJEM NO INFINITO

Um homem vai agarado a dois balões

Por aí fora
O vejo pendurado no nó entre eles
Espreitou
Sorriu
E deixou de respirar
Pensou o povo
Enquanto se perdeu no espaço.
Algo aprendera dessa correnteza.
Assim o povo o julgou.
Mais tarde a mim pediu
Eu o escrevi é verdade
Mas não sou também o mesmo.
ALGO DE VALOR

Toca o telefone
Trim trim
Apagou a bola.
Nunca percebi
Mas não o atendi.
Outras artes
Outras partes.
Imagina o globo
Os continentes
O mar
Que direção vai
No ar
Aí fica a redonda.
Rosinha.
A VIDA DE UM FUTURO PLANETA

Amor e um planeta
Acredito em ti
Lutas no charco
E o queres de verde
Limpo.
Saúde
A ti que te não vendes
Ou vendas.
O abraço.
Juízo e de verdade.
Vão na frente.
Ecológico.
VER NA POSIÇÃO HORIZONTAL

Seria um iglu
Ou uma porta de garagem
Um perú visto de trás
E nós na Terra olhando
Por entre essa nuvem
Símbolos de pastagem
No céu imenso.
Seria mentira voadora.
Só mesmo de filme
Eu estava pensando igual.
O mesmo filme é normal.
Apenas o queria ter.
AMANTES SÃO FANTÁSTICOS

Sexo
Velocidade
Carro
Infantilidade
Solução
Amarmos
Os dias de sempre.
Voarmos como as aves
Ternura.
Absolvição
Desleixo.
Condição
Mantermos os dias de sempre.
Amarmos os dias
Ternura.
O SENHOR DE UM COMPLEXO

A pensar caiu um bloco

Enorme no ar
Daí o dirigi
Para um movimento contínuo
E em si mesmo embateu
Que fiz eu
Caiu tudo no almorafiz.
Ou será que o fiz.
 O PERFUME ACTUAL

O veículo chegou manchando o ar

Estávamos na era da Benz
O melhor de tudo.
A pessoa chega à rua
E pensa Carro
E este chega voando
Parece um sabonete
Ou um rádio com olho.
O apanha atirando flores em cima de si.
Aí você percebe que o mundo é irreal.
Mas no entanto se apanha nesta confusão.
O mundo se declina
Inclina
E apanha o amor.
Nada disso diria eu então.
Mas seria válido ou seria uma confusão.
Algo assim estava distante.
Vamos diria o carro.
E assim fui.
 O AMOR DE UMA GAZELA

Tenho uma vasila cheia de alcóol

Tem mais de 50 anos.
Será que tem mais valor que do passado.
Aproveitei para me informar
E me disseram não grande amigo
E abrindo a torneira
Meu filho disse
Sabe quantos anos tem.
Aí eu falei
Sei eu disse
Pois a dúvida não custa esclarecer.
Amo de saber de álcool.
Existia o vinho.
É verdade.
Disse compreendendo.
Poderia ser o único no mundo.
O vinho é um álcool mais puro.
Compreendo.
E encerrou o assunto do vinho.
HOMENS E HUMANIDADE

Poderia ser uma estátua

De uma pessoa
Com uma cadeira
Mesmo quarto.
Mesma oração divina.
O meu pai.
Algo assim de se orar
E de se tomar a sério.
Algo a se ver.
 DEUS E O SOL

Uma flor anda de todas as cores

Várias flores são amarelas.
Algo que não se situa na janela
Mas se a vista nos permite
Elas são todas bonitas.
Umas olham para o chão
Todas morrem ao nascer
Para o Sol não as olhar.
Todas olham para o Sol
Para que este as ponha
Ao contrário ao morrer.
 O AMOR DE UM DIA LIMPO

Queria fechar a porta para ir mais longe

Queria no mundo estar
Pensando eu queria saber.
Por vezes é perguntado
E por ser dito o adivinhado.
Mas no mundo sempre existe
O sonho de um azul celeste
E a vida sem o agreste.
Uma talha na porta aberta
Deixada assim derrotada
No chão de uma entrada
No molhe de feno derramada
A vasilha vazia do leite
Que história mais absurda
Será que o poeta já pensa.
Assim é a sua estrada.
Algo na mesa que inventa.
Algo da mesa que escrevo.
 RUSSO DIÁLOGO

Sol
Solo amargo.
Meu povo
E o brinquedo desviado
De filha de Cleópatra.
Alguém o viu
Mentiu.
Sol
Sol amargo.
 ROUBO NA CIDADE

A cidade vive no alto

Cá em baixo é meu laboratório
Preparo a gasosa de aquário
Tem mais ar que de gente
E sempre peixe.
O raio da pastilha
Aonde eu a meti.

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