Jornal do
Informativo do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrio Federal – Ano I - Nº 4 – Maio de 2006
Sinproep realiza primeira rodada
de negociação com Sindepes
Na última segunda-feira (24), a
comissão negociadora do Sinproep
realizou a primeira rodada de ne-
gociação com os representantes do
Sindepes (Sindicato das Entidades
Mantenedoras de Estabelecimentos
Particulares de Ensino Superior do
Distrito Federal). O sindicato patronal
aceitou a manutenção, na íntegra, do
acordo em vigor. Aceitou ainda a
reposição integral do INPC (Índice
Nacional de Preços ao Consumidor).
O primeiro impasse surgiu
quando o Sindepes propôs repo-
sição diferenciada (3%) para os
professores que não estão lecio-
nando. O Sinproep não aceitou,
“pois entende que a reposição deve
ser integral e linear”, defendeu
Rodrigo de Paula, presidente do
Sinproep. O Sindicato defendeu
também ganho real de 15% para a
categoria, o que o sindicato patro-
nal prometeu estudar.
Em nova rodada de negociação,
agendada para o dia 29, as duas co-
missões negociadoras devem fazer
novos entendimentos, a fim de avan-
çar sobre a pauta de reivindicações
apresentada pelo Sinproep.
Reivindicações
A campanha salarial 2006/2007
está em curso e pretende repor as
perdas salariais do período de 1º de
UA O
RT D
L
VI UN
M
O Sinproep tem uma página na internet que vai facilitar e diminuir o espaço físico que separa o Sindicato da categoria.
Nosso endereço virtual é www.sinproepdf.org.br. Não deixe de visitá-lo, pois estamos abertos à sugestões para melhorar
nossa página, a fim de torná-la um meio eficiente de comunicação do Sindicato com a categoria.
ENSINO SUPERIOR
CAMPANHA SALARIAL
maio de 2005 a 30 de abril de 2006,
com base no INPC. A campanha
reivindica ainda ganho real, isto é,
além da reposição salarial deverá
ser garantido aos professores um
reajuste de mais 15%.
A pauta de reivindicações tem 20
itens. Com amplo conteúdo social,
a campanha salarial deste ano vai
focar suas atenções à limitação do
número de alunos em salada de aula.
A categoria entende que não é mais
possível manter a situação atual. Em
algumas faculdades, as aulas são
dadas em auditório. “Isto não é aula
Sinproep está na internet
Welber Souza/Sinpro-DF
é palestra”, ironiza Rodrigo.
O máximo de 40 alunos por sala
de aula é o que reivindica a catego-
ria. Em caso de excesso, a instituição
de ensino será obrigada a pagar aos
professores uma multa de 200%
sobre o valor de cada hora-aula
ministrada.
Saúde
Este é um item da pauta pelo qual
o Sindicato faz questão de brigar – a
saúde do professor. Por este item, as
instituições de ensino “obrigam-se
a fornecer, gratuitamente, plano de
Filiado à
saúde a seus professores”. E mais:
“as faltas serão abonadas em caso
de acompanhamento de familiares
menores”, desde que comprovadas
por atestado médico.
Pela proposta, o Sinproep en-
tende que as instituições devem ter
atendimento para os professores
nas áreas de psicologia e fonoau-
diologia.
Hora-atividade
Na proposta deste ano, uma
inovação foi introduzida na pauta
de reivindicações. Trata-se da hora-
atividade. Por esta cláusula, assegu-
ra-se ao professor “o pagamento de,
pelo menos, 20% de sua carga horá-
ria semanal, a título de atividades
de planejamento, aperfeiçoamento
ou outras atividades desenvolvidas
extra-classe”.
O Sindicato entende que toda
atividade extra-classe desenvolvida
pelo professor deve ser remunerada.
Isto porque o professor não trabalha
apenas quando está em sala de aula.
Em algumas situações, ele passa
o final de semana corrigindo pro-
vas, preparando aula e resolvendo
demandas administrativas da ins-
tituição.
A íntegra da pauta está dis-
ponível na página do Sinproep:
www.sinproepdf.org.br.
 Jornal do
Maio de 2006

Visão do SINPROEP Encontro Nacional

Pra que serve o Crise do ensino superior;

sindicato e qual tema reúne sindicatos
em São Paulo
seu papel? Em encontro nacional realizado nos
dias 16 e 17 em São Paulo, sindicatos de
professores de todo o país debateram
Em tempos difíceis, é necessário não achar os acontecimentos o processo de avaliação na educação
naturais; diria Bertold Brecht em “Nada é impossível de mudar”, superior e educação à distância. O com-
panheiro Marcos von Zuben, diretor
que diz: “Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábi- do Sinproep, representou o Sindicato
to como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de no encontro.
O encontro faz parte do esforço dos
confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanida- sindicatos no combate às irregulari-
de desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer dades no ensino superior. Trata-se de
construir uma linha de ação nacional
impossível de mudar.” que permita atacar o problema da
Dessa forma, o fortalecimento do Sindicato é o primeiro passo desregulamentação do ensino superior
para consolidar a luta comum dos trabalhadores. Um aconteci-
DEBATE
mento recente, na Universidade Católica de Brasília (UCB) – a
demissão de todos os membros da Associação dos Docentes desta
instituição –, demonstra com clareza meridiana a necessidade da Artigos: A fraude
luta organizada dos trabalhadores como contraponto à arbitrarie-
dade. pedagógica e assédio
Há, ainda, a campanha salarial em curso e a campanha de fi-
liação ao Sindicato. Estes dois movimentos estão imbricados em ou violência moral
um terceiro. Com o objetivo de sempre promo-
ver bons debates e reflexões sérias e
Para que nossa campanha salarial seja exitosa, é necessário for- profundas, estão disponíveis na página
talecer nosso Sindicato, é preciso torná-lo numeroso, com muitos do Sinproep – www.siproepdf.org.br
professores participando de sua construção. Esse fortalecimento é – dois excelentes artigos. O primeiro é
do professor Adilson César de Araújo,
importante não apenas para conquistar vitórias, mas também para que trata da crise do ensino superior
não permitir que colegas nossos sejam submetidos às grotescas privado.
Em seu artigo, Araújo diz que
arbitrariedades como as que aconteceram e acontecem na UCB e o “processo de mercantilização da
outras instituições. O Sindicato é o nosso representante. Devemos educação tem como pilar uma com-
petitividade atroz entre as instituições
fortalecê-lo! de ensino. A meta é atrair e seduzir os
alunos, numa verdadeira banalização
da educação. Nessa lógica darwinista
que prejudica a qualidade do ensino,
com reflexos diretos nas condições de
trabalho dos docentes.
Novo conceito
A Lei nº 10.861/04, que instituiu
o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior (Sinaes), representa
um novo conceito de avaliação da edu-
cação superior por meio da integração
dos diversos instrumentos avaliativos
(avaliação interna, externa, de cursos
e ENAD) com base numa concepção
global de avaliação.
do ensino, o que vale é a sobrevivência
dos mais ‘aptos’, e não a preocupação
com uma formação humanista por
meio do acesso à ciência, à cultura e
às tecnologias.”
O texto que tematiza o assédio ou
violência moral é de autoria do professor
e diretor do Sinproep, Mário Lacerda.
No artigo, Lacerda aborda a necessidade
de construção de uma norma jurídica
que criminalize a prática do assédio
moral. Ele elenca ainda as características
e efeitos psíquicos e profissionais sobre
o professor ou professora que sofre com
assédio moral. Leiam!

EXPEDIENTE DINHEIRO MAIS BARATO

Presidente: Rodrigo de Paula
Secretaria de Imprensa e Comunicação: Ismar Rios, José Luiz Bianco, Euler
Campos, Cíntia de Paula
Endereço: SCS Qd. 01 - Bl. K - Salas 903/04 - Ed. Denasa - 70398-900 Brasília/DF
Tel.: (61) 3321-0042 Sindicalizados têm acesso a
Fax: (61) 3321-0233
Página: www.sinproepdf.org.br
E-mail: sinproepdf@sinproepdf.org.br
empréstimo com juros menores
Por meio de três convênios, o Sin- Econômica Federal e a BV Financeira
Edição e redação: Marcos Verlaine proep coloca disponível a possibilida- cobram uma taxa de juros entre 1,69%
Jornalista responsável: Joaquim Jodelle
Diagramação: F4 Comunicação
de de os professores sindicalizados fa- a 2,50%. O Banco Votorantim tem uma
Tiragem: 8 mil zerem empréstimos consignados com taxa entre 1,75% e 2,60%. Ligue no
juros abaixo dos de mercado. A Caixa Sindicato e se informe!

2

UCB: democracia da porta para fora
Um fantasma ronda a Universi-
dade Católica de Brasília (UCB), o
fantasma do arbítrio, da total ausên-
cia de democracia. Enquanto o país
respira as liberdades democráticas,
a alternância de poder, a UCB não
admite e não permite que os profes-
sores se organizem para defender
seus mais comezinhos direitos.
O último lance desta triste histó-
ria foi a demissão dos oito membros
da Associação dos Docentes da UCB,
três dias depois da fundação da en-
tidade – a AD foi fundada em 5 de
novembro de 2005 e, no dia 8, toda
a diretoria estava demitida.
O Sinproep denunciou na im-
prensa e na DRT (Delegacia Regio-
nal do Trabalho) a arbitrariedade.
Sem diálogo
“Não há diálogo, espaço demo-
crático. Há mando administrativo,
cujo objetivo é a mercantilização
do ensino; professores com salas de
aula superlotadas, sem condições de
trabalho”, elenca Aluízio Roberto
para exprimir o clima vivido pelos
professores na UCB. Depois da de-
missão, com exceção dos estudantes,
Sinproep coloca na rua campanha de filiação
ao Sindicato; filie-se e fortaleça nossa entidade
Sindicato de trabalhadores que se
preza, se respeita, precisa ser forte;
para sê-lo, é necessário que tenha em
sua base muitos associados. Isto leva
a entidade a ser democrática e par-
ticipativa. Por estas e outras razões
também importantes, o Sinproep
vai fazer uma grande campanha de
filiação da categoria à entidade.
Jornal do
ARBÍTRIO
Manifestação dos estudantes da UCB contra a demissão dos membros da ADUCB
não houve mobilização ou manifes-
tação contrária à atitude arbitrária
da reitoria.
Imperativo
A criação da AD não foi um
devaneio ou capricho dos profes-
sores, mas produto da necessidade
CAMPANHA DE SINDICALIZAÇÃO
Professor, ser filiado ao Sindicato
traz muitas vantagens. A primei-
ra é a participação nos benefícios
econômicos oriundos do êxito das
campanhas salariais. Melhorar o sa-
lário depende de luta e organização
da categoria; estas são as premissas
básicas de um sindicato represen-
tativo.
3
Arquivo pessoal
imperativa “de proteger o trabalho
dos professores demitidos semes-
tralmente, da insatisfação generali-
zada”, destaca o professor Aluízio
Roberto.
Mesmo com a proteção da legis-
lação trabalhista, os trabalhadores
estão indefesos diante da sanha
Além disso, o Sindicato tem
disponível assessoria jurídica para
orientar e defender aquele profes-
sor que necessitar se proteger do
desrespeito dos chefes e patrões no
dia-a-dia de trabalho.
Ingressar no Sindicato é muito
fácil. Basta ligar (3321-0042) e marcar
uma visita da direção do Sindicato
Maio de 2006
mercantil e da visão fria do mer-
cado defendida pelos interesses
privados dos conglomerados que
administram as instituições de en-
sino superior. Isto, em detrimento
do papel social que é preparar as
novas gerações para o trabalho e o
futuro do país.
Ação
Consumada a demissão, os pro-
fessores não ficaram parados, foram
à luta. Entraram na Justiça para se
defenderem da arbitrariedade. O
processo de reintegração ao trabalho
acionado pelos professores contra a
UCB tramita na 2ª Vara do Trabalho
de Taguatinga. Já participaram de
uma audiência de conciliação, que
não chegou a nenhum acordo.
No dia 11 de abril, aconteceu a
segunda audiência, mas como uma
das três testemunhas faltou, a juíza
Idalia Rosa da Silva marcou a terceira
audiência para o dia 31 de maio. Na
segunda audiência, a juíza, segundo
o professor Aluízio Roberto, disse
que não viu os motivos alegados
pela UCB para demitir os professores
– “reorganização administrativa”.
na sua faculdade. Você também
pode acessar nossa página na in-
ternet (www.sinproepdf.org.br) e
fazer a filiação virtual ou pode ain-
da fazer uma visita em nossa sede
(SCS Q. 01, Bloco K, Ed. Denasa, 9º
andar) para se filiar.
Aguardamos você, professor,
para fortalecer nosso Sindicato.

Maio de 2006
ELEIÇÃO LOCAL
Sucessão no DF
está completamente
indefinida
À direita e à esquerda, a
sucessão ao Governo do Dis-
trito Federal (GDF) está com-
pletamente indefinida. Pela
direita, ao que tudo indica,
vários candidatos disputarão
o espólio do ex-governador Jo-
aquim Roriz (PMDB). No PFL,
dois pesos pesados disputam a
vaga ao GDF: o senador Paulo
Octávio e o deputado José Ro-
berto Arruda.
A governadora Maria de
Lourdes Abadia (PSDB), que
substituiu Roriz, pode ser candi-
data à reeleição, já que o partido
disputa a sucessão presidencial
com o ex-governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin. O
candidato tucano precisa de
um palanque local, que também
pode ser garantido pelo PFL,
que no plano nacional apóia a
sua candidatura.
Há, ainda, a provável candi-
datura do ex-presidente do Su-
premo Tribunal Federal (STF),
Maurício Corrêa, que disputa o
apoio de Roriz. No PMDB, cogi-
ta-se a candidatura do deputado
Tadeu Filippelli, que viabiliza-
da, é a preferida de Roriz.
Pela esquerda
Do lado da oposição, várias
Jornal do
candidaturas se apresentam
para a disputa. O PCdoB saiu
na frente e lançou o ex-ministro
do Esporte e deputado federal
Agnelo Queiroz. A candidatura
de Agnelo tem o apoio do Pa-
lácio do Planalto e o objetivo,
segundo o deputado, é construir
uma ampla aliança de centro-
esquerda para derrotar qualquer
possibilidade de continuísmo
no GDF.
O PT, no dia 23 de abril, lan-
çou a candidatura da deputada
distrital Arlete Sampaio, que
polariza com a candidatura
de Agnelo. O partido não abre
mão da candidatura própria,
porque, segundo os petistas,
o PT precisa defender-se das
acusações imputadas à legenda
com a crise política. E só pode
fazer isso com candidato pró-
prio, dizem.
Antônio Carlos Andrade (To-
ninho) pode ser candidato à su-
cessão local pelo Psol. O partido
discute a candidatura própria já
que a senadora Heloísa Helena
(AL) é candidata à sucessão pre-
sidencial. Caso o PDT dispute o
Planalto, o partido pode lançar
Ezequiel Nascimento ao Buriti.
Como se vê, de um lado e de
outro, está tudo indefinido.
DENÚNCIA
Iniciativa do Sinproep
provoca fiscalização do
MPT sobre Unireal
Denúncia do Sinproep junto
ao Ministério Público do Tra-
balho (MPT) coloca em xeque
a administração da Faculdade
Unireal. O Sindicato denunciou
a instituição que “pagou” com
cheques sem fundo em 2005
acertos trabalhistas que deve-
riam ter sido pagos em 2003
e 2004. Consta da denúncia
também o não pagamento do
13º salário de 2003. E, ainda,
o não pagamento dos salários
de 2005.
Dessa forma, diante destas
irregularidades trabalhistas, o
Sinproep acionou o MPT, que
por sua vez notificou o presi-
dente do Sindicato, Rodrigo
de Paula, a comparecer à Pro-
curadoria para fazer esclare-
cimentos sobre as denúncias.
A audiência será no dia 16 de
maio, às 14h30.
Constrangimento
Diante da denúncia, a Pro-
curadoria Regional do Tra-
balho da 10ª Região acionou
a faculdade e lhe apresentou
um termo que certifica a insti-
tuição sobre as irregularidades
trabalhistas.
Consta que a Unireal não
deposita o FGTS dos profes-
sores; não paga devidamente
as verbas rescisórias em caso
de demissão sem justa causa;
atrasa, entre 10 a 15 dias, o
pagamento dos salários. A
faculdade também obriga os
professores a assinarem o con-
tra-cheque com data retroativa,
a fim de “inutilizar prova do-
cumental” desses atrasos nos
pagamentos do salário.
A atual administração da
faculdade disse que esses pro-
blemas eram da antiga admi-
nistração, entretanto, repete as
mesmas práticas.
A ação do Sinproep de-
monstra a necessidade de a ca-
tegoria fortalecer a entidade, se
associando ao Sindicato, para
torná-lo forte o suficiente para
fazer frente a estas e outras
irregularidades.